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terça-feira, 25 de outubro de 2016

A Lava Jato, os "juizecos" e a "Novíssima República"




Por Zezinho de Caetés

Não tem jeito. A turma está esperneando contra a Lava Jato, e, cada vez mais, quando se aproxima de uma viagem grátis a Curitiba. Lembram do Cunha? Já deve estar se habituando ao colchão menos macio e ao banho frio. Outros virão, certamente.

Para acabar a monotonia já começo citando um texto do Ricardo Noblat, no O Globo, intitulado: “Renan esperneia à medida que o cerco se feche em torno dele”. Foi  esperneio de bebê chorão. Leiam, e eu volto lá embaixo para arrematar:

“Nada de desabafo espontâneo. Nem de afirmações provocadas no calor da hora por perguntas embaraçosas que o surpreenderam.

Por sinal, foram poucas as perguntas no ato que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, batizou de entrevista coletiva.

Convocados os jornalistas ao seu gabinete, Renan ditou declarações com base em um documento que consultou todo o tempo.

Então chamou o ministro Alexandre Moraes, da Justiça, de “chefete de polícia” e de “ministro circunstancial”.

Chamou de “juizeco” o juiz de primeira instância que autorizou a prisão de agentes da Polícia do Senado na última sexta-feira.

Disse que a Polícia Federal valeu-se de “métodos fascistas” para invadir o Senado e cumprir a decisão do “juizeco”.

Lamentou que tal coisa tivesse acontecido, “um espetáculo inusitado que nem a ditadura [militar de 64] ousou fazer”.

Anunciou que entrará, hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para defender as prerrogativas da Polícia Legislativa.

E, por fim, do alto da indignação estudada, sapecou: “Tenho ódio e nojo a métodos fascistas”.

Plagiou a célebre frase de Ulysses Guimarães dita na sessão de promulgação da Constituição de 1988:

- Eu tenho ódio e nojo à ditadura.

O desempenho de Renan não traiu a revolta do presidente de uma instituição que se sentiu ultrajada. Não.

Até ontem, pelo menos, apenas dois senadores reclamaram da prisão dos agentes da Polícia do Senado. Os demais silenciaram.

O desempenho de Renan traiu o seu próprio medo de, em breve, tornar-se a bola da vez do Judiciário.

A situação dele, ali, só piora. Renan responde a oito processos no STF. O mais antigo foi finalmente liberado para ser julgado.

Seis processos têm a ver com a roubalheira na Petrobras que o beneficiou, segundo denúncia da Procuradoria Geral da República.

A prisão de agentes da Polícia do Senado poderá envolvê-lo em mais um rolo: o de tentar proteger colegas encrencados com a Lava Jato.

Foi Renan que autorizou a Polícia do Senado a fazer varreduras em gabinetes e casas de senadores visitadas pela Polícia Federal.

A Polícia do Senado foi até lá à procura de equipamentos de escuta eventualmente plantados pelos agentes federais. Não encontrou.

Renan ameaça pôr em votação no Senado um conjunto de medidas que limitem a ação da Polícia Federal e do Ministério Público.

Por suposto, advoga em causa própria.”

E este é tom de todos aqueles que, como os gladiadores romanos eram obrigados a declararar para o César da vez: “Ave César, os que vão morrer, te saúdam!”. Hoje apenas mudou o César e a forma de dizer: “Ave Lava Jato, os que vão para Curitiba, te saúdam”. E daí começa a luta para não entrar no avião.

Ontem, ouvimos (vejam a nossa paciência!) o discurso do Lindberg Farias no Senado. A cantilena foi toda para mostrar as virtudes do Lula, meu conterrâneo, que já vem esperneando há tempo contra sua quase certa viagem à capital paranaense.

Foi um verdadeiro festival de besteiras, que apenas mostra a atitude dos lulistas de tentar politizar a próxima imagem do Lula atrás das grades, ou pelo menos, começar desde já a justificativa para que o “rei dos pobres” possa pedir asilo em algum país amigo. Aliás, pelo que li, ele não quer nem saber em falar de “amigo”, pois era, segundo a Polícia Federal, como lhe chamava o Marcelo Odebrecht no tráfico de propinas, em uma planilha especializada no tema.

Certamente, pela sua deferência especial pelos “pobres” ele deverá ir para o Uruguai, onde já está um filho, e pode até dirigir o fusca do Mujica, este sim, que resolveu viver como pobre e pensa que o Lula tem a mesma opinião, apesar do ternos Armani.

Jamais ele pensaria em ir para a Venezuela de onde o Maduro já quer sair para também não ser preso na mesma gaiola do passarinho que ele diz ser o Chávez. Triste país a outrora rica Venezuela. Teve menos sorte do que a gente e não conseguiu se ver livre da herança maldita do chavismo, e seu socialismo do século XXI, que nunca passou de estratégia para encher o continente de ditadores malucos. Nós, pelo menos parece, estamos nos livrando do lulo/petismo, antes de afundarmos tanto quanto o país vizinho.

Eu, como otimista que sou, penso já no Temer entregando a faixa a um novo presidente em 2019, sem o risco do novo usuário já tê-la usado antes. Quem sabe, a Lava Jato não seja o começo da “Novíssima República”. Porque a “Nova”, já envelheceu.

E quem diria, quase tudo isto está acontecendo por causa de outro “juizeco”. Nunca o Brasil precisou tanto de “juizecos” com este!


Paro por aqui pois tenho que me plantar diante da mídia esperando a última do “juizeco”, enquanto se fecha o cerco.

Um comentário:

  1. Ação e reação: Livre expressão!
    As tramas do discurso, do " juizeco" do "'Senadorzão"!
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    Cadê o auto controle do incólume, "impávido colossus" ( " sorrindo sempre entre dentes" de quem?);
    soberano, senhorial, imperial, seguro, tranquilo do " senadorzão" ( da res pública)! Não deles ( Reserva de mercado)!
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    Senhor do " bem e do mal", cujo "semi impeachment" - ( ' meia boca') de Dilma não o sensibilizou tanto!? Não era com ele mesmo.

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    E agora é? Clonando " discurso de José Sarney em 2009 ante os jornais que apontavam desvios constrangedores nos " atos secretos" do senado;
    José Sarney quando presidia a casa ( 'caiu'), saiu com essa´pérola nerônica, neurônica ou neurôtica:
    " A mídia passou a ser inimiga do Congresso, uma inimiga das instituições "! "Discurso esquizofrênico e bolivarista ao atacar a imprensa radicalmente", sem sutilezas que lhe são peculiares.
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    Eles sairam do sério ( perderam as estribeiras) para se defender partiram para o ataque.
    Até Cunha caiu com mais dignidade e nível e a pose!..rsrsr
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    Renan ( "Discurso similar", Sarney 02 - mesma escola),
    Clonando a história se repete:
    " Ao mexer com "sua polícia" do Senado, não teve como fugir de sua responsabilidade de sair em sua defesa em campo aberto, não nos bastidores
    ( tipo: "mexeu com ela mexeu comigo" - nem o impeachement de Dilma o "comoveu" tanto assim...rsss..).
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    O senhor da paz e da guerra: " Tenho ódio e nojo a métodos 'facistas' ( cumprimento do dever).
    "Como presidente do Senado cabe a mim reprimi-los"!
    Um " juizeco " ( concursado, é verdade - ) de 1a. instância não pode, atentar contra qualquer "Poder"! .... "escudo, salvo conduto, alvará")...
    e por aí vão os desaforos...Só porque cumpriram seu dever de ofício!...
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    E um Senador ( 500 mil votos contra 11 milhões necessários a outro);
    que governa o Senado e o Brasil (sem concurso), com a desproporção de 2000% de votos ( contra um Senador com - 11 milhões de votos necessários)?
    E por aí vai:
    Afirmou que a "Justiça Federal é fascista "passou o recibo" ( declaração ), que é radicalmente contra a Operação Lava Jato, ao sentenciar que esta é uma conspiração fraudulenta contra os ' heróis' do povo"?..rsss...

    Teve a cautela de isentar o juiz Sergio Moro, dirigindo-se indiratamente ao digníssimo juiz Valisney de Souza Oliveira, da 10a. Vara Federal do DF...
    ( "esperteza malandra" referida pelo prof. Miguel Reale Jr. no impeachment)" Ou, " esperteza quando é demais vira bicho e come o dono"!

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