Por Zezinho de Caetés
Agora temos já os resultados esperados da eleição na
Venezuela. Mais uma vez deu o amigo do meu conterrâneo, o grande “caudilho” Hugo Chavez, sem querer
ofender aos caudilhos. Lá como aqui, há um apodrecimento dos mitos apesar da
vitória eleitoral, como consequência mais da falta de liberdade de expressão e
falcatruas chavistas na economia do que da vontade do povo venezuelano.
O texto abaixo da Miriam Leitão, publicado em seu blog em
08/10/2012, é apenas um relato simples de algumas histórias daquele país que já
foi rico, e tinha tudo para se tornar uma liderança econômica na América
Latina, e que hoje vive apenas de bravatas contra o Estados Unidos e de apoio a
ditadores.
Se alguém duvida que o projeto lulo/petista/dilmista para o
Brasil passa por aquele do Chaves, pode ter a certeza que é verdade. Ou pelo
menos era no país de antes do julgamento da Ação Penal 470 que está em curso no
STF. Quando tempos atrás disse que este seria o julgamento do século neste
nosso país tão carente de coisas importantes, não estava exagerando. Até na
América Latina agora vamos dar as cartas como uma das democracias dignas de
crédito, e cada vez mais se aperfeiçoando.
Não será necessário nem mais pegar o mentor da quadrilha se
já pegamos o gestor. Pois aquele sem este se torna inoperante e a tendência é
perder a força até perder de vez seus pseudos dotes políticos.
Fiquem com a simples e objetiva análise da Miriam Leitão que
eu vou lá em Suape para ver com andam as obras da refinaria que deveriam ser
tocadas em parte pela Venezuela. Promessa do Chaves, alguém ainda acredita?
“Hugo Chávez conseguiu o quarto mandato ontem. A Venezuela já teve a
política do "punto fijo", um acordo de oligarquias entre AD e Copei,
dois partidos tradicionais que se alternavam no poder, como na República Velha.
Foram governos corruptos. Na época em que o Brasil tinha uma ditadura, havia
democracia lá, mas a pobreza aumentou. Em 1992, Chávez tentou um golpe, porém,
foi derrotado. Entrou na política e, em 1998, quando foi eleito, representava
uma esperança de renovação.
Mas, aos poucos, ele foi dominando as instituições. Mudou a composição
da Suprema Corte deles, enchendo-a de gente ligada ao partido; alterou as
regras eleitorais, a Constituição. Perdeu o plebiscito de 2007, mas não
respeitou o resultado.
Na Venezuela, não tem essa de lado ruim e bom. Chávez tem erros e
pecados, assim como as oposições, que tentaram um golpe em 2002. Depois,
erraram de novo ao não participar das eleições, voltando só agora, unida.
Capriles fez uma campanha bonita, visitou o país inteiro, sem incitar o
ódio. Chávez governa aprofundando as divisões dentro do país para dizer que ele
é que defende o povo.
Eu tinha dito que Chávez era o favorito, o que foi confirmado; Capriles
disse que iria respeitar o resultado das urnas. A partir de agora, a oposição
tem mais musculatura e Hugo Chávez não é a única força política. E ele ainda
tem um problema: não tem sucessor. Com isso, seu grupo fica mais fraco,
enquanto a oposição conta com lideranças, com Capriles à frente.
Do ponto de vista político, o quadro é melhor do que o das outras
eleições. Já a economia está destroçada. Cresce, mas o governo aumentou muito o
gasto público e o déficit cresceu. A inflação é elevadíssima.
Chávez usou a máquina durante a campanha como se fosse dele. Usou a
PDVA descaradamente, convocando funcionários para comícios.
Na Venezuela, a imprensa televisiva não governista não vê qualidade em
Chávez, enquanto a que está do lado dele diz que Chávez é um deus. Não há meio
termo. Quando estive lá, entrevistei profissionais da Globovisión e da VTV, a
estatal. Já os jornais são mais equilibrados; na TV, é mais radicalizado. Na
Globovisión, me mostraram vídeos de ameaças a jornalistas pelos chavistas.
Chávez criou uma polícia paralela, a bolivariana, que intimidava
opositores nos comícios.
A Venezuela está longe de ser uma democracia, é um país com muitas
imperfeições. Essas eleições abrem de esperança a formação de uma força que se
contraponha a Chávez e, ao mesmo tempo, tenha temperança de não jogar no
aprofundamento das divisões do país. A Venezuela continuará mesmo sem Chávez e
é preferível que ela permaneça unida.”
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