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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A semana - O aniversário de Lula, a crise institucional e a PEC do Teto...




Por Zé Carlos

Ontem votei novamente. Não sou filiado a nenhum partido político, mas, tenho minhas predileções. Quando penso nisso, vem à minha mente o Pastoril, que lá em Bom Conselho levava a personagem “diana” entoar: “Sou a diana não tenho partido, o meu partido são os dois cordões....”. No Brasil não posso repetir o bordão porque todos saberiam que estou mentindo. Já pensou dizer: “Sou o Zé Carlos não tenho partido, o meu partido são os 35 cordões...?”. Este é o número de partidos políticos que temos no Brasil, em plena atividade. No Recife, nestas eleições, sobraram 2, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido dos Trabalhadores (PT). O primeiro é o Partido do Arraes e segundo é o Partido do Lula. Ambos hoje, já se sabe, homenageiam figuras do passado. O primeiro homenageado porque morreu, e o segundo porque, a cada dia, fica no passado em termos políticos. Mas, onde está a graça disto tudo, perguntarão os meus ávidos leitores? Talvez esteja na proposta de criação de mais um partido: O PSP, ou, o Partido dos Sem Partido. De uma forma ou de outra, cumpri meu dever cívico porque não tenho o direito de não cumprir.

E já que coloquei os carros na frente dos bois, porque a semana começou na segunda-feira, vou continuar contando o resultado das eleições. Atenho-me aqui a Recife, já que no país todo foi a mesma coisa. Eram 220 milhões em ação gritando: Tchau, PT! E, de uma forma de outra estamos alegres. Afinal de contas, com a derrota do João Paulo, a Conde da Boa Vista será preservado. Digo isto porque foi boatado que se ele vencesse as eleições, naquele espaço onde andei muito em minha juventude, só poderia transitar quem tivesse atestado de pobreza. Graças a Deus, o ex-alcaide voltará à sua meditação. E a debacle petista só foi realmente comprovada quando se soube que nem o Lula, nem a Dilma, nossos fiéis colaboradores foram votar. Outra vez, graças a Deus, eles desistiram de vez, e se dedicarão em tempo integral a esta coluna. E vamos em frente!

Agora tento voltar ao início da semana, porque não só de eleição vivem os políticos, mas, de qualquer palavra que possam incentivá-los a fazer graça. E apesar de nossos colaboradores principais, o Lula e a Dilma não darem nenhum show de humor durante a semana, temos outros que são sérios candidatos a serem permanentes nesta coluna semanal. Para ser justo, como sempre tento ser o Lula fez um gracinha, dizendo que não iria votar lá em São Bernardo, porque tendo mais de 70 anos, não é obrigado a fazê-lo, quando domingo passado, depois de lá votar, disse: “O PT vai surpreender nestas eleições!”. É claro o potencial humorístico da decisão e da declaração. Ele não foi votar porque está chateado com a derrota do seu filho para vereador e porque o PT, como quase em todo país, implodiu eleitoralmente. Dizem até que, aqui em Recife, enquanto o João Paulo escondeu o PT da propaganda, chegou até ao segundo turno, o que não era esperado. Durante a campanha para o turno de ontem, caiu na besteira de dizer que era do PT. Deu no que deu. Ainda se cogita que a derrota teria sido maior ainda se ele tivesse deixado o Lula vir fazer campanha aqui. Não tem jeito, se o Lula, nosso colaborador quiser ainda dar show tem que ser no estilo “intimista”. Se falar em público, a alarido é tão grande que ninguém pode ouvir suas piadas, o que é um “golpe” contra o humor.

Já que estou voltando para o início da semana, passei pela quinta-feira que foi um dia importantíssimo para o humor brasileiro. Foi o aniversário de 71 anos do Lula. Certamente, ele recebeu um e-mail de nossa musa Dilma, ao qual não tivemos acesso, mas, podemos imaginar um texto:

“Caro Lula,

Estou aqui em Porto Alegre, e muito alegre. Agora só cuido dos netos e conto piadas para minha mãe e filha, para não perder totalmente a forma. Quero parabenizar-lhe pela data e desejar-lhe felicidades.

Talvez passe aí por S. Paulo para falarmos mal do Cunha, Temer e Cármem Lúcia, não necessariamente nesta ordem. Você viu a última do Renan? Aquilo sempre foi um amigo do peito. E, quem diria, o Temer tomou nosso lugar, mas, não será por muito tempo, pois, do jeito que vencemos as eleições com o dinheiro sujo de petróleo (querido, apague este e-mail assim que você lê-lo; se não souber fazer isto peça ajuda ao Bessias) nossa chapa vai dançar feio. O pior, caro amigo (e aqui não estou fazendo trocadilho com a planilha da Odebrecht) é que o próximo presidente poderá ser o FHC. Pode? Outro ainda dizem que é será o Nelson Jobim. Pode? E ainda tem aqueles, mais malucos ainda que dizem que vai ser a Cármem Lúcia. Pode?

Por hoje é só, mas, pelo jeito que as coisas vão, caro amigo, é melhor prevenir do que remediar. Compre uns cobertores bons, porque aqui no Sul está um frio danado. Deu 10° em Curitiba esta semana.

Um abraço de sua eterna pupila

Dilma”

E agora, definitivamente, vamos para o início da semana. E foi o Renan, sem sombra de dúvida o protagonista da semana. Depois da Polícia Federal prender a Polícia do Senado, por ondem de um juiz de Brasília, ele, o Renan, num acesso de fúria que, dizem se demorasse mais cairiam seus cabelos implantados, disse:... “um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder.” E então estava ali, naquele momento, gerada a crise do “juizeco”. E ainda dizem que pode haver um país mais risonho do que o Brasil. Pois não é que a presidente do STF, ministra Cármem Lúcia reagiu?! Disse ela: “Numa democracia, o juiz é essencial, como são essenciais os membros de todos os outros poderes, que nós respeitamos. Queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais.” Parece que ela não ouviu que o Renan também chamou o Ministro da Justiça de “chefete de polícia”, em seu surto de cangaceiro. Mas, pudera, o “chefete” segundo Renan, é do Executivo e quem deveria entrar na briga era o Temer, e ele entrou. Sabem dizendo o que? Nada! Ou, para ser justo, como sempre tento ser, disse, mas, em conversas reservadas.

E pasmem, depois deste arranca rabo entre os poderes da república, eles se reuniram e chegaram à conclusão, numa reunião sobre a Segurança no país, de que não há cadeia para todo o mundo se passarmos a ser um país sério, contrariando o General De Gaulle. Talvez, o grande general francês, se tivesse falado depois do episódio do “juizeco” de Renan, dissesse que  o Brasil era um “paizeco”. Ao invés de uma crise institucional interna, esta declaração poderia formar um crise institucional externa, levando o Zé Serra a protestar na ONU. Aliás, soube-se, esta semana, a partir da delação da Odebrecht que o Serra também recebeu dinheiro para sua campanha através do caixa 2 com origem na empresa. O que o irritou mais deve ter sido, não o financiamento por caixa 2, que o Lula já disse que isto era uma rotina no sistema político, mas, porque os delatores dizem que ele recebia numa conta na Suíça. E como todos sabem, isto o compara ao Eduardo Cunha, e, hoje, ser comparado ao Cunha é algo de grande teor ofensivo. Tanto que no Congresso, se se diz para um colega: “Vossa Excelência é um cachorro!” não é ofensa porque o cachorro pode ser aquele que ficava sempre atrás da criança na fábula de nossa musa, a Dilma. Mas, dizer: “Vossa Excelência é um Eduardo Cunha!”, é uma ofensa gravíssima.

E, meus caros 13 leitores e meio (soube que alguém que não conseguia ler o texto todo voltou e vale meio), vejam o potencial humorístico deste país, que é um país seríssimo por isto mesmo, como terminou a crise institucional, nas palavras do nosso futuro colaborador, o Renan:

“É um orgulho que vou levar para minha vida, de ser presidente do Congresso Nacional no exato momento em que a presidente Cármen Lúcia é presidente do Supremo Tribunal Federal, é sem dúvida nenhuma o exemplo do caráter que nós precisamos que identifique o povo brasileiro.”

Este é um país que vai prá frente! Ho, ho, ho, ho”, como dizia a canção popular.  É o país onde abunda o riso, salve, salve! Querem rir mais ainda? No final de semana o Teori Zavascki, numa liminar, desfez toda a crise, cancelando a operação “juizeco”, quando o Brasil estava entrando na era da espionagem como qualquer país que se preza nessa era tecnológica. Dizem, tudo envolvia umas maletas de espionagem de última geração, compradas pelo Renan para fazer varredura nos gabinetes e casas dos senadores para evitar os “grampos”. Ou seja, o problema maior do Brasil não é a corrupção e sim as “maletas do Renan”. Tenho que comprar pelo menos uma maleta destas aqui para as instalações desta coluna semanal. Será que o BNDES está financiando este equipamento?

E continuo um pouco sobre o assunto da delação da Odebrecht que dizem ser a “delação do fim do mundo”, tal seu  potencial humorístico. Dizem que até o Alckmin foi citado, e com apelido numa planilha. O atual governador de São Paulo é chamado de, pasmem, de “Santo”. Nunca se viu um apelido mais apropriado. Só não foi citado ainda o milagre dele. O que me fez tocar neste comentário é a reação que vai haver do sizudo Sérgio Moro, com a delação desta empresa. Pelo jeito, no que eu li a respeito, já estou com medo de entrar na delação. Portanto, aqui já devo esclarecer que os 2 mil réis que recebi para ser apóstolo nos eventos religiosos da Semana Santa lá em Bom Conselho, não foram provenientes de propinas. Foram doações espontâneas dos fiéis que o Padre Alfredo mandou distribuir, e não foi da Odebrecht nem de Seu Gabriel.

E, passando de galhos para bugalhos, já na terça-feira ouve a votação em segundo turno da PEC do Teto, ou PEC 241, que tanta polêmica e humor está gerando por este país a fora. E a carga de humor da passagem desta Projeto de Emenda Constitucional é que todos concordam que o governo está gastando demais, menos com “aquele que vos fala”. Ou seja, tudo parece com uma família que quer comer carne todos os dias, o dinheiro não dá para isto, o pai toma emprestado, o credor aumenta os juros pela proximidade do calote e ainda tem alguém na mesa reclamando que quer é filé mignon. E agora chega o chato do pai e diz: “Não tem jeito, agora vamos comer o mesmo que comemos o ano passado, e fim de papo.”  Não tem jeito, na própria mesa já começa o movimento: “Fora pai!”. E o Brasil já está sendo reconhecido no mundo inteiro com o “país do fora alguém!”. Já tivemos o Fora FHC!, o Fora Lula!, o Fora Dilma, Fora Cunha!, o Fora Temer e agora temos o Fora Renan! Ou seja, se cortar na carne, fora!, e se cortar a carne também!

Não poderia jamais encerrar o relatório desta semana política sem internacionalizá-la. E material humorístico é que não falta, vindo dos Estados Unidos, onde o Donald Trump se digladia com Hilary Clinton pela presidência. Dizem que agora as pesquisas dizem que vai dar empate. O resultado esperado é 1 x 1, ou seja, ninguém vai votar em ninguém, a não ser os próprios candidatos. E não pensem que é o Trump que votará nele mesmo e a Hilary votará nela mesma. Juram os analistas que o placar será este porque cada um votará no outro, se estiverem imbuídos do espírito da população, de que ambos são candidatos tão ruins, que dói. Acompanhemos! E com grande atenção pois todos sabem que quando os americanos contam uma piada os brasileiros  morrem de rir.


Por hoje é só e espero voltar na próxima segunda-feira com mais riso ainda. A conjuntura promete.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

ONDE ESTÁ O ACERVO?




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho  

Lendo a edição da GAZETA nº 404 de 01 a 15 de maio de 2016 – pagina 06 – PARECE QUE FOI ONTEM -, com as fotos do prédio da antiga Cadeia Pública de Bom Conselho, que se transformou no CENTRO DE ARTE E CULTURA GERVASIO  VIEIRA PIRES com um grande acervo que visualizava e marcava a cultura do nosso Município. O que me chamou a atenção como bom-conselhense mesmo distante este escrito logo abaixo da foto – PARA ONDE LEVARAM O ACERVO QUE FAZIA PARTE DO CENTRO DE ARTE E CULTURA GERVASIO VIEIRA PIRES? Fiquei estupefato com a noticia ali estampada. Confesso que no momento não me veio à ideia o que aconteceu. Fiquei matutando e relendo a frase abaixo da foto. E depois de alguns instantes, fiz uma pergunta a mim mesmo, sentado e vislumbrando o céu azulzinho, um vento brando que vinha do mar amenizando o calor do sol a pino soltando os seus raios. Olhei ao redor uma borboleta amarela com manchas pretas nas asas, posava nas flores de um canteiro colorido.   Peguei a mangueira e comecei aguar, mas, com o pensamento fervilhando na cabeça - ONDE SE ENCONTRA ESTE ACERVO? É uma pergunta que toda comunidade de Bom Conselho deve ser informada. Onde estará o acervo? Guardado? Escondido? Mil uma perguntas voaram saíram do meu pensamento, em mim mesmo.  É difícil acreditar que algo tão precioso desapareça sem deixar rastro ou alguma pista? É algo de se investigar, procurar o responsável e/ou responsáveis pela guarda deste acervo que exprime o nosso passado e presente a fim de que se pronuncie sobre este assunto tão importante para a comunidade. Por certo e acredito que esteja armazenado em algum ponto da nossa cidade. Não podem desaparecer estes objetos em Bom Conselho, infelizmente a cultura da nossa cidade fica em segundo plano sem nenhuma responsabilidade por parte daqueles que a guarda.  Tudo que leva a memoria da nossa cidade é delapidada e deteriorada, não cuidada por aqueles responsáveis da guarda da memoria da nossa cidade. Pior é que o município não investiga deixa correr o tempo a fim de que caia no esquecimento. Já é tempo das autoridades municipais se pronunciarem sobre o assunto tão serio informando a população este desaparecimento destes objetos e/ou documentos que revelam e guarda a memoria da nossa cidade.  As folhas da GAZETA têm nos trazido noticias que entristece com a coisa de valores publicas e privadas, na sua conservação e na continuidade deixadas por aqueles com marcaram época com o seu nome e suas ações, não podem, assim desaparecer como fumaça no tempo e no espaço. A GAZETA que representa dignamente a nossa cidade pode e deve pedir através de suas paginas o desvendo deste mistério que aconteceu no desaparecimento do acervo do Centro de Arte e Cultura Gervasio Vieira Pires, que a população merece saber.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Eleições de domingo. Por aqui, também: Tchau, PT!




Por Zezinho de Caetés

Para variar um pouco vamos deixar o caso do “juizeco”, inventado pelo Renan, de lado. Por hoje é claro, apesar de saber que fatalmente ele voltará à tona durante os próximos dias. Hoje, encontrei um texto interessante em O Globo, da Renata Lo Prete, que trata de um tema que quase estava esquecendo: As eleições de domingo próximo (“Pós-urnas terá choro e ranger de dentes”), e o reproduzo lá embaixo.

E o faço porque ela não toca explicitamente no caso de Recife, onde, o PT levará mais uma botinada que o levará para longe daqui, por muito tempo. Pelas pesquisas o povo não quer nem mais saber do João Paulo, e só posso concluir que o povo é realmente sábio, embora nem sempre acerte.

O PT no Recife fez o que se fez no nível federal ao tentar engabelar os ricos e classe média com o discurso de acabar a pobreza. Pelo que se espera a turma cansou, vendo que tudo não passava de uma quimera. Não se elimina pobreza por decreto e sim com aumento de produtividade, gerada em grande parte pela Educação de base que foi sempre escanteada pelo discurso do nós (escolas públicas) contra eles (escolas privadas).

Já está provado que elas podem subsistir e até se unirem para educar nosso povo de forma digna. E a esta verdade o PT não resiste. Basta ver as propagandas do partido na TV. Ninguém com o mínimo de memória poderia acreditar. O discurso lulopetista não funcionou a não ser para aqueles que deles se locupletaram de uma forma ou de outra.

Em termos de propaganda e até mesmo em termos de gestão os dois candidatos tem coisas que nos fazem rir. Hoje já existe um Hospital da Mulher, agora um candidato quer fazer o Hospital do Idoso e o outro quer fazer o Hospital da Criança. Então eu pergunto quem fará o Hospital do Homem? Se continuar assim teremos brevemente o Hospital ....., deixa prá lá.

Bem, fiquem agora com a análise que a Renata faz das eleições no Brasil como um todo, notando que concordamos no ponto que ela ressalta: “O eleitor quis dar um bico no PT e na esquerda em geral”, no primeiro turno, e aqui não será diferente, no segundo: Tchau, João Paulo!

“Dizem os manuais que o segundo turno é outra eleição. Não desta vez. A maioria dos grandes municípios chega ao fim da campanha sem as reviravoltas que o bombardeio de propaganda em doses iguais tem potencial para provocar.

Em apenas cinco capitais o segundo colocado em 2 de outubro aparece hoje numericamente à frente nas pesquisas: BH, Curitiba, Belém, São Luís e Aracaju. E nas cinco a disputa continua acirrada, impedindo que se crave a inversão como definitiva. Nas demais 13 que ainda escolherão prefeito, é como se o eleitor, fatigado, tivesse desistido do espetáculo e entrado em hibernação durante quatro semanas. Tudo está como no início do mês.

Isso inclui o elevado patamar de “não voto” (soma de brancos, nulos e abstenções) em algumas praças. No Rio, ele equivale à intenção de voto em Marcelo Freixo (PSOL), de acordo com o Ibope mais recente. Em Porto Alegre, o jingle “Anula Lá”, sucesso nas redes, virou hino de parcela do eleitorado vermelho decidida a não validar, nem mesmo pelo mecanismo clássico da rejeição ao “mal maior”, um mano a mano exclusivamente azul.

No primeiro turno, o brasileiro optou em cima da hora — mais de 30% na última semana, novamente medição do Ibope. Surpresas sempre podem acontecer, mas faltam sinais de tamanha movimentação. Não parece precipitado afirmar que o principal recado das urnas de 2016 já foi dado, e agora será confirmado. O eleitor quis dar um bico no PT e na esquerda em geral. Missão cumprida, voltou a seus afazeres, que a vida está dura.

Outra previsão razoável é que o pós-eleição terá choro e ranger de dentes.

Choro porque não há dinheiro nem para uma fração modesta do que foi prometido em campanha. Símbolo maior da temporada que premiou “gestores” e castigou “políticos”, João Doria (PSDB) inaugurou os trabalhos da transição batendo à porta do governo federal. O prefeito eleito de São Paulo pede a bagatela de R$ 550 milhões para inteirar a conta do subsídio ao transporte público em 2017, de modo a honrar o anúncio do congelamento da tarifa de ônibus, que fez sem consultar ninguém. Cadê o Estado mínimo?

O ranger de dentes será a herança maldita da agressividade que marcou este segundo turno, como atestam debates já realizados no Rio e em BH. Quem se elege estraçalhando a jugular do adversário costuma ter problemas quando a propaganda dá lugar à realidade. Dilma Rousseff que o diga.


Memória da urna: em 2012, cinco capitais reconduziram o prefeito ou elegeram o candidato por ele indicado. Neste ano, apesar de recessão, impeachment e da memória das manifestações de 2013 ainda fresca, pelo menos 13 terão prefeitos reeleitos ou que fizeram o sucessor.”

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

"Cala boca já morreu... ". Vão enterrá-lo ou ressuscitá-lo?




Por Zezinho de Caetés

Depois de ver, ontem, a PEC do Teto, subir para o Senado, voltei às minhas atividades normais de bisbilhotar a política no Brasil e alhures. E, pelo que vi, o Renan continua nas paradas. Só não sei se de sucesso o de insucesso.

O episódio da suposta crise institucional entre os poderes da república, que eu chamaria de uma verdadeira “luta de foice no escuro”, gerada pelas suas declarações “diminuindo juízes”, está tão em evidência que gerou até história em quadrinhos como as que vi no O Globo. Em breve poderá virar até filme, como o Rei do Cangaço, Macunaíma ou o Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro.

Surgiram declarações de todos os lados, menos do Temer. Tomando o espírito da Dora Kramer, de quem li um texto no Estadão (“Pânico faz o valente”) de hoje, eu diria que o presidente da República vai perder uma discussão por não entrar nela, ao contrário do que fez a Carmem Lúcia, a presidente do STF, enterrando o “cala boca”.

Ela se doeu por ter o Renan Calheiros ter chamado um juiz de “juizeco”, como ontem já abordamos aqui, e mostrou que a frase “Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”, (dita anteriormente por ela para defender a liberdade de expressão) que sabe usar a boca e que não é o Lewandowski , que não tinha mais nem boca.

Enquanto o Temer ficou calado e não defendeu seu “chefete de polícia”, digo, Ministro da Justiça, a não ser propondo uma reunião para acertar os ponteiros dos poderes que não andam juntos no momento.

Dizem que ele está calado por causa da PEC do Teto, pois o Renan pode complicar sua passagem pelo Senado. Se isto é verdade e ele continuar pensando assim, que tal viajar, junto com o Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, e deixar logo o Renan na Presidência? Eu penso que ele é adepto de outra frase popular, que diz o contrário da Carmem Lúcia: “Em boca calada não entra mosquito”. O problema é que na situação atual os mosquitos podem entrar por outros lugares.

Como já disse, o Renan está nervoso tanto quanto o Lula. Ambos estão fazendo todo tipo de jogo de cintura para ficar longe de Curitiba. O problema é que um dia, pela finura da cintura dos dois, a cintura quebra. E esta quebradura poderá começar pela boca. Muitas vezes é bom ressuscitar o “cala a boca”, para se defender do Aedes Aegypti.

Eu só sei que está muito difícil para o Temer, mas, quem manda ter sido o vice da Dilma? Agora aguente! Mas, fiquem com a Dora Kramer para maiores detalhes, do que poderá vir por aí.

“Reza um dito muito difundido no mundo político que quando os fatos criam pernas, as pessoas costumam perder a cabeça. É o que acontece com o presidente do Senado, Renan Calheiros, uma das (grandes) bolas da vez na Lava Jato, alvo de diversos inquéritos no Supremo Tribunal Federal, frequentador assíduo de recentes delações premiadas.

Desprovido de pudor e movido a ousadia na condução de seus interesses, o senador não é pessoa que se notabilize pela noção de limite. Portanto, não chega a surpreender que recorra a termos como “chefete de polícia” e “juizeco de primeira instância” ao se referir ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal do Distrito Federal. Este por ter autorizado operação de busca e apreensão no Senado, sexta-feira última, e aquele por ser superior hierárquico da Polícia Federal.

Foram presos quatro agentes da polícia legislativa por suspeita de, com ações de varreduras em gabinetes e residências de senadores investigados, removerem escutas instaladas pela PF com autorização judicial. Ao que se sabe, ainda não está esclarecido se os agentes agiram como de rotina na busca de grampos ilegais ou se realmente atuaram com o intuito de desmontar os equipamentos da Federal e, com isso, atrapalhar as investigações da Lava Jato.

É questionável também se a operação poderia ser feita por ordem do juiz de primeira instância ou se seria preciso autorização do Supremo Tribunal Federal. Pode ter havido precipitação da PF no afã de assegurar a expedição da ordem que poderia ser recusada pelo STF. Daí a dizer, como disse o presidente do Senado à moda petista, que a polícia usou de “métodos fascistas” há grande distância.

As questões a serem dirimidas pertencem ao âmbito da Justiça e devem ser abordadas mediante modos e linguajar civilizados. Em dicionário algum o verbete “veemência” aparece como sinônimo de grosseria nem a defesa eloquente de um ponto de vista autoriza o uso de vocabulário rude. Notadamente em ambiente onde o decoro se impõe. Embora nem sempre seja exercido.

Imediata e precisa a reação da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, às palavras do vizinho de Poder exigindo respeito ao Judiciário, lembrando que o insulto é inadmissível e, no caso, extensivo a todos os juízes, ela inclusive. Pena que o presidente Michel Temer não tenha tido a autonomia partidária suficiente para também impor um alto lá ao destempero do correligionário. Ao calar consentiu que seu ministro da Justiça fosse chamado de “chefete de polícia”. E se concorda com isso é de se perguntar o que ainda faz Alexandre de Moraes no cargo.

O presidente do PMDB, senador Romero Jucá, apelou a que se desse um “desconto” a Calheiros.

Objetivamente pediu compreensão para com o presidente do Senado. Faltou dizer a razão pela qual haveríamos de conceder essa indulgência ao presidente do Senado. Estaria Jucá querendo dizer que Calheiros está emocionalmente desestabilizado pelo fato de as investigações estarem chegando aos calcanhares dele?

Se não for isso, parece que é. O pânico realmente desestabiliza qualquer pessoa. A depender da pessoa, no entanto, o ato da condescendência pode ou não ser a melhor atitude para a coletividade. Mas, quem depende da invocação da piedade dos amigos só faz jus a ela quando não tem a folha corrida na Justiça de Renan Calheiros.”

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A Lava Jato, os "juizecos" e a "Novíssima República"




Por Zezinho de Caetés

Não tem jeito. A turma está esperneando contra a Lava Jato, e, cada vez mais, quando se aproxima de uma viagem grátis a Curitiba. Lembram do Cunha? Já deve estar se habituando ao colchão menos macio e ao banho frio. Outros virão, certamente.

Para acabar a monotonia já começo citando um texto do Ricardo Noblat, no O Globo, intitulado: “Renan esperneia à medida que o cerco se feche em torno dele”. Foi  esperneio de bebê chorão. Leiam, e eu volto lá embaixo para arrematar:

“Nada de desabafo espontâneo. Nem de afirmações provocadas no calor da hora por perguntas embaraçosas que o surpreenderam.

Por sinal, foram poucas as perguntas no ato que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, batizou de entrevista coletiva.

Convocados os jornalistas ao seu gabinete, Renan ditou declarações com base em um documento que consultou todo o tempo.

Então chamou o ministro Alexandre Moraes, da Justiça, de “chefete de polícia” e de “ministro circunstancial”.

Chamou de “juizeco” o juiz de primeira instância que autorizou a prisão de agentes da Polícia do Senado na última sexta-feira.

Disse que a Polícia Federal valeu-se de “métodos fascistas” para invadir o Senado e cumprir a decisão do “juizeco”.

Lamentou que tal coisa tivesse acontecido, “um espetáculo inusitado que nem a ditadura [militar de 64] ousou fazer”.

Anunciou que entrará, hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para defender as prerrogativas da Polícia Legislativa.

E, por fim, do alto da indignação estudada, sapecou: “Tenho ódio e nojo a métodos fascistas”.

Plagiou a célebre frase de Ulysses Guimarães dita na sessão de promulgação da Constituição de 1988:

- Eu tenho ódio e nojo à ditadura.

O desempenho de Renan não traiu a revolta do presidente de uma instituição que se sentiu ultrajada. Não.

Até ontem, pelo menos, apenas dois senadores reclamaram da prisão dos agentes da Polícia do Senado. Os demais silenciaram.

O desempenho de Renan traiu o seu próprio medo de, em breve, tornar-se a bola da vez do Judiciário.

A situação dele, ali, só piora. Renan responde a oito processos no STF. O mais antigo foi finalmente liberado para ser julgado.

Seis processos têm a ver com a roubalheira na Petrobras que o beneficiou, segundo denúncia da Procuradoria Geral da República.

A prisão de agentes da Polícia do Senado poderá envolvê-lo em mais um rolo: o de tentar proteger colegas encrencados com a Lava Jato.

Foi Renan que autorizou a Polícia do Senado a fazer varreduras em gabinetes e casas de senadores visitadas pela Polícia Federal.

A Polícia do Senado foi até lá à procura de equipamentos de escuta eventualmente plantados pelos agentes federais. Não encontrou.

Renan ameaça pôr em votação no Senado um conjunto de medidas que limitem a ação da Polícia Federal e do Ministério Público.

Por suposto, advoga em causa própria.”

E este é tom de todos aqueles que, como os gladiadores romanos eram obrigados a declararar para o César da vez: “Ave César, os que vão morrer, te saúdam!”. Hoje apenas mudou o César e a forma de dizer: “Ave Lava Jato, os que vão para Curitiba, te saúdam”. E daí começa a luta para não entrar no avião.

Ontem, ouvimos (vejam a nossa paciência!) o discurso do Lindberg Farias no Senado. A cantilena foi toda para mostrar as virtudes do Lula, meu conterrâneo, que já vem esperneando há tempo contra sua quase certa viagem à capital paranaense.

Foi um verdadeiro festival de besteiras, que apenas mostra a atitude dos lulistas de tentar politizar a próxima imagem do Lula atrás das grades, ou pelo menos, começar desde já a justificativa para que o “rei dos pobres” possa pedir asilo em algum país amigo. Aliás, pelo que li, ele não quer nem saber em falar de “amigo”, pois era, segundo a Polícia Federal, como lhe chamava o Marcelo Odebrecht no tráfico de propinas, em uma planilha especializada no tema.

Certamente, pela sua deferência especial pelos “pobres” ele deverá ir para o Uruguai, onde já está um filho, e pode até dirigir o fusca do Mujica, este sim, que resolveu viver como pobre e pensa que o Lula tem a mesma opinião, apesar do ternos Armani.

Jamais ele pensaria em ir para a Venezuela de onde o Maduro já quer sair para também não ser preso na mesma gaiola do passarinho que ele diz ser o Chávez. Triste país a outrora rica Venezuela. Teve menos sorte do que a gente e não conseguiu se ver livre da herança maldita do chavismo, e seu socialismo do século XXI, que nunca passou de estratégia para encher o continente de ditadores malucos. Nós, pelo menos parece, estamos nos livrando do lulo/petismo, antes de afundarmos tanto quanto o país vizinho.

Eu, como otimista que sou, penso já no Temer entregando a faixa a um novo presidente em 2019, sem o risco do novo usuário já tê-la usado antes. Quem sabe, a Lava Jato não seja o começo da “Novíssima República”. Porque a “Nova”, já envelheceu.

E quem diria, quase tudo isto está acontecendo por causa de outro “juizeco”. Nunca o Brasil precisou tanto de “juizecos” com este!


Paro por aqui pois tenho que me plantar diante da mídia esperando a última do “juizeco”, enquanto se fecha o cerco.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A semana - Cunha é preso, Renan escuta a polícia e Temer sai apressado do Japão





Por Zé Carlos

Sobre esta semana que passou, se eu começasse dizendo que foi surpreendente pela prisão do Eduardo Cunha, todos os meus leitores ririam porque já sabem que está esta é uma coluna dedicado ao humor. Todos estavam cansados de saber que a prisão de Cunha só não se concretizaria se o sisudo Sérgio Moro, caísse na gandaia hilariante e começasse a fazer humor também. Se isto acontecesse, é óbvio que seria um dos nossos ilustres colaboradores, pois com o seu conhecimento jurídico iria esclarecer se é um crime dizer que nosso país é a pátria do riso. Não sendo assim, nada para mim foi surpresa quando a Polícia Federal levou o homem de 5 milhões de dólares para Curitiba.

Soube-se que, antes disso, mas pensando nisso, isto é, sua prisão, o Cunha começou a dizer que escreveria um livro para contar a história do riso em nossa república, que já foi muito, no entanto, só chegou ao seu cume no governo petista, cujos humoristas já provaram aqui e alhures que são os melhores do ramo. Alguém lembra das impagáveis piadas de Dilma, dentro de sua circunspecção exagerada? É claro que todos lembram, e com elas nossa musa maior ficará na história. Aquela de que por trás de uma criança sempre há um cachorro, ainda ecoa no movimento hilariante nacional. Dizem que já comprou um vira-lata para o neto para percorrer as ruas de Porto Alegre. E, disse o Cunha que introduzirá no livro piadas de todos que o cercavam. Desde o Renan até o Lula, passando pelo Temer, inclusive a do cachorro.

Que seria um sucesso editorial é indiscutível. Não se sabe agora, com sua prisão, se ele continuará com o projeto do livro logo, ou esperará para incluir a delação premiada que fará dos melhores humoristas da república, como os citados acima. Eu, só sei que, no dia de sua prisão, dizem que Brasília parou literalmente. Não, não foi engarrafamento no Plano Piloto, e sim as filas dos banheiros do Congresso é que atrapalhavam o trânsito pois se estendiam até as ruas. Como dizemos lá no interior, que tem c., tem medo e nestas horas de medo é c. o que mais trabalha colocando sujeira e fedor para fora. Pelo que li, o Cunha, nosso colaborador Cunhão, só não conseguiu propina para quem não conversou com ele. E hoje, ouvir falar em propina em Brasília é a mesma coisa que falar de corda em casa de enforcado. É um verdadeiro clamor.

Eu poderia citar aqui vários shows de humor do Eduardo Cunha como seus diálogos à distância com nossa musa, a Dilma, que de grandes amigos passaram a ser grandes inimigos, desde que ele aceitou seu pedido de impeachment. Mas, basta citar um fato do nosso Cunhão para mostrar sua verve hilariante. Ele, segundo a mídia tinha uma empresa chamada Jesus.com. Se fôssemos tomar ao pé da letra este fato, poderíamos concluir que até o domínio de Jesus, recebeu propina do Cunha. Claro que isto não é verdade, a não ser o humor do Cunha, quando se foi além e se descobriu que Jesus.com tinha vários automóveis, inclusive um Porsche Cayenne. Então, mesmo sabendo quando ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro, além de ser acusado de ter recebido propinas sobre contratos da Petrobrás, e negou que recebeu, ele queria dizer que tudo fora recebido por Jesus. O .com é apenas um detalhe da mídia moderna. Como se vê este homem é um pândego e vai levar mais pândegos com ele.

No entanto, nem só do riso sobre a prisão de Cunha viveu a semana que passou. Imaginem que a operação Lava Jato, sim, aquela que está o fazendo o Brasil sorrir, comandada pelo sisudo Sérgio Moro, e que desperta o mais recôndito humor nos políticos e empresários brasileiros que tem o colarinho branco, levou o Renan a produzir um show impagável do qual tivemos notícia esta semana. Como presidente do Senado, ele gastou uma fábula de dinheiro para comprar maletas de espião para a Polícia do Senado, sim, aquela que deveria servir para manter em segurança a instituição a qual pertence, de última geração, e que fariam invejas àquelas velharias de 007. Nada contra e nenhum caso de riso, se o motivo da compra não fosse procurar os grampos ou escutas que seriam encontrados nas casas dos senhores senadores. E dizem que o Sarney, além de usar o serviço em seus gabinetes, teve também seu escritório particular vistoriado. E, pasmem, e também riam se quiserem, nem as maletas pegaram o delator Sérgio Machado o grampeando quando ele sussurrava palavras de amor aos procuradores da Lava Jato.

E o que fez mais o Renan para nos matar de rir? Como presidente do Senado disse que estava apenas defendendo sua instituição contra outras instituições como a Polícia Federal. Ou seja, o Brasil está tão hilário que está havendo até brigas de polícias. Pode? Já pensaram o hilário da situação?

- Teje preso, cabra!!!
- Teje preso você também!!!

E vão os dois policiais recorrer ao STF, que está tão abarrotado de processos que, dizem, os ministros já sentam em cima deles por falta de espaço em seus gabinetes. E o riso abunda.

E foi devido a estas coisas todas que o Temer foi ao Japão e só teve tempo de cumprimentar rapidamente o Imperador Hiroito dizendo: “Desculpe, imperador! Mas, hoje tenho que ver o que aconteceu com o Imperador Cunha. Se ele diz alguma coisa ao Moro eu estou frito!”. Eu até hoje não descobri o motivo da pressa. Pode até ter sido para orientar o Michelzinho na tarefa da escola. Sabe-se lá!

Entretanto, a semana que passou foi mais internacional do que nacional. Isto porque, parece que as eleições americanas têm maior influência sobre o Brasil do que as eleições internas. Pelo menos, isto é verdadeiro quanto aos pleitos municipais, já que estes só serviram para tirar o PT do rumo no Brasil como um todo, e, pelas pesquisas, vão deixar o João Paulo sem mexer na Conde da Boa Vista outra vez. Lá nos States é a briga entre a Hilary, sim, aquela que foi traída pelo marido, o Clinton, mas o perdoou na condição dele apoiá-la para presidente, contra o Trump, que o meu neto chama de Pato Donald, este ano. O Trump é aquele que vai murar os Estados Unidos para não entrar mais estrangeiros, na esperança de acabar com a violência e expulsar todos os imigrantes ilegais. Quando ele descobrir que quem trabalha realmente por lá são estes imigrantes, poderá ser tarde. Os americanos vão ter que pegar no pesado.

Todavia, o mais hilário da campanha presidencial americana é que eles fazem uma festa tradicional somente para os candidatos contarem piadas um do outro. Este jantar foi oferecido pela Igreja Católica dos Estados Unidos, que não deve nada ao Papa Francisco, na última quinta-feira e os presentes pagaram US$ 3 mil pelo rega bofe para estarem perto do futuro presidente americano, ouvir suas baboseiras e xingarem um ao outro. Penso que só ganha com isto a Igreja Católica. Se a moda pega no Brasil, nas próximas eleições quem pagaria 3 mil reais para jantar com o futuro presidente? Bem, deixemos para lucubrar mais próximo de 2018 por não sabermos quem sobrará até lá sem passar por Curitiba.


E hoje fico por aqui já esperando grandes emoções para esta semana com a volta da PEC do Teto à Câmara. E já aviso. A coluna está comprando maletas de espiões para instalação de escutas em locais estratégicos para fazer nossos leitores rirem mesmo antes dos leitores dos jornais tradicionais. Esperamos com isto subir o seu número de 13 para 45 até 2018. Será a tecnologia a serviço do riso. Até a próxima!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Cunha na prisão. "Hoje tem espetáculo?





Por Zezinho de Caetés

Em minha infância lá em Caetés, desde a época que ainda éramos de Garanhuns, quando chegava um circo por lá, a propaganda do evento era feita pelo próprio palhaço com pernas de pau e com um com um funil na boca gritando: “Hoje tem espetáculo?”, a que a meninada, inclusive eu (remunerado com um ingresso para aquela noite) respondia: “Tem sim senhor!”.

Ontem relembrei disto com a efusão de textos tratando do maior espetáculo político dos últimos tempos que foi a prisão de Eduardo Cunha. Tal qual um circo, ela já era esperada por todos. Ou seja, o circo tarda, mas, vem; e o Cunha tardou mas foi para Curitiba.

E penso que sua prisão mexeu com o mundo político, porque com seu tempo de política, com os cargos e funções pelas quais passou, certamente, amarrou o rabo de muita gente no seu. E aqueles que se sentem hoje pendurados pelo rabo, são muitos inclusive, o rabo mor da nação, o Michel Temer.

Como foi noticiado, sua saída intempestiva do Japão, depois da bênção do Hiroito, parece ter tudo a ver com o espetáculo da prisão do Cunha. Afinal de contas, é sabido que ambos comiam no mesmo prato (não quero ser indelicado) faz muito tempo. E o último prato, que alimentou todo Brasil de esperança foi o impeachment da Vovó Dilma, para o qual o Cunha foi o mestre cuca.

Este prato, sem a ajuda do Cunha, não teria sido servido e, talvez, sem ele o Brasil não teria se visto livre do PT, e teríamos que amargar mais 3 anos da ex-presidenta. E havia um risco muito maior que seria a possível volta do Lula em 2018.

Mas, ainda estamos nas preliminares da prisão do Cunha. Ele vai ter um tempo para pensar se vai delatar ou não à Lava Jato, alguns que o acompanharam na sua trajetória política. E como quem tem olho tem medo, já era de se esperar que Brasília está em polvorosa, e já pergunta qual o próximo espetáculo.

Eu penso que é o de Lula, mas, há controvérsias. O Temer corre por fora, junto com outros que a Lava Jato só espera que deixem o foro privilegiado para formar um time completo lá em Curitiba. O que espero mesmo é que o time seja formado antes de 2018, e que escolham o Sérgio Moro como técnico. Com ele o time será imbatível!

Para analisar com mais profundidade a formação deste possível time, onde quase todos, até agora pertencem ao PT, tendo como craque o Zé Dirceu, agora, o PMDB e outros partidos podem dar sua contribuição, para que este time só jogue nas penitenciárias paranaenses, eu deixo vocês com o texto de hoje no Estadão, do José Roberto de Toledo (“Novo silêncio dos inocentes”), e volto para a mídia, esperando o circo de Lula gritar: “Hoje tem espetáculo?”  e espetáculo contiuar:

... -  Tem sim senhor!
- 8 horas da noite?
- Tem sim senhor!
- E o palhaço o que é?
- [Não] é ladrão de mulher!


“Como esperado, a prisão de Eduardo Cunha foi, disparado, o assunto mais comentado pelos deputados federais em seus perfis nas redes sociais. Mais de uma centena de tuítes em três horas. Entre o desejo e a análise, duas projeções não necessariamente opostas dominaram a timeline parlamentar: a implicação da prisão sobre os futuros do governo Temer e de Lula. Curiosamente, raros arriscaram palpitar sobre o destino da própria Câmara, porém.

Alguns deputados da nova oposição (petistas e aliados que sobraram) comemoraram como prato frio a prisão do maior responsável por eles terem deixado de ser governo. Resgataram o grampo de Romero Jucá (PMDB-RR) – “porque o Michel é Eduardo Cunha” – para prever a queda do novo presidente em futuro não muito distante, graças a uma eventual delação premiada de Cunha.

“Cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai, não fica nada” foi uma das citações usadas – em referência à hipótese radical de uma eleição indireta pelo Congresso vir a ser necessária para ocupar o vácuo deixado pela suposta deduragem do peemedebista. Vai longa distância para as cartomantes emplacarem sua profecia.

Cunha tem o que dizer, não resta dúvida. Mas é preciso uma sucessão de fatos para a vingança petista ser completa: 1) Cunha querer falar, 2) Cunha falar o que a nova oposição espera ouvir, 3) Procuradoria querer ouvir, 4) o Juízo aceitar a delação, 5) haver provas físicas do que ele vier a dizer, 6) quem for delatado ser investigado, denunciado e virar réu no Supremo.

É possível imaginar um atalho para esse processo? Por exemplo, que a eventual delação desestabilize o governo a ponto de comprometer a aprovação dos cortes de gastos e das reformas que ele pretende propor ao Congresso? E que isso acelere o processo contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral? Possível é. Provável? Nem tanto. Vai depender do timing.

O que nos leva de volta à timeline dos deputados, agora com viés oposto. Parlamentares da antiga oposição usaram a prisão de Cunha para repetir que “as instituições estão funcionando”, que a versão de que a Lava Jato só vai atrás do PT é mimimi e que a defesa do ex-presidente, portanto, perdeu seu principal argumento. Nesse raciocínio, Lula seria o próximo em Curitiba.

Prestidigitação política é atividade de alto risco. Judicial, então, é suicida. Todavia, constata-se que – comparado aos desígnios da nova oposição – os da antiga só dependem de uma das seis etapas necessárias para as previsões petistas se confirmarem: a canetada do juiz Moro. Probabilisticamente parece algo menos remoto do que o fim prematuro do governo Temer. Apenas porque tem menos etapas a cumprir.

Todas essas hipóteses são apenas isso, hipóteses, porém. Invertendo a frase de Conan Doyle: se no seu conjunto o homem se torna uma certeza matemática, individualmente, é um quebra-cabeça insolúvel. Ninguém sabe com certeza o que se passa na cabeça do juiz Moro – e muito menos na do seu novo inquilino.

Nem ele. A prisão de Cunha é por tempo indeterminado. O que o ex-deputado pensa hoje pode não ser o mesmo que venha a pensar amanhã, ou daqui a um mês, ou um ano. Marcelo Odebrecht é um que entrou na cela pensando de um jeito e está tentando sair dela justamente porque começou a pensar diferente, a admitir delatar.


É por ter consciência de que qualquer previsão sobre a disposição delatora de Cunha é um chute que a maioria dos deputados federais não usou suas contas no Twitter ou seus perfis no Facebook para fazer crítica, projeção ou um comentário sequer sobre o ex-colega. Melhor não aparecer, não cutucar a memória nem dar ideias ao mais poderoso presidente da Câmara desde Ulysses Guimarães. É o autêntico silêncio dos inocentes.”

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A prisão do Lula e a "prova dos nove"





Por Zezinho de Caetés

Para não ficar monótono, tanto quanto a cantilena do PT de que o impeachment da Dilma foi um golpe, eu hoje inverto meus textos tradicionais, citando antes o que vou comentar e não depois. Logo abaixo vocês lerão uma parte da Coluna do Carlos Brickmann, que ele intitula de “Lula lá”. Leiam:

“A expectativa de prisão de Lula foi levantada por petistas (e reforçada, naturalmente, pelo conjunto da obra): quem deu a notícia de que o risco era real e iminente foi um blogueiro paulista, Eduardo Guimarães, que aproveitou a oportunidade para convocar os correligionários a uma vigília em frente à casa de seu líder. Nada deu certo: a vigília reuniu umas vinte pessoas, 30 no máximo, e o Japonês da Federal não apareceu por lá.

Lula será preso? Talvez; mas não é obrigatório que a prisão ocorra. Pode acontecer até que ele seja condenado num dos três processos a que por enquanto responde e o juiz lhe dê o direito de recorrer em liberdade.

E que fará o ex-presidente enquanto a máquina da Justiça avança para triturá-lo? Breno Altman, jornalista ligado a Lula, editor do site Opera Mundi, diz que uma coisa é certa: o líder petista não sai do Brasil, não pede asilo em nenhuma Embaixada e já comunicou a decisão aos companheiros. Acha que se exilar, ou asilar. enfraqueceria sua defesa, deixaria o PT mais frágil e seria um mau exemplo. E se for preso? "Irá enfrentar, pelas ruas e instituições do país, contando sempre com a solidariedade internacional, a perseguição da qual é vítima. Não se renderá nem fugirá. Se vier a ser preso, será do calabouço que continuará lutando contra o arbítrio e o golpismo, liderados pelos setores mais reacionários da PF, do MPF e do Poder Judiciário".

É uma situação complexa: a prova dos nove.”

Eu acompanhei este movimento da militância lulista, e vi que é verdade. Mais de 20 pessoas protestaram contra uma suposta prisão de Lula, em frenta a sua casa em São Bernado, que terminou não acontecendo. No entanto, eles ainda se encontram mobilizados, pois isto, certamente, acontecerá em breve.

Não concordo nem com a possibilidade de que o juiz Sérgio Moro corra da raia e não prenda o Lula, quando ele tiver de ser preso. E se for verdade a notícia do lançamento de um vídeo onde o Lula diz que cumprirá as leis, e que se defenderá do calabouço, contra a injustiça, estes 20 e poucos bravos petistas continuarão mobilizados.

Ele já escreveu uma carta, desculpem, escreveram uma carta para ele, na qual ele se defende das acusações, que depois comentarei. Junto com este vídeo, o conjunto da sua obra nesta direção não leva a outra conclusão: O Lula está querendo asilo em algum canto.

Eu, conterrâneo e quase “ex-cumpanheiro”, aconselhá-lo-ia (assim falaria o Temer) a procurar as autoridades de nossa cidade, Caetés, e se inscrevesse como candidato à nossa Academia Caeteense de Letras, cuja cadeira 13 o espera. Eu tenho dúvidas se Academia gera foro privilegiado. Ora, se o Tiririca tem, como negá-lo a um acadêmico?

O Brickmann termina seu texto dizendo que a situação é complexa, uma verdadeira “prova dos noves”. E eu, com minha memória já em franca decadência, com a culpa das calculadoras de 1,99, as quais eram vendidas pela Dilma, quando era comercianta, fizeram me esquecer de como se faz a prova dos noves.


Alguém lembra? Por hoje é só, que eu estou tentando somar 13 mais 171 lembrando de como tirar a prova dos noves. Bem, se não conseguir, tudo bem. A Dilma também não sabia.