Por Zé Carlos
Sobre esta semana que passou, se eu começasse dizendo que foi
surpreendente pela prisão do Eduardo Cunha, todos os meus leitores ririam
porque já sabem que está esta é uma coluna dedicado ao humor. Todos estavam
cansados de saber que a prisão de Cunha só não se concretizaria se o sisudo
Sérgio Moro, caísse na gandaia hilariante e começasse a fazer humor também. Se
isto acontecesse, é óbvio que seria um dos nossos ilustres colaboradores, pois
com o seu conhecimento jurídico iria esclarecer se é um crime dizer que nosso
país é a pátria do riso. Não sendo assim, nada para mim foi surpresa quando a
Polícia Federal levou o homem de 5 milhões de dólares para Curitiba.
Soube-se que, antes disso, mas pensando nisso, isto é, sua prisão, o
Cunha começou a dizer que escreveria um livro para contar a história do riso em
nossa república, que já foi muito, no entanto, só chegou ao seu cume no governo
petista, cujos humoristas já provaram aqui e alhures que são os melhores do
ramo. Alguém lembra das impagáveis piadas de Dilma, dentro de sua circunspecção
exagerada? É claro que todos lembram, e com elas nossa musa maior ficará na
história. Aquela de que por trás de uma criança sempre há um cachorro, ainda ecoa
no movimento hilariante nacional. Dizem que já comprou um vira-lata para o neto
para percorrer as ruas de Porto Alegre. E, disse o Cunha que introduzirá no
livro piadas de todos que o cercavam. Desde o Renan até o Lula, passando pelo
Temer, inclusive a do cachorro.
Que seria um sucesso editorial é indiscutível. Não se sabe agora, com
sua prisão, se ele continuará com o projeto do livro logo, ou esperará para
incluir a delação premiada que fará dos melhores humoristas da república, como
os citados acima. Eu, só sei que, no dia de sua prisão, dizem que Brasília
parou literalmente. Não, não foi engarrafamento no Plano Piloto, e sim as filas
dos banheiros do Congresso é que atrapalhavam o trânsito pois se estendiam até
as ruas. Como dizemos lá no interior, que tem c., tem medo e nestas horas de
medo é c. o que mais trabalha colocando sujeira e fedor para fora. Pelo que li,
o Cunha, nosso colaborador Cunhão, só não conseguiu propina para quem não
conversou com ele. E hoje, ouvir falar em propina em Brasília é a mesma coisa
que falar de corda em casa de enforcado. É um verdadeiro clamor.
Eu poderia citar aqui vários shows de humor do Eduardo Cunha como seus
diálogos à distância com nossa musa, a Dilma, que de grandes amigos passaram a
ser grandes inimigos, desde que ele aceitou seu pedido de impeachment. Mas,
basta citar um fato do nosso Cunhão para mostrar sua verve hilariante. Ele,
segundo a mídia tinha uma empresa chamada Jesus.com. Se fôssemos tomar ao pé da
letra este fato, poderíamos concluir que até o domínio de Jesus, recebeu
propina do Cunha. Claro que isto não é verdade, a não ser o humor do Cunha,
quando se foi além e se descobriu que Jesus.com tinha vários automóveis,
inclusive um Porsche Cayenne. Então, mesmo sabendo quando ele foi denunciado
pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro, além de ser
acusado de ter recebido propinas sobre contratos da Petrobrás, e negou que
recebeu, ele queria dizer que tudo fora recebido por Jesus. O .com é apenas um detalhe da mídia
moderna. Como se vê este homem é um pândego e vai levar mais pândegos com ele.
No entanto, nem só do riso sobre a prisão de Cunha viveu a semana que
passou. Imaginem que a operação Lava Jato, sim, aquela que está o fazendo o
Brasil sorrir, comandada pelo sisudo Sérgio Moro, e que desperta o mais
recôndito humor nos políticos e empresários brasileiros que tem o colarinho
branco, levou o Renan a produzir um show impagável do qual tivemos notícia esta
semana. Como presidente do Senado, ele gastou uma fábula de dinheiro para comprar
maletas de espião para a Polícia do Senado, sim, aquela que deveria servir para
manter em segurança a instituição a qual pertence, de última geração, e que
fariam invejas àquelas velharias de 007. Nada contra e nenhum caso de riso, se
o motivo da compra não fosse procurar os grampos ou escutas que seriam
encontrados nas casas dos senhores senadores. E dizem que o Sarney, além de
usar o serviço em seus gabinetes, teve também seu escritório particular
vistoriado. E, pasmem, e também riam se quiserem, nem as maletas pegaram o
delator Sérgio Machado o grampeando quando ele sussurrava palavras de amor aos
procuradores da Lava Jato.
E o que fez mais o Renan para nos matar de rir? Como presidente do
Senado disse que estava apenas defendendo sua instituição contra outras
instituições como a Polícia Federal. Ou seja, o Brasil está tão hilário que
está havendo até brigas de polícias. Pode? Já pensaram o hilário da situação?
- Teje preso, cabra!!!
- Teje preso você também!!!
E vão os dois policiais recorrer ao STF, que está tão abarrotado de
processos que, dizem, os ministros já sentam em cima deles por falta de espaço
em seus gabinetes. E o riso abunda.
E foi devido a estas coisas todas que o Temer foi ao Japão e só teve
tempo de cumprimentar rapidamente o Imperador Hiroito dizendo: “Desculpe, imperador! Mas, hoje tenho que ver
o que aconteceu com o Imperador Cunha. Se ele diz alguma coisa ao Moro eu estou
frito!”. Eu até hoje não descobri o motivo da pressa. Pode até ter sido
para orientar o Michelzinho na tarefa da escola. Sabe-se lá!
Entretanto, a semana que passou foi mais internacional do que
nacional. Isto porque, parece que as eleições americanas têm maior influência
sobre o Brasil do que as eleições internas. Pelo menos, isto é verdadeiro quanto
aos pleitos municipais, já que estes só serviram para tirar o PT do rumo no
Brasil como um todo, e, pelas pesquisas, vão deixar o João Paulo sem mexer na
Conde da Boa Vista outra vez. Lá nos States
é a briga entre a Hilary, sim, aquela que foi traída pelo marido, o Clinton,
mas o perdoou na condição dele apoiá-la para presidente, contra o Trump, que o
meu neto chama de Pato Donald, este ano. O Trump é aquele que vai murar os
Estados Unidos para não entrar mais estrangeiros, na esperança de acabar com a
violência e expulsar todos os imigrantes ilegais. Quando ele descobrir que quem
trabalha realmente por lá são estes imigrantes, poderá ser tarde. Os americanos
vão ter que pegar no pesado.
Todavia, o mais hilário da campanha presidencial americana é que eles
fazem uma festa tradicional somente para os candidatos contarem piadas um do
outro. Este jantar foi oferecido pela Igreja Católica dos Estados Unidos, que
não deve nada ao Papa Francisco, na última quinta-feira e os presentes pagaram
US$ 3 mil pelo rega bofe para estarem perto do futuro presidente americano, ouvir
suas baboseiras e xingarem um ao outro. Penso que só ganha com isto a Igreja
Católica. Se a moda pega no Brasil, nas próximas eleições quem pagaria 3 mil
reais para jantar com o futuro presidente? Bem, deixemos para lucubrar mais
próximo de 2018 por não sabermos quem sobrará até lá sem passar por Curitiba.
E hoje fico por aqui já esperando grandes emoções para esta semana com
a volta da PEC do Teto à Câmara. E já aviso. A coluna está comprando maletas de
espiões para instalação de escutas em locais estratégicos para fazer nossos
leitores rirem mesmo antes dos leitores dos jornais tradicionais. Esperamos com
isto subir o seu número de 13 para 45 até 2018. Será a tecnologia a serviço do
riso. Até a próxima!
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