E lá vem o Jameson Pinheiro com sua arte. Dá-me vontade de
publicar suas imagens sozinhas, e talvez fosse menos chato. No entanto, como o
nosso blog não é só de imagens, ficaria mais chato ainda. E aqui estou eu
novamente para fazer o nariz de cera.
Hoje o nosso conterrâneo procurou retratar o Lula. Eu penso,
pela proximidade de onde nascemos, ele em Garanhuns e nós em Bom Conselho,
tenhamos alguma afinidades, ou pelo menos tínhamos, antes dele embarcar para
São Paulo, como retirante, para ganhar a vida. Isto aconteceu com muitos de
minha família.
Quem, da nossa idade, não lembra de Zé Dileu, a melhor
jogador de Bom Conselho, e meu primo, que um dia, foi para São Paulo, como se
dizia naquela época, para ganhar a vida. Ganhou a morte aos 30 e poucos anos.
Ou seja, nem todos tiveram a sorte de Lula.
Sorte? Não sei bem, mas, o Zé Dileu era honesto. Lula, já
não sei até onde poderia afirmar isto. Além de não morrer aos 30 anos, hoje é
um dos homens mais influentes do país, e tem um filho que é um dos mais ricos
também. Hoje, alguns acham que ele teve “sorte” demais.
Falam aí de um tal de mensalão, de um tal de petrolão, dos
quais o Zé Dileu não participou, mas dizem que o Lula sim. Será que ele
participou mesmo? Como dizíamos lá no Agreste Meridional (para incluir o Lula),
“onde há fumaça, há fogo!”. Quem
bolou este ditado não conheceu o picolé de coco quadrado da Sorveteria Danúbio
que tanto chupei. Dele, saía fumaça, mas não havia fogo. Seria uma exceção à
regra?
Eu acho até que este nariz já está grande demais e está se
metendo onde não é chamado. Portanto, fiquem com as imagens do Jameson
Pinheiro, que falam por si.
Mulher sertaneja. Forte e
calejada. Mulher para o que der e vier. Nascida e criada no sertão brabo e de
sol escaldante, aonde a chuva escassa às vezes vem molhar a terra estorricada
por breve tempo. As noites quentes e de céu estrelado com a luz da lua cheia
clareando o terreiro. Sentada em um tronco de uma arvore rezando o terço
pedindo proteção, o que fazia diariamente.
Meditando dizia sempre – tenho saúde, o resto que importa, sou feliz! Cuida
de dois alqueires de terra deixado pelo seu marido Juquinha, morrido de uma
congestão depois de um jantar descansando no alpendre em uma noite de luar,
quente sem um pouquinho de vento para aliviar o calor, lembrava. A poeira
vermelha assola o seu pequeno mocambo. Dois jumentos fuçam a terra a procura de
alguma folha verde, e os bodes, ressente a falta de agua, berram. Mora numa
casebre de taipa, de dois cômodos, sala com uma mesa e dois bancos e um quarto com
uma cama, na parede o crucifixo com fitinhas amarela e azul. Atrás do mocambo,
um fogão pregado na parede. Na sala o retrato do Padre Cicero, seu santo e
protetor dos pobres e desvalidos e os retratos de Jesus e do outro lado de
Nossa Senhora. São Francisco de Assis
faz parte da sua devoção, lá está a sua pequena imagem na cômoda. O candeeiro,
dois, um na sala e outro no quarto. Todo o dia sai com a enxada nas mãos indo
para o terreno fofar e esperar que São Pedro abra as torneiras do céu para
aliviar o sofrimento do sertanejo. Sua pele é seca pelo sol que leva
diariamente. Calos nas mãos. Enrola um pano vermelho na cabeça e pega uma lata
e vai apanhar agua em açude aos seiscentos metros, do mocambo, quase seco. Agua
salobra somente servia para cozinhar alguns caroços de feijão e quando a sede
apertava alguns goles da agua, mas nunca lhe ofendeu o intestino. Mora com ela
a sua Bastiana, menina, dos seus dezoitos anos, morena, dotada de um corpo
invejável, olhos e cabelos pretos compridos que ajuda a mãe na labuta do dia a
dia, indo buscar agua no barreiro. Apareceu doente. Dor de cabeça, enjoo,
febre, preguiça e o corpo mole só pedindo cama. Pálida e sem cor. Dona Biu seu
apelido ficou preocupada com aquele repentino mal. Pensou naqueles males da
mulher quando está de bucho ou naqueles dias, mas mudou de ideia pedindo perdão
a Deus pelo mau pensamento, fazendo o sinal da cruz. Vadinho, seu namorado era
um rapaz digno não ia fazer uma besteira dessas. Seis léguas separavam o sitio
da pequena cidade Sertãozinho. De manhã pegou um bigu no carro de boi de Seu
Mané, e levou ao medico Doutor Zeferino. Era medico de todo o mal. Examinou e
disse é apenas um mal estar, breve passara. Tome este remédio, dando-lhe a
receita escrita com letras tronchas. Levou na farmácia e voltou para casa. Era devota fervorosa do Padim Ciço e por
certo ele ajudaria. Rezando pelo caminho de volta no mesmo carro de boi, com o
terço nas mãos prometeu que ia até Juazeiro do Padim Ciço pagar uma promessa se
a Bastiana ficasse curada. Os dias se passaram e menina moça se curou. Voltou
ao normal, buscando agua no barreiro e fazendo os serviços da casa. Dona
Severina, esbouço um sorriso olhando para o céu agradecendo a Deus e ao Padre
Cicero Romão, meu Padim e protetor. No mês de maio mês de Maria, na sua casa
havia a reza do terço e o canto da ladainha chorosa diariamente, A bandeira
branca hasteada na frente do mocambo, em um pau cumprido deixado pelo seu
marido, tremulava. Todos que passavam pela estrada sabiam que ali havia reza e
devoção pela Nossa Senhora do Rosário. . Vinham mulheres, suas vizinhas, acompanhados
de seus maridos e filhos rezarem o terço por volta das seis horas da tarde.
Promessa é promessa, dizia. Começou a se preparar para viagem a Juazeiro do
Padre Cicero Romão. Passou todo ano ajuntando um dinheirinho que recebia
deixado pelo seu marido no Banco do Brasil. Guardava num cofrezinho e escondia
debaixo da cama. Ali estava sua economia. Depois de um ano, começou a se
preparar, colhendo informação aqui e ali como chegaria ao seu destino, que era
rezar de joelhos o terço como prometera olhando para imagem do Padre Cicero,
agradecendo a cura da sua filha de uma doença que parecia ser grave. Seu
Miguel, sempre fazia romaria, todos os anos. Pagou a sua passagem e de sua
filha e no dia acertado se montou no pau de arara coberto por uma lona azul e
seguiu o seu destino que era pagar a sua promessa. Com Deus não se brinca!
Prometeu tem que cumprir, custe o que custar. A estrada era cumprida, o calor e
a poeira vermelha castigavam todos ali. Agua trazida em uma quartinha pequena
acabou. Quanto mais rodava o caminhão na sua lentidão pela estrada esburacada o
sofrimento aumentava, mas no seu intimo o sacrifício valia a pena, com o seu
terço na mão rezando as Aves Maria. Um dia e meio chegaram ao seu destino.
Quanta alegria quando disseram “estamos na terra do Padre Cicero Romão”, vivas!
Viva! Viva! Todos gritavam quando estavam entrando na cidade. Desceram da
carroceria, muitos entrevados, outros cansados. Suados
sacudindo as saias às mulheres e os homens tirando o chapéu de couro e limpando
o suor com um lenço desbotado. Dona Biu seguiu de imediato para a capelinha.
Ajoelhou-se na porta e seguiu a até a imagem de joelho, que lhe doía a cada
passo, mas promessa é promessa. Acampou embaixo de uma arvore e estendeu as
pernas doloridas e ainda dormentes. Bastiana foi numa bodega comprar alguma
coisa para comer, chegando com dois sanduiches e uma garrafa de suco de uva.
Olhando para o céu azul sem uma nuvem agradeceu a Deus e um viva bem grande em
louvor ao Padre Ciço. De volta trouxe uma imagem do seu Santo, Padre Cicero
Romão.
Eu, como aqueles que me leem sabem, sou um otimista
profissional. Mas, nesta profissão atualmente, eu estou desempregado e tive que
me reciclar para ser pessimista, mesmo sem vocação. O Brasil está numa situação
tão ruim, que o meu conterrâneo, o Lula, se tivesse o ginasial completo, deixaria
até de ser ex-presidente, e se empregaria como ajudante de caminhão.
E o pior não é só a situação real. Lembram dos
meteorologistas, que hoje estão esquecidos porque há moças bonitas para dizer o
que eles pensam, na TV? Eles, quando dizem a temperatura, falam também de uma
sensação térmica, que não é real, mas é causada por outros fatores que, para os
seres humanos, parece mais quente ou mais fria. A pior situação foi a sensação
térmica que nos passaram o PT e seu governos e dirigentes desastrados, nos
últimos 12 anos, numa atitude completa de enganação.
Vocês viram, por acaso, sair da boca de Mantega alguma
previsão má? Lembram da marolinha de Lula e do SUS dando lição ao Obama? Lembram
da campanha da Dilma? Se não, leia o texto do Hubert Alquéres (“Universo Pollyana” – 27/05/2015 – Blog do
Noblat), aí embaixo, onde ele conta, em maiores detalhes porque hoje nossa sensação térmica em relação a quase tudo
neste país, está diferente do real, embora no sentido contrário do que eles
diziam.
Parece até castigo de Deus para punir tantas mentiras que
foram ditas nos últimos 12 anos. E, nós, pobres, ricos, remediados e até
faquires (o prego para fazer a cama está muito caro) estão mal, muito mal, e a
tendência é piorar. O estrago foi feio e só o povo brasileiro, este iludido,
não viu, e votou outra vez na Dilma.
Eu não digo que estivéssemos em melhor situação com outro
presidente, porque foi grande a destruição do país, mas, pelo menos teríamos mais
esperança. A que hoje temos se baseia apenas na saída de Dilma (impeachment,
renúncia, afastamento, desde que seja legal, não importa), para que se comece o
quanto antes a reconstrução.
Hoje estou pessimista, embora não tenha vocação para isto.
Leiam abaixo o texto do Hubert e vejam se não é para ficar.
“Pollyana, aquela garota pobre imortalizada por Eleonor Porter num dos
maiores clássicos da literatura infantojuvenil, vivia em universo próprio.
Desejava receber uma boneca de presente, mas ganhou um par de muletas. Para não
vê-la triste, seu pai lhe aconselhou a ficar satisfeita pelo fato de não
precisar de muletas.
Desde então a menina passou a praticar e ensinar às pessoas o jogo do
contente, que consiste em sempre imaginar um lado bom nas coisas.
Habitam esse universo muitos membros dos últimos três governos
petistas. Não estamos aqui nos referindo apenas ao chefe da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, que foi apelidado de “ministro Pollyana” por seus companheiros de
governo. Mas aí se incluem nomes como o do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega
e sua mania compulsiva de desempenhar o papel de Alice no País das Maravilhas
inventando PIBs inexistentes e negando todas as crises.
O jogo do contente também tem sido um esporte praticado à exaustão por
governistas de calibre mais grosso, a começar pelo ex-presidente Lula, autor de
uma frase que nem mesmo Pollyana seria capaz de criar: “Lá (nos EUA), ela (a
crise econômica) é um tsunami; aqui, se chegar, vai ser uma marolinha que não
dá nem para esquiar”. Soma-se ao time a presidente Dilma Rousseff, que vendeu
ilusões na campanha eleitoral e agora entrega uma mercadoria trágica, e o
próprio “realista” Joaquim Levy, cuja previsão sobre a superação da atual
crise, já em 2016, é um ato de fé.
A crise econômica é muito mais grave do que eles falam e nada justifica
o otimismo que vendem. Está mais próxima da verdade a avaliação do economista
João Manoel Cardoso de Mello, segundo a qual a queda do PIB deve ficar entre
1,5% e 3% e o desemprego entre 10% e 12%.
Não há jogo do contente capaz de esconder a tragédia que está se
formando. A face mais visível para os brasileiros é a inflação, que faz cair
ainda mais a renda familiar, e o patamar do desemprego. Entre jovens de 18 a 24
anos, ele já bateu a casa de 17% no primeiro trimestre do ano. Esse é o lado
mais perverso: jovens abandonam a escola para tentar entrar no mercado de
trabalho e não conseguem.
Governante nenhum deveria imitar Pollyana. Todos sabem que a vida das
pessoas não muda por meio da venda de otimismo e alegria que não tem relação
alguma com o cotidiano. Se ingressam no universo da heroína de Porter é por
pura incompetência ou por desfaçatez, com o propósito nítido de esconder do
povo a dura e crua realidade.
Só assim pode ser entendida a manobra arquitetada por Lula e Dilma ao
tentar criar uma agenda positiva em junho, com o anúncio de programas que
certamente não sairão do papel.
Vem aí, portanto, versões recauchutadas do Minha Casa Minha Vida, PAC,
Pronatec, Luz para Todos e assim sucessivamente. O governo vai bater o bumbo,
fazer oba-oba e tentar criar um clima favorável por meio de bilionárias
campanhas publicitárias.
Enquanto isso a incompetência petista está por todo lado, como na
falta, em 17 estados do Brasil, da vacina BCG que protege as crianças
recém-nascidas contra a tuberculose. Imunização fundamental que tem que ser
aplicada nas primeiras horas de vida.
O alto preço da prática ilusionista já começou a chegar para os
petistas. E a um custo trágico para a sociedade brasileira.
A obra Pollyana, ficção que atravessa o tempo, é recomendada mesmo para
os jovens de hoje, mas sua imitação grotesca por parte de Lula e Dilma é uma
interminável história de horror.”
Menino nascido no morro de Casa
Amarela. Pai alcoólatra e mãe de profissão duvidosa ele vivia perambulando
pelas ruas do morro, descendo escadaria ou por rua enlameada e escorregadia.
Vivia pedindo alguma coisa para os vizinhos ou na mercearia e nos bares para se
alimentar. O pai vivia mais numa barraca se embriagando enquanto a sua mãe saia
do barraco pela manhã e voltava à tarde, com algumas migalhas encontradas pela
rua. Não estudava, não sabia ler e nem contar ao quatorze anos de idade. O
convite de um colega do morro resolveu dar uma volta no centro do Recife.
Desceu as escadarias indo apanhar um ônibus na Avenida Norte, saiu pendurado
com o colega. Quase caiu, pois nunca tinha feito esta extravagancia. Chegou à
Avenida Guararapes, ficou deslumbrado com os prédios e as pessoas passando de
um lado para outro. O rio chamou sua atenção olhando do parapeito da Ponte Princesa
Izabel, os barcos deslizando pelas aguas turvas. Ao meio dia nada de comer,
pois não tinha dinheiro. O colega já feito na rua chamou-o para ir até a Praça
do Sebo. Lá tinha variados bares e por certo algum tira gosto o sobrava e ele
já acostumado, pois uma garçonete lhe dava o resto em uma lata de doce. A noite
não foi para casa. Ir para a casa ver o pai bêbado deitado no sofá esfolado e
sua mãe sentada em um tamborete velho pego no lixão com um cigarro no bico, não
gostava. Vou começar me acostumar por aqui. A noite junto com outros meninos se
agasalhou na calçada dos Correios e Telégrafos. O tempo foi passando e o
silencio da noite era somente quebrado por alguns carros que circulava. Os
moradores da rua iam se aglomerando, cada um com pedaço de papelão e cobertores
rasgado e fedidos. Passou mais ou menos seis meses sem dar a cara em casa. Um dia
voltou e encontrou a mesma miséria, pai bêbado e a mãe em lugar ignorada.
Voltou para o Recife. Aqui é meu lugar. Os colegas o chamavam para pequenos
roubos, fumar maconha e tomar drogas, nunca quis, queria sim ter uma vida
melhor e nunca como à dos seus pais. Em uma batida policial foi agarrado com
outros meninos recebeu uma advertência. Saiu da Avenida Guararapes, atravessou
a ponte de ferro e seguiu pela Rua Imperatriz até a Praça Maciel Pinheiro.
Comprou uma caixa de engraxate e começou a engraxar nas imediações da Rua do Hospício,
Aragão e Imperatriz. Seu ponto era a Praça, sentado esperando algum freguês.
Com o dinheiro que ia ganhando com o trabalho, arranjou um cantinho para dormir
por trás do Hotel Avenida, pela caridade do Seu Osvaldo. Todo o dia ali estava
ele com a sua caixa de engraxate. Certa tarde, em um sábado, ali sentado um
carro grã-fino estacionou. Uma bela senhora, rica e cheia de joias, desceu com
a bolsa aberta. Não sentiu que uma carteira tinha caído no meio fio. Ele viu.
Não pensou duas vezes, chamou à senhora. Ela olhou com desprezo e medo daquele
menino. Ia correr mais ele chamou duas vezes – Moça aqui esta sua carteira ela
caiu quando a senhora desceu do carro. A mulher olhou e pegou a carteira com
todos os documentos e dinheiro. Abriu a carteira deu-lhe uma nota e enquanto
caminhava para assistir a missa na Matriz da Boa Vista. Olhou e sorriu para
ele. No termino da missa caminhou de volta para apanhar o carro que já se
encontrava parado e ele sentado no seu banco. Ela chegou para ele, e disse quer
limpar o terreno da minha casa? Vou senhora! Onde é? Lá em Boa Viagem. Tome o
dinheiro e segunda feira vá à Rua Domingos Ferreira. Deu-lhe o endereço. Ele
ficou alegre com o convite. Já estava estudando no colégio Municipal à noite e
já sabia ler escrever um pouco. Chegou por volta das oito horas com a caixa de
engraxate nas costas. Desceu do ônibus e encontrou logo a casa. Muito grande.
Terreiro cheio de flores e arvores. O mato tomava conta de quase toda área. As
folhas voavam de um lado para outro. Bateu e um senhor veio lhe atender. Não
sabia o nome da senhora, mas o atendente já sabia do acontecido. Mandou entrar
e perguntou se já tinha tomado café. Claro que não, respondeu. Venha tome café
aqui. A mesa cheia de bolos, queijo, frutas, sucos e leite
coisa que ele nunca viu e não sabia por onde começar com aquela mesa farta
enquanto ele no dia a dia tomava um cafezinho dado pelo garçom Elias na Rua do Hospício,
resto de fregueses que deixavam em seus pratos. A senhora rica Dona Estelita
entrou e disse – tome a vassoura esta pá e o enxadão a vá para o terreiro limpar.
Terás todo o dia para realizar este serviço. Limpou tudo deixando um brinco,
sem nenhum a folha, graveto no chão colocando tudo em um saco dado pelo
empregado mais velho. À tarde a senhora pagou-lhe e contratou para toda semana
ir fazer a limpeza. O trabalho de Raimundinho agradou a bela e generosa
senhora. Viu naquele rapazinho que ele tinha bons costumes. Certo dia ele já
com algum dinheiro foi ate o morro visitar a família, pois fazia tempo que isto
não acontecia. Tudo do mesmo jeito, apenas a mãe perguntou por onde ele andava.
Contou a sua estória e deu-lhe um trocado para comprar algum mantimento. Pouco a pouco Dona Estelita vendo aquele rapaz
trabalhando com honestidade, provou se isto era verdade. Mandou que ele
limpasse a sala, deixando algumas notas em cima da mesa. Limpou tudo e deixou
tudo do mesmo jeito que estava. A senhora viu aquilo e disse – vou ajudar este
rapaz. Chamou-o e perguntou onde se encontrava a sua família. Ele contou tudo
sem esconder um pormenor. A Dona Estelita disse – vamos até a sua casa. Chamou
o chofer e acompanhado foi ate o morro em Casa Amarela. Chegando lá a mulher
ficou impressionada com a pobreza. Fez uma compra e deixou para eles se virarem
na semana. O pai sóbrio agradeceu e mãe deu graças a Deus pela caridade.
Raimundinho voltou a estudar e fez o vestibular para advogado, no intuito de
defender os pobres e necessitados da comunidade. Formou-se graças a Dona
Estelita que tinha lhe ajudado e seus pais se regeneraram dos males que vinha
acontecendo, transferindo-se para uma casa na Madalena. A mãe começou a trabalhar
como faxineira e o pai na limpeza do gramado e jardins da casa. Tudo terminou
bem graças ao esforço e a honestidade do Raimundinho, que não se deixou levar
para o campo da crueldade.
Deixo-lhes um texto do Hubert Alquéres (Blog do Noblat –
20/05/2015) com o título “Pátria
Educadora na lanterna”, onde ele coloca o ponto a que chegamos nos testes
de avaliação internacional no ensino básico, perto do fundo do poço. E se só
fosse no ensino básico seria muito bom, digo eu. Hoje a educação em nosso país
é praticamente ideológica de esquerda em todos os níveis, que olha o mundo
ainda como sendo o palco de uma grande revolução. E nossos alunos saem das
escolas analfabetos, mas, correndo atrás do Estado para obter facilidades.
Para ser justo, isto não vem dos governos do PT. Isto vem de
muito antes, e mesmo que alguns ministros da educação tenham tentado melhorar o
quadro, foi um contínuo, desde que os revolucionários se desiludiram com a luta
armada e viram que a única saída era fazer uma revolução gramsciana com o
controle da mente.
Desde quando eu estudei, no curso de Letras, já havia
professores que só usavam tinta vermelha para não ferir os princípios
revolucionários, sempre associados a esta cor. Daí para chegar à era do “nós pega os peixe!”, foi um passo. E
ficamos na rabeira do mundo, e mesmo na América Latina, onde, pelo nosso
tamanho e riquezas naturais deveríamos estar na frente. Mas, cadê o povo
educado e produtivo?
Não era para se esperar outra coisa nestes últimos tempos,
quando um analfabeto, o meu conterrâneo o Lula chegou a presidência, com
complexo de inferioridade, e só ligou para a Universidade para onde ele queria
ter ido e não foi porque era um preguiçoso na leitura, como ele mesmo faz
questão de frisar. E nossos jovens, seguindo o exemplo, deduziram erroneamente
que só o analfabetismo poderia levar à presidência. Este foi o “fator Lula”, que só prejudicou o país,
muito mais do que a roubalheira na Petrobrás.
E agora, vamos ao texto do Hubert que apenas mostra as
consequências disto. Até quando?
“O Brasil segue colecionando vexames nos rankings mundiais da educação.
Não andamos de lado, andamos para trás.
A cada rodada do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes –
Pisa, exame realizado de três em três anos e de responsabilidade da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, ficamos patinando nas
últimas posições, quase no final da fila.
Isso aconteceu em 2012, quando o país caiu posições na área de
ciências. Naquele ano estávamos em 55º no ranking de leitura, 58º no de
matemática e 59º no de ciências, entre 65 países avaliados. Isso voltou a
ocorrer no PISA de 2015, que será divulgado nesta semana e traz o Brasil
classificado na humilhante 60ª posição em matemática e ciências, entre 76
países avaliados. Dentre os latino-americanos, o Chile é o primeiro da lista,
em 48º lugar. Costa Rica, México e Uruguai também estão na frente do Brasil, em
53º, 54º e 55º respectivamente.
E quando se pensa que chegamos ao fundo do poço, vem um vexame maior
ainda: o Brasil está na rabeira do ranking do Fórum Econômico Mundial quando se
leva em conta o desempenho dos jovens menores de 15 anos. Aí ficamos em 91º
lugar!
No ranking geral do Fórum, o país fica atrás da Bolívia e do Paraguai!
Por quê?
Não há muito mistério. Pagamos caríssimo por ser retardatários. O
ensino fundamental só foi universalizado na virada deste século, mais
precisamente na gestão de Paulo Renato Souza no Ministério da Educação. E até
aí não existia qualquer sistema nacional de avaliação do ensino.
Os passos seguintes seriam investir na formação inicial e contínua dos
professores, implantar de vez a meritocracia e derrotar o corporativismo - essa
força conservadora sempre resistente às mudanças. Além de enfrentar os
problemas do fracasso e da evasão escolar no ensino básico.
Não foi o que aconteceu nos doze anos dos governos petistas. Os
presidentes Lula e Dilma Rousseff deixaram essa agenda de lado e o país
assistiu a uma sucessão de ministros da área (já estamos no oitavo), com
prioridades distintas. E com políticas erráticas.
Mais grave: o Ministério da Educação abriu mão formular e articular
políticas públicas capazes de mudar a face do ensino básico, de superar suas
mazelas, de ingressar no século 21.
Na educação colhe-se o que se planta. Cingapura, Coréia e Hong Kong
priorizaram o ensino básico, fizeram sua revolução educacional ainda no século
passado. Hoje ocupam os primeiros lugares não só nos exames internacionais, mas
na competitividade mundial. São melhores em tudo ou quase tudo.
Fui dormir pensando nela. Rezei.
Acordei pensando nela. Rezei. Passei o dia pensando nela. Rezando. Assim foi o
meu domingo dia das Mães. Recordei passo a passo da minha querida mãe Nedi, desde
primeiro tempos na cidade Bom Conselho até a sua ida ao encontro do Pai Eterno.
Levitei e fui até ao meu ninho na Rua do Caborje em Bom Conselho, onde nasci.
Ali fui criado, mimado, e cheio de alegria por conta da alegria da minha mãe.
Amorosa, gentil e carinhosa sempre atenta aos nossos desejos de criança. Lembro-me
do seu trabalho diário em casa como mãe família, varrendo o piso de cimento
queimado, preparando o almoço, lavando uma louça, lavando e estendo roupas no
quintal, abanando as brasas no fogão pregado na parede e nós, eu minha irmã
Auxiliadora limpando a cinzas. Limpava o terreiro, o pequeno chiqueiro com dois
bacorinhos, limpando a gamela e semeando milho para as galinhas. Cantava,
gostava de cantar. Trabalhava cantando que ainda hoje recordo todos os fins de
semana pela Radio Capibaribe, através do programa Noite de Saudade suas musicas
preferidas que a ouvia solfejar, quanta saudade me trás, desta querida e amada
pessoa, minha mãe. Recordo das nossas
visitas à casa de Tia Maria, Joana e Maria Eugenia na Rua das Aguas Belas,
sempre à tardinha, descendo e arrodeando o Coreto. Cuidado para não cair,
gritava. Cuidado de mãe amorosa. Ao voltar comprávamos o pão crioulo e
principalmente o pão sovado amarelinho coberto por açúcar fininho, uma
gostosura. Ouvíamos atenta a Ave Maria, às
seis da tarde, ouvido pelo microfone instalado na Praça Pedro II, Ia para a
loja de Tio Expedito comprar as roupas para o Natal e Dia de Ano. Visitava a
loja do compadre Gabriel, padrinho da minha irmã Ana, com a caneta na orelha e
as calças sustentadas por um suspensório, sempre a sorrir. Das brincadeiras na frente do bangalô de
Luisinha Correntão, correndo nas barcas, estrevolim e roda gingante sob o seu
cuidado. É muito perigoso Antonio, os meninos ir neste brinquedo, dizia
apreensiva. Lembro-me das noites mal
dormidas, no quarto com o candeeiro aceso, com abano na mão abanando-me para
recuperar o ar, pois a asma não me deixava dormir nem ela, às vezes recostada na
parede dormitando pelo cansaço da noite em vigília. Levava no outro dia ao
consultório de Dr. Raul Camboim ou Dr. José de França. Receitava e lá íamos
comprar o expectorante ora na farmácia Crespo, ora na farmácia de Manoel
Lourenço. Vinha pegado em minha mão agasalhado num pequeno capote cinza. Ela foi
que me mostrou as primeiras letras e números, como professora, na escolinha no
Corredor, descendo todos os dias a tarde junto a varias crianças. Cuidado para
não cair, quando descia a ladeira do Cinema Rex após olhar os cartazes exposto
no saguão. Alegres já comentava o que ia acontecer na matinê do domingo,
principalmente, os capítulos dos seriados Capitão Marvel, Super Homem, A Deusa
de Jova e os filmes nos fazia vibrar com John Wayne, Zorro, Rock Lane, Tarzan o
Rei da Selva. Abria a porta corrida da escolinha pintada de verde, e duas mesas
onde colocava o livro de chamada, comprido e uma capa dura amarela, como nome
dos pequenos alunos, chamando um por um, respondendo “presente” com a nossa voz
de criança. O livro depois do ano terminado servia para eu colecionar fotos dos
artistas de cinema. Comprava gibi em Garanhuns, quando ia visitar Tia Maria Dionísia,
freira no Colégio Santa Sofia. Mamãe era uma pessoa dócil e amável. Educada e
respeitava todos sem distinção. Nunca se
perdia a Santa Missa no domingo na Matriz da Sagrada Família, às 9 horas,
celebrada pelo Padre Alfredo. Meninos levanta já esta na hora da missa! Vamos
trocar de roupa! Saiamos em família em direção a Igreja, arrumadinhos. Nunca
teve discussão sempre benquista por aqueles que conviviam com ela, vizinhos. De
vez em quando tinha que receber algum corretivo. A desobediência era fatal. Pois a educação dos filhos, naquela época, passava
por castigos, às vezes com bolos de palmatoria, que era pendurada na parede,
uma branca, para os castigos mais leves, a preta esta sim, era usada com mais
fervor acompanhado do castigo de não ir a matine, no domingo. Às vezes fica de
castigo no quarto escuro por uma hora. Não repita mais senão vai novamente para
o castigo. Mas mãe é mãe, depois do
castigo vinha a bonança, o sorriso, o carinho e o afago. Certo dia já adulto
encontra-me deitado, enrolado pelo frio de Garanhuns, e mamãe entra no quarto
escuro, pronta para ir a Santa Missa no Colégio Diocesano, passa a mão sobre os
meus cabelos grisalhos, e diz – meu filho querido – saindo de mansinho,
pensando ela que não ouvi aquelas belas palavras. As lagrimas vieram aos olhos.
O dia todo fiquei olhando para ela enquanto tricotava na sala sentada no
silencio da manhã. E assim recordo a
minha mãe Nedi, com saudades daqueles tempos que não voltam somente às lembranças
através dos seus gestos ternos e carinhoso que acompanha a nossa vida por toda
uma vida.
Ontem, ao ler os blogs, vi, no do Reinaldo Azevedo, a foto
acima, da Dilma. Confesso que fiquei com pena da gerenta presidenta, hoje
tentando desfazer as burradas, e cuja primeira, foi ter ido na onda de meu
conterrâneo Lula, aceitando substituí-lo, já sabendo que a coisa só poderia
piorar.
Se existe uma pessoa que não é boba no mundo, esta é o Lula.
Ele nunca botou a mão em cumbuca, a não ser quando tem certeza de poder roubar
o que tem dentro dela e tirar a mão rapidamente. É e sempre será “macaco velho”.
Ele pensou, em 2010, que se passasse mais 4 anos no poder (o
que seria fácil pois o Congresso estava de calças abaixadas para ele) seria um
desastre e disse para a probrezinha da Dilma: “Vai, grande gerenta, e eu voltarei em 2014!”. E ela, que só tinha
experiência política de segui-lo, caiu como uma patinha, e deu no que deu. Ela
pode até ter lhe oferecido o lugar de candidato em 2014, mas, ele deve ter dito
a ela: “Ela pensa que sou besta? Com o
governo que ela fez, pode até ser eleita, mas, do jeito que a coisa vai, não
chega ao fim do mandato.” E até agora, não há como dizer que ele estava
errado. Até profeta o homem é?
Não precisava nem o Sérgio Moro ter aparecido lavando a
jato, ou pelo menos tentando, a sujeira que o PT fez. A Dilma fez tantas
lambanças, que hoje está como uma perua doida sem saber o que faça, para ter
sucesso, pelo menos no regime de emagrecimento.
E aí está o resultado, coitadinha. E o Levy, o Tritonho,
está perdendo a queda de braço com o Renan, e o Temer com o Eduardo Cunha.
Vamos ver em que isto vai dar. Fique abaixo
com um texto do Reinaldo e que Deus nos proteja.
“Todos vimos ontem a presidente Dilma Rousseff ao lado do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy. Ela não estava magra, o que poderia ser motivo para ela
própria celebrar, já que decidiu fazer uma dieta. Ela estava abatida. Aquilo,
notou minha mulher, é cara de fome. Fome de algum sossego. Que ela não terá.
Até sexta-feira, o governo decide o corte no Orçamento, que pode chegar perto
de R$ 80 bilhões. E vai ter de chegar à carne — inclusive à carne das promessas
eleitorais. Já está certo que obras do PAC e o Minha Casa Minha Vida entrarão
no facão. Dilma não tem saída. Entre outras razões porque é obrigada a
enfrentar a herança maldita deixada por… Dilma.
O governo enfrenta também perda de arrecadação. E aí será preciso dar
um jeito de aumentar as receitas. Levy quer arrancar mais dinheiro de ao menos
três tributos: elevar a arrecadação do PIS-Cofins, com o fim dos regimes
especiais; elevar a alíquota da Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada
dos bancos e aumentar o IOF. E isso quer dizer aprofundar um tantinho mais a
recessão.
Ao mesmo tempo em que tal cenário difícil se avizinha, Dilma enfrenta
pressão de parlamentares, muito especialmente dos de seu partido, para afrouxar
o cinto. Acham exagerado, por exemplo, o superávit primário de 1,2% do PIB,
como quer Levy, e propõem que o governo o deixe, assim, por 0,7%. A tese
começou a ganhar adeptos também no PMDB. Nessa hora, claro!, Dilma poderia
contar com a ajuda de seu padrinho político, de seu criador: Lula. Mas quê… O
homem é um dos sabotadores do seu governo e já a aconselhou, entre outras
delicadezas, a não vetar o texto que, na prática, extingue o fator
previdenciário. Ela está disposta a não ouvi-lo.
O querido Jornal A Gazeta nos revela uma informação animadora
para resgatar a memoria dos nossos cidadãos bom-conselhense. É um bom começo.
Cidade sem memoria do seu povo é uma cidade morta. É uma cidade esquecida. É
uma cidade sem nome. É uma cidade a deriva. O cidadão nativo ou aqueles que
adotaram a cidade como seu lar é que faz a sua estória, da cidade, acompanha e
vivencia os homens e mulheres que nunca se afastaram do seu torrão natal e,
muitas das vezes são os oriundos de outras plagas que aportam e dedicam à vida
em beneficio do povo que lhe acolheu, que sofreu e alegrou-se com a vida do dia
a dia que ocorre e que precisa ser registrada para a eternidade. São trabalhos
que deixam a sua marca, o seu respeito e a sua bondade para os que ficaram para
relembrar a sua memória. Quantas pessoas
estão nesta qualidade? Muitas nasceram se criaram e morreram na cidade que
escolheu para viver e, sua ultima morada se encontram nos lapides do campo santo,
o cemitério. Sinto-me feliz e é grandemente o meu entusiasmo quando algo
acontece na cidade que nasci e que me encontro mesmo de longe, sinto que pouco
a pouco a memoria do nosso povo vai sendo reconstituída para a posteridade. A
nossa Gazeta é um marco em nossa cidade. Nas suas paginas a vinte quatro anos
ininterruptos vêm demonstrando o amor a terra, informando, incentivando o
desenvolvimento que deve ser uma condição primordial de toda comunidade. Aí eu
pergunto, como seria a nossa cidade sem o pequeno e grande jornal a Gazeta em
nosso Município? Estaríamos órfãos e mais ainda distante do nosso ideal de
promover e registrar os fatos que ocorrem na cidade. Na edição nº 381 - edição
de março de 2015, na pagina 05 – Politica, escrita pelo nosso Diretor Luiz
Clério Duarte, destaca o resgate da memoria de dois alagoanos que se tornaram
grandes bom-conselhense chegando oriundos das cidades de São Miguel dos Campos
e Quebrangulo, do Estado de Alagoas, em eternizar os seus feitos e trabalhos em
prol da nossa gente. O Padre Alfredo e Senhor Manoel Luna, são as personagem
que estão sendo resgatada a sua memoria com a criação do Memorial e do
Instituto para toda a população se beneficiar e conhecer os trabalhos de dois
homens que lutaram e deram sua vida pela nossa cidade. Os primeiros passos
foram dados e a realidade está presente pela iniciativa do filho Emmanuel Luna
e parentes do Padre os homenageados. O que mais me chamou a atenção na nota foi
à expressão do último trecho “As
duas obras serão “o primeiro passo” para que outros memoriais, institutos,
fundações ou o título que queiram dar, surjam. A HISTORIA DOS NOSSOS VULTOS É PAUPÉRRIMA! (Vejam que situação, grifo nosso) O Padre Alfredo foi homenageado
com uma praça de pequeno porte no alto da Rua Barão do Rio Branco/Correntões
com pouca ação recebida dos ocupantes do Palácio Municipal Cel. José
Abílio de Albuquerque Ávila. Manoel Luna
até esta data – 31 de março de 2015 – não recebeu nenhum reconhecimento dos
poderes Executivo e Legislativo. É uma questão cultural que começa a mudar e vai
mudar, graças à iniciativa privada” E aí penso eu, falta iniciativa dos poderes públicos municipais em reconhecer os
méritos destes cidadãos entre outros para dignificarem o seu trabalho, hoje
esquecidos? É preciso que os parentes reconheçam, com modéstia, o
empreendimento dos seus familiares, para que outras gerações o conheçam e
estudem o seu modo de trabalhar e copie? Nada disso! O que falta é
sensibilidade e empenho dos homens e mulheres que compõe o executivo e o legislativo
do nosso querido torrão. Em outros lugares estes órgãos junto com a sociedade
imprime respeito à memória dos que lá se foram para a eternidade e que deixaram
exemplos a ser seguidos de grandes feitos em beneficio do seu povo. Vamos
em frente, foi dado o primeiro passo e com certeza não será o último, pois
muitas coisas podem acontecer e a nossa cidade vai se enriquecendo com fatos
históricos dos nossos homens e mulheres do nosso Bom Conselho.
Esta semana começou com uma sabatina e terminou com as
greves de professores. Não o término das greves e sim da semana. No fundo, no
fundo, sou um advogado frustrado, porque não sou advogado, como também sou um político
frustrado porque não sou político, mas, de frustração em frustração eu findei
me interessante pelas matérias, talvez pelos colegas brilhantes que tive nestas
áreas. Assim sendo, acompanhei pela TV e outros veículos de comunicação (como é
complicado fazer justiça neste país, e olhem que já foi pior, quando não se
fazia justiça nenhuma), uma sabatina de um jurista que foi indicado para fazer
concurso para o STF: O Luiz Fachin.
Meu primeiro problema foi pronunciar corretamente o nome do
cidadão, se fachin, como faxineira, ou fachin como Joaquim. Ouvindo os outros,
descobri que o certo era como o Joaquim, não o Joaquim Barbosa, que agora pode
falar fora dos autos, e falou bem enquanto falou dentro deles. Eu nunca tinha
visto uma confusão tão grande nestas sabatinas. Lembro que assisti à de Dias
Toffoli, e lembro que nem perguntaram a ele onde trabalhou antes. Ou se perguntaram, ele
respondeu que foi para o PT, e naquela época, isto era uma informação que
alijava qualquer concorrente. Hoje, no entanto, a coisa mudou, se o Fachin
dissesse que havia trabalhado para o PT seria logo corrido da sala, sendo
tachado de ladrão e incompetente. Afinal de contas, com as lambanças que este
partido aprontou, até o Lula, nosso colaborador, pensa a mesma coisa. A
diferença entre o mensalão e o petrolão é apenas de valor. Neste último a turma
roubou muito mais. A Graça Foster que o diga.
Por falar em Graça Foster, aquela que, no nome, é um graça,
pegaram uma fita de uma reunião do Conselho da Petrobrás, onde ela se confessa
preocupada com o seu patrimônio e até seu emprego, se alguém soubesse quanto
era o rombo, por roubo, nos cofres de nossa ex-grande empresa. Dizem que ela
telefonou para a Dilma e disse o tamanho do rombo. Então arrombou-se, foi
demitida. Ou seja, o rombo foi de arrombar e, ainda hoje, estão querendo
arrombar Dilma por isso. Coitada de nossa musa maior.
Ela, a Dilma, como todos sabem, reina mas não governa. E
como uma rainha de fato, ela agora só faz inaugurações e fala para as pessoas
que ganham algum trocado e sanduíches de mortadela para aplaudi-la. Quando ela
aparece num lugar onde não há controle sobre a plateia, as panelas sofrem.
Mesmo assim ela não para de fazer humor, para manter seu vínculo com esta
coluna semanal que escrevo. Imaginem, que até em casamento, que ela foi, foi
recebida com panelaço. E pensam que ela parou de sorrir? Que nada, continuou
fazendo graça, mesmo que a Graça não queira lhe ver mais nem pintada.
E ela, nossa musa do humor, veio inaugurar, pela vigésima
vez, um petroleiro aqui em Pernambuco e disse que a Petrobrás ganhou o “Oscar tecnológico”. Ou seja, ela admitiu
que o Petrogate é uma obra de ficção
e qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência. Que espoquem os
fogos, os risos e as panelas. No entanto, se sustentem na cadeira porque tem
muito mais.
Relacionado ao filme, no qual o Brasil ganhou o Oscar,
citado acima, nesta semana, um dos atores, o Ricardo Pessoa, que faz o papel de
um chefão da máfia, nele, resolveu contar tudo à Polícia Federal, para ganhar
um prêmio com sua delação. E ele diz que não vai poupar ninguém. Nossa! Então
foi por isso que o Lula não enviou nenhuma colaboração à nossa coluna, esta
semana. Sentimos sua falta. Dizem que o Ricardo Pessoa molhou a mão de tanta
gente nas eleições passadas, que faltou água até no Nordeste. Aliás, a crise
hídrica falada, que atinge todo o país, já se suspeita, é consequência da
excessiva lavagem de dinheiro. Não há água que chegue.
Tudo isto que falei foi fichinha em relação ao que se passou
no Congresso na votação das medidas chamadas do “ajuste fiscal”, que dizem uns, vão prejudicar os trabalhadores, e
outros que irão beneficiá-los, pelo menos no longo prazo. Quando eu era
economista dizia, junto com um grande economista, que “no longo prazo, todos estaremos mortos”, hoje eu já digo, que
independente do prazo, estamos quase todos mortos, menos quem roubou a
Petrobrás. E para constatar isto, bastou ver a votação destas medidas, os
ajustes do Levy, o Tristonho (obrigado, Zezinho), para saber o quiproquó que se
armou. O plenário da Câmara Federal parecia mais um circo mambembe com momentos
de estádio de futebol, quando se grita “juiz
ladrão”, e momentos de cabaré, quando um cara nas galerias baixou as calças
e mostrou a bunda. Eu pensei que ele iria evacuar nos deputados, e talvez, para
evitar isto o presidente o Eduardo Cunha, mandou evacuar as galerias.
E se vocês pensam que o triúnviro Eduardo Cunha tem medo de
cocô, vejam, lá embaixo, o filme do UOL deste semana, onde ele toca bateria.
Que horror! E já que entrei nos comentários sobre o filme desta semana, ele foi
quase totalmente dedicado a Roberto Carlos e às suas amantes cor de rosa. A
doleira Nelma Kodama, num depoimento à CPI do Petrolão, para dizer que era
muito amigo do Alberto Youssef, resolveu cantar a música do Rei da Jovem
Guarda, “Amada Amante”. Foi um
espetáculo tão deprimente que, com justiça, virou filme de humor. E, como se
não bastasse, ela, que foi pega no aeroporto com 200 mil euros nas calcinhas,
decidiu negar o fato de que não foi nas calcinhas e sim nos bolsos da bunda,
que colocou o dinheiro. Vejam no filme que os deputados pensaram que ela iria
tirar as calcinhas para comprovar o fato, mostrando que usa fio dental e,
portanto, não caberiam tantas notas, e quase tamparam os olhos. Mas, ela não
chegou às vias de fato, para desilusão do público presente.
Aliás, esta história de carregar dinheiro nas peças de roupa
íntima já é epidêmico aqui no Brasil. Com o capitalismo em que vivemos
brevemente aparecerão camelôs vendendo calcinhas e cuecas com bolsos. Ou seja,
o PT, como na criação das tomadas elétricas únicas no mundo, lançou a moda de
dinheiro na cueca, e, não sei se a Nelma é do PT, mas, lançou agora a do
dinheiro nas calcinhas. Não morram de riso ainda porque tem mais no filme, que
apesar de curto, tem muitas músicas.
Vejam abaixo o resumo do roteiro do filme, dos produtores do
UOL e vejam o filme abaixo, sempre lembrando que por traz de uma criança tem
sempre um cachorro, como disse nossa protagonista, a Dilma, e em sua frente tem
um mundo, que esperamos seja melhor do que o que temos.
“A doleira Nelma
Kodama, condenada a 18 anos de prisão em ação da Operação Lava Jato,
surpreendeu durante depoimento prestado à CPI da Petrobras na última
terça-feira (12). Ao comentar sua relação com o doleiro Alberto Youssef, ela
resolveu cantar a música “Amada Amante”, de Roberto Carlos. Além de transformar
a sessão em um programa de calouros, Nelma decidiu explicar melhor onde
carregava dinheiro quando foi presa com 200 mil euros pela Polícia Federal no
ano passado. Foi um bundalelê na CPI.
E o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se arriscou a tentar mostrar que sabe tocar
bateria durante o programa “Mariana Godoy Entrevista”, da “Rede TV!”. Quanto
vale o show?”
Diariamente vimos
noticias sobre os presos que aderiram à corrupção serem soltos pelo beneplácito
da Justiça. São considerados presos notáveis porque já estiveram no poder e que
não podem passar por vexames pelas praticas das irregularidades. São presos que
possuem certo nível social, ricos, poderosos e muita proteção por pessoas que
atuam no governo. Quando vão presos vão a carros de luxo, ar condicionado, e se
de outra cidade vão de jatinho e fica hospedada em quitinete com ar
condicionado, televisão HD, celulares, cama confortável, chuveiro com agua
quente e fria, sofás para assistir as noticias sobre eles mesmos e assim por
diante.Estes são beneficiados pela Lei
dos ricos, são acompanhados pela mídia, pelos bons advogados que ganham
honorários extraordinários vindo do poder público, por que estes presos
notáveis estão cheios de dinheiro vindo de propinas. E não devolvem o que
receberam ilicitamente. Ficam com todo o dinheiro e bens adquiridos pelo
dinheiro sujo que se apropriaram. Temos duas classes de presos notáveis e
comuns no Brasil, brasileiro os notáveis – o politico e dirigentes de empresas
privadas. Todos estes estão soltos, vivendo como nunca viveram. Rindo dos
momentos cinematográficos que foram protagonista, artista principal. Moram em
mansões, chácaras e apartamentos de luxo. Acordam mais ou menos dez horas. O
desjejum já esta pronto na mesa – queijos, torradas, frutas e sucos. Leite
desnatado para não alterar o seu metabolismo. Saem e vão à piscina. A mulher já
esta lá com as crianças correndo no gramado acompanhado por duas babas vestidas
a caráter. Mais ou menos onze meia da manhã chega o garçom procurando saber o
que o patrão que tomar. Já tem tomado sol. Já absorveu o ar puro vindo das
montanhas. Um chapéu branco panamá cobrindo-lhe a careca e óculos de primeira
qualidade escuros para minimizar a claridade. Olha de relance para o empregado
que se encontra em pé aguardando e diz um uísque com agua de coco. Para a
mulher que esta estirada ao lado sobre uma toalha felpuda azul, um suco de
laranja, sem açúcar. Pega o jornal e lê as primeiras noticias. Faz cara feia e às
vezes ri para si mesmo com as bobagens que dizem dele por aí. Fecha e apanha o
aperitivo trazido em uma bandeja de prata. Levanta-se para receber um
companheiro alegre e sorridente que vem ao seu encontro. Ei como vai? Vou bem!
Já viu o jornal, as noticias são alvissaras, brevemente não estarás sendo
investigado e sim se programando para atuar na politica novamente, pois, o
povão está do teu lado votando, tu vais vê! Pois é! Mas eu tenho que me
preparar, falar que tudo foi inventado pelos opositores, e todos acreditará.
Chama o garçom que vem apressadamente – O Mané o que tu queres? Uísque ou
cerveja importada bem geladinha no ponto? Quaisquer bebidas têm na minha adega!
E tira gosto? Todos o que quiseres.Tira esta camisa e fica a vontade vais a
almoçar comigo, hoje, tenho surpresa, um faisão assado, esta uma delicia por Ismênia
nossa cozinheira. Cozinheira de mão cheia. Levanta-se e corre o olhar sobre
tudo o que está vendo, nada se alterou pelo contrario está mais bem cuidado.
Caminha na grama para uma varanda ornada de uma bela rede azul e ali se deita
fumando um charuto cubano e seu amigo ao seu lado, já na companhia de outros
convidados que ali chegam. A conversa e os risos vão se alterando de acordo com
a bebida tomada. A tarde todos vai para sua casa e ele vai tirar sua soneca
sonhando com os “anjos”. E o pobre? A este está incluído nos presos comuns. A
sua sorte é miserável. Por um crime vão para as masmorras sujeito a uma
penalidade sem defesa. Ali ele come o pão que diabo amassou. Um camburão os
leva algemados e sentados da pior maneira possível. O ar condicionado são duas
frestas. A escuridão até o local da prisão é escuro e o calor é insuportável.
Antes da entrada na masmorra é despojado de qualquer objeto, o cinturão,
chaves, carteira trancelim tudo mesmo até a roupa é guardada. E ai, o
sofrimento vem pelo internamento em celas fétidas, sem condições de sobreviver
ajuntado com mais de quinze presos quando o local é para duas pessoas. Ficam
amontoados, de cócoras, deitados, em chão frio e úmido, banheiros sem nenhuma
higiene, e refeições só se comem para não morrer de fome, pois não presta tudo
isto é sofrimento do preso pobre porque roubou três latas de margarina, em
supermercado. Advogado só de “porta de cadeia” e se o réu tiver algum dinheiro
para os primeiros passos. Chicão foi um desses presos que foi para uma
masmorra, por que surrupiou uma lata de leite num supermercado para a sua
filha. É verdade que é um delito, mas três anos em uma prisão é muita coisa.
Preso quando saia do supermercado por um guarda de segurança. A policia foi chamado
e o levou a delegacia e como não tinha dinheiro para fiança foi recolhido ao
xadrez. Passando trinta dias, ali foi um advogado com o seu primo a fim de
tira-lo da cadeia. O papo entre o advogado e o Chicão foi mais ou menos da
seguinte forma: Doutor me livre deste sofrimento. Aqui é um inferno. De tudo ruim
aqui dentro tem. Brigas, donos do pedaço, intrigas, exploração sexual,
dominação, na cantina os preços são triplicados, as drogas e tudo o que o
Senhor pensar. À noite nem pensar. Ninguém dorme. O calor é de derreter. As
muriçocas fazem festa. O suor impregna a cela, se isto se chama cela. Todos no
chão ou acocorado. Amanhecem todos doloridos, mas se reclama, o guarda faz ar
de risos. É um sofrimento sem igual. O advogado ouvindo todas estas lamentações
do réu, fala eu sou profissional do direito porém, é necessário que se tenha dinheiro
para o primeiro trabalho, honorário, taxas emolumento a fim de que possamos dar
prosseguimento no trabalho. Você tem algum ou seus parentes? Claro que não
doutor. Onde vou arranjar dinheiro. A minha família é pobre, a maioria
desempregada inclusive eu que fiz a besteira que fiz, onde vou arranjar
dinheiro? O advogado saiu do presidio
dizendo que ia fazer o possível junto à família para arranjar o dinheiro.
Chicão voltou chorando para o pavilhão que estava preso sem esperança de sair
daquele lugar horrível e sofrido para o ser humano. Onde arranjaria uns
trocados para dar ao advogado? A família pobre. O jeito era ficar ali até que
cumprisse a pena. Pensou, sentado no corredor “erros
todos tem, mas imprimir sofrimento a pessoa humana é desumana”.
Dizem que, numa época em que o presidente Lula tinha que
indicar um ministro para nossa Suprema Corte, os seus áulicos apresentaram o
Luiz Fachin, que ontem foi sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do
Senado, com o mesmo objetivo, e que ele, o Lula, o recusou por achá-lo muito admirador
do seu, hoje, general, o Pedro Stédile.
Ora, alguém que o Lula recusou, a Dilma, com o ódio que está
do meu conterrâneo, por ele está tramando, por debaixo da barba, deixar mal o
seu governo, o pegou e o indicou para STF. E aí está o Fachin. Nunca na
história deste país, ouve uma celeuma tão grande em torno desta indicação. Eu
vi ontem na TV, e venho acompanhando toda a reação nas redes sociais, ao nome
daquele jurista que disse que jurista bom é aquele que tem lado.
Ontem, vários senadores tentaram conhecer qual o lado do
candidato hoje. E então, apareceu a margarida ou seria a bela adormecida depois
do beijo do príncipe? Se for acreditar no que o homem disse, parece
justificável que ele nunca deve ter conhecido nem o Lula, nem a Dilma e nunca
ouviu falar no PT, ou do MST. É difícil alguém mudar de opinião com tanta
rapidez assim. Eu mesmo levei anos para reconhecer que o meu conterrâneo, o
Lula, era uma farsa, em todos os sentidos. Agora o Fachin diz que a Lei e a
Constituição estão acima até do Stédile.
Eu não vou entrar no mérito da questão jurídica por não ser
um expert e nem um esperto na área,
mas, as explicações que ele deu para acumular cargos no serviço público, com a
proibição constitucional, não deve ter convencido nem a esposa dele que estava
presente na sabatina. No entanto, como escrevi num texto anterior: “É a política, estúpido!”. E o homem foi
aprovado por uma larga maioria de votos. Embora digam que a aprovação se deve ao
fto de que político não pode ver um juiz com raiva, eu creio, que imperou ainda
nossa leniência com situações polêmicas.
Mas, veremos no plenário, com votação secreta, se eu estou
certo ou estou errado, como dizia o Sinhozinho Malta. Ainda bem que ainda temos
a PEC da Bengala, e eu espero que nenhum dos outros ministros do STF se
aposente ou saia antes dos 75 anos. E se o Lula for eleito em 2018, já devemos ir
preparando a PEC do Fraldão, que permitiria que os o ministros ficassem até os
90 anos.
Sei que este assunto é um pouco enfadonho e transcrevo o
texto do imortal Merval Pereira intitulado “O quebra-cabeça de Lula” (Blog do Merval – 12/05/2015), onde ele
procura mostrar que não foi nem preciso o Mujica fumar maconha para detonar o
Lula. Agora, mais do que nunca ele quer ser presidente. Pensemos então na PEC
do Fraldão, com urgência.
“ A cada dia que passa o ex-presidente Lula vai perdendo sua aura de
intocável. Surgem aqui e ali histórias envolvendo seu santo nome, quase nunca
em vão. As mais recentes são exemplares de como os fatos acabam sendo
revelados, mesmo que se queira escondê-los.
Na CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef reafirmou ontem a
convicção de que o Palácio do Planalto sempre soube do esquema do “petrolão”.
“Como não saber?”, perguntou a seus interlocutores. Para explicar sua certeza
de que tanto Dilma quanto Lula sabiam, Yousseff contou que entre 2011 e 2012,
na gestão Dilma, houve uma divisão no comando do PP, e não se sabia quem estava
no comando.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa consultou o Palácio do
Planalto e voltou com a orientação oficial: Ideli Salvatti, ministra das Relações
Institucionais, e Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência, eram os
nomes indicados para decidir quem no PP deveria receber as quantias em dinheiro
desviadas da Petrobras.
Lula chegou a pedir desculpas ao povo brasileiro quando estourou o caso
de mensalão, e se disse traído, não disse por quem mas todos compreendiam a
quem queria atingir, seu ministro mais forte e próximo, José Dirceu, chefe do
Gabinete Civil que acabou preso em consequência do processo aberto no Supremo
Tribunal Federal (STF).
Mais adiante, quando a repercussão do escândalo já havia amainado, Lula
passou a dizer simplesmente que o mensalão nunca existira, e garantiu até que
se dedicaria a provar isso. Nunca fez um mísero gesto nesse sentido, mas em
público manteve a postura de que o mensalão teria sido uma manobra política
contra seu governo.
Agora, vem a público um livro que revela a verdade de Lula que não
poderia ter sido revelada. O livro sobre José Mujica, o ex-presidente uruguaio,
a certa altura revela que Lula, em 2010, em uma conversa com ele, admitiu a
existência do mensalão.
Segundo o relato dos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz
"Lula teve que enfrentar um dos maiores escândalos da História recente do
Brasil: o Mensalão, uma mensalidade paga a alguns parlamentares para que
aprovassem os projetos mais importantes do Poder Executivo. Compra de votos, um
dos mecanismos mais velhos da política. Até José Dirceu, um dos principais
assessores de Lula, acabou sendo processado pelo caso. (...) Lula não é um
corrupto como Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros",
disse-nos Mujica, ao falar do caso.
Ele contou, além disso, que Lula viveu todo esse episódio com angústia
e com um pouco de culpa. 'Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais,
chantagens', disse Lula, aflito, a Mujica e Astori (vice-presidente eleito),
semanas antes de eles assumirem o governo do Uruguai. 'Essa era a única forma
de governar o Brasil', se justificou.
O que era para ser uma referência condescendente, quase elogiosa a
Lula, desencadeou uma crise política que um dos autores do livro tentou conter,
assumindo que descrevera de maneira equivocada o diálogo. “Lula estava falando
sobre as ‘coisas imorais’ [praticadas durante seu mandato] e não sobre o
mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é difícil governar o Brasil
sem conviver com chantagens e ‘coisas imorais’”, tentou explicar Danza.
Para azar dele e de seu companheiro de empreitada, a revista em que
trabalham,“Búsqueda”, publicou na edição que chegou às bancas na quinta-feira
uma resenha do livro “Una oveja negra al poder”, intitulada “Lula: el mensalão
era la única forma de gobernar Brasil”. O próprio Mujica, que já assinara o
livro em noite de autógrafo, dando a ele um ar de legitimidade, teve que
intervir, afirmando:“Lula jamais falou em mensalão nas conversas comigo. Uma
vez me disse que, por ter uma minoria parlamentar, o chantageavam”. E
arrematou, para mal dos pecados dos autores do livro: "Se os jornalistas
escreveram isso, é por conta deles".
Nada mais ridículo do que o papel de um ex-presidente tendo que assumir
de público que seus biógrafos oficiais distorceram suas palavras, as únicas do
livro que foram desmentidas, pelo que se sabe.
Talvez essas histórias não bastem para incriminar o ex-presidente Lula,
mas o conjunto da obra - inclusive a ligação com as empreiteiras, e os favores
recebidos mesmo depois de ser presidente - acaba formando um quebra-cabeça que
dificilmente deixa de ser montado por quem não é crédulo ou não faz parte do
esquema política beneficiado.”
Hoje faz 121 anos da abolição da escravatura no Brasil. Li
ou ouvi alguém dizer, algum tempo atrás, que para isto foi usada a menor Lei já
produzida no nosso legislativo:
Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a
escravidão no Brasil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.
Com apenas estes dois parágrafos, esta Lei, chamada Áurea,
de nº 3.353 de 13 de maio de 1888, também foi a de maior alcance social, e como
aquela do Bolsa Família, para o bem ou para o mal. Ela mexeu com,
aproximadamente, dez por cento da população, do Brasil na época.
Da mesma fonte, soube que, se a lei fosse mais detalhada,
tentando enfrentar a situação social dos escravos libertos, responsabilizando o
Estado pela sua vida e bem estar, ainda hoje a estaríamos discutindo em nossas
casas legislativas.
Eu não acredito que até hoje teríamos escravos formalmente.
Alguma outra Lei iria surgir quando nossos patrícios não escravos fossem
passear no mundo desenvolvido sendo hostilizados pelo povo de lá, chamando-os
de escravocatas desalmados. Isto aconteceu com os brancos sul-africanos. No
entanto, isto não tiraria dos negros a condição de "escravos". Eles seriam apenas formalmente livres, como se
tornaram em 1888. As condições de miséria, preconceito, baixo status social,
dificuldades na luta pela sobrevivência ainda estariam presentes como estão
hoje para os seus descedentes. O que fez a nossa elite dirigente da época foi
formalizar atos consumados. Da mesma forma que hoje esta mesma elite, seja de
esquerda, centro, direita, de cima ou de baixo, tenta fazer com aqueles passam
fome. Criam programas sociais que apenas mascaram a realidade, diante do fato
consumado de que, sem a esperança, que existia na minha mocidade, de uma
revolução social, ou pelo menos uma mudança profunda, os que passam fome estão
tentando resolver seus problemas através de atos, chamados por nós, violentos.
Havia um ditado antigo que meu pai, senhor zeloso da ética
social de sua época não queria que eu desse valor: “Ladrão que rouba ladrão tem
cem anos de perdão”. Talvez, a classe menos favorecida, chamada hoje de
excluída e eu não sei de que, tenha levado o ditame a sério. A explosão de
violência urbana e rural em nosso país leva a crer nisto como uma hipótese
bastante plausível. Uns culpam, por esta onda de violência, a falta de
segurança pública mas, esta é consequência e não causa do fenômeno. Outros
culpam a falta de educação religiosa, quando nunca se criou mais religiões hoje
no Brasil e no mundo. Algumas chegam até a culpar a outra por não saber
conduzir a massa. No caso da religião católica, que conheço melhor, esta tem um
comportamente ciclotímico em relação a problemas sociais, que melhoraria muito
se nós lêssemos mais os Evangelhos e menos o Código Canônico. Desde o Brasil
colônia tentavam batizar índio à força, discutir se escravo tinha alma,
passando pela Teologia da Libertação, chegando ao atual conservadorismo. Mesmo
assim, se todos fôssemos cristãos praticantes, ainda existiriam pobres, como
dizia Jesus. Outros culpam nossas leis que levam à impunidade pela sua
condescendência. Mas punir a quem, quando se trata de problema social? Usar
nossa estrutura jurídica que proclama que a lei é igual para todos, punindo
igualmente o que rouba para comer e que rouba para levar a esposa para passear
na Europa?
Talvez tudo isto e mais alguma coisa sejam a causa de nossas
desigualdades sociais porém, uma coisa é certa: a escravidão tem a ver com tudo
isto. Sua lembrança e reflexão sobre ela nos permitirá errar menos no futuro.
Devemos refletir no dia de sua abolição.
Por falar em errar ou acertar, relacionado intimamente com a
escravidão, abolição e suas consequências, há uma grande discussão no país
sobre um tema importante: a discriminação positiva. Ela está relacionada com,
entre outras medidas, ao conceito de cotas no preenchimento de vagas em
universidades, serviço público, etc. por populações específicas, geralmente por
tempo determinado, onde estas populações podem ser grupos étnicos ou
"raciais", classes sociais, imigrantes, deficientes físicos,
mulheres, idosos, dentre outros. A justificativa para o sistema de cotas é que
certos grupos específicos, como os negros no presente texto, em razão de algum
processo histórico depreciativo, teriam maior dificuldade para aproveitarem as
oportunidades que surgem no mercado de trabalho ou no seu acesso ao ensino
superior, bem como seriam vítimas de discriminações nas suas outras interações
com a sociedade. No nosso caso, o que está se discutindo no Congresso Nacional
é uma lei de cotas raciais (mais recentemente já se fala em cotas para
deficientes), propondo a reserva de vagas em Universidades Públicas para
negros.
É um assunto extremamente polêmico e longe de mim ter uma
posição firmada para o assunto. O tema envolve uma questão que no Brasil sempre
foi considerada um tabu, gerado, principalmente, pelos escritos de Gilberto
Freyre falando sobre democracia racial: Existe racismo no Brasil? Seria nosso
Rei do Futebol racista por só se casar com brancas? Ou seria ele racista se
decidisse só se casar com negras? Será que o sistema de cotas traria o racismo
ao Brasil ou seria uma forma de contorná-lo, porque já existe?
Estas, e outras questões, que envolvem o Dia da Abolição
foram muito presentes em minha infância e adolescência em Bom Conselho. Antes
de arribar para outras plagas sofri um pouco pela minha condição social de
família pobre, como já disse de outras vezes em que escrevi sobre mim mesma, ou
me forçaram a fazê-lo, mas o aspecto racial nunca foi tocado por mim. Será que
fui ou sou racista? Eu penso assim: Só não serei racista se, pudesse mudar
instantâneamente minhar cor, e pensar que a tive toda a minha vida, e, assim
mesmo, ter a mesma opinião sobre tudo. Penso que, mudar de cor assim, só
aconteceu com Michael Jackson. Por isso termino com uma interrogação sobre tudo
isto, esperando que sirva para sua reflexão e, quem sabe, para um bom debate:
Você é a favor ou contra ao sistema de cotas raciais?
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P.S. – Meu Deus como pude me esquecer. Hoje é dia de N. S.
de Fátima. Santa Mãe de Jesus rogai por nós e ilumine todos a seguir os passos
de seu Filho. Lembro bem:
A treze de maio na cova da íria
No céu aparece a Virgem Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Há três pastorinhos cercada de luz
Visita a Maria, mãe de Jesus
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
A mãe vem pedir constante oração
Pois só de Jesus nos vem a salvação
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Da agreste azinheira a Virgem falou
E aos três a senhora tranquilos deixou
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Então da Senhora o nome indagaram
Do céu a mãe terna bem claro escutaram
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Se o mundo quiserdes da guerra livrar
Fazei penitência de tanto pecar
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
A Virgem lhes manda o terço rezar
A fim de alcançarem da guerra o findar
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Com estes cuidados a mãe amorosa
Do céu vem os filhos salvar carinhosa
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria!
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(*) Eu não escrevi nada para homenagear N. S. de Fátima nem
a Abolição. Mas, lembrava deste texto da Lucinha Peixoto, que permanece atual,
de alguma forma. Vejam que mantive as datas e tudo mais. O texto original é de
2009 e está no saudoso Blog da CIT (aqui).
Não sei se hoje a Lucinha, nossa exilada voluntária, ainda pensa assim, mas,
como todo texto dela, gera polêmica. (ZC)