Em manutenção!!!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O TEMPO MUDOU?





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

 Em Bom Conselho quando criança os acontecimentos festivos de um ano para o outro, demorava uma infinidade para acontecer novamente. O Natal, o Carnaval, a Semana Santa, São João e São Pedro, o Sete de Setembro e o dia de Todos os Santos e Finados, nos dias 01 e 02 de novembro era uma eternidade. Os dias preguiçosamente passavam lentamente. Os dias calorentos. As tardes bronzeadas pelo sol se pondo. As noites longas. Eram assim em meu Bom Conselho de outrora.  As vizinhanças conversavam nas calçadas nas tardes quentes e noites de luar e o céu estrelado nas calçadas de casa. As crianças brincavam de roda, de pega, de pula corda, de academia, nas calçadas marcas por carvão. De pega e de esconde-esconde pelas ruas enegrecidas e empoeiradas. A noite para alguns homens era ouvir o Reporte Esso ou a Hora do Brasil, ficavam por dentro dos acontecimentos nacionais, sendo assunto para o outro dia. Os passeios na Praça Pedro II pelos namorados de mãos dadas sob o olhar rigoroso dos pais. O auto falante com suas musicas que encantava a mocidade. As aulas nas escolas eram demoradas. O recreio passava rápido e os alunos novamente entravam na sala suada, depois de um lanche - pão com uma fatia de doce, ou algumas bolachas sortidas, ou um copo de arroz doce com canela vendidos nos muros do Ginásio São Geraldo. Ficávamos a espera com uma ansiedade que somente as brincadeiras de rua amenizavam esta expectativa. O tempo mudou? Não! As horas marcadas são as mesmas á séculos. É verdade que o trabalho no tempo atual consome mais tempos nos deslocamento para o trabalho e com isto gera pensamentos que o dia é mais curto. Os meios de comunicação também aceleram as nossas vidas, a televisão, a internet, o telefone fixo e celular hoje faz parte da vida das pessoas. As noticias chegam há minutos ao conhecimento das pessoas. São noticias de toda espécie, boas e más. Nas grandes metrópoles este pensamento é comum e se faz presente nas conversas mantidas pelas pessoas. Quantas se interrogam – já estamos no meio do ano – O ano nem começou e já estamos no Carnaval – A Semana Santa não é mais semana santa toda recorre a baladas; O São João logo começa, e o toque da zabumba, da sanfona e do triangulo e o baião com as saudosas musica de Luiz Gonzaga; O Natal começa no mês de outubro, com as lojas já enfeitadas com papais Noel, arvores e bolas coloridas – como pode acontecer tudo isto. O mundo esta prá se acabar! Os mais velhos assim dizem!  A modernidade trouxe doenças que nunca existiu em tempos passados e hoje são corriqueiras, são pessoas acometidas de câncer de mama, de próstata, do pulmão. As preocupações com dia-a-dia levam o individuo a “depressão”, ao Acidente Vascular Cerebral a famosa “AVC”, ao “enfarte do miocárdio” O transito louco que leva a loucura para todos os motoristas e ao transeunte. Isto é o fim do mundo, diz a voz do povo. O que acontece e muita gente nega-se, a saber, é que a distancia do lar para o local do trabalho e grande e isto consome tempo e angustia ao cidadão.  O amigo Geraldo que chegou recentemente de São Paulo é um dos que afirmam que o tempo mudara. Todo o dia gastava cinco horas de ida e volta de casa para o trabalho. Começava às 7 horas da manhã e largava às sete horas da noite, doze horas de trabalho. Somando-se o horário de trabalho e com o deslocamento era de dezessete horas.  Chegava em casa por volta da dez horas da noite e saia logo cedo as quatro horas da manhã. O tempo dele mudara as horas não. Não tinha tempo para descansar nem para se distrair com a família. Fora uma vez ao litoral tomar um banho de mar em um final de semana, para descansar, se arrependeu pois demorou na viagem mais ou menos cinco horas, já chegando cansado no local que seria de descanso. O tempo mudara mas as horas não. E assim é a vida daqueles que vivem nas metrópoles. Não tem descanso. Somente trabalho. O tempo não mudou, continua o mesmo, o que mudou fomos nós em nossas atividades.

Um comentário:

  1. Olá, Zé Carlos!

    Muito grato pelas elogiosas palavras referentes à tirada de campo do Agenda Garanhuns. A vida também é isso. Ora se escolhe, ora se desescolhe. Ora se encolhe. Então, eís as escolhas e seus efeitos.

    Mas é isso. Sou inquieto e odeio mar manso. Vou encarar novos projetos. Afinal, cada um tem os seus, não é mesmo. Uns mais, outros menos. E outros mesmo, nenhum. Contraditório.

    Fique certo que sou um admirador de seu trabalho à frente dessa Gazeta. Bom Conselho ficou mais poética com ela.

    Sem blá, blá, blá, deixo aplausos para vc, que justifica os cabelos brancos que tem, e que me fazem inveja. Sinceramente.

    Um forte abraço.

    \o/

    ResponderExcluir