Jardim Botânico - Pittsburgh - PA - USA |
Por Zé Carlos
Continuo, sempre junto com a AGD, minha saga pela terra do
Tio Sam. Ainda não encontrei nem o Homem Aranha, nem Superman, nem o Zorro, mas
continuo procurando. Quase encontrei com o Batman, mas soube que as filmagens
do último filme já haviam acabado e a mim apenas restou cumprir minha promessa
e mostrar para vocês o prédio onde se desenrola parte das ações do filme, com
fotos originais nossas. Um prédio admirável e diferente, que merece ser o
centro de Gotham City, por alguns momentos.
Embora as fotos sejam interessantes, ainda não vi o filme
para falar mais um pouco sobre as andanças de Batman aqui em Pittsburgh, e o farei
depois. Antes tenho que escrever sobre um lugar que fui, e que trata também da
natureza, como o Museu de História Natural, mostrado na matéria que escrevi
semana passada (aqui),
apenas, a natureza aqui enfatizada seja a natureza vegetal e não a animal. Fui
a um Jardim Botânico, que aqui fica quase no centro da cidade, parecendo a
Ópera de Arame de Curitiba, pelo menos por fora, cujas fotos ilustram esta simples
narrativa.
Penso até que, os americanos que lá vão, depois de uma dose
cavalar de notícias sobre eleições, guerras e problemas na economia pelo quais
passa este país, vão lá visitar, o Jardim Botânico, para um verdadeiro e
relaxante descanso entre plantas, borboletas e pássaros. Se eu tivesse
aprendido a fazer isto um dia, me sentaria no meio da floresta tropical,
ouvindo os sons dos rios, cachoeiras e pássaros e meditaria, até atingir o
nirvana e me transportar para a Bom Conselho da minha época, na qual ainda
tínhamos vegetação até para fazer piqueniques, como no Bulandi.
É impressionante como se trata de um conjunto tão grande de
plantas, quase todas dentro de uma estufa climatizada e mantendo a aparência do
mundo natural. Quem sabe será uma cópia fiel do que o homem poderá construir na
terra, quando ele próprio, através da ganância e das guerras, tiver destruído a
verdadeira natureza. Talvez, para quem nascesse num mundo assim nem estranhasse
tanto quanto nós que ainda temos o privilégio de ver nossas plantas e florestas
ao vivo e em cores. E nisto nosso país é privilegiado. Manter este privilégio é
o nosso desafio coletivo, sem deixar de lados outros tipos de progresso que
também nos são caros, como, por exemplo, o milagre de poder estar mantendo a
AGD, aqui, quase como se estivéssemos no Brasil. E isto é coisa da América,
prioritariamento, e não do Brasil.
Mas, voltemos às plantas e a beleza das flores. Coloco
algumas imagens das flores lá encontradas. É impossível descrevê-las com minha
pobre narrativa sem cair um pouco em lugares comum. Aqui apenas devo enfatizar,
mais um vez, o aspecto prático dos americanos que influencia sua arte e sua
cultura. Entre as flores naturais, já naturalmente belas, eles implantam formas
de vidro (ou outro material) que dão uma beleza toda especial a elas. É como se
eles dissessem para mim: “Olha o Brasil
está aqui na natureza mas nós, americanos, sempre interferimos de alguma forma
na paisagem.” E não é que dá certo!? E até agora, temos dúvidas sobre se as
borboletas que vimos voando, são de verdade ou são autômatos teleguiados pelos
americanos. Eu achei que eram de verdade, embora, o som dos pássaros, apesar da
harmonia perfeita com as plantas, tenho certeza, vinha de algum alto-falante
escondido na paisagem. Mas, isto não importou em nada. A beleza não diminuiu.
Eu realmente senti falta da presença explícita do Brasil,
país de tanta diversidade vegetal (já no outro museu, nossa pedras precisas são
um show à parte), mas, outras culturas, como a indiana e japonesa, estão bem
representadas. A beleza dos bonsais nos remete a uma brincadeira de bonecas com
plantas que são enormes na natureza. Simplesmente incríveis, ao ponto de nos
chamar a atenção para os custos de sua manutenção, cobertos, talvez, pelas
entradas e por alguns mecenas privados, coisa tão comum aqui na América, onde o
poder público passa longe da maioria das coisas. Paguei como idoso, pois aqui a
idade para idoso (“senior citizen”) é
variável e neste caso foi de 62 anos. Mesmo pagando fiquei feliz. Soubemos que
no domingo é de graça. Ah, se soubéssemos!
Finalmente, sem querer ser deslumbrado, mas, já sendo, fui
ao banheiro. Nunca vi um mais bonito. Confesso que não tive saudades das
rodoviárias de nossa terra neste setor. Além da ornamentação vegetal, é tudo
automático quanto à limpeza. Basta sair do local e nosso xixi vai para uma rede
esgotos, talvez para ser tratado e servir outra vez aos americanos. Vendo
assim, tive até vontade de fazer o número 2. Refreei meu intento, pois não
sabia quem me limparia lá na bacia sanitária.
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