Em manutenção!!!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Caixa 2, PEC do Teto, Geddel e ainda Fidel...




Por Zezinho de Caetés

Este final de ano se quisermos estar atualizados com a política no Brasil e no mundo, temos é que falar de Papai Noel. Afinal de contas, dizem, ele é o bom velhinho que traz os presentes. Mas, fiquemos com outro “velhinho”, que não é o Getúlio, mas, o Temer, com todo respeito.

Ele se meteu numa enrascada no final da semana passada por tentar defender o Geddel Vieira Lima, seu secretário e articulador político, num affair deste com o, agora, ex-ministro da Cultura. O que podemos pensar é que o Temer ainda é um político da antiga São Paulo, onde um político declarava a imprensa que “roubava mas fazia” e esta declaração só chegava 6 meses depois, no Nordeste, por exemplo.

Hoje não! Se o Temer der umas palmadinhas no Michelzinho, em poucos segundos, alguém estará dando umas palmadinhas na bunda do filho, em qualquer lugar no Brasil, para imitar o presidente. São as redes sociais e os meios de comunicação que fazem a coisa nova. E por isso, dentro de 5 dias, o Temer foi gravado e Geddel voltou para a Bahia para cuidar do seu empreendimento em Salvador, com o qual o presidente nunca deveria ter se metido. E por aí vão, os meios de comunicação, a derrubar autoridades, com ou sem abuso.

Vejam, meus senhores e minhas senhoras, que hoje estou insone por ter ficado vendo uma sessão da Câmara onde se ameaçava descriminalizar o Caixa 2, que terminou na madragada de hoje. Eu não sou um jurista e dei alguns cochilos durante o evento. No entanto, deu para entender que o Caixa 2 continua do mesmo jeito, mas, foram aprovados tantas outras emendas ao relatório no Onyx Lorenzone, que talvez fosse melhor deixar o Caixa 2 rolar de ladeira abaixo. Afinal de contas, o que seria do Lula sem ele?

Pelo que entendi, o texto aprovado fará tantas ameaças aos membros do Judiciário que agora, certamente, em todos os processos, quem mais corre o risco de serem presos são os juízes ou procuradores. Talvez eu, na minha “leiguice”, esteja fazendo uma tempestade lá em Curitiba, porém, meus instintos dizem, pela baixa de otimismo, que não teremos mais Lava Jato como antigamente se o Senado aprovar o monstro e o Temer não vetar.

Já no Senado, vimos a PEC do Teto passar sobre a Gleisi, Vanessa, Fátima e Lindberg como um trator. Aliás, este quarteto deveria cair em si, e ver que quando eles quiserem defender algo, é mais inteligente serem contra, e assim sendo os outros senadores voltam a favor e ganham o apoio do país inteiro.

Parece até brincadeira que um senador da república, diante do quadro de balbúrdia e anarquia do lado de fora do Congresso, dê razão aos arruaceiros e prometa ir às ruas para protestar nos mesmos moldes. Tenham santa paciência. Ainda bem que ele estava contra a PEC, e ela passou mais uma vez no Senado e dando a impressão clara que o placar será o mesmo no segundo turno de votação.

Eu não queria mais tocar no Fidel. Mas, tenho que fazê-lo, já começando pela reação da Janaína Paschoal, aquela que foi a musa do impeachment da Dilma e que poderá retornar com no pedido de impeachment do Temer se continuar seguindo o Hélio Bicudo (que mostra que ser petista está no DNA), quando diz o seguinte: “Não gosto de desrespeitar os mortos, mas as notas de autoridades sobre Fidel estão me irritando. Parecem falar de um santo. Poupem-nos!”. E é verdade, depois de morto, acabam os pecados. Repito: Poupem-nos! Era apenar um ditador enganador.

Para mostrar alguma justificativa do que digo, escolhi um texto do Hurbert Alqueres, publicado no Blog do Noblat, hoje, onde ele mostra o engodo, em relação à Educação, dos feitos castristas em Cuba, que apenas nos repete um pouco, dizendo que não há avanços educacionais, ou mesmo outros, que justifiquem uma ditadura. Fiquem com ele.

“Que fique claro: ditaduras não se justificam em nome dos avanços sociais e muito menos são pré-condições para tais conquistas. Não há, portanto, nenhum sentido em absolver Fidel Castro e o seu regime sobre o pretexto de a revolução cubana ter promovido a “igualdade”.

Na vizinha Costa Rica, a revolução de 1948 obteve enormes avanços na educação e na saúde e dissolveu seu próprio exército revolucionário. A Costa Rica, coração civil, nunca deixou de realizar eleição presidencial livre e limpa a cada quatro anos e sua capital é a sede da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Detalhe: o salário médio no país é 15 vezes maior do que o de Cuba, seu PIB e renda per capita são os mais altos da região.

Temos ainda o exemplo da Coreia do Sul, um país atrasado até os anos 50 e hoje com um IDH bastante alto – o 15º do mundo. A Coreia passou por períodos ditatoriais, mas é uma democracia liberal desde 1987. A educação foi a grande alavanca para alcançar o status de ser o país mais inovador do planeta.

Vamos para a educação cubana.

Há alguns anos fiz parte de uma delegação brasileira de gestores da rede privada do ensino em visita a Cuba para conhecer como era a educação no então único país socialista do continente americano.

Chamou atenção o fato de Cuba ter erradicado o analfabetismo (no final da década de 80 a taxa de analfabetismo no Brasil ainda era de 20% da população de 15 anos ou mais) por meio de ampla mobilização, em que para alfabetizar não era necessário ser professor. Quem sabia ler e escrever ensinava a quem não sabia.

A maioria das escolas que visitamos padecia de recursos, funcionava em prédios improvisados, sem manutenção e com deficiência de iluminação. Mas tudo isto era compensado pela alta motivação dos educadores e educandos, o que faz toda a diferença nos resultados colhidos.

Na Escola Lenin de Ensino Médio, a melhor do país, dotada de equipamentos modernos para a época, exibia a contradição entre um ensino de forte conteúdo e o dirigismo ideológico. Os alunos eram campeões mundiais nas olimpíadas de matemática ou física, eram exímios no xadrez, mas o ensino de história era totalmente tendencioso e priorizava acontecimentos cubanos e soviéticos. Na biblioteca havia um grande volume de livros, mas não se encontrava os que mostravam a produção cultural ou científica do mundo ocidental.

Até hoje nem tudo pode ser ensinado nas salas de aula, o diálogo deve ser monitorado e o senso crítico, com a confrontação das verdades estabelecidas, é reprimido. Evidente que à juventude cubana não é dada a possibilidade de viver uma natural fase de experimentação, ou de considerar caminhos alternativos, comportamentos diferentes. E nem mesmo questionar influências familiares, sociais ou culturais.

Choque mesmo tivemos ao visitar uma escola exclusiva para crianças com surdez. A falta de recursos saltava aos olhos, mas era impossível não se emocionar com a dedicação dos professores que faziam milagres. Os alunos, todos pequenos, conseguiam falar e expressar ideias com grande fluência. A frustração veio logo seguir, quando, a pedido dos professores, em uníssono afirmaram: “todas as crianças de Cuba querem ser como Che Guevara”. Foi a constatação de que o sistema educacional da Ilha reproduz até hoje o culto à personalidade de seus “deuses”; ignora a sentença do dramaturgo Bertold Brecht: “triste de um povo que ainda precisa de heróis”.

O pensamento único impede o debate de ideais, não respeita o diferente, impõe uma educação incapaz de ensinar a conviver com a diversidade, seja ela de natureza religiosa, política ou de gênero. É impensável, por exemplo, que seja abordado em suas salas de aula o tema da homofobia. Sem o direito à privacidade, sacrifica-se também a liberdade de expressão.

E tudo isso é consequência da ditadura.


Não há, portanto sentido algum em se fazer hagiografia e genuflexão diante de ditaduras, ainda que se digam “benéficas”.”

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Morre Fidel e viva a Democracia!




Por Zezinho de Caetés

 E aqui estamos nós mais uma vez começando nossa semana, neste blog. Seria impossível começar sem falar do Fidel Castro, que além de proporcionar as maiores piadas políticas do último século, entrou para história. Uns dizem que pela porta dos fundos, como Hitler, Mussolini, Stalin e tantos outros ditadores, e alguns outros dizem que entrou pela porta da frente porque colocou uma pequena ilha, Cuba, no rol dos países conhecidos.

Vamos a alguns detalhes e comentários para dar nossa opinião. Li na mídia que seus apoiadores dão ênfase aos seguintes fatos (e eu acrescento, ou boatos):

- Desafiou a maior potência do mundo, nacionalizando os interesses das principais companhias norte-americanas em Cuba;

- enfrentou um brutal bloqueio econômico, que dura até os nossos dias;

- escapou de inúmeras tentativas de assassinato, incluindo um desembarque militar na ilha;

- construiu no país sistemas de saúde e educação públicas que merecem os maiores elogios por parte dos organismos especializados das Nações Unidas e não têm paralelo no mundo em desenvolvimento;

- incentivou, sem êxito,  a guerrilha na América Latina, esteve no centro de um possível confronto nuclear e

-  de caminho, ainda colocou um exército em Angola, cuja ação vitoriosa foi decisiva para o fim do racismo e do apartheid na África do Sul...

Enquanto os que, como eu, acham que ele não passou de um tiranozinho aproveitador, constatam que:

- nunca cumpriu a promessa de realizar eleições livres;

- perseguiu e executou opositores;

- condenou dissidentes, incluindo jornalistas, a longas penas de prisão;

- não respeitou os direitos de livre expressão do pensamento, reunião e associação;

- cerceou drasticamente as liberdades de circulação e de culto (esta, mais tarde, bastante abrandada pelas visitas dos papas);

- deu origem a um êxodo em massa que levou numerosos técnicos e intelectuais a abandonarem o país.

Ou seja, quem acha serem a liberdade de expressão, a liberdade para escolher seus governantes, o direito de ir e vir, se reunir e discutir política e até rezar, são coisas mais importantes do que almoçar feijão puro todos os dias, conseguir ler o Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano e vender “médicos” escravos ao PT no Brasil, não tenho dúvida, sentirão poucas saudades do ditador. Diria mesmo que já vai tarde.

E a história mal contada que deixou o povo cubano no melhor dos mundos, e tem até gente que gosta da vida em Cuba, como alguns políticos brasileiros que a adoram mas preferem ficar no Brasil, depois que sua medicina matou o Chávez, é um folclore e tanto.

Li hoje, que a Polícia Federal está receosa de que o meu conterrâneo Lula, queira ir a Cuba prestar a última homenagem ao Fidel, e que resolva ficar por lá mesmo. Se isto é verdade eu acalmo o Sérgio Moro. Não se preocupe, ele prefere Curitiba ou Caetés para o seu exílio.

O que podemos afirmar no momento em relação a Cuba é que, se o Trump for realmente um homem de negócios, levanta o bloqueio à ilha e desce lá com armas e bagagens para dar aos cubanos um padrão de vida digno que só o capitalismo conseguiu proporcionar à humanidade.

O socialismo hoje não passa de nome de partido e uma palavra na boca de intelectuais que entortaram a boca durante tanto tempo de guerra fria e ilusão com o “socialismo” soviético de saudosa memória. Inventaram até o “socialismo do século XXI”, porque o do século XX deu com os burros n’água. Deu no que deu. Chávez hoje é um passarinho e a Venezuela cai de Maduro.

Enfim, como se diz lá no meu interior, “morre o homem e fica a fama”.  Isto se aplica tanto a Fidel Castro quanto a Augusto Pinochet. Para mim, ambos já passaram na América Latina dando lugar à caravana da democracia e do capitalismo.


Agora, tenho que parar de escrever sobre o passado, e voltar ao Brasil do presente. Não para escrever aqui e agora, mas, para ter tempo de ver como os nossos políticos estão tratando nossa “tenra plantinha” democrática lá em Brasília. Seria a glória que muitos dos nossos políticos fossem ao enterro do Fidel e se apaixonassem por Cuba, lá ficando. Isto não se aplica a todos, mas, que a coisa está feia, isto está.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A semana - Fidel morreu, Temer balança na pinguela, Geddel caiu e o Juruna ressuscita...




Por Zé Carlos

Mais uma vez, tenho que começar pelo final da semana que passou. Afinal de contas não é todo dia que morre um dos maiores humoristas do mundo. Ele encantou plateias com suas piadas impagáveis e influenciou humoristas do Brasil como o Lula, Dilma nossos já antigos colaboradores, além de outros que despontam no horizonte do humor. Que Deus ou o diabo o tenha, sem fazer nenhum juízo de valor, a não ser pelos seus dotes humorísticos. Vá em paz Fidel Castro.

A morte do Fidel foi anunciada no último sábado com a mentira de que ele morreu na sexta-feira. Eu acredito que ele já estava morto há muito tempo, embalsamado para que os cubanos não se revoltassem com o evento. Mas, não deixa de ser mais uma nota do seu fino humor ele ter morrido numa “Black Friday”, criação americana para vender mais dos seus famosos charutos. Ou seja, quem é rei nunca perde a majestade.

Suas famosos piadas sobre a liberdade do povo cubano, quando passava fome, são imperdíveis. E os ditadores da América Latina, todos, foram extremamente influenciados pelo seu humor sibilino. E não por acaso,  o Lula era uma visita constante em Cuba depois que o Zé Dirceu contou a ele suas delícias. O Zé, que hoje deve estar chorando, como todos sabem, foi o mentor do Lula, com a ideia fidelina de que se transformarmos o mundo numa briga de “nós” contra “eles”, dizendo que nós somos os mocinhos da história, o povo não resiste e nos coloca no poder. E vejam que isto durou até chegarem os juízes sisudos, como Joaquim Barbosa, Sérgio Moro e outros para se colocarem entre o “nós” e o “eles”, como ainda vemos na cena hilariante nacional.

E seria impossível numa semana como esta e sendo a coluna totalmente destinada ao riso não aproveitar um pouco do humor que proporcionou o Fidel ao mundo. Uns poucos casos para lembrar com saudade:

Fidel Castro morreu, e seu velório ocorre tranquilamente nas dependências do Buena Vista Social Club, com entrada restrita apenas para os agentes especiais de la Revolución, antes de ser cremado e viajar por aquele país. Lindinho, um político brasileiro que se fez presente, queria entrar de qualquer maneira, para dar um adeus digno para aquele que, ele tanto admirou .

Dizem que Lindinho observou o comportamento dos que conseguiam entrar. Todos davam uma coçada na barba e diziam:

- Agente especial de Fidel Castro!

Então Lindinho resolveu dar uma de João-sem-braço, foi até o guarda-barbudo-fumando-charuto o e se identificou:

- Agente especial de Fidel Castro!

- Peraí cabrón! Mas tu não tens barba!

Lindinho não titubeou, baixou ligeiramente as calças, exibiu os pelos pubianos, coçou-os e completou:

- Agente secreto! Cabrón!

E conta-se que antes de sua morte de verdade há uns 10 anos atrás passou-se a seguinte cena:

Fidel Castro é levado para o hospital em estado grave. Depois de examiná-lo, o médico informa aos que o acompanham:

- Infelizmente, não temos esperanças.

Raúl Castro, irmão do comandante, pergunta ansioso:

- Doutor, então ele morrerá rapidamente?

- Não. Ele sobreviverá.

E agora, só para concluir esta homenagem, porque temos que passar para o humor semanal nacional, que não é pouco, só mais esta:

Fidel está fazendo um de seus famosos discursos:

- E a partir de agora teremos de fazer mais sacrifícios!

- Trabalharemos o dobro! - diz alguém na multidão.

- E teremos de entender que haverá menos alimentos!

- Trabalharemos o triplo! - diz a mesma voz.

- E as dificuldades vão aumentar! - continua Fidel.

- Trabalharemos o quádruplo!

Aí o Fidel pergunta ao chefe de segurança:

- Quem é esse sujeito que vai trabalhar tanto?

- O coveiro, meu comandante.

Bem, para os que continuam vivos, aqui no Brasil, a semana foi acachapante em termos de piadas, risos e hilariâncias com shows de numerosos poderes da república. Foram tantos que, se não fosse a morte do Fidel, ainda não teríamos começado esta coluna pela dificuldade em escolher uma delas.

Comecemos então com o que posso chamar do show do Geddel, que rima com Torre de Babel, mas é absolutamente compreensível. Afinal de contas foi um show baiano com todos os ingredientes de macumba, acarajé e vatapá. Como todos sabem o Geddel era uma espécie de bedel (mais uma rima que não foi a solução) do governo Temer e resolveu, se valendo do cargo mostrar a carteirinha do “você sabe com quem está falando” ao Ministro da Cultura, o Caleros Juruna (nome dado a ele por repetir o gesto do cacique Juruna que andava com um gravador quando falava com os caras-pálidas) e dizendo que ou ele faria aparecer um apartamento no 23° andar de um prédio que só tinha 13 andares, ou ele falaria com o chefe, no caso, Temer. O Caleros Juruna, respaldado pelas gravações que vinha fazendo, botou a boca no mundo dizendo que não era pai-de-santo, muito menos baiano para fazer aparecer andares no prédio, que teriam sido surripiados pelo IPHAN, aquele órgão que tenta fazer com que o patrimônio histórico e artístico nacional não seja enterrado por político matreiro, nem sempre conseguindo porque por lá pululam polítcos, finalmente, pediu o boné ao Temer e foi embora.

E vejam, meus parcos leitores, a genialidade humorística do nosso presidente Temer. No meio do show do Caleros, ele ficou impassível, não deu um riso sequer e nem balançou um músculo na face. Penso que até a Marcela estava preocupada. Então, a plateia que já se esbaldava de rir com as peripécias jurunescas, começou a reclamar em todos os lugares. No Congresso eu vi gente até pedindo seu impeachment porque ele parecia catatônico, e como vocês sabem, ninguém aguenta um humorista catatônico. Então veio o melhor do show. O Temer bateu o pé e abriu a boca para acalmar os ânimos nos bastidores. Não se sabe se é verdade ou não quando contam que o Geddel e o Caleros já estavam no octógono prontos para a luta quando Temer interferiu na briga e disse: “Geddel tire o sumô e vista a luva de box, a briga é de MMA”. Ao Geddel que nunca tinha entrado num octógono e sim em muitos terreiros baianos só restou ir embora agradecendo ao Temer, enquanto Caleros também foi embora sem lenço e sem documentos, nada nos bolsos ou na mão, além das gravações. O que elas dizem espera-se para o show desta semana. Até que enfim o Juruna volta à história nacional.

Em virtude deste imbróglio baiano, assistiu-se a algo inusitado. Uma entrevista coletiva de um presidente da república no domingo, que era dia de missa, lá em Bom Conselho. Pois é, caros leitores tivemos um show de humor na mesma hora que o Padre Alfredo começava a celebrar a santa missa na nossa Igreja Matriz. O Temer se viu acuado pela repercussão da briga entre o Geddel e o Juruna e se apresentou ao vivo e em cores na TV, junto o Renan, e Rodrigo Maia. Só faltou mesmo a Carmem Lúcia para termos o show perfeito da República. A maior piada foi do Temer que disse mais ou menos  que "a República unida, jamais será vencida", ao declarar seu acordo com os presidentes do Legislativo para que o Caixa 2 (ver abaixo para detalhes) nunca seria anistiado, como queriam alguns deputados. Se eu fosse dar um nome artístico a este show eu escolheria: "Todos contra o Juruna!", pela irritação do Temer em ser um presidente gravado. Imagine a irritação de nossa musa, a Dilma, quando o Sérgio Moro gravou o papo dela com o Lula. No entanto, neste caso a culpa não foi do Juruna mas do Bessias. Mas, vamos a outros fatos semanais.

Quem brilhou também, já sendo um forte candidato para ser funcionário em tempo integral e dedicação exclusiva nesta coluna quando deixar a presidência do Senado, foi o Renan. Sim aquele que tem 12 inquéritos na justiça, alguns já tão velhos que remontam ao tempo do Cabral (que estranho, hoje quando se fala em Cabral, perguntamos logo: O com barba ou o sem barba?), quando descobriu o Brasil. Ele, como sempre cioso dos seus deveres de cidadão, resolveu, assim, inesperadamente, ressuscitar um projeto de lei que fala do abuso de autoridade. O ápice do seu show é quando a plateia pergunta: “Por que agora?”, e ele responde pausada e eloquentemente: “Por que meus pares parlamentares estão na mira para serem abusados!”. “Por quem? retruca a plateia!”. Então ele responde, levando o povo ao delírio hilariante: “Não sei, só sei que foi assim!”. O Chicó era alagoano ou baiano? Não, não vou ressuscitar o Ariano Suassuna para perguntar.

Noutra casa do Congresso se discute se o Caixa 2, sim aquele que o Lula disse um dia que todo mundo político carregava debaixo do braço e que a Carmem Lúcia se enfezou com o tamanho da caixa, e deu no mensalão. Agora os deputados querem dar razão a ela dizendo que o Caixa 2 é crime. E vejam senhores porque não só o Chicó, mas também o João Grilo estão sempre presentes no nosso mundo do humor. Descobriu-se que se disserem agora que o Caixa 2 é crime, é porque antes não era e portanto, todo o trabalho da Lava Jato vai por água abaixo, pois os condenados mesmo cometendo um crime, ele só existia fora do papel, e como vocês sabem, crime que se não está no papel não é crime, no Estado de Direito, e só é crime, então no Estado do Torto, onde vigoram a moral e os bons costumes, que estão mais em falta do que papel higiênico na terra do Maduro. E durma-se com uma bronca dessas, como deve ter dito o sisudo Sérgio Moro, depois de fazer um esforço danado para enquadrar o Lula.

Falando em Lula, nosso colaborador habitual, ele, em um show no Sumaré, no interior de São Paulo, por onde ele anda espalhando o riso e a alegria, pois na capital ninguém rir mais dele, preferindo o Alckmin e o Serra, disse:

“Em 1978 eu prometi à Marisa que ia largar o sindicato e cuidar dela e dos meus filhos. Eu não pude cuidar da educação dos meus filhos, do boletim dos meus filhos. Eu achei que fosse parar quando eu saí da Presidência. Mas tem uma coisa que me coça. Quando eu quero parar, eles ficam me provocando, me atiçando”.

Vejam a pandeguice do cara! Ele diz que não pôde cuidar da educação dos filhos dele. Quando se sabe que o Lulinha, seu filho mais velho, hoje é milionário e só não é mais rico do que o pai, a plateia rir e quando descobre o que ele quer coçar, lembra da piada que mostrei do Fidel lá em cima, espera ele baixar a calça, pensando que ele é um agente secreto, mas, explode de riso quando ele cofia a barba e diz: “Agente especial de Fidel Castro!”. E pensam que a plateia descansa? Que nada! Continuam provocando-o e atiçando-o, porque sabem que se fizerem isto vão rir mais ainda. Nele o humor abunda. É uma pena que um stand-up do Lula que estava prometido para ontem na Avenida Paulista, junto com o Mujica, ex-presidente do Uruguai, talvez exista mas sem a presença dos dois. O Mujica, provavelmente o fusca quebrou quando vinha do Uruguai e o Lula, até agora ninguém sabe. Será que algum empresário da Odebrecht disponibilizou um jatinho para ele ir acompanhar as cinzas do Fidel em Cuba. A conferir!

E pensei que já havia concluído minha tentativa de homicídio com os meus 12 e meio leitores matando-os de rir, quando descobri que tudo no Brasil agora é “do fim do mundo”. Vejam que a PEC do Fim do Mundo, será votada na próxima semana. Então rezai e orai, como dizia o Antônio Conselheiro, porque o fim está próximo. E com ênfase admoestativa em prol das crenças, dizem que a Odebrecht, sim, aquela empresa que governou o Brasil por anos seguidos, propinando seus políticos, vai fazer a “delação do fim do mundo”. Dizem que são tantos os delatores que a fila chega aos 200 quilômetros, e o montante de papel, se empilhado daria para espanar a lua. E como a delação é premiada, se ao comprar seu presente de natal ou mesmo da Black Friday e disseram que não há mais papel de presente, acredite, é porque a Operação Lava Jato comprou tudo. Ainda bem que está faltando papel de presente, imaginem se chegarmos à situação da Venezuela, onde o papel que falta é outro. Só rindo mesmo!

Ainda internacionalizando o riso, o grande motivo para rir é pensar como ficarão os americanos depois que Obama resolveu se aproximar de Cuba, talvez porque gostasse da barba do Fidel, e agora depois de sua morte, contarão com o Trump que quer raspá-la e entrega-la de presente a Putin. Eu não acredito que o Obama vai atrás das cinzas de Fidel enquanto elas desfilam pelo país. Mas, que seria engraçado, isto seria, uma disputa com o Putin para ver quem ficaria com mais cinzas. A conferir!

E, para finalizar esta acachapante semana, quem deu um show, pegando carona na demissão show do Geddel foi o FHC. Ele disse, em relação ao governo de Temer:

“Diante das circunstâncias brasileiras, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio. Isso é uma ponte, pode ser uma ponte frágil, uma pinguela, mas é o que se tem.”

Pois é, tal qual todo indivíduo de Bom Conselho de Papacaça, como eu, que aprendeu o que era passar pelas pinguelas do Papacacinha, fico preocupado nesta travessia. Que não se encham muito de pecados, os políticos. A pinguela não vai aguentar. Sim, antes que me vá tenho que dizer o que disse o Juruna com todas suas gravações, ontem no Fantástico da Rede Globo: "As gravações com o Temer foram protocolares". É, não se fazem Jurunas com antigamente.

E até a próxima semana, esperando que a pinguela não tenha caído ainda.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Temer deve usar mais a mesóclise: "Demiti-lo-ei!"




Por Zezinho de Caetés

Hoje, além de ser a “Black Friday”, uma coisa que é mais uma imitação dos americanos para o comércio vender mais, temos vários outros eventos que os brasileiros terão que “curtir” durante o dia.

Inventaram também o Dia Nacional de Lutas que tem como objetivo atrapalhar a efeméride anterior diminuindo as vendas por não deixar os consumidores irem às lojas, tendo como pano de fundo a reclamação contra as reformas pretendidas por Temer, principalmente, contra a chamada PEC do Teto.

Nós já falamos aqui sobre esta PEC, que é a medida mais leve para tentar sanar o rombo nas contas públicas feito pelo lulopetismo nos últimos anos. Sabemos que seus efeitos não trarão, pelo menos no curto prazo, os sonhos de Lula, e sim o pesadelo gerado por eles.

Ou seja, chegou-se à conclusão que se o lulopetismo continuasse no poder iríamos virar uma “grande Venezuela”. E, numa situação como esta não há remédio que não seja amargo, e muitas vezes, é necessário até injeção na testa. O importante é salvar o doente.

O que impressiona é que, depois do impeachment de Dilma, pensamos que esta corja que comandou o país e o levou a este ponto, desencarnasse com facilidade. Mas, isto não está acontecendo. Primeiro porque o estrago foi muito grande e segundo porque o vice da Dilma, que é o Temer, não está se comportando como um bom Pai de Santo para fazer este espírito mal subir e deixar o corpo brasileiro.

Alguns dirão, e até nós acreditamos nisso, pelo nosso otimismo, que o tempo foi muito pouco para eliminar um “caboco” tão empedernido como aquele que Lula comandou. Porém, temos que discordar disto quando vemos um caso como o do Geddel.

O Temer, depois de saber o que ele fez deveria ter logo dado a ele o bilhete azul. O  que, mais cedo ou mais tarde, vai acontecer, mas, perdemos tempo que poderia ser dedicado a defender no Congresso as propostas do governo, e combater outras feitas pelos congressistas, que se aprovadas, acabarão com a Operação Lava Jato, que foi a única coisa que apareceu depois do mensalão, para fazer o espírito mal do PT (e de outros partidos) descer (ou subir, não sei, pois não sei onde fica o inferno) de vez às profundezas.

E, vejam bem ou vejam mal, o que fez o Temer? Bateu na mesa e disse: “Não o demitirei!”, quando deveria ter usado uma mesóclise, como faz sempre: “Demiti-lo-ei!”. Garantimos que ele acertaria no português e na política se tivesse feito isto. Mas...

E, ainda ontem, vi que foi preciso o Sérgio Moro se manifestar para que a Lava Jato não sucumbisse diante da ameaça de passar na Câmara um projeto que prometia anistia, quase ampla, geral e irrestrita a quem roubou no Brasil para se eleger. Creio que se passasse o que tivemos notícia, até o Pero Vaz de Caminha seria perdoado pelo nepotismo cometido há 500 anos atrás.

Dizem os advogados e juristas em geral que um juiz só deve falar nos “autos”. Eu, leigo nesta matéria, só posso perguntar: Por que? Será que ser juiz faz alguém deixar de ser um cidadão? Acho que não. É apenas uma questão de peso e de medida. E, como vemos, as medidas do Sérgio Moro até agora estão quase perfeitas. Tornar-se-iam perfeitas se ele mandasse logo prender o “chefe”.

Já sabemos que toda esta movimentação parlamentar com o movimento “Abafa Jato”, é proveniente do acordo de delação premiada dos executivos da Odebrecht. Quando ela acontecer certamente vai complicar o setor da indústria que mais vende e floresce neste país: A produção de tornozeleiras eletrônicas. Vão faltar presídios para colocar todos.


Ficamos por aqui, enquanto o país queima junto com os pneus, pelo que estou vendo aqui na TV, e esperar que o Temer possa continuar até 2018 sem ser chamuscado por eles. E aqui não estou nem pensando em política, e sim, porque temos agora um presidente que sabe falar português. Só falta usar a mesóclise mais vezes: “Demiti-lo-ei!” 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A nossa Federação precisa de um Rei




Por Zezinho de Caetés

Está chegando o final do ano. Daqui a pouco é Natal e há uma correria em Brasília, ou várias correrias. Alguns correm para terminar as tarefas e viajar para os festejos e outros correm da Lava Jato, ou, mais especificamente das delações da Odebrecht.

Ontem até me perdia ao escolher o que seria mais importante para ver na mídia. O Senado e a Câmara estavam em polvorosa. Num deles, além de continuar a levar o PEC do Teto a bom termo, teve que discutir sobre Foro Privilegiado e Abuso de Autoridade, isto no Senado. Na Câmara, corria solta a tentativa de anistiar o Caixa 2.

Para nós, ainda é cedo do dia para avaliar o que realmente foi decidido sobre todas estas matérias, e temos certeza de que a elas voltaremos. Hoje, escolhi um assunto tratado pelo Carlos Alberto Sardenberg, no O Globo, que ele intitula como “Fazer tudo de novo”.

Ele tece considerações sobre o acordo feito entre os Estados e a União,  recentemente no qual mais uma vez nossa federação de fancaria pede ajuda. Segundo ele, desde o governo FHC, no qual também houve um acordo para salvar os Estados, tudo parecia funcionar bem, até que o PT assumiu o poder.

E este partido e seus satélites, como todos sabem, com suas políticas onde o irrealismo é o mote, ao tentar deixar rico os seus dirigentes enganando os pobres, pôs tudo a perder de novo. Hoje, cita-se o Rio de Janeiro como exemplo, e será mais citado ainda quando o “chefe” do Brasil for preso como estão sendo presos os “chefes” de lá.

Ontem vi, pela primeira vez, um Senador implorar da tribuna ao juiz Sérgio Moro que prenda logo o Lula. Fiquei triste porque não gosto de ver a desgraça de ninguém e muito menos de um conterrâneo. Mas, da forma como ele vem se comportando, só me resta concordar com o senador.

Soube que o PT está programando um ato de protesto para Avenida Paulista no próximo domingo com a presença de Lula. Será que a Dilma também vai? Seria bom que fosse para ver a cara lisa dos dois. Depois de levar o Brasil ao desemprego de 23 milhões de pessoas, chama-los para protestar é um acinte. Mas, hoje o PT vive de acintes.

Voltando ao acordo com os Estados, temos certeza, se não houver um novo Pacto Federativo, para que os Estados passem a se comportar como “entes” responsáveis junto à federação teremos que fazer novo ajuste em breve. Quem sabe, sendo radical e proclamando a Monarquia tudo não se resolveria em relação a este ponto. Afinal de contas nossa federação sempre foi um blefe.

O grande problema, como todos sabem é que D. Pedro II morreu, e quem seria o Rei? O Pelé está doente, o Neymar será preso lá pela Espanha, o Rei Momo está de regime, e Lula estará no xadrez, talvez junto com a rainha. Ou seja, xeque-mate!

No entanto, sejamos otimistas e pensemos positivamente. Se não temos um Rei, temos que nos virar com o Temer, pelo menos até 2018, se o Geddel e a Odebrecht deixarem. Quem sabe aparece um até lá?

Fiquem com o Sardenberg que eu vou ver se já depositaram minha aposentadoria. Nestes tempos bicudos nunca se sabe.

“Não foram todos os governadores estaduais, claro, mas muitos deles tentaram empurrar a conta para o governo federal. Pensaram mais ou menos assim: o presidente Temer precisa de apoio para se segurar no cargo; nós, governadores, temos força junto às bancadas de deputados e senadores; logo, por que não trocar apoio por dinheiro?

Dinheiro, sobretudo, para colocar em dia os vencimentos do funcionalismo, ativos e inativos. E também para aliviar as dívidas.

Em algum momento, pareceu que iam conseguir. Há coisa de dois meses, o Congresso aprovou um pacote de renegociação de dívidas bastante favorável aos governos estaduais, na linha de um acordo que estava em andamento no governo Dilma. Na ocasião, o ministro Henrique Meirelles tentou enfiar no pacote alguns compromissos dos estados com o ajuste de longo prazo, como a proibição de aumentos salariais nos próximos anos.

Nas conversas, os governadores até toparam. Mas não fizeram nada na hora da votação, não se empenharam com as “suas” bancadas. E os compromissos acabaram sendo descartados por Meirelles e o presidente Temer, porque iam perder no voto.

Até aí, muitos governadores achavam que:

1 — Brasília arranjaria dinheiro para a maior parte do ajuste (o Rio não conseguira quase R$ 3 bilhões?);

2 — o governo federal seria, perante os servidores e a população, o “culpado” pelas amargas medidas de ajuste.

Enquanto rolava essa história, o governo federal também aceitava alguns reajustes salariais para categorias já bem remuneradas e, sobretudo, o presidente Temer se via na obrigação de defender ministros e auxiliares de algum modo envolvidos nas investigações da Lava-Jato e nas ações paralelas, que hoje se espalham por varas da Justiça Federal.

O clima piorou — e isso apareceu nos indicadores de confiança. Como é que o governo conseguiria fazer o ajuste nas contas nacionais se não conseguia aplicá-lo para os estados e ainda se desgastava defendendo políticos em atitudes, digamos, duvidosas?

Pelo menos no que se refere à relação com os estados, a situação mudou nesta semana. O pacto firmado pelo governo federal e pelos estaduais tem um princípio básico: os estados terão apoio se e quando se empenharem efetivamente em um ajuste estrutural de suas contas.

O pacto está no plano das intenções, precisa ser formalizado e aprovado em assembleias legislativas e no Congresso, o que não é simples, mas as linhas do ajuste foram especificadas: redução do gasto com pessoal e renegociação de dívida condicionada à apresentação de garantias reais. Ou seja, os governos estaduais terão que entregar ativos, estatais, por exemplo, em troca de dinheiro novo.

E assim voltamos ao final dos anos 90, quando o governo FH liderou uma ampla renegociação de dívidas dos estados, vinculada a um rigoroso programa de ajuste fiscal. Os então ministros Pedro Malan e Pedro Parente trabalharam pacientemente nesse pacto, hoje apresentado no mundo econômico como um modelo de ajuste fiscal dos entes federados.

Isso colocou os estados na linha por muitos anos. Eram obrigados fazer superávit primário porque tinham de pagar prestações mensais ao governo federal. Se não pagassem, não receberiam sua parte nos impostos federais.

O afrouxamento começou nos governos de Lula (no segundo mandato) e de Dilma. Neste último, o então ministro Mantega foi pródigo em abrir cofres para os estados, assim como torrou o dinheiro federal, driblando regras para permitir novos endividamentos.

Aconteceu o mesmo em todo o setor público: a despesa cresceu acima da inflação e acima da expansão das receitas. Claro que há estados razoavelmente ajustados, mas todos precisam voltar a práticas mais rigorosas de controle das contas públicas, depois do “liberou geral” da era Dilma.

Tem aqui um lado positivo e outro negativo. O positivo é que dá para fazer. Sabemos disso porque já foi feito uma vez.

O lado negativo está aí mesmo: as finanças públicas estavam ajustadas, depois de anos de esforço, e se jogou tudo fora.

Hoje, como antes, a necessidade conta mais que virtude. Não é que políticos dedicados a ampliar gastos de repente tenham se convertido à austeridade. Simplesmente acabou o dinheiro. E não dá para colocar a culpa em Brasília, no FMI ou nas elites.

Temer e Meirelles ganharam pontos nesta semana. Mas isso está apenas começando. Há uma complicada engenharia financeira pela frente, mas é disso que depende a recuperação da economia brasileira.

E, claro, de como o presidente Temer vai lidar com uma situação provável, a de seus auxiliares sendo apanhados na Lava-Jato.

Por ora, pode-se perdoar o presidente Temer por tolerar Renan e outros. Ele precisa disso para votar a PEC do teto dos gastos antes do recesso parlamentar. Pode-se dizer: Renan tem vida útil de apenas mais um mês na presidência do Senado. Se ajudar na votação...


Mas a tolerância com Temer, de parte da sociedade, também é provisória.”

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O apartamento do Geddel e o Triplex do Lula. Tudo a ver?




Por Zezinho de Caetés

Sempre começo a escrever neste blog na terça-feira, no entanto, o Zé Carlos resolveu dar espaço ao senador Armando Monteiro, sobre um tema que eu acho importante, que é a segurança aqui no estado de Pernambuco. Realmente, precisa-se pensar sobre o Pacto pela Vida, se não quisermos chorar sobre o leite derramado do Pacto pela Morte.

Tudo bem, mas retomo um pouco o dia de ontem no qual assisti a uma “Sessão Temática” no Congresso sobre a PEC 55 (Era a PEC 241, mas, baixou o teto e agora é 55). Meu Deus do céu. Chamaram 4 palestrantes, sendo 2 contra e 2 a favor da chamada PEC da Esperança ou PEC do Fim do Mundo. E no final da sessão havia mais palestrantes do que senadores no recinto.

Comecei a pensar o porquê que não se debate esta PEC, como dizem a Senadora Gleisi Hoffman e o Senador Lindberg Farias. Todas as reuniões sobre o tema são esvaziadas por aqueles que são a favor da PEC. Ora, meus senhores, eu sou a favor da PEC desde que o Temer era uma criancinha, e se fosse um senador eu estaria lá debatendo. Então porque fogem?

Descobri ontem. É absolutamente insuportável ouvir a Gleisi e o Lindberg. E quando a gente decora seus argumentos, pior ainda. Para que debater? E pior ainda quando entram Vanessa Graidiotin e Fátima Bezerra que querem sempre juntar alhos com bugalhos. Só assim agora dou razão aos ausentes. O que me alegrou hoje foi a notícia de que o Lindberg vai se candidatar à presidência do PT. é mesmo fim de feira para os petistas, graças a Deus.

É impossível ouvir Fátima Bezerra por mais de 20 minutos sem ficar com o cérebro bloqueado. Como também é impossível ouvir a Gleisi sem ficar se perguntando: O que esta mulher ainda está fazendo aqui? Eu penso que todos já sabem que quando querem que o PT perca mais votos e se acabe de vez chamam esta turma que já foi o Quinteto Violado na Comissão de Impeachment para falar.

Até o Lula, que é analfabeto mas é inteligente já deve ter descoberto isto também. Por falar nele, meu conterrâneo querido, li que os seus advogados descobriram que o Sérgio Moro está mancomunado com a CIA, aquela agência americana para prender o Lula.

Eu, já pressentindo que minha aposentadoria pode sofrer um abalo com a reforma da previdência, poupei um pouco e assinei  NETFLIX. Estou vendo séries americanas agora. E bastou isto para descobrir que os advogados de Lula, ao invés de se aterem aos fatos, estão vendo Scandal, onde tudo é mentira mas se transforma em verdade em nossos cérebros enfeitiçados pelo que é a verdadeira invasão americana.

Ora, meus queridos leitores (se Dilma ainda estivesse “viva” eu diria também “queridas leitoras”, mas, parece que ela mudou de nome agora para Janete, muito mais sonoro), como se pode pensar seriamente num país onde numa sessão da justiça, como a realizada pelo Moro para ouvir testemunhas sobre o Triplex de Lula, colocam a CIA com argumento? Parece brincadeira, não acham?

Querem ver outra brincadeira? O ministro Geddel, sim aquele baiano que é o braço esquerdo do Temer (dizem que o braço direito é o Renan), queria que um espigão fosse construído no centro histórico de Salvador, quando o IPHAN havia vetado o prédio porque faria sombra, e como todos sabem, baiano quando encontra uma sombra arma uma rede e isto atrapalharia o trânsito.

Dizem que só permitiram fazer um prédio com 13 andares quando eram previstos mais alguns pois o Geddel havia comprado um apartamento no 23º andar. Vejam o tamanho do imbróglio. O Geddel ficou com a apartamento pendurado no ar. O que ele fez? Ele procurou o Ministro da Cultura, segundo ele, numa conversa agradável e amena, para dizer, chorando (dizem que quando ele se emociona chora), que sentia muito de não poder ir mais às alturas em Salvador.

O Ministro da Cultura se sentiu ameaçado pela conversa e pediu o boné a Temer, que além de dá-lo, disse que o Geddel não teria feito nada demais e ficaria como ministro. Hoje, leio a mídia que diz ser possível o Geddel ser o dono do prédio e não só de um apartamento. Então, se for isto verdade teremos grandes emoções tanto em Brasília quanto em Curitiba. Já pensou se alguém diz que o Lula não tinha apenas o tríplex no Guarujá, mas, seria dono de todo o prédio?


Eu não duvido nada, porque sei que o Lula, ao contrário de mim fez multiplicar sua aposentaria. E amanhã será outro dia! Espero vê-lo.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A falência do Pacto pela Vida




Por Armando Monteiro Neto*

Em 2015, a cada duas horas um pernambucano foi assassinado: foram quase 3.900 mortes violentas no ano, o que representou um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Aumentaram também, de forma significativa, os assaltos a ônibus, roubos de carro e explosões de caixas eletrônicos. E este ano a escalada de violência continua.

Se é verdade que a segurança pública é um problema em todo o país, também é fato há diferenças importantes entre regiões e mesmo entre Estados. No Nordeste, por exemplo, Alagoas reduziu em 21% a taxa de homicídios, e o Ceará registrou queda de 9% - ao contrário do que aconteceu em Pernambuco.

O que acontece em nosso Estado? Por que o Pacto pela Vida, que foi referência nacional ao reduzir o número de assassinatos em 30% entre 2007 e 2013, agora sofre tal retrocesso?

Na raiz dos problemas de hoje estão ausência de gestão e de comprometimento do governo estadual com as metas do programa e com o acompanhamento dos indicadores de criminalidade. Faltou investimento em áreas essenciais de tecnologia, inteligência e infraestrutura. Não foi institucionalizado um fórum de segurança pública, com participação das organizações da sociedade civil para acompanhar e monitorar o programa.

Este diagnóstico não é meu, é do idealizador do Pacto Pela Vida, o sociólogo José Luiz Ratton, que foi incisivo em sua entrevista recente neste mesmo JC: para ele, o programa morreu.

Em gestões passadas, o governador participava diretamente das reuniões e impunha um sentido de urgência. Hoje, existe afastamento proposital do tema, talvez pelos índices desastrosos e pela sensação de insegurança que inquieta o povo pernambucano. Enquanto isso, o Pacto pela Vida sobrevive apenas na propaganda do governo.

O Brasil precisa de uma política nacional de segurança pública, em que possamos valorizar a cooperação federativa no combate à criminalidade, melhorar e ampliar o nosso sistema penitenciário e proteger nossas fronteiras do tráfico de drogas e armas.

Mas Pernambuco não pode assistir passivamente ao aumento da criminalidade. Nossa população reclama por medidas urgentes, que coloquem um freio à escalada de violência e tragam paz e segurança para as ruas e os lares das nossas cidades.

-------------


*Armando Monteiro Neto é senador pelo PTB e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Enviado por e-mail a Gazeta Digital)

Carta a Edjasme Tavares (Di)




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho

"Caríssimo Di,

Paz e Bem!

Fiquei entusiasmado e contentíssimo pelo artigo em sua coluna com o título – ACADEMIA BONCONSELHENSE DE LETRAS – na Gazeta nº 411 de 16 a 30 de junho de 2016 – página 6. Demorei a manifestar a minha alegria, saboreando o seu escrito, por sinal, não somente estes mais todos os que você escreve. Nos seus dizeres não mereço os elogios espalhado aos seus leitores, mas sim o apoio que você dá e levou ao conhecimento do povo bom-conselhense, ali e alhures. A nossa cidade, que amamos com intensidade e tudo faremos para exaltar, seus filhos abençoados por Deus e pelo título Cidade das Escolas merece uma casa de cultura que agregue em suas dependências homens e mulheres dedicadas à leitura e expondo seus conhecimentos aos outros e cultivem a memória daqueles que souberam abraçar e levar o nosso querido torrão natal e que não se encontram mais em nosso meio mas deixaram relevantes exemplos de amor, honestidade, bravura, um trabalho para a posteridade e que devem ser lembradas pela comunidade de hoje e de sempre.

Meu caro Di, eu sei ser insistente, dificilmente abandono uma ideia em benefício de um povo, valho dos dizeres dos antigos, da minha juventude – Agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura – Pois é meu conterrâneo e amigo tudo em Bom Conselho se cria e às vezes se acaba. Não se tem uma consistência. Uma casa de cultura em qualquer cidade é bem-vinda pela população, ali se prega e agrega uma sociedade onde pode e deve contribuir para o engrandecimento da comunidade. Mas, é difícil esta proposta da criação da Academia Bom-conselhense de Letras – ABCL em nossa cidade, sem apoio dos moradores que ali estão presente no dia a dia, Tenho plena confiança que algum dia se levantará um herói – e será herói mesmo – para concretizar este desejo desta casa em nossa cidade. Tenho durante estes longos anos, apelado para este fim através do Jornal A Gazeta em suas páginas que é lida por todos nós. Eu estou um pouco distante e não visito frequentemente Bom Conselho, e com estes dizeres, pergunto ao amigo conterrâneo, qual o movimento de cultura que existe em Bom Conselho? Museu existente parece-me que se acabou se não me engano? Qual o trabalho cultural dos nossos escritores, poetas para expressarem os seus trabalhos? Nada! Nada! Nadinha mesmo caríssimo Di. Acredito piamente que você leu a Gazeta nº 404 de 01 a 15 de março de 2016 – pagina 08 “PARECE QUE FOI ONTEM” mostrando o prédio da antiga Cadeia Pública que transformou no CENTRO DE ARTE E CULTURA GERVASIO PIRES onde todo acervo foi perdido e desaparecido, o que nos faz crer este local já não funciona o Centro de Arte e Cultura Gervasio Pires tudo foi para as cucuias e onde está este acervo, em qual local? Ninguém sabe ninguém viu. Talvez estes documentos e objetos raros de valor inestimáveis que detém a história da nossa cidade, estejam jogados em algum deposito e, quem sabe destruídos. Ai de nós se não tivéssemos a GAZETA que circula em nosso meio, fora este meio de comunicação qual outro meio de divulgar os nossos interesses da comunidade. Para concretizar esta utopia é necessário empenho e decisão. Para concretização da criação da ABCL, não precisa de lugar luxuoso, casa confortável, mas sim um lugar qualquer, podendo ser até em um banco de praça, como algumas Academias foram criadas em solares particulares, como a Academia Brasileira de Letras e Academia Pernambucana de Letras. Mas falta interesse. Muitas vezes penso que o que emperra é a escolha do nome do patrono e dos que irão compor as cadeiras daqueles que já estão no Reino de Deus. Mas vamos em frente, nesta luta. Estou te enviando alguns escritos meus sobre este assunto publicado na Gazeta bem como o Estatuto da Criação da Academia Bom-conselhense de Letras – ABCL, que foi enviado para apreciação dos conterrâneos, inclusive para o nosso amigo Arnaldo Amaral, que se pronunciou mais caiu no esquecimento. Mas, lhe digo vamos em frente que algum dia esta casa funcionara em nossa querida Bom Conselho.

Um abraço fraterno


José Antônio Taveira Belo / Zetinho"

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A semana - Garotinho preso, Cabral preso, Renan solto, Lula solto e Viva a República


Cabral descobrindo Bangu


Por Zé Carlos

Contam os livros de história, pelo menos aqueles que o Professor Gilvan lia nas aulas do Ginásio São Geraldo, lá em Bom Conselho, que lá pelos idos de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, depois de uma quartelada, obrigou D. Pedro II a abdicar. E no dia 15 de novembro, data que passou nesta semana que tenho que comentar, ele assinou um manifesto proclamando a República, botando para correr o império. Hoje temos uma República, ou pelo menos é o que a mais recente Constituição diz, e pelos fatos que se sucedem sucessivamente, mais de 100 anos após, parece até que alguns querem assinar um manifesto para a volta de um imperador. Realmente, não está fácil de manter a República quando todos acham que tem direito a um naco do Brasil, e quanto maior melhor. É um desejo normal dos homens, desde que foram expulsos do paraíso, mas, têm sempre pela frente a consequência do pecado. Afinal de contas temos que ganhar o pão com o suor do nosso rosto. E o maior recado ainda é dado pelos economistas que dizem não ter festa em Paris, grátis.

E, neste diapasão, vimos durante esta semana, que deveria ser da República, mais um rebuliço com as prisões de dois candidatos a imperadores, os ex-governadores do Rio de Janeiro: Antony Garotinho e Sérgio Cabral. E como sempre digo,  seria trágico se não fossem tão cômicos os eventos que envolveram suas prisões. Não, eu não contarei a piada cruel que  corre pelas redes sociais, do diálogo entre mãe e filho:

- Mamãe, é verdade que se rouba no Rio desde garotinho?
- Não, meu filho! Lá se rouba desde Cabral!

Não, não contarei porque esta coluna, apesar de ser de humor, não é cruel. Comentarei somente o que for necessário para matar os meus leitores de rir, mas, sem os detalhes sórdidos. E que detalhes. Não, não falarei da cor da cueca do Garotinho se debatendo para não ir para Bangu 8, conviver com o Cabral, enquanto sua esposa, a Rosinha Garotinha, gritava que queria ir com ele. Eu até agora me pergunto, o que ela queria fazer com ele? Livrá-lo da esposa do Cabral, que dizem auxiliava o marido nas falcatruas por um simples anel de 800 mil reais? Ou por vestidos de 10 mil reais? Não, seria muito mal falar sobre isto, enquanto o Rio de Janeiro padece dentro da sua beleza natural.

Nem jamais poderia comentar sobre o novo corte de cabelo do Cabral depois de ter descoberto Bangu. Até nisto ele foi privilegiado, porque o corte ficou melhor do que os feitos em Paris em cabeleireiros caríssimos, como era de seu costume fazer. Isto se prova porque ontem, ele, na foto tirando suas medidas para o terno prisional, não usava nem guardanapo na cabeça, como fazia na capital luz. Dizem que nos primeiros dias da nosso República foram feitas várias reformas, e uma delas foi a separação entre Igreja e Estado. Quem sabe depois de Cabral não se comece uma reforma para separar, de uma vez por todas, a Safadeza do Estado?

Para ser justo, como sempre tento ser, teremos que dizer que o sisudo juiz Moro, vem tentando a algum tempo fazer esta separação, mas, parece que até agora os safados estão muito apegados aos poderes da República, deixando quase impossível que ela aconteça. Pasmem, senhores, que até o nosso grande colaborar, o Lula, resolveu, fazer um show acusando diretamente o juiz, por esta tentativa. Dizem que o show de humor foi apresentado pelos seus advogados pois havia palavras no texto que o Lula, como todos sabem, um humorista mais natural, e não muito letrado (apesar dos seus 486 títulos de Doutor), não conseguiria nem pronunciar. Imaginem que o Lula, através dos seus advogados das perdidas ilusões dizem que o Moro abusou de sua autoridade ao buscar o Lula debaixo de vara para esclarecimentos, como todos os meus leitores devem estar lembrados, e por outros crimes. Nada disso seria cômico se não fosse difícil de entender. Vejam um trecho da nota dos advogados:

“Na qualidade de advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa e filhos ingressamos na data de hoje (18/11/2016) com queixa-crime subsidiária contra o agente público federal Sérgio Fernando Moro, em virtude da prática de abuso de autoridade.”

Vejam bem senhores, o potencial humorístico do Lula tentando pronunciar “queixa-crime subsidiária”. Pois é, a família Lula (agora ele faz shows familiares, depois de nossa Janete usar o neto para o mesmo fim), diz que o juiz Moro é autoritário por ter mandado uma escolta da PF busca-lo para depor, e além disto ter fuçado nos documentos da família, encontrando a certidão de nascimento de Marisa, e, portanto, revelando publicamente a sua idade e, pior ainda, gravando coisas que surpreenderam até o Teori Zavascki, enquanto ele conversava com Dilma e dizia: Tchau, querida!  E a plateia vai ao delírio hilariante quando os advogados pedem que o Moro seja demitido, depois de passar alguns meses na prisão. É o suficiente, ou querem mais!? E a turma do Moro reagiu com o vídeo abaixo, que, certamente será muito visto no Natal que se aproxima:


E já aproveitando o gancho sobre o abuso de autoridade, dizem ser o Renan, sim aquele alagoano, cujo filho é governador do Estado, e, pelo que vem acontecendo com alguns governadores, deve estar com as barbas de molho, vive feito um louco tentando votar e aprovar um projeto sobre abuso de autoridade. Será que ele tem o juiz Moro em mente? Parece que não, pois ontem soube que foi o aberto o 12º inquérito contra ele, e há, entre eles, alguns tão antigos que o Moro deveria ser ainda um bebê. Aliás, dizem os bem informados que, nas próximas eleições, para manter o foro privilegiado, e correr do juiz Moro, alguns parlamentares que não se reelegerem, aceitam até serem secretários de prefeituras lá no Acre. Lá o PT ainda é hegemônico, lembram? Só posso dizer, quanto a isto, ter um parlamentar de Bom Conselho como relator da matéria que acaba com o foro privilegiado, é uma honra para todos  nós lá da terrinha, ao saber que ele, o Randolfe Rodrigues é favorável a que só quem nasceu em Papacaça tenha foro privilegiado. As más línguas ainda vão dizer que ele está legislando em causa própria. Quem sabe, para evitar isto ele incluirá todo o Agreste Meridional? Os meus amigo Altamir Pinheiro e Zezinho de Caetés ficariam muito alegres. Quanto ao Renan, só para terminar com ele o que comecei, parece até que o homem vive coberto de leite de aveloz e escorrega das mãos da justiça como sabão em barra, e por isso o Josias de Souza, um jornalista blogueiro, disse, diante dos eventos:

“Aos pouquinhos, vai ficando claro que o Senado não tem um presidente. Renan Calheiros é que tem o Senado. A vida pública de Renan não é do interesse de ninguém. O país é que atrapalha a vida privada do senador. A República virou um puxadinho da cozinha de Renan, num processo muito parecido com o que os historiadores costumam chamar de patrimonialismo.”

Ou seja, ainda temos que correr muito para chegar ao império, pelo menos, da Justiça.

E, pasmem novamente, e apertem os cintos. Um grupo de pessoas invadiu a Câmara Federal pedindo uma série de coisas que muitos brasileiros concordam e outras quase impensáveis, como “intervenção militar”. A comicidade do acontecimento em si já me daria razão em tocar nele aqui. No entanto, vi na manifestação uma bandeira de Pernambuco sendo balançada, como se nosso Estado fosse o culpado por tal ato de humor negro. Porém, pelo que vemos acontecer dentro daquela Câmara e o comportamento de certos deputados, isto não é surpresa. Ainda bem que o um deles o Tiririca, campeão de voto em São Paulo deveria estar viajando quando tudo aconteceu. Só isto justifica sua declaração no vídeo abaixo:



Agora cito o Galvão Bueno: “Isto pode, Arnaldo!?”. Ora, num país onde os deputados não querem votar um projeto de lei contra a corrupção, o riso deve ser o remédio para tudo. Não podemos concordar com o Tiririca, ao invés de fazer em casa, é melhor ir para as ruas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Lula, Cabral, Garotinho e o "foro" privilegiado




Por Zezinho de Caetés

Dias extremamente conturbados para os políticos. Em nossa tarefa de acompanhar seus passos tenho sentido grandes dificuldades. Como todos sabem, sou um acompanhador dedicado dos meios de comunicação ligados a órgãos públicos, com a TV Senado, TV Justiça, TV Câmara e outros.

Tento segui-los com dedicação. O problema é que já faz uns dias que espero serem votados projetos importantes e, na hora H, não há quórum para iniciar a sessão. Talvez uma coincidência, mas, quando se trata de votar algo que pode respingar na Lava Jato, isto acontece com frequência.

Por exemplo, há o projeto que tenta extinguir o foro privilegiado, que é uma excrecência nacional. O país talvez seja o único do mundo onde todos são iguais perante a lei, como norma constitucional, e onde alguns são mais iguais do que os outros, como norma prática.

Isto começa com o privilégio do “curso superior”. Se eu for preso, graças a Deus, eu vou para uma cela especial longe dos presos que são menos iguais do que eu. E termina com o “forão” privilegiado o qual diz que determinadas categorias de criminosos só podem serem julgados pelo STF.

Vimos no mensalão, quão trabalhoso foi para levar a julgamento criminosos como Zé Dirceu, enquanto eles estavam de plantão sentados em alguma cadeira de serviçal do governo. E hoje, continua tudo do mesmo jeito. Então por que os parlamentares teriam interesse em votar algo que possa lhe prejudicar?

Para enfatizar a leniência com a Justiça, por nossos parlamentares, esta semana, foram presos dois ex-governadores: O Garotinho e o Cabral, lá no Rio de Janeiro. O alarido da imprensa foi uma coisa de louco. Lembro que o Jornal Nacional de ontem, quase só foi sobre esta prisão, e o resto foi previsão do tempo, que continuará quente.

E vejam o vídeo que coloco lá embaixo sobre a prisão do Garotinho. E vejam as notícias sobre o que fez o Cabral quando governador. Ambos, irmanados, segundo a PF, cometeram crimes quase igual aos daqueles sem foro nenhum, mas, continuaram até agora impunes por causa do tal “foro”, que o protegeu durante muito tempo.

E, pasmem, li na imprensa que o Garotinho comemorou a prisão do Cabral dizendo que ele tinha sido preso por roubar milhões e ele teria sido preso por ajudar os pobres. Eu fiquei pensando quanto de preocupação passou pela cabeça do meu conterrâneo, o Lula, pois ele diz que foi o maior “ajudador” de pobres que o Brasil já teve. Se a moda pega...

Hoje ficamos sabendo que tanto o Garotinho quanto o Cabral estão no presídio Bangu 8, que foi feito para gente com curso superior. É uma pena que o Lula não tenha mais nem este privilégio. Por isto, anda pregando por este país pedindo justiça antecipada num evento criado por intelectuais privilegiados, numa caravana chamada, pasmem novamente: “Por um Brasil justo para todos e para Lula”.

Pela reação da Rosinha Garotinho no vídeo abaixo breve teremos uma caravana chamada: “Por um Brasil justo para todos e para Lula, Garotinho e Dilma, menos para o Cabral”. Poupem-me de tanto cinismo.


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Por que precisamos de ajustes?




Por Zezinho de Caetés

Se antes não dava para largar o Trump agora não dá para largar o Rio de Janeiro, que só continua lindo devido a algumas prisões por lá realizadas, pelas “lavas jato” da vida. E só ontem foram 2 ex-governadores para o xilindró: O Garotinho e o Cabral. O primeiro por comprar votos e segundo por receber anéis para a esposa e dançar em Paris com lenços na cabeça, entre outros motivos.

E, enquanto no plano federal se fala na PEC do Teto, os nossos Estados ainda esperam ansiosos o que sobrará para eles em matéria de ajustes. E foi com este espírito que o jornalista Carlos Alberto Sardenberg escreveu um texto para o Globo (“Eis os culpados”), que merece toda a atenção, e é por mim transcrito lá embaixo.

No entanto, e por enquanto, eu fico no plano federal mostrando apenas um exemplo de um dos culpados que o Sardenberg encontra dando vez a outro jornalista, o Reinaldo Azevedo, que escreve sobre a os tetos salariais previstos em nossa Constituição e sobre sua burla por artifícios mil:

“.........

Atenção! Não há leitura possível que possibilite, pois, a qualquer servidor, receber, em valores atuais, mais do que R$ 33,7 mil. E, como se sabe, contam-se aos milhares os que ganham muito mais do que isso. Mas voltemos à Lomam [Lei Orgânica da Magistratura].

Na maravilha parida sob os auspícios de Lewandowski, o corporativismo faz com que R$ 31 mil se transformem em R$ 77 mil antes que você tenha tempo, leitor, de trocar a alcatra pelo coxão-duro. Quer saber como? Preste atenção!

– Salário : R$ 31.542,16;
– mais R$ 1.577,10 a cada cinco anos de magistratura;
– mais R$ 1.577,10 de auxílio-transporte;
– mais R$ 1.577,10 de auxílio-alimentação;
– mais R$ 6.308,43 de auxílio-moradia;
– mais R$ 3.154,21 de auxílio-plano de saúde.

Pronto, já estamos em R$ 45.736,10. Mas dá para avançar bastante.

Se o magistrado tiver um filho, vai receber mais R$ 1.577,10 de auxílio-creche e outros R$ 1.577,10 para o plano de saúde para o dependente. Pronto! Chegou-se fácil a R$ 48.890.30. Na hipótese de um segundo filho que estude em escola privada, mais R$ 1.577,10 para auxílio-educação e outro tanto para o plano de saúde. O valor já subiu para R$ 52.044,40. Convenham, não estamos aqui a falar de situações de exceção, certo?

Mas que tal pagar mais R$ 1.577,10 para o caso de o magistrado ter feito um curso de pós-graduação? O salário salta para R$ 53.621,50. Com título de mestre, vai a R$ 53.773,76; com doutorado, salta para R$ 61.505,08. Com esse currículo, pode ser que acumule alguma função administrativa no tribunal. Aí vê o contracheque engordar: R$ 72.019.13. Caso ele julgue mais processos no ano do que recebeu, deve-se premiar a sua produtividade com dois salários adicionais. Dividido esse valor por 12, chega-se a R$ 77.276,15.

Se for um profissional operoso, que participe de mutirões, lá vão mais R$ 1.051,40 por dia de ação. Chegando ao topo da carreira, alcançando o tempo para se aposentar, mas decidindo ficar no trabalho, mais um adicional de R$ 1.577,10. Ah, sim: também existe o auxílio-capacitação, entre R$ 3.154,21 e R$ 6.308,43; há ainda o adicional para locais de difícil acesso (R$ 10.514,05) e a ajuda para mudança: até R$ 94.626,48, pagos numa única vez.

Ah, sim: a Loman de Lewandowski  prevê também que o juiz possa “vender” metade dos seus 60 dias de férias… Sim, são 60 dias!

O CNJ, sob o comando do ministro, decidiu ainda que o magistrado não é obrigado a revelar o valor das palestras que confere.

Agora entendi o que ele quis dizer naquele evento de caráter sindical, quando se comportou como líder da CUT.
..............”

Entenderam agora porque hoje todos querem ser magistrados, entupindo os cursos de direito e os cursinhos para concursos que proliferam como moscas nas grandes cidades? E multipliquem isto pelo Legislativo e pelo Executivo, e vejam a necessidade de diminuir o tamanho do setor público, para que nosso país saia do sufoco em que está.

É esta “boquinha” que o PT está perdendo, e se não tivermos cuidado, o PMDB a pega só para ele, e continuaremos mais anos e anos a admirar a capacidade dos outros países em serem produtivos e civilizados.

Se antes, o Dom Pedro disse “Independência ou Morte!”, hoje o povo deve dizer “Ajuste ou morte!”, e não cometendo sandices de invasão de escolas ou de queimar pneus, atrapalhando a vida de quem estudar ou trabalhar.  E este ajuste significa diminuir o tamanho do Estado a um ponto “ótimo”, como diziam nas minhas aulas de Economia. E este ótimo, para o Brasil, significa uma mudança cultural de tal magnitude, que o deveríamos descobrir outra vez, como o fez um dia o Pedro Álvares Cabral.

Fiquem com o texto complementar do Sardenberg, enquanto eu pergunto: Quem deverá ser o nosso novo Pedro?

“Imagine uma empresa ou uma família que estão gastando mais do que arrecadam e, pior, encontram-se numa dinâmica em que as despesas sobem todos os anos acima das receitas. Imagine ainda que uma das despesas represente 60% do total gasto. Segue-se que:

1) a empresa ou a família precisam fazer um ajuste;

2) esse ajuste deve incluir aumento de receita e corte de despesas;

3) o corte deve incidir mais fortemente na despesa maior, certo?

Pois é essa a situação dos governos estaduais. No ano passado, gastaram R$ 542,5 bilhões (despesa primária, não financeira). Desse total, a parcela maior (60%) foi para o pessoal. Como o nome diz, trata-se aqui de todos os pagamentos a pessoas, incluindo funcionários ativos e inativos, civis e militares, do Executivo, Legislativo e Judiciário. Aqui tem de salários a benefícios, de aposentadorias a todos os tipos de auxílio, de horas normais e extras a gratificações.

Esse gasto com pessoal aumentou quase 40% de 2012 a 15, conforme estudo da Secretaria do Tesouro Nacional. A receita líquida dos estados cresceu bem menos, na casa dos 26%. A inflação ficou por aí, e a economia cresceu quase nada

Só no ano passado, quando a crise econômica já era evidente, e as receitas de impostos estavam em queda, essa despesa de pessoal subiu mais de 13% em relação a 2014.

Não tem como dar certo. O Rio de Janeiro é o exemplo limite do que pode acontecer, mas quase todos os estados caminham para o mesmo buraco.

Logo, o ajuste não é nem necessário. É fatal. Será feito por bem ou por mal.

Como seria por bem?

Deveria partir de dois consensos. Primeiro, que o ajuste tem que começar o mais rapidamente possível. Segundo, todo mundo terá que pagar a conta, inclusive o pessoal. Reparem: se a maior despesa é com o pessoal, não tem como fazer o ajuste sem reduzir essa despesa.

Servidores na ativa e aposentados dizem que não têm culpa do descalabro e que, por isso, não devem pagar nada.

Deixemos esse argumento de lado por um momento e vamos especular: então, de quem é a culpa?

Todas as contratações, reajustes de salários e concessão de benefícios passam pelo Executivo estadual e pelas assembleias legislativas. Logo, já temos aí dois grupos de culpados. No primeiro, governadores, ex-governadores e suas turmas na administração. No segundo, os deputados estaduais.

Além disso, essas despesas passam também pelos tribunais de contas, que, aliás, têm promovido interpretações marotas para enquadrar determinados gastos. O mais comum é tirar certos pagamentos a inativos e, assim, reduzir artificialmente o tamanho da folha.

Logo, o terceiro grupo de culpados está nos tribunais de contas.

O quarto está no Judiciário. Por todo o país, juízes torturam leis para reinterpretar, por exemplo, o conceito de teto. Assim, o teto nacional do funcionalismo é de R$ 33 mil, mas isso, interpretam, só se refere ao vencimento básico. Auxílios alimentação, educação, “pé na cova”, auxílio-lanche, diferente de alimentação, não contam para o teto, assim perfurado várias vezes.

Vai daí que o ajuste no pessoal deveria começar pelos salários mais altos, com o corte nas chamadas vantagens pessoais. Dizem, por exemplo, que um senador ganha R$ 27 mil mensais.

Falso. Começa que são 15 salários por ano. Tem casa ou apartamento funcional ou mais R$ 3.800 por mês. Tem carro com motorista. Tem gasolina e passagem de avião. Correspondência e telefone na faixa. Vai somando...

Vale igualzinho para deputados.

Mas, mesmo atacando essas despesas claramente ilegítimas, ainda que legais, a conta não fecha.

Será preciso procurar um quinto grupo de culpados, o pessoal. Não cada pessoa em particular — e sabemos quantas ganham mal no serviço público. Estas, aliás, já estão pagando a conta faz algum tempo. Ganham mal porque outros ganham muitíssimo bem. Há aí uma forte desigualdade.

Mas as associações, os sindicatos de funcionários, com amplo apoio de suas bases, estão o tempo todo forçando reajustes e benefícios. E agora, recusam qualquer tipo de ajuste. Claro que é direito do trabalhador buscar melhorias, mas é preciso ter um mínimo de bom senso.

Estava quase escrevendo um mínimo de patriotismo, de noção de serviço público, mas reconheço que é demais pedir isso no momento em que a Lava-Jato escancara o modo como políticos trataram essa coisa pública.

Mas o bom senso vale. Por uma questão de interesse próprio. Invadir assembleia não cria dinheiro. Não seria mais sensato se as lideranças dos funcionários se reunissem com os outros e principais culpados para buscar uma solução, um corte bem distribuído?

Os números estão aí: os estados estão quebrados ou quase. Ou se faz um ajuste por bem ou será feito por mal. Aliás, já está sendo feito: atrasos de salários e interrupção de serviços essenciais à população.


Aliás, podemos incluir aqui o sexto grupo de culpados, os eleitores que escolheram mal tantas e repetidas vezes. Mas nem precisava: o público é o que sempre paga a maior conta.”