Por Zezinho de Caetés
Como não poderia deixar de ser,
hoje, meu assunto é ainda as eleições municipais, que já entraram para a história
como aquela em que o PT começou a dizer adeus ao poder, em todos os níveis.
Estamos contando, nos dedos de Lula,
os prefeitos eleitos pelo partido. Não ficou pedra sobre pedra. Algumas poucas
vitórias, nada mais é do que aquela melhora de antes da morte que, dizem,
acometem os que passam para outra vida.
E, com esta derrota, foram juntos
a Dilma e o Lula, que ficaram pedindo de alguns palanques para não ir, e
terminaram indo juntos com seus candidatos. Havia uma estória que o Lula era pé
frio. Lembram que ele foi à Argentina fazer discurso em comício para Cristina
Kirchner? Pois é, mas, não foi só isto.
Lembram do seu pé frio no futebol?
Vejam o que encontrei na internet:
“1 – SÃO PAULO: No dia 17 de março de 2003, Lula recebeu a camisa do
São Paulo, quando o clube apoiou a campanha Fome Zero. Logo depois, o São Paulo
foi vice-campeão paulista perdendo a final para o Corinthians e eliminado nas
quartas-de-final da Copa do Brasil pelo Goiás.
2 – FLAMENGO: No dia 6 de janeiro de 2004, Lula recebeu o presidente do
Flamengo, Márcio Braga, e vestiu a camisa rubro-negra. Alguns meses depois, o
Flamengo perdeu a final da Copa do Brasil para o Santo André em pleno Maracanã.
3 – SELEÇÃO e ROBERTO CARLOS: Em 20 de maio de 2006, Lula recebeu o
lateral-esquerdo Roberto Carlos e ganhou uma camisa autografada da seleção.
Pouco depois, na Copa do Mundo, o Brasil foi eliminado pela França com um gol
de Henry que nasceu de falha justamente de……Roberto Carlos, que teve um
problema com o meião.
4 – INTER-RS: Após o Inter ser campeão do mundo, em dezembro de 2006,
Lula foi presenteado pelo deputado Beto Albuquerque com uma camisa colorada.
Meses depois, o time foi eliminado já na primeira fase da Libertadores e o
arqui-rival Grêmio ficou com o título do Campeonato Gaúcho.
5 – CORINTHIANS: Em 23 de fevereiro de 2007, Lula recebeu o presidente
do Corinthians, Alberto Dualib, e posou para fotos com a bandeira do seu time
do coração. Mas meses depois o clube seria rebaixado para a Segunda Divisão
pela primeira vez na sua história.
6 – FIGUEIRENSE: No dia 8 de Maio de 2007, Lula ganhou de presente a
camisa do Figueirense, após visita ao estado de Santa Catarina. No mês
seguinte, o Figueira foi derrotado na final da Copa do Brasil pelo Fluminense.
7 – SELEÇÃO e RONALDINHO GAÚCHO: No dia 1º de julho de 2007, o Brasil
enfrentou a Inglaterra e o duelo terminou 1 a 1. Antes da partida, o presidente
cumprimentou Ronaldinho Gaúcho. Depois, o Brasil apenas empatou com a Turquia e
perdeu para o México. Ronaldinho nunca mais foi o mesmo.
8 – MÉXICO: Em 6 de agosto de 2007, Lula foi presenteado pelo
presidente Felipe Calderón com camisa da seleção mexicana. Logo depois, o
México perdeu para a Colômbia por 1 a 0, para o Brasil por 3 a 1, para a
Guatemala por 3 a 2, empatou com a Nigéria em 2 a 2 e venceu o modesto Panamá
por apenas 1 a 0, para depois perder para o Paraguai por 1 a 0. Que maré!
9 – BOTAFOGO: No dia 14 de agosto de 2007, Lula recebeu do volante
Túlio a camisa do Botafogo durante cerimônia de assinatura do decreto que
regulamentava a Timemania. Naquele dia, o Botafogo estava na terceira colocação
do Campeonato Brasileiro, com 34 pontos, a apenas seis do São Paulo, ainda
lutando pelo título. Mas terminou em 9º, fora até da classificação para a
Libertadores.
10 – KAKÁ: No dia 28 de dezembro de 2007, Lula recebeu Kaká, eleito
pouco antes o melhor jogador do mundo. Mas depois daquele dia Kaká não manteve
o nível, muito por conta de lesões, e perdeu a coroa de número um para o
português Cristiano Ronaldo.
11 – FLUMINENSE: No dia 23 de junho de 2008, Lula passou pelas
Laranjeiras em direção ao Palácio Guanabara, ao lado da sede tricolor. Antes,
ganhou a camisa do Flu, que dias depois, mesmo com a melhor campanha da
Libertadores, perdeu a final para a LDU em pleno Maracanã, nos pênaltis.
12 – VASCO: Em 4 de julho de 2008, Lula recebeu Roberto Dinamite,
presidente do Vasco. Meses depois, o segundo time de Lula foi rebaixado para a
Segunda Divisão pela primeira vez na história.
13 – FELIPÃO: No dia 18 de agosto de 2008, Lula recebeu o técnico do
Chelsea, Luiz Felipe Scolari, em Brasília. Presenteado com a camisa do clube
inglês, Lula agradeceu. E Felipão, neste domingo que passou, perdeu para o
Liverpool completando o quinto clássico sem vitória na Inglaterra: são quatro
derrotas (duas para o Liverpool, uma para o Manchester United e uma para o
Arsenal) e um empate (com o Manchester United).”
Paro nas 13 notas para homenagear
o número menos sufragado nas urnas no domingo. E como se não bastasse, o pé
frio passou para política. Leiam abaixo, o texto do imortal Merval Pereira,
intitulado: “A maior derrota do PT nos
últimos anos”, onde ele mostra o tamanho do pé frio que meu conterrâneo se
transformou, também, na política.
E soube que, o João Paulo, o
candidato que, por meros 0,7% dos votos passou para o segundo turno, convidará
o Lula para fazer comícios em prol de sua candidatura. Imaginem o tamanho da
derrota!
Vejam que o candidato Haddad, de
São Paulo, teve que escondê-lo da propaganda devido à fuga de eleitores depois
do comício em que Lula participou. Mesmo assim, não deu. Foi a maior derrota
que o PT já teve em São Paulo e adjacências. Ou seja, o pé do Lula congelou
mesmo.
Outra notícia desta eleição foi
que o grande vencedor foi o PSDB. E já se sabe o porquê. Lula falou tanto de
FHC que o seu partido está crescendo de novo e é capaz de chegar à presidência
em 2018. A culpa, todos já sabem, foi do pé congelado de Lula.
E como se não bastasse a derrota
acachapante do PT, a Marina, talvez por ser reconhecida como ex-petista, estava na REDE e esta começou a furar com a saída de alguns reclamando que ela não balançava. Ou seja, nem ex-petista escapou, vide a Marta Suplicy.
O PT só teve uma vitória
acachapante. A eleição do Eduardo Suplicy para vereador de São Paulo. E, não foi
por ele ser petista, e sim porque “não
fede e nem cheira” mais.
Agora fiquem com o Merval que eu
vou acompanhar a Lava Jato. Onde estará o Lula, hoje?
“O que seria uma vitória parcial
capaz de amenizar os reveses nacionais do partido acabou se transformando em
uma derrota acachapante. Pela primeira vez nas disputas para a Prefeitura de
São Paulo, um prefeito foi eleito no primeiro turno, e não foi do PT, e nem
mesmo um político tradicional.
O tucano João Dória
transformou-se na maior vitória do governador de São Paulo Geraldo Alckmin e
foi o responsável pela maior derrota eleitoral do PT nos últimos anos.
O prefeito Fernando Haddad,
rejeitado pela população da cidade, sonhou disputar o segundo turno contra
Dória, mas teve que cancelar a entrevista coletiva que daria saudando o feito
para telefonar para o vencedor.
O ex-presidente Lula, testando
mais uma vez sua verve de prestidigitador, ainda anunciou surpresas a favor do
PT nessas eleições municipais, mas derrota tão devastadora nem mesmo pode ser
qualificada de surpreendente, dados os últimos acontecimentos em torno da
legenda.
O PT saiu de terceira maior
legenda em termos de prefeitos e vereadores do país para o décimo lugar, e
agora vai ter que começar do início. Pior que isso só o fato de que o maior
rival, o PSDB, deve sair como o maior vencedor dessas eleições, tendo a vitória
em São Paulo como seu grande trunfo.
Do ponto de vista pessoal, as
lideranças petistas mais visíveis, os ex-presidentes Lula e Dilma,
transformaram-se em pesos políticos para seus seguidores. Lula gravou programas
de televisão para a campanha de Haddad, que não foram ao ar por recomendação
dos marqueteiros do prefeito. Lula, só em carreatas em locais específicos onde
ainda detinha algum valor eleitoral, na periferia paulistana.
Mas, mesmo assim, João Dória
ganhou eleitores nessas periferias antes dominadas pelo PT. As derrotas
petistas em diversos municípios do entorno da capital, inclusive no berço do PT,
São Bernardo do Campo, são mais sinais de que o partido entrou em declínio, e
terá muito problema para se reorganizar para 2018.
O prefeito de São Paulo Fernando
Haddad, se fosse para o segundo turno, mesmo que perdesse para Dória como tudo
indicava, poderia representar uma renovação do PT. Mas nem isso sobrou para
ele, que se quiser continuar na vida pública terá que mudar de legenda.”
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