Por Zezinho de Caetés
Eu juro que quis mudar de
assunto. Hoje não escreveria nem tocaria na PEC do Teto, como fiz ontem. Mas,
não teve jeito. Ontem assisti a uma
reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na qual, sua presidente,
a Gleisi Hoffmam, juntou a nata de “asneiristas”
da esquerda para espinafrar a medida.
Houve até uma economista que
disse ser o papel do economista apenas seguir os políticos e não dizer mais
nada. Esta é a consequência do aparelhamento de nossas universidades. A moça,
que agora não me lembro o nome e nem me esforçarei por lembrar, parece que
tomou a lavagem cerebral na USP e agora tenta fazer o mesmo com seus alunos.
Eu não sou economista mas fiz um
curso que não trocaria pelos modernos cursos na matéria. Economia é a ciência
que ensina a escolher bem na área material, quando os recursos são escassos, que
hoje, abrange até o cérebro, nos exames de imagens. E o que se passou no país
foi o fruto de más escolhas na lida com nossos recursos que o Lula pensou serem
inesgotáveis porque os chineses empregavam os brasileiros por muitos anos.
E hoje, a Senado, ou parte dele
se reúne para, sem saber do que se está falando, discutir a PEC do Teto. Houve
um outro participante que disse ser agora necessário esclarecer a população sobre ela, e
pronto. Imaginem senhores, se só fôssemos operar um doente terminal se a
população entendesse e decidisse usar procedimentos sofisticados. Algum
sobreviveria?
Pois eles fingem entender as
coisas, quando no fundo querem voltar ao poder para maior gastança e para se
locupletarem do dinheiro público, como é acusada a Gleisi Hoffman.
E é para esclarecer o distinto
público, do outro lado, que transcrevo abaixo o texto do Hubert Alquéres (“A Batalha do Teto” – Blog do Noblat), e
me vou comemorar o Dia da Criança, rezando para Nossa Senhora Aparecida, para
ver se ela nos proteja e faça com que o PT não volte.
“Não foi ainda a última batalha
da guerra pela reordenação das contas públicas, condição necessária para a
superação da insolvência do Estado brasileiro e para a retomada do crescimento.
Em breve, outras virão, como a da Previdência.
Mas a cada dia, sua agonia. A
hora é de sensação de alívio para quem estava à beira do abismo e dele se
distanciou um pouco, com a vitória do governo Michel Temer na votação, em
primeiro turno, da PEC do teto dos gastos públicos.
Imaginemos qual seria o quadro do
país, se o resultado da primeira refrega tivesse sido outro. No curto prazo,
restaria à equipe econômica a cartada do aumento da carga tributária.
Sabemos o quanto essa medida
seria danosa em uma economia em recessão, em termos de diminuição da renda dos
brasileiros, de ampliação do desemprego e de redução mais drástica ainda da
atividade produtiva.
Menor produção, menor a
arrecadação do Estado, menor, portanto, sua capacidade de fazer frente às suas
obrigações na saúde, educação, segurança, seguridade social.
Além do mais, o aumento da carga
tributária é inviável por uma simples razão: é amplamente rechaçada pela
sociedade. Restaria, então uma única carta na manga: alimentar a ciranda da
gastança pela via da emissão de títulos públicos e com a manutenção de taxas
básicas de juros estratosféricas.
Ora, a espiral da dívida pública
continuaria em velocidade alucinante, podendo gerar uma situação de quebradeira
antes mesmo alcançar seu pico em 2023; estimado em 160% do PIB, se nada for
feito até lá. Hoje, várias unidades da Federação estão em situação falimentar,
atrasando o pagamento de funcionários e sem perspectiva de honrar o 13º
salário.
A derrota na Batalha do Teto
seria mais lenha na fogueira da instabilidade de um governo que ainda não se
afirmou. A credibilidade da equipe econômica perante o mercado e a sociedade
seria duramente afetada, bem como se disseminaria mais ainda a desconfiança
entre os partidos aliados quanto à real capacidade do presidente Michel Temer
de levar a bom termo a travessia, até 2018.
Esse jogo foi entendido muito bem
pelas forças derrotadas nas eleições do último dia dois. Rapidinho, o PT e
outros partidos de oposição se uniram ao corporativismo e ao atraso. Foram
atropelados na Câmara de Deputados, assim como o foram nas urnas. Nessas, o
discurso vitorioso foi o da austeridade fiscal, pregado por muitos candidatos
bem-sucedidos.
O teto para os gastos públicos
pode ser um remédio amargo, mas necessário.
Sozinho, não fará milagres. Mas se bem administrado, ajudará em muito o
saneamento das contas públicas e a retomada da capacidade de investir do
Estado, que foi dilacerada nesses anos de lulopetismo.
Depois do longo e tenebroso
inverno, marcado pelo expansionismo fiscal, pelo represamento de preços e
dirigismo estatal responsáveis pela maior crise econômica da história do país,
os ventos começam a soprar noutra direção, ainda que timidamente.
A inflação, finalmente, está
cedendo e há uma incipiente melhoria na confiança dos empresários. Os marcos
legais para a atração dos investidores externos começam a ser definidos, como
está acontecendo na área do pré-sal, com o fim da obrigatoriedade da Petrobras
de ter 30% dos campos de petróleo e de ser a única operadora na exploração
dessas reservas.
Sem sombra de dúvidas, a PEC que
põe freio na gastança contribui em muito para o novo ambiente que vai se
formando. Sinaliza o compromisso da equipe econômica com um orçamento
compatível com o tamanho do nosso PIB, no qual o governo não gaste mais do que
arrecade.
Essa guerra está longe de ser
vencida e só nesse ano o déficit nas contas públicas será de R$ 170,5 bilhões.
Impossível vencê-la sem enfrentar as casamatas de corporações que querem
perpetuar seus privilégios.
Sanear as contas do Estado
implica em contrariar interesses. Mas é possível chegar lá, travando a batalha
de cada dia e sem abrir várias frentes de luta ao mesmo tempo.
A batalha de hoje é a da PEC do
Teto e ela só termina quando aprovada, em segundo turno, nas duas casas do
Congresso Nacional. Até lá, nada de desmobilizar as tropas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário