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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Dilma - O poste sem luz e com fios desencapados




Por Zezinho de Caetés

Na última sexta-feira (25/04/2014) o Fernando Gabeira saiu de sua sunga de crochê, que já não era mais verde e entrou definitivamente na briga pela corrida presidencial, e agora do lado certo. Isto é, do lado contrário de onde está o PT, pelo menos para os que sabem ler e tentam se informar.

Num texto, chamado de “Bom dia, Cinderela”, no Estadão ele desanca o PT, a Dilma e seu criador, o meu conterrâneo Lula. O impressionante do texto é a forma fácil como o autor nos coloca os fatos que já estávamos cansados de saber, mas com uma dose de expertise na escrita que tudo nos parece novo e mágico. O resumo da ópera é a verdade nua e crua, nossa cinderela, a Dilma, já era, e o Lula está indo embora (ah, como gostaria que ele ficasse de vez em Portugal, onde está colocando titica de galinha pela boca, sobre o mensalão). Para incentivar a leitura do texto, coloco aqui um de seus parágrafos mais interessantes:

“Dilma, com a queda continuada nas pesquisas, sai da área de conforto e cai no mundo em que os candidatos dependem muito de si próprios e não contam com vitória antecipada pelo peso da máquina. Será a hora de pôr de novo em xeque a onipotente tática de eleger um poste. Nem o poste nem seu inventor hoje conseguem iluminar sequer um pedaço de rua. Estão mergulhados no escuro e comandarão um exército de blogueiros amestrados para nublar as redes sociais. Com a máquina do Estado, o prestígio de Lula, muita grana em propaganda e na própria campanha eleitoral, o governo tem um poderoso aparato para enfrentar a realidade. Mas essa abundância de recursos não basta. Num momento como este no País, será preciso horizonte, olhar um pouco adiante das eleições e estabelecer um debate baseado no respeito às evidências.”

 Parafraseando o grande represetante da “esquerda caviar”, o Chico Buarque, quando ele fazia o que sabia, compor músicas, eu diria “o mundo passou na janela e só a Dilma não viu”. Seu governo é um verdadeiro descalabro. Nunca antes, na história deste país, com dizia o Lula Pinóquio, se viram tantos erros cometidos. Desde o mensalão, e a descoberta do nosso chavismo tupiniquim, passando pelos problemas que se apresentaram para realizar uma Copa do Mundo, para apresentar ao mundo uma mentira, e agora terminando nos desmandos da Petrobrás, e sabe lá Deus mais o que, nos próximos meses. Se o PT tivesse feito alguma coisa de bom pelo país, ela já acabou com ela e ainda deve muito ao povo.

E agora, como se percebe facilmente, não há outro jeito, a não ser continuar enganando o povo, porque se a presidenta gerenta não se eleger, nas próximas eleições o PT terá tantos eleitores quanto PC do B tem hoje. É muita fadiga para material ruim. O grau de aparelhamento do Estado é tanto, que se retirarem todos os petistas dos cargos comissionados, a renda de Brasília cairá pela metade, e noutras cidades irá a zero. No entanto, isto seria bom porque a serviço público, com o pessoal que restasse poderia funcionar de alguma forma, o que hoje é impossível.

Chegamos à grande evidência de tudo que se alardeou através da propagando oficial era um mentira deslavada, pregada pelo nosso Pinóquio maior. A saúde, a educação, a habitação, o transporte, a mobilidade urbana, é tudo pior do que há 12 anos atrás. Se fosse exemplificar isto não seria um nariz de cera para o texto do Gabeira e sim o principal, que fica para depois. Agora fiquem com ele e pensem no que nos pode acontecer se elegermos o poste outra vez, já que agora, além de não dá a luz, está com um monte de fios desencapados.

“As pesquisas eleitorais recentes mostram Dilma Rousseff em queda. Quando se está caindo, a gente normalmente diz opa!. Não creio, porém, que Dilma vá dizer opa! e recuperar o equilíbrio. Além dos problemas de seu governo, ela é mal aconselhada por Lula nos dois temas que polarizam a cena política: Petrobrás e Copa do Mundo.

São cada vez mais claras as evidências de que se perdeu muito dinheiro em Pasadena. Lula, no entanto, não acredita nas evidências, mas nas versões. Se o seu conselho é partir para a ofensiva quando se perdem quase US$ 2 bilhões, a agressividade será redobrada quando a perda for de US$ 4 bilhões e, se for de US$ 6 bilhões, o mais sábio será chegar caindo de porrada nos adversários antes que comecem a reclamar.

Partir para a ofensiva na Copa do Mundo? Não é melhor deixar isso para os atacantes Neymar e Fred? Desde o ano passado ficou claro que muitas pessoas não compartilham o otimismo do governo nem consideram acertada a decisão de hospedar a Copa.

O governo acha que sufoca as evidências. O próximo passo desse voluntarismo é controlar as evidências. O papel do IBGE e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, começa a ser deformado pelo aparelhamento político. Pesquisas que contrariam os números de desemprego são suspensas. E o Ipea foi trabalhar estatísticas para Nicolás Maduro, que acredita ver Hugo Chávez transmutado em passarinho e, com essa tendência ao realismo mágico, deve detestar os números.

Controlar as evidências, determinar as sentenças pela escolha de ministros simpáticos à causa, tudo isso é a expressão de uma vontade autoritária que vê a oposição como vê os números desfavoráveis: algo que deva ser banido do mundo real. A visão de que o País seria melhor sem uma oposição, formada por inimigos da Petrobrás e por gente que torce contra a Copa, empobrece e envenena o debate político.

Desde o mensalão até agora o PT decidiu brigar com os fatos, e isso pode ter tido influência na queda de Dilma nas pesquisas. O partido foi incapaz, embora figuras como Olívio Dutra o tenham feito, de reconhecer seus erros. Está sendo incapaz de admitir os prejuízos que sua política de alianças impôs à Petrobrás ou mesmo que a Copa do Mundo foi pensada num contexto de crescimento e destinava-se a mostrar nossa exuberância econômica e capacidade de organização a todo o planeta. Gilberto Carvalho revelou sua perplexidade: achava que a conquista da Copa seria saudada por todos, mas as pessoas atacaram o governo por causa dela.

Bom dia, Cinderela. O mundo mudou. Dilma e o PT não perceberam, no seu sono, que as condições são outras. Brigar com os fatos num contexto de crescimento econômico deu a Lula a sensação de onipotência, uma crença do tipo "deixa conosco que a gente resolve na conversa". Hoje, em vez de contestar fatos, o PT estigmatiza a oposição como força do atraso. Ele se comporta como se a exclusão dos adversários da cena política e cultural fosse uma bênção para o Brasil. A concepção de aniquilar o outro não é vivida com culpa por certa esquerda, porque ela se move num script histórico que prevê o aniquilamento de uma classe pela outra. O que acabará com os adversários é a inexorável lei da história, eles apenas dão um empurrão.

Sabemos que a verdade é mais nuançada. O governo mantém excelentes relações com o empresariado que financia por meio do BNDES e com os fornecedores de estatais como a Petrobrás. Não se trata de luta de classes, mas de quem está se dando bem com a situação contra quem está ou protestando ou pedindo investigações rigorosas contra a roubalheira, na Petrobrás ou na Copa.

A aliança do governo é aberta a todos os que possam ser controlados, pois o controle é um objetivo permanente. Tudo o que escapa, evidências, vozes dissonantes, estatísticas indesejáveis, tudo é condenado à lata de lixo da História. Felizmente, a História não se faz com líderes que preferem partir para cima a dialogar diante de evidências negativas, tanto na Petrobrás como na Copa ou no mensalão. Nem com partidos incapazes de rever sua tática diante de situações econômicas modificadas.

Dilma, com a queda continuada nas pesquisas, sai da área de conforto e cai no mundo em que os candidatos dependem muito de si próprios e não contam com vitória antecipada pelo peso da máquina. Será a hora de pôr de novo em xeque a onipotente tática de eleger um poste. Nem o poste nem seu inventor hoje conseguem iluminar sequer um pedaço de rua. Estão mergulhados no escuro e comandarão um exército de blogueiros amestrados para nublar as redes sociais. Com a máquina do Estado, o prestígio de Lula, muita grana em propaganda e na própria campanha eleitoral, o governo tem um poderoso aparato para enfrentar a realidade. Mas essa abundância de recursos não basta. Num momento como este no País, será preciso horizonte, olhar um pouco adiante das eleições e estabelecer um debate baseado no respeito às evidências.

Esse é um dos caminhos possíveis para recuperar o interesse pela política. No momento, a resposta ao cinismo é a indiferença com forte tendência ao voto em branco ou nulo. Embora a oposição também seja parte do jogo, a multidão que dá as costas para a escolha de um presidente é uma obra do PT que subiu ao poder, em 2002, prometendo ampliar o interesse nacional pela política, mas conseguiu, na verdade, reduzi-lo dramaticamente. Para quem se importa só com a vitória eleitoral, essa questão da legitimidade não conta. Mas é o tipo de cegueira que nos mantém no atraso político e na ilusão de que adversários são inimigos. O PT comanda um estranho caso de governo cujo discurso nega o próprio slogan: Brasil, um país de todos. De todos os que concordam com a sua política.

Até nas relações exteriores o viés partidário sufocou o nacional, atrelando o País aos vizinhos, alguns com sonhos bolivarianos, e afastando-o dos grandes centros tecnológicos. Contestar esse caminho quase exclusivo é defender interesses americanos; denunciar corrupção na empresa é ser contra a Petrobrás; assim como questionar a Copa é torcer contra o Brasil.

Bom dia, Cinderela, acorde. Em 2014 você pode se afogar nos próprios mitos.”

terça-feira, 29 de abril de 2014

CONSELHOS DE MÃE




Por Carlos Sena (*)

Dos conselhos que mamãe me dava um deles eu nunca me esqueci: "quem com porco se mistura, farelo come". Demorei um pouco a entender essa lição, pois tive a sorte, desde criança, de não conviver com "porcos" e, por consequência, não comia "farelo". Depois de grande, já no Recife, comecei a conviver com a natural pluralidade de pessoas nas diversa tribos. Percebi, então, que estava na hora de seguir à risca o conselho de mamãe. O grande problema era descobrir quem eram, naquelas tribos os que comiam feijão e arroz e os que comiam "farelo". Hoje, passada a fase em que eu corria risco de me misturar com as galeras do mal, vejo como é mais fácil para as atuais gerações se misturarem e comerem mais "farelo" do que feijão com arroz. Digo isso porque os jovens de hoje contam com o beneplácito da evolução tecnológica que, não raro, estimulam à vida fácil sem muito trabalho e na base do "levar vantagem em tudo". Por outro lado, nesse bojo entram as drogas que, no geral, vitimam pessoas que não tiveram a mesma ventura que eu é muitos, de ter uma mãe vigilante. E que não conhecia (minha mãe) essa tal de pedagogia moderna tão permissiva e tão pouco useira dos limites necessários a formação das pessoas.

Certamente que se "conselho fosse bom não se dava, vendia". Mas, conselho de mãe tem que ser levado a sério, porque elas não nos dão, apenas transferem pra nós (no DNA?) pela simbiose natural da relação. Ou não?

Quando ainda estudava o antigo “ginasial”, no Ginásio São Geraldo, ganhei de um colega de turma, João Lisímaco, uma caneta esferográfica novinha. Dessas, tipo Bic que hoje a gente perde ou a deixa em qualquer lugar e nem liga. Na época era o máximo aquela canetinha. Quem tinha uma delas era considerado rico e João estava nessa conta, mas era meu amigo e colega de fé. Talvez por isso tenha me dado aquele presente que eu, encantado, cheguei em casa mostrando a mamãe. Pensando que estivesse “arrasando” levei logo uma bronca dela e, em seguida, a pergunta: “quem lhe deu essa caneta”? – Foi João Lisímaco, respondi. Ela nem titubeou. Pegou pelo meu braço e me arrastou para a casa de Dona Primavera, a mãe de João. Primavera era muito amiga de mamãe, mas se assustou quando viu mamãe adentrar em sua casa comigo junto e perguntando: “Primavera, João está aí”? Nisto João veio e ela fez a pergunta fatal: “foi você quem deu essa caneta a Carlinhos”? – Foi, dona Pretinha, respondeu. Diante disto, e tudo esclarecido, mamãe volta comigo pra casa, mas completa sua ladainha em forma de “conselho”: “se chegar em casa com qualquer coisa você que não seja sua vai ter que me dizer direitinho quem lhe deu, e se não me disser vai pro cacete” (grifo meu).

Hoje, tanto tempo depois, eu me lembro dessa história com muito carinho. Lembro, inclusive, que meu amigo querido João faleceu precocemente. Mamãe está com 84 anos e muito lúcida e muito feliz. Seus filhos podem ter vários defeitos, mas a honestidade foi por ela passada pra nós com muito rigor. O melhor disso tudo é que hoje não temos problemas de frustrações, nem recalques ou coisas semelhantes. Aprendemos, dentre outras lições, que o que é dos outros não nos pertence – e seguimos repassando isso aos que nos cercam como sobrinhos, parentes ou aderentes. O melhor disso tudo é saber que essa atitude enérgica de minha mãe pode hoje ser condenada pelos pedagogos de plantão. Mas, de uma coisa a gente não pode esquecer: contra fatos não existem argumentos, pois nesse quesito, todos os meus amigos contemporâneos tem idênticas posturas – certamente, suas mães são do mesmo time da minha.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/03/2014 em dois textos 1 e 2. Como são todos conselhos de dona Pretinha resolvemos publicar em um só texto. Desculpas ao autor, um dos melhores colaboradores do nosso blog.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A semana - O Duelo de Galãs, o assédio papal e uma Rede cheia de maconha




Por Zé Carlos

O vídeo do UOL ,que apresenta os principais fatos da semana, ao qual eu me atenho para fazer alguns comentários aqui no início da próxima, talvez, para fugir da fadiga do material da Petrobrás, que continua ainda aporrinhando o PT, trata de temas mais amenos embora mais hilários.

Eu estou me reservando o direito de ir além do filme quando vejo que algo importante ficou de fora na semana que passou. E um dos fatos que devo comentar é judicialização das CPIs. Agora, no Brasil, todo mundo quer investigar todo mundo. Se este intento fosse verdadeiro seria muito difícil encontrar vagas em presídios, em pouquíssimo tempo. Uma ministra do supremo deixou claro que, das muitas que os deputados e senadores propuseram, a que valia era a que investigaria a Petrobrás na compra de uma refinaria nos EEUU. Para mim, pelo menos para continuar rindo, foi a decisão mais acertada. Certamente, nesta semana que começa, o filme ainda será sobre o prejuízo para o Brasil das atitudes tomadas durante o governo Lula, em relação à empresa que nasceu para nos assegurar que “o petróleo seria nosso”, e não do PT. Este assunto ainda vai gerar muitas risadas e provavelmente algumas lágrimas entre os brasileiros, ao descobrirem que quando o petróleo for realmente nosso ninguém mais o usará, para não tornar o mundo uma bola de fumaça.

Eu me atrevo um pouco mais e agora entro um pouco na semana que se inicia, o que certamente será tema do filme que sairá na próxima segunda. E o faço porque não estou me aguentando de rir com o que Lula declarou a uma TV portuguesa: "... o julgamento do mensalão teve praticamente 80% de decisões políticas e 20% de decisões jurídicas". Não é para bolar de rir?! Verdadeira piada de brasileiro, que os portugueses agora adoram.

No entanto, devo agora me ater ao que trata o filme, que também são assuntos muito hilarizantes. O primeiro tema é um pouco internacional. Mostra o Papa Francisco cercado por políticos brasileiros, insinuando que ele prefere ver o diabo do que um deles por perto. Também pudera, quando ele esteve no Brasil, se alguém atirasse um missal abaixo de sua cintura, fatalmente acertaria algum político brasileiro, com os dentes à mostra.

Foi um kkkkkkkkk geral quando eu vi a cena da menina (seria do Exorcista?) mostrando quem quem a assediava era o Renan Calheiros. Aliás, quando o “nobre” político alagoano aparece agora, em qualquer noticiário, só se houve um kkkkkkk, maior do que aquele dado num telefonema pelo doleiro Youssef para o deputado Vargas quando o prometia sua independência financeira, a partir do Laboratório Labogen, com o qual o agora conhecido como o “terceiro poste de Lula” (o Padilha) está implicado. Eu acho que vai ser difícil, mais uma vez o PT, acender um poste no Estado de São Paulo. Embora, pensando bem, tratando-se de Lula tudo pode acontecer, inclusive ele dizer que sabia de alguma coisa, e até mesmo eleger outro poste.

O que também foi cômico foi o bate-boca entre os dois galãs candidatos: Aécio Neves x Lindbergh Farias. Eu não sei porque me deu vontade de ir para o próximo assunto do filme, que traz a notícia de que 90% da rede de Marina se balança nela fumando maconha. Refreio-me e fico no assunto da discussão: O Marco Civil da internet. Aliás, o que me fez chorar é que um projeto tão importante para o Brasil moderno tenha sido discutido a toque de caixa porque nossa presidenta precisava falar dele num encontro sobre o tema. E ainda reclamam quando as leis não pegam no Brasil. Podemos ter perdido uma grande chance de regulamentar a internet sem esculhambar com o meio mais moderno e mais livre de comunicação. Aliás, penso ainda que é muito difícil regulamentar a rede (não a de Marina) sem prejudicar a liberdade de expressão de que tanto precisam os seres humanos para civilizarem-se cada vez mais.

Depois do “barraco” no Senado entramos num assunto que seria cômico se não pudesse ser trágico, que é o problema da descriminalização da maconha. Eu não tenho opinião formada sobre o tema, mas não deixa de ser cômico uma declaração de um correligionário da Marina Silva na qual diz que os membros de sua equipe quase todos fumam maconha. Eu gostaria de saber a opinião do Eduardo Campos sobre o assunto. Não vale dizer, como o Bill Clinton, que já fumou mas não tragou. Pela imagem da Marina no final, dar a impressão que ela tragou.

Bem, agora fiquem com o resumo do roteiro do filme do UOL, e espero que com a proximidade das eleições cada dia mais aumente o kkkkkkkkkk.... ao vê-lo. Não alcançaremos nossa independência financeira, mas, pelo menos ficaremos mais alegres.

“O papa Francisco se assustou com o assédio de políticos brasileiros em Roma nesta quinta-feira (24). De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o pontífice saiu mais cedo da cerimônia de canonização de José de Anchieta para evitar contato com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros parlamentares brasileiros. Em Brasília, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) discutiram asperamente durante sessão que tratava do projeto do Marco Civil da internet. E o sociólogo Mateus Prado, pré-candidato ao governo de São Paulo e correligionário de Marina Silva, disse que a maioria da equipe da ex-ministra fuma maconha.”


sábado, 26 de abril de 2014

O CACHORRO DE BOTAS - Um mau-caráter apaixonado


Nina, a paixão do Nick


Por Zé Carlos

Tenho encontrado com Nick, o Cachorro de Botas, mais do que eu deveria e menos do que eu gostaria. Apesar do seu já introjetado mau-caráter, eu, para minhas atitudes pessoais tento separar o joio do trigo, e sempre ficar com o trigo, por pouco que seja vindo dele. Se algumas vezes não consigo é porque ninguém é de ferro, principalmente vivendo no Brasil, onde é difícil encontrar um raminho sequer de trigo quando deste país temos notícias.

Hoje, quando o encontrei, notei logo um semblante diferente, sem aquela vivacidade que lhe é natural em seus passeios matinais pela quase nossa pracinha. Parei e disse o que sempre deve ser dito para começar um papo:

- Bom dia, Nick. Um belo dia hoje, não está?!

Nick olha para mim e noto logo que vem bomba.

- Oh, Zé Carlos, tu tás doido, é?! Tu queres que eu fique doido também e te responda que o dia está belo? Um sol escaldante já às sete da matina, um calor de 40°, tu suando por todos os poros, e eu pelos poros de minha língua, que não posso nem fechar a boca, e tu perguntas se está um belo dia? Tás doido, bicho?

- Nick, é somente um cumprimento. Tu fostes mordido por algum cachorro doido, foi?

- Quem sabe, né!? Mas, desculpa, é que não estou bem hoje. E nem sei se te conte o porquê. Vou contar enquanto não chega nenhum cachorro sem vergonha aqui na praça.

- Sou todo ouvido, Nick! Amigo é prá estas coisas, apesar de minhas restrições ao teu caráter, mas... Bem, se só formos ouvir os de bom caráter, talvez corramos o risco de ter os tímpanos colados por falta de uso.

- Este é o ponto, mas, meu assunto é muito pessoal. Estou apaixonado...

- Não me diga!!!

- Pois é. Tu conheces a Nina, aquela cadela lá do nosso prédio? Sou louco por ela, mas ela não me dá bola. E veja você, eu o grande Nick, metrossexual assumido, correndo atrás de uma cadela e ela não quer me ver nem pelas costas. Eu que já tracei a cadela da Dilma, a cadela da Marina e até a cadela da Marta Suplicy, levando toco de uma cadelinha espevitada! Pode?!

- Mas, Nick, venhamos e convenhamos, a Nina é uma cachorra bonita e dizem que é muito prendada. A moça que vem com ela diz que ela não faz nem xixi no tapete!

- Por isso mesmo, Zé Carlos. Eu não sei o que há com os maus-caracteres, como eu, para gostar de cadelas de bom caráter. Penso até que isto acontece com os humanos. Não é?

- Sei lá, eu não sou mau-caráter...

- Outro dia encontrei com a cadela da Rose, a Rosita. Sim, aquela Rose que dizem que o Lula teve um caso com ela. Ela fala mal de sua dona que só... Diz que ela só queria enganar o Lula para facilitar a vida do marido. Também, quem manda ser besta?! Pensou que o Lula era fácil, dançou. Rosita era apaixonada por mim e tivemos vários cachorrinhos juntos. Hoje já são cachorros de funcionários do alto escalão. Mas, já a Nina, não tem jeito, me despreza como se eu fosse um pulguento qualquer. Tenho vontade, certas horas, de pegá-la a força, mas...

- Nick, quanta baixaria...

- É, mas, você viu que o IPEA, onde tenho um monte de amigos, publicou uma pesquisa dizendo que 65% dos brasileiros disseram que a culpa pelos estupros é das mulheres, porque usam pouca roupa????

- Vi, mas depois eles descobriram que foi um erro. Eram apenas 21%, se não me engano.

- Eu soube, mas, se fizessem com os cachorros, o percentual seria de 95%. E eu me refreando para não pegar a Nina à força. Depois podem até pensar que sou um bom-caráter, o que seria uma desonra para mim. Mas, é o amor! Aquela cadela tem me provocado e não sei até quando poderei conter meus baixos instintos. Eu vivo sonhando com ela o tempo todo, com aquele seu gingado que parece a da cadela da Helô Pinheiro quando passava rebolando em direção à Praia de Ipanema, inspirando o Vinícius de Morais a compor Garota de Ipanema. Já tive vontade até de compor Cachorra de Ipanema, mas, poesia é coisa de gente boba. “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela latindo, é ela que passa, num doce balanço, a caminho do lar....” Não, não e não! Estou ficando doido, e chegando ao fundo do poço. O que não fazemos por uma cadela!??

- Eita, Nick, é uma paixão das brabas, então?!

- Zé Carlos, eu preciso parar com esta história. Olha quem vem ali. O Chuck Noris, aquele outro cachorro lá do prédio e que a Nina arrasta uma asinha prá ele. Filho de uma gata! Eu tenho um ciúme dele que qualquer dia deste eu mostro quem é que tem poder lá no prédio. Por falar em poder, meu dono comprou um livro que eu achei tão interessante que o escondi debaixo da cadeira para quando quiser lê-lo não ter que está esperando, com o olhar pidão para o meu ele. O livro se chama: “As 48 leis do poder”. Nunca vi um livro com tantos conselhos para cachorros sem caráter como eu. Depois, quando tiver menos triste eu comentarei aqui para meus colegas. E, não se engane, serve para humanos também. Por hoje só cito a primeira das leis: “NÃO OFUSQUE O BRILHO DO MESTRE”.

- Nossa, já estou interessado, embora me considere sem mestre.

- Este é o seu problema, Zé Carlos, nunca terá poder nenhum. O autor do livro, que é um americano que deve ter dúzias de cachorros que um dia conhecerei, resume esta primeira lei assim: “Faça sempre com que as pessoas acima de você se sintam confortavelmente superiores. Querendo agradar ou impressionar, não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário – Inspirar medo e insegurança. Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade e você alcançará o ápice do poder.” Eu até decorei. Depois eu mostro a você as outras leis. Agora vou ver se encontro a Nina, pelo menos, para olhar de longe para que ela não sinta medo nem insegurança, minha eterna mestra....


E Nick, levantou tristonho e saiu em direção ao prédio, sem nem ver a expressão de espanto dos seus amigos cachorros que já chegavam para ouvi-lo. Eu, mesmo do ponto de vista humano fiquei curioso sobre as outras leis, até concordando com o Nick, e até me justificando e explicando porque não tenho poder nenhum. O que pude fazer foi tirar uma foto da Nina, que ilustra esta postagem. Espero que o Nick não tenha acesso a internet para não chorar outra vez com a beleza dela.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Trânsito: O Inferno Na Terra




Por Carlos Sena (*)

Andar de carro hoje em dia (e em noite) é testar paciência. Pois isso é o que temos  feito para não nos estressar além do necessário. Porque há dias em que a gente, crente que conhece bons atalhos pra se livrar dos engarrafamentos, rasga, literalmente a boca. Sai da casa do cão e cai na casa do diabo! E o diabo, como bem sabem os evangélicos radicais pentecostais, não dormem. Seja dia seja noite estão ali, nos cutucando com suas varas. Ora curtas, ora longas, as varas do capiroto se dissipam no trânsito e, não raro a gente pensa que estamos no inferno. Não bastassem os milhares de carros que coalham nossas ruas, chacoalham nossa paciência alguns apressadinhos que querem desafiar a física  que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Só que os mesmos espaços que o trânsito ocupa também são divididos pela incompetência dos técnicos especializados em urbanismo e trânsito e além. Porque a gente fica exercitando a paciência na medida em que também temos que nos livras dos que jogam papel nas ruas pela janela dos carros; dos que pilotam motos e saem costurando o trânsito a qualquer custo; dos carrinhos de picolés que se entremeiam entre os caros; dos pedintes, dos limpadores de para brisa, das carroças de burro com o burro na frente e o burro-homem atrás; das bicicletas carregando água no bagaceiro, dos triciclos transportando botijão de gás; dos catadores de lixo empurrando um carro de mão, na contramão. Também dos malabaristas nos sinais fazendo da rua circo e nos próprios sinais os guardas fazendo também da rua circo e dos motoristas palhaço.

O inferno do trânsito denota a equivocada política de incentivo a fabricação de carros, quando não existe a fabricação de ruas nem, tampouco, uma política efetiva de transporte público com qualidade. Houve um tempo em que só quem tinha carro era "gato". Hoje é "gato e cachorro" e não sobraram espaços para as calçadas, para as caminhadas, para as noites nem para as noitadas. Isso sem falar na poluição que, concomitante, serve de aperitivo para o satanás que, junto do cão e do capiroto fazem o inferno que toma conta das nossas ruas... Outro dia satanás se arretou em pleno inferno da Avenida Caxangá: deu PEIDO a vapor, jogou fogo pelas ventas quando viu um carro que desfilava como "presente de Deus"...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 17/03/2014

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mulher, Produto de Cama e Mesa (?)




Por Carlos Sena (*)

Não se assuste, mas ainda continua sendo assim com boa parte das mulheres. Mulher Melão. Mulher Melancia. Mulher Jabuticaba. Mulher... Abacaxi, eis outra mulher. Diferente do fruto doce e saboroso do abacaxi, mulher com esse nome denigre a mulher que queremos livre, amando-se e amando, trabalhando, e, como cidadã consciente, escolhendo pelo voto os governantes da nação. Mulher Abacaxi tem dentro de si a casca grossa da futilidade, o caule espinhoso da falta de compostura que lhes conduz a uma moral duvidosa e uma ética fraca que se desonera com a primeira cantada de um homem. No rol dessas imperfeições de caráter ou talvez desse modo duvidoso de ser mulher, estabelecem-se as principais características da atual mulher Abacaxi. Grosso modo, essa pode ser a antítese da mulher que, a duras penas, enfrentou o mundo machista e rompeu com boa parte dos preconceitos lhe impostos. A mulher de quem o mundo se orgulha é aquela que descobriu que sua auto-estima não tem preço; que o mundo não tem mais lugar para discriminação, independente de ser mulher; que não há mais lugar para as mulheres "Amélia". Descobriu, acima de tudo, que o trabalho da mulher é tão digno quanto o do homem e que essa história de bater em mulher acabou. Descobriu, não obstante, que pode amar e ser amada e, se no amor houver separação, sabe continuar a vida e refazê-la, se for o caso, com muita dignidade. Percebe-se, pois, que estamos falando da mulher MULHER. Sem rótulos, nem ilação com a futilidade das mulheres-fruta tão em moda no seio da sociedade que passou boa parte do tempo dançando na "boquinha da garrafa" bem na lógica da mulher de cama e mesa. Mais da cama do que da mesa.

Neste 8 de março há o que comemorar com as mulheres que sabem se amar. Que não apanham de homens sem os denunciar a policia. Que tem estabilidade financeira e que, se for o caso viram "pai e mãe" (pãe) para seus filhos mas, não se submetem a viver com homens que lhes tratam como escravas. Que dão um duro danado para trabalhar, criar os filhos, cuidar da vida conjugal, ou, sendo sozinhas, descobrir-se feliz por nada. Porque a felicidade dos seres humanos não pode ser dependente de outrem, mas da auto-estima de cada pessoa. Mulher ABACAXI? Prefiro as mulheres MULHERES!

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 08/03/2014

terça-feira, 22 de abril de 2014

A semana - Ainda a "quitanda" da PETROBRÁS




Por Zé Carlos

Quando você assistirem ao filme abaixo, onde o UOL resume os acontecimentos da semana, não venham logo com quatro pedras na mão dizendo que estamos repetindo filmes semana após semana. Não. São as próprias semanas, que no Brasil, parecem a mesma. A PETROBRÁS, também agora conhecida como “cleptobrás”, “quitanda do Lula” ou “Dilma R$ 1,99”continua em cartaz firme e forte.

Dizem que o Lula reagiu muito a abrir a “quitanda” mas, a insistência da Dilma, pela sua experiência na lojinha de R$ 1,99, que teve um dia, o fez entrar neste ramo de negócio, desvalorizando o valor da, um dia, maior empresa brasileira de uma forma que daqui a pouco será um artigo à venda da própria “Dilma R$ 1,99”, ou qualquer que seja o nome que a quitanda tenha agora.

O que é muito difícil dizer é que atrás de tanta fumaça de denúncias de roubalheiras, falcatruas, chantagens, etc. na empresa, não haja uma fogueira queimando lenha verde, deixando o ar mais poluído do que noite de São João na Rua da Cadeia em Bom Conselho.

Portanto, não vejam o filme, preconcebendo dar boas risadas. Preparem algumas lágrimas também. Embora eu tenha rido quando a Dilma fala que, em seu governo e no de Lula a Petrobrás só cresceu, os acionistas da empresa deve ter vertido muitas lágrimas. O que concordo é que tudo seja investigado. E nisto não sou original nem estou sozinho. O PT quer tanto investigar que está propondo uma CPI como nunca houve neste Brasil, e que investigará até a viagem de Lula, num pau-de-arara, para São Paulo, para verificar, como fato determinado, se a Dona Lindu pagou propina ao motorista para chegar mais rápido.

Já a oposição pretende se fixar no que realmente importa que é investigar o que fizeram com a nossa quitanda maior. E de preferência, que seja de responsabilidade da Dilma. Aliás, penso até que este assunto ainda será abordado na próxima semana, porque agora o ex-presidente da quitanda, digo, Petrobrás, está em guerra aberta com a presidenta, agora do Brasil, dizendo que se ela não fez nada a responsabilidade é dela. Talvez, pelo rumo que as coisas estão tomando, o filme aborde o  tema: “a briga de cachorros grandes”, os maiores de todos, Lula e Dilma, nesta guerra da sucessão presidencial. Esta eu quero ver: Lulinha Paz e Amor x Mãe do PAC. Dizem que o grande embate agora em Brasília é para saber quem será o juiz desta luta do século. Estão escolhendo entre o Joaquim Barbosa e o Márcio Tomás Bastos. Veremos o resultado depois.

Se cansarem do assunto da quitanda, deixem o filme correr e riam com o Eike Batista no final. Quem sabe talvez ele ainda compre a PETROBRÁS?! Nem pensem, senão choram, que podemos terminar todos como Tiradentes, enforcados com excesso de impostos para financiar a grande farra em que estar se tornando no amado Brasil.

E agora fiquem com o roteiro dos produtores do UOL, que é tão pequenino quanto meus comentários, pelo mesmo motivo, que o brasileiro tanto adora: o feriadão, que fez a semana nascer na terça-feira, e não na segunda, como de hábito.

“A Petrobrás é alvo de CPI, e o magnata Eike Batista continua sua ladeira abaixo. Os poderesos do petróleo estão mal no país atualmente. A presidente da estatal, Graça Foster, teve até que desmentir que a Petrobrás é "uma quitanda". Os presidenciáveis também opinaram sobre a polêmica.”


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Entrevista do Lula com os blogueiros "camaradas"




Por Zezinho de Caetés (*)

Dediquei meu tempo hoje a ouvir com as “oiças” e ler com estes “óios” que a terra há de comer. Não posso dizer que perdi meu tempo com nenhuma das duas atividades. Na primeira, passei duas horas vendo a entrevista do meu conterrâneo Lula aos blogueiros “camaradas”. Não dá para comentar todos os assuntos que foram tratados pelos blogueiros e mesmo seria impossível acompanhar tudo que o Lula disse. Mas eu já sabia, como fala este rapaz. É pena que não tenha havido o contraditório para todas as respostas, embora eu não conheça a maioria dos blogueiros presentes.

No entanto, uma coisa ficou líquida e certa, o Lula evoluiu muito, e não digo desde criança porque seria muito óbvio. Apenas me refiro à forma como ele responde as perguntas, com conhecimento dos assuntos, mesmo que eu não concorde com muitas delas. Por exemplo, quando ele diz que “o povo está mais sabido, e não serve de massa de manobra”, eu, se lá estivesse teria dito: “Menos aqueles que ainda vivem do assistencialismo governamental, que foi cooptado vergonhosamente, ao invés de esclarecido para uma escolha justa, mesmo ganhando a Dilma”.

Digo também que ele talvez não tenha evoluído no seu pensamento mais íntimo desde 1979 quando concedeu uma entrevista à revista Playboy, da qual reproduzo uma parte abaixo:

“(…)Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] - O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.
Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.
(…)

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.”

Na mesma entrevista ele ainda fala das mulheres. Leia Lucinha, quando ele reproduz uma fala da Marisa e dá sua opinião sobre isto:

“MARISA - Um tinha boa intenção, outro, intenção ruim. E acabei conquistada pelo que tinha intenção ruim. Mas ele era gamado, viu? Vivia dependurado no telefone [gargalhada de Lula]. Eu só fugia, dizia que estava ocupada, que tinha de trabalhar, mas, no fim, acabava atendendo.

LULA - Charminho dela… O problema de mulher é você conseguir pegar na mão. Pegou na mão…”

Como a entrevista era à revista Playboy, não poderia faltar o sexo. Depois que li o texto do Diretor Presidente de ontem (veja aqui), vou seguir o conselho dele e ver a novela Araguaia. Mas, vejam o que o Lula diz:

“Playboy - Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?

Lula - Com 16 anos.

Playboy - Foi com mulher ou com homem?

Lula (surpreso) - Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…”

Aí está o meu amigo de infância em carne, osso e molecagem, da qual privamos juntos por um bom tempo lá na Vargem Comprida. Eu...

O fato dele não citar os meus textos, que sei que ele lê, é apenas um detalhe. Mas, de qualquer forma, quando ele receber mais uns 10 títulos de Doutor Honoris Causa, a Lucinha Peixoto não vai mais poder chamá-lo de apedeuta-mor. Se tiverem minha paciência vejam o vídeo completo. Eu sei, eu sei, não precisam repetir que para ouvir o Lula falar duas horas, é preciso ter sido seu amigo de infância, pois sei que é dose para elefante. Mas esta atividade de blogueiro também exige sacrifícios. Para uma resumo interessante clique aqui .

A minha segunda atividade foi ler mais um artigo da série do professor José Fernandes, “A Revolução de Caetés – 2”. Eu nem sei se serei um contra-revolucionário, pois ainda penso que, mesmo citando o meu nome o Caetés a que ele se refere pode ser a dos antigos habitantes de nossa cidade vizinha, “Olinda, a marim dos Caetés”. Mas isto eu deixo para outro dia, pois o professor merece mais do meu tempo. No entanto, seria impossível citar o Lula acima, e não citar o professor José Fernandes, quando escreve, ao comentar uma promessa dos revoltosos de Canudos: “Quanto ao fornicar, eu penso diferente: a gente não fornica por vício. Fornica porque é bom e faz bem. Um colega costumava dizer, muito seriamente, que uma fornicada perdida hoje, não se recupera nunca mais. Porque a de amanhã já é outra.” Nisto, eu, o professor e o Lula, estamos todos de acordo.


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(*) Diante do feriado e procurando aproveitá-lo nos dias santos usei os textos da amiga Lucinha Peixoto para camuflar minha ausência. Hoje, dia de Tiradentes, fui ao Blog da CIT, sempre uma fonte de inspiração, e, ao colocar o nome do nosso heróis encontrei o texto acima, que fala de Tiradentes apenas de passagem, mas, por tratar-se do meu amigo Zezinho de Caetés falando sobre um famoso conterrâneo seu em 25/11/2010 (pela atualidade, parece que foi ontem). Resolvi publicá-lo aqui para não deixar os leitores do blog na mão (no bom sentido, é claro). Administrador da AGD.

sábado, 19 de abril de 2014

Bofe Nada Escândalo.




Por Carlos Sena (*)

Tinha tanta gente no encerramento do carnaval no Recife antigo que não pude deixar de ficar observando o que me acontecia em volta. Tinha “marmota” pra todo gosto. Tinha trepeça, tinha puta, tinha mulher direita, tinha viado doido, viado comportado. Sapatão? Tinha a dar com o pau. Maconheiro? Não tinha nem graça, mas fumaça tal qual o fumacê do controle da dengue. Mas, o que mais me chamou atenção foi uma puta metida a senhora casada. A cena patética aconteceu nas minhas fuças, pois não havia condição de sair dali por conta do amontoado de tanta gente. Como não tinha outra opção, imaginei: “o ultimo pingo continua sendo o da cueca”. Assim, fiz daquela quenga e daquele macho idiota, uma forma de diversão. No palco Alceu e, em seguida, Elba. Na minha frente aquele casal cheio de “amores” fictícios tal qual marinheiro que o navio apita e ele vai embora. O cara era um sujeito feio, mas bombado. Mostrava sua musculatura por nada. Ela, uma feiosa mais velha do que o “bofe” e com atitudes de rapariga que trai o marido e ainda tem a pachorra de posar de pudica. Mas, o cara, a despeito de ser feio, cafona, meio “barbe” em cima do muro, logo parecia ter sacado a daquela “zinha” que ele estava querendo lhe enganar passando-se por madame.  Em determinado momento daquele chamego meio sem graça (e que chamava a atenção de todos) ela, a “fuinha” (parecia um “soin” (sagui) ) tudo indicava ter entendido  que aquele macho não era de nada e só tinha arranco feito carro velho. Então, imaginei, ela teria começado a “greiar” com a cara do macho babaca que, ao que tudo indicava, adorava mostrar os bíceps, talvez para compensar sua feiura e seu mal caratismo expresso. Nesse ínterim, a orquestra de frevos deu uma paradinha para a entrada de Elba e todos puderam ouvir mais nitidamente as conversas daquele exagerado casal. Não bastassem as cenas de beijo forçado, o rapaz deslizava suas mãos pela bunda da quenga e ela se arretava com ele, mas ficava calada. Ele insistia em pegar novamente sua bunda e, subido, ela diz: “você parece que é viado, pois só quer ficar pegando na minha bunda, porra. Eu sou uma mulher mãe de família. Se eu soubesse que você era tão safado não tinha vindo. E só não me vou embora porque eu estou com minha sobrinha e ela quer ver o show de Elba”. O cara ficou sem graça. Sua garrafa de uísque Cavalo Branco chegara ao fim e ele ia baixando o fogo na mesma medida que a bebida se acabava. Mesmo assim ele tentava beijá-la, mas ela se fazia de difícil e mudava o rosto para o outro lado. Ele fazia outro movimento contrário para beijar, mas ela não deixava. De repente:  “tu nem beijar sabe”. Eu vou te ensinar! Tascou-lhe um beijo meio lambrecado de cuspe e ele ficou todo ancho. Mas, ela logo voltou ao seu estado original de abuso. Nisto, ele dá uma chamada na cintura dela e roça com seu “tacape” bem em frente da sua “bela rosa”... Ela dá-lhe um empurrão e volta a repetir pra ele que “não sou puta, sou uma mãe de família, etc. etc.”.

De repente, a orquestra começa a tocar e Elba entra com todo gás. Nisto, como num passe de mágica, o casal some. Acho que ela se desvencilhou dele e sumiu. Ele, certamente,  deve ter saído derrubando todo mundo pra ver se recuperava sua puta. Essa é a explicação que tive para o sumiço deles, diante daquele espetáculo grotesco que vimos, de graça, em pleno carnaval do Recife. Detalhe: a quenguinha guando se agarrava no pescoço do “bofe nada escândalo” mostrava uma aliança de casada que mais parecia um pneu de carro, de tão grossa. O corno, coitado, certamente estava em sua casa aguardado a mulherzinha que tava dando pra quem quisesse no carnaval. Outra coisa que me encafifou: o uísque do “bofe” era Cavalo Branco, quando uma garrafa de cana ficava mais adequada aquelas cenas grotescas, embora em pleno carnaval.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 07/03/2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Vida, Paixão e Morte... (*)




Por Lucinha Peixoto (**)
  
Estou em casa cozinhando. Entre um “trim” e outro do marca tempo de cozinha, resolvi escrever. Sentei, fiquei como o Gildo uma certa vez, olhando para o tempo. Fui no site de Bom Conselho, no Mural, li quem eu sempre leio, procurando inspiração. Escrevi umas baboseiras nele e voltei. “Trimmmm”, era o tempo do feijão de coco. Mexi. Voltei. Tudo cheira a Semana Santa. Pensei, vou escrever sobre o São João. Mas, quem iria ler? Resolvi não inovar muito. E lá vem a Vida Paixão e Morte de Jesus Cristo, outra vez.

Hoje começo pelo fim. À noite irei assistir à Paixão de Cristo do Recife. Já fui, alguns anos atrás. É um bonito espetáculo, e para nós católicos, a questão de texto, interpretação dos atores não vem muito ao caso. Eu choro nos espetáculos da paixão desde que via, no Cine Rex aquelas Vidas de Cristo, mexicanas, cujos diálogos seriam, mais ou menos assim (não sei espanhol):

- Como te hamas?

- Yo me hamo Pedro.

- Te hamavas, ahora serás pescadores de los hombres!

E por ai vai, passando pelo circo do Zé Bezerra, no qual vi Jesus ser retirado da cruz umas três vezes, e ainda chorava.

A Paixão do Recife, mesmo quando assisti pela primeira vez, já achei o José Pimentel um pouco velho para o papel. Jesus então fica, com todo respeito e pedindo o perdão ao verdadeiro, no linguajar do meu filho mais novo: “caidaço”. Hoje à noite ele ainda está lá no batente. Não sei se é por isso que o patrocínio ao espetáculo vem caindo. Vamos ver se ele ainda consegue carregar a cruz, e me emocionar. Se eu chorar, pode continuar, Pimentel.

Mas o patrocínio flui mesmo é para a Paixão em Nova Jerusalém. Todo ano é um Cristo novo e é um ator global. Engraçado que são bons atores. Fui dois anos e chorei nos dois. Porque é que a Rede Globo tem os melhores atores? Todos sabem, sou fã de novelas (aguardem a crônica sobre O Caminho das Índias, perdão meu Deus) e as desta emissora se sobressaem porque, acho eu, os atores são melhores. No entanto, pelo menos deveriam deixar um mesmo Jesus por alguns aninhos. Quando disseram que o ator deste ano era um Murilo, eu pensei, não, o Dódi, não.

Sem querer fazer propaganda, a CIT não firmou ainda nenhum contrato com a Globo, digo que a coisa lá em Nova Jerusalém é bonita. Um pouco cansativa, sim, mas, a beleza supera o cansaço. Embora quase ficamos sem tempo de chorar.

“Trimmm”, é o bacalhau de forno que ficou pronto. Receita de minha mãe, desde quando em Bom Conselho, bacalhau era comida de pobre. Meu pai contava, vinha numas barricas, baixas e redondas, não sei de onde, e era barato. Quando víamos uma mulher baixa e gordo, a comparávamos a uma barrica de bacalhau. Vou tirar do forno mas, volto..

Aproveitei e também tirei o peixe do fogo. Igual ao bacalhau hoje, o preço está pela hora da morte. Eu não sei como os pobres deste país poderão cumprir os preceitos de nossa Santa Madre Igreja, de não comer carne nestes dias santos. Comendo ovo, talvez. Porém, são estas coisas que eu digo, se não puder comer peixe, tenho certeza que Jesus, em sua infinita misericórdia, perdoará aquele que não o fizer. Jejuar, como faziam meus avós, pode ser até um bom motivo para minha filha perder peso, mas para uma pessoa pobre pode ser até prejudicial a saúde. São preceitos que a própria Igreja vai aceitando, ou pelo menos, os homens de boa vontade que a compõem.

Começamos pelo fim, agora voltemos ao início. Em minha época de adolescente em Bom Conselho, os rituais religiosos da Semana Santa eram feitos com muito esmero, devoção e carinho pela fé. O lava pés na Quinta-feira Santa, a procissão de Sexta-feira, Sábado de Aleluia, que terminava com a ressurreição de Jesus, eram memoráveis. Na quinta eram os meninos que se vestiam de apóstolo e iam para o lava-pés (homens da CIT e de Bom Conselho, escrevam sobre isto), havia ainda os Ben-hur, na sexta-feira éramos nós, mulheres, de Pecados. Maria Madalena, lembro um ano que foi Marilene de Dona Luisinha e Santa Verônica, posto cativo de Nevinha de Chico Cardoso, tudo isto me vem à mente, será que ela ainda funciona? Fui Pecado. Sim havia os 7 Pecados Capitais (agora lembrei do texto de Gildo, editado por Cleómenes). Fui, poucos anos, Luxúria, era cor-de-rosa, tomaram meu lugar. Dona Maria Francisca me disse que só tinha lugar para Avareza, cor amarela. Meu pai falou que não tinha dinheiro para comprar o tecido outra vez. Deixei os pecados. Só tinha dinheiro para ver a procissão passar e ver Dona Lourdes Cardoso, puxando o canto:

- Perdão meu Jesus, perdão Deus de Amor, perdão Deus clemente, perdoai Senhor!

Finalmente, ficava, com as amigas, rodando na Praça Pedro II, no sábado de aleluia, rezando para que a achassem, de sorte que o mundo não tivesse fim. Nunca permanecia até muito tarde. Meu pai era um zeloso senhor que, como quase todos na época, achava que chegar tarde em casa, tirava a honra das filhas. Ainda lembrava disso quando as minhas chegavam aqui em Recife, de madrugada. Nem dizia nada.

Quase hora do almoço. Todos a postos. Uma feliz Páscoa para todos.

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(*) Publicado no Blog da CIT em 11.04.2009. Só não é muito atual pelas citações das novelas globais, cujas estórias já me esqueci. Agora já estou na Avenida Brasil. Mas, ainda continuo fazendo minhas comidas típicas, embora lá em Gravatá. Este ano não irei ver o José Pimentel, mas dizem que ele está lá firme. E haja tintas para os cabelos. Continuo desejando uma feliz Páscoa para todos.

(**) Veja a mesma nota da postagem de ontem.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mudando a Quaresma (*)




Por Lucinha Peixoto (**)

Todos sabemos que a quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na quinta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos. Nós católicos realizamos “a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.”

Hoje li o artigo de Zé Carlos na A Gazeta Digital, sobre a semana santa dele, e resolvi escrever sobre este período, estendendo-o para os seus 40 dias regulamentares. Eu já sabia que ele era um pouco “agnóstico”, embora não tão falante quanto o outro conterrâneo Roberto Lira. Pelo que sei da vida dele, em seu mutismo espiritual, também pode está em risco de pegar uma pena branda no purgatório. Já o Roberto e o Cleómenes, parecem se encaminham para um pena mais severa.

Mas, não foi só isso que me fez pensar no período mais importantes para os católicos. Foi uma notícia que vi esta semana sobre as datas históricas referentes a vida de Jesus. Ela, com a manchete de “Estudo muda o dia da Última Ceia”, dizia:

“O professor Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge, contesta a tese de que a Última Ceia, que reuniu Jesus Cristo e seus 12 apóstolos, tenha ocorrido na noite da Quinta-feira Santa. “Descobri que aconteceu numa quarta-feira, dia 1º de abril do ano 33”, declarou. No livro O mistério da última ceia, o catedrático assinala que especialistas percorreram Jerusalém com um cronômetro e concluíram que seria impossível Jesus ter sido julgado e crucificado entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta.”

Se eu não fosse de tanta fé católica (apesar de algumas discordância básicas), eu tremeria em minhas bases espirituais. Se fosse apegada tanto aos fatos históricos eu iria logo procurar qual a respeitabilidade de especialistas que andam com cronômetros para dizerem que Jesus não foi crucificado na Sexta-Feira da Paixão. Entre uns e outros, na medida do possível, eu termino ficando com as minhas tradições.

Vejam qua a notícia, se verdadeira e introjetada em nossa fé, quantas mudanças ocorreriam em nosso passado, que dizem por ai, os incautos, que não muda. Atualmente, é o que mais muda, e vai mudar muito mais quando se descobrir de verdade quem foi o Lula. Não pensaríamos mais no lava pés na quinta-feira, nem acompanharíamos a procissão do Senhor Morto, na sexta-feira, como fiz tantas vezes. A Aleluia, de que fala Zé Carlos no seu texto, seria encontrada na sexta-feira, e não no sábado e talvez ele e o seu colega não pudessem ficar na praça, falando da vida alheia, e outras coisas mais.

Ainda mais dizem que Jesus ceou e lavou os pés dos apóstolos num dia 1º de abril. Embora o ano de 33, esteja correto, todos pensariam que Nosso Senhor estaria pregando uma peça nos apóstolos no dia da mentira. Eu fiquei chocada. O professor inglês, deve estar brincando conosco, católicos e cristãos. Eu quero a Santa Ceia na Quinta-Feira, mesmo que tenha sido na quarta. Pois penso ser muito mais fácil nossa Igreja aceitar coisas como o aborto, divórcio, mulheres “padres”, homossexualismo (tudo com os devidos salva-guardas), do que arcar com o custo de mudar todo o ritual para comemorar o dia da ressurreição no sábado e não no domingo. Seria um transtorno para o mundo todo. Principalmente, no nosso querido Brasil em que o Carnaval terminaria na segunda e não na terça-feira, que passaria, ao invés da terça-feira gorda, ser a terça-feira de cinzas. Sem falar nos desfiles das Escolas de Samba. É melhor, fingir que nem li a notícia.

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(*) Publicado no Blog da CIT em 22.04.2011, mas muito atual.

(**) Nesta Santa, foi impossível produzir algo relativo às datas religiosas, e a seguinte que é uma data cívica que comemora o Tiradentes. Resolvi então pegar alguns textos que ainda acho bons, da minha amiga Lucinha Peixoto, hoje em exílio, segundo ela, quase voluntário, para que os leitores do blog tenham o que fazer entre um feijão de coco e um peixe, tendo uma taça de vinho no meio. Esta postagem foi devidamente copiada e aqui colada do Blog da Lucinha Peixoto que nos deu tantas alegrias, com a esperança de que ele volte o mais breve possível.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Temos que ser complacentes com o fracasso anunciado?




Por Zezinho de Caetés

Em meio ao turbilhão de CPIs que assola nosso país e a briga de gato e rato entre oposição e situação para ver quem investiga mais, o imortal Merval Pereira, escreveu, semana passado em O Globo (10/04/2014), um texto que merece ser lido e comentado. Quando vi o título – “Fracasso anunciado”, vi logo que se referia a alguma coisa relacionada com o PT e este governo que o Eduardo não aguenta mais, e não deu outra. Como o reproduzo abaixo, vou me ater aos meus raciocínios sem entrar em detalhes do texto, mesmo porque ainda não tenha lido o livro citado, embora o farei assim que possível, porque o tema me interessa, e muito.

No fundo, no fundo, o que os autores citados pelo imortal tentam explicar é simples e complicado ao mesmo tempo. Explico para não acharem que eu estou maluco. Eles tentam responder à pergunta: Por que o Brasil cresce menos do que aquilo que pode? Eles, logo no título usam a palavra “Complacência”. Bingo, eis ai toda a resposta para a pergunta que parece difícil. Não se pode governar um país sendo complacente, e mais do que isto, fazer como o PT cuja complacência teve apenas a finalidade de permanecer no poder. O “Lulinha paz e amor” começou tudo. Durante seu governo houve a bonança, pelos bons ventos da economia mundial e sua decisão de seguir a política macroeconômica de FHC,  produzindo alguns avanços na economia brasileira, principalmente, em termos de inclusão social, mesmo sem o alarde que é feito pela Mãe do PAC, de que o Brasil já acabou com a miséria. Durante este período, não foi feito mais nada, a não ser usufruir da situação para eleger-se pela segunda vez e eleger o poste que hoje se encontra com a luz quase apagando no Planalto.

E foi o poste que pegou a herança maldita, e o que é pior, não fez nada para sustar o desastre que todos esperavam que era a volta da inflação e o baixo crescimento econômico, que, se continuar seu governo vai ficar conhecido como o da exclusão social, e ficaremos esperando outro FHC, com coragem para fazer as reformas necessárias e debelar outra vez a inflação, preparando o Brasil para ser novamente o país do futuro.

Vocês lerão abaixo que um dos grandes problemas a enfrentar é a questão da educação, pois chegamos ao fim de 12 anos de PT, na rabeira de todos os exames internacionais, e sendo este setor o grande responsável pela baixa produtividade no período recente. O que este governo fez a mais nos últimos 10 anos, o fez dentro do padrão Dilma de qualidade, que é péssimo. Ficamos na rabeira até na própria América Latina. E, como comentamos antes, até para cuidar de nossa saúde temos que importar médicos cubanos em regime de escravidão. Em suma, não estamos preparados para continuar no século XXI como um país que utiliza todo seu potencial por erros de política econômica, e por uma ideologia caquética de endeusamento do Estado, este monstro que vem crescendo apenas, para melhorar a vida de alguns nas extremidades de renda: os muito ricos, para darem propinas e financiar campanhas, e os mais pobres, para votarem em postes apagados, enquanto a classe média definha para custear tudo isto através dos impostos escorchantes.

Em suma, e vejam os dados do texto abaixo, o que devemos temer não é o país durante a copa, e sim dizer: imagine depois dela. E, que Deus nos livre e guarde, se o PT continuar no poder, para onde iremos? Eu só estou vendo, por hora, um bando de vacas indo para o brejo, se isto acontecer. Embora eu saiba, e todos que entendem um pouco além da propaganda do governo, que qualquer que seja o nosso próximo presidente, a coisa não será fácil. Colocar este país de volta nos trilhos depois do descarrilhamento  provocado pela Mãe do PAC, não vai ser fácil. Aliás, vocês acham que uma pessoa que diz o que ela diz nos vídeo abaixo, pode pelo menos salvar uma vaca de ir para o brejo? Imagine um país!

Fiquem com o filme que encontrei nas minhas andanças pelo blog e depois leiam o imortal, juntem as duas coisas e vejam porque o título do seu texto é “Fracasso anunciado” (o vídeo não faz parte do texto do Merval Pereira).



“Em ano eleitoral, em que a diferença entre a percepção e a realidade se amplia muito devido à disputa política, há pouco espaço para uma análise mais profunda acerca das limitações do modelo econômico vigente, embora elas possam estar apontando para épocas futuras mais sombrias. É por essa razão, e com visão crítica, que os economistas Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman escreveram o livro “Complacência — Entenda por que o Brasil cresce menos do que pode”, publicado pela editora Campus, lançado esta semana.

Um exemplo para ser pessimista: na última década, a taxa anual média de crescimento da economia brasileira foi de 3,5%. Nesse mesmo período, as taxas médias de Chile, Colômbia e Peru foram de 4,6 %, 4,7 % e 6,4%, respectivamente, enquanto o vizinho Uruguai cresceu 5,1 % ao ano. É bem possível que, ao fim do mandato da presidente Dilma, a taxa média dos quatro anos mal chegue a 2%.

Os economistas mostram que um conjunto de fatores contribuiu para o êxito das políticas oficiais após 2003, sobretudo a relação entre preços das exportações e das importações, baixas taxas de juros internacionais, taxa de câmbio e os excepcionais dados do emprego, fatores que os economistas denominam de “quadrado mágico”.

“Até o começo da atual década, vivemos a ‘fase fácil’ e, para crescer, bastava injetar demanda na economia. Mas era algo que cedo ou tarde iria acabar. O fracasso do modelo adotado, após a fase da bonança mundial, estava anunciado”, diz Giambiagi.

Com o início da “etapa difícil”, quando foi necessário expandir a capacidade de oferta, o governo falhou, na visão dos autores. Dessa forma, a poupança doméstica se manteve baixa, incapaz de financiar o investimento requerido, e tivemos o que chamam de “risível crescimento da produtividade”: apenas 1% ao ano entre 2001 e 2011. Na China, no mesmo período o crescimento da produtividade foi de 9,9% e na Índia, 6,4%.

“O fato é que a maior parte dos países está se preparando com afinco para um mundo de muita competitividade, mas o Brasil está deixando a desejar”, alertam os economistas, para quem as contas da política econômica da última década estão chegando. Para eles, um dos mais urgentes problemas a ser solucionado é a escassez de mão de obra qualificada, através do esforço educacional.

O grupo de pessoas que está no mercado de trabalho, a chamada população economicamente ativa, cresce a taxas cada vez menores. “A pirâmide etária brasileira sofrerá uma alteração dramática nas próximas três décadas e meia”, relata Giambiagi. “Em razão do peso da questão demográfica e dos resultados do país no campo da Educação, a tendência à baixa produtividade se manterá, representando um constrangimento sério para o crescimento econômico futuro do país”.

A Índia e a China massificaram o envio de alunos a universidades internacionais. Na Coreia do Sul, 64 % da geração entre 25 a 34 anos se formou em universidade (dados de 2011), representando um ganho de 51 pontos percentuais em relação à geração mais velha com idade entre 55 a 64 anos — que contabiliza 13% de pessoas com curso superior.

No caso do Brasil, onde apenas 9% da geração com idade entre 55 a 64 anos tem curso superior, a atual proporção de 13 % de pessoas com formação superior na geração de 25 a 34 anos revela um incremento de modestos quatro pontos percentuais, e representa três vezes menos que a taxa do Chile (41%) e quase quatro vezes menos que a taxa da Rússia (56%).

Os autores destacam que a proporção de alunos que conclui o ensino médio é muito baixa em termos comparativos, não só em relação aos países mais avançados, como em relação a outras economias emergentes. Enquanto no Brasil apenas seis de cada dez pessoas na faixa de 25 a 34 anos concluíram o ensino médio, no Chile essa proporção é de nove de cada dez pessoas.


Para retomar o crescimento sustentado com vistas a ganhos de competitividade, eficiência e produtividade, para substituir o “quadrado mágico”, que já não existe, Giambiagi e Schwartsman sugerem o “pentágono virtuoso”, representado pela ênfase em i) competição; ii) poupança; iii) infraestrutura; iv) gasto público eficiente; e v) investimento em Educação. E ressaltam que o roteiro de reformas precisa ser complementado.”

terça-feira, 15 de abril de 2014

Conversa de carnaval em Bom Conselho.




Por Carlos Sena (*)

Conversando com mamãe acerca do carnaval em Bom Conselho consegui dela relatos interessantes. Contou-me, dentre outras coisas, acerca dos blocos: Paga Nada, Vai ou Racha, As Moreninhas, Turma do Funil, O Amigo da Onça, Bola de Ouro. Lembro-me pouco acerca, mas, me contento com uma vaga lembrança do Paga Nada - famosos por ser conduzido por Brás. Outra breve lembrança é das Moreninhas. Elas desfilavam com fantasias tipo Bloco da Saudade aqui no Recife. Contudo, minhas memórias do carnaval mais fortes estão no entrudo. Eu adorava o mela-mela, o molha-molha.

No meio dessas recordações, a Turma do Funil me é bem viva. Aquela multidão toda em volta de um Funil enorme descendo a rua em direção ao CENTRO. Não era o centro da cidade, mas um clube que ficava num primeiro andar onde funcionava, no térreo, a coletoria estadual. Zé Puluca dava show e decretava feriado. Não sei se esse "centro" já era o Clube dos 30, mas acho que sim. Há! Não poderia m esquecer do Amigo da Onça. Segundo mamãe, Ivan Crespo era o grande condutor do bloco. Bloco ou troca? Hoje, do outro lado da Eternidade, nosso Ivan deve estar feliz por demais: viveu tudo que lhe coube e foi feliz. Deixou alguns "amigos da onça", mas deixou amigos de verdade. A vida pra ele nunca foi o "afunilada", mas reta e rica com o fruto do u seu labor...

Mamãe me fez viajar nas suas lembranças  e eu peguei carona nas sua imaginação. Hoje, não sei se na terrinha tem bloco, tem troça ou tem troço. Ouço falar no carnaval do beco e agora no boneco do Zé Puluca. Ouvi outrora falar também no carnaval fora época papacagay - versão local de uma parada gay que, segundo Lucinha Peixoto (que se escafedeu), nunca aconteceu por questões óbvias. Hoje, no burburinho de recordações, fico pensando: o Paga Nada não existiria hoje, pois o capitalismo exagerado não permitiria. O Vai ou Racha talvez, porque para os baderneiros que vivem hoje com a cara coberta matando gente e depredando o patrimônio, "ou vai ou racha". Já o Bola de Ouro, hoje, seria Bola de Ourina, nestes tampos de tanta jóia Ching-ling  e de bijuterias do Paraguai. As Moreninhas, certamente existiriam, diante dos pequenos avanços que alcançamos nas questões de raça. De "Amigo da Onça" a cidade deve ter um bocado. E a turma do funil? Em cada pessoa do bem que afunila em si o amor; em cada toque de sino, que afunila em si a fé do nosso povo. Em cada criança na escola, que afunila o saber das novas gerações.

Agora licença que já me vou. Vou pro Galo da Madrugada. Já fui ao Baile da Saudade e depois quero ir ao Segurucu em Olinda. Fui ver se existiam as Catraias de Boa Viagem, mas essa troça acabou. Assim, melhor sair na SEGURA O TALO, do bairro da Jaqueira. Tomara que tu já queira.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 25/02/2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A semana - A guerra das CPIs e a gota d'água


"Meus caráter continua o mesmo mas os meus cabelos!"


Por Zé Carlos

Tivemos outra semana. E realmente para meditar sobre a política brasileira, não há como uma semana depois da outra e a Petrobrás no meio. Eu, como torcedor do Náutico e diante da sua vitória sobre o Salgueiro (quem diria que depois do hexa eu me alegraria com isto!?) adorei as metáforas futebolísticas do Lula. Aliás, o nosso presidente em exercício pode ser considerado o rei das metáforas.

Quem não lembra daquela: “Governar é como uma maratona. Você não pode começar a 80 por hora, porque o seu fôlego pode acabar na primeira esquina.” Ou, “Vamos trabalhar para ganhar as eleições. Não é uma eleição fácil. É como time de futebol. Quando o time está ganhando de um a zero, de dois a zero, quando o time está ganhando, recua, não quer mais fazer falta, pênalti, fica só rebatendo a bola. E quem está perdendo vem para cima com tudo, e é com gol de mão, de cabeça, de chute, de canela. Não tem jogo ganho ou fácil.” Estas metáforas já renderam livros e vários estudos acadêmicos, pois, inegavelmente, o Lula é um grande comunicador. É uma pena que não tenha ido para SBT, juntar-se ao Sílvio Santos ou ao Gugu, e ter livrado o país de ter o a Dilma no governo tentando imitá-lo e fazendo besteira.

Saibam que a segunda metáfora citada acima foi dita antes das eleições de 2010. E o filme do UOL gira em torno de uma entrevista a uma plateia bem comportada, onde ele quase a repete, dizendo que o PT deve ir para o ataque, e só faltou ser mais explícito quanto aos chutes na canela e aos gols de mão. E vai começar tudo de novo. Para eleger a Dilma outra vez vai ser um vale tudo, ou ele e ela vão fazer o diabo, ou como ele diz agora: “vamos levantar a cabeça e brigar de verdade”. E haja gol de mão e empurrão dentro da área. Tudo isto porque se descobriu que a Petrobrás hoje é a PTobrás e que o partido manda e principalmente desmanda na empresa desde a época de Lula, e, dito pela própria Dilma, a tentaram enganar com um relatório que dizia ser a compra de uma refinaria, o melhor negócio do mundo para nossa maior empresa, que um dia nos fez até sonhar que o petróleo seria nosso. E hoje, vemos no filme o ex-presidente da empresa dizer que o negócio era muito bom. É de morrer de rir, se já não tivesse desmaiado de chorar a semana toda, pelo pouco de vergonha que me restou.

Então, quem enganou quem nesta história toda e que nos fez pagar o pato pelo prejuízo que PTbrás teve? Mais desmaios senhores, mas, cheirem um pouco de cânfora, que não é um subproduto do petróleo, mas, resolve nestas horas. É muito descaramento.

E a briga das CPIs continua como nunca. A oposição quer investigar a Petrobrás e a situação, bancando a grande investigadora, quer investigar tudo. Dizem até que querem investigar os nomes dos índios que comeram o Bispo dom Fernandes Sardinha em 1556, no litoral de Alagoas, e pasmem, foram os índios Caetés. Será por que o Lula é de lá? Meu amigo Zezinho de Caetés com a palavra. O Romero Jucá diz que é apenas uma briga política. Imaginem o nível da política no Brasil. Penso que os autores do filme só colocaram esta declaração para acordar quem estavam vendo o filme, como eu, e que já estavam desmaiados e acordaram com um ataque de riso.

E com diz muito bem o Jackson do Pandeiro, este jogo não pode ser 1 x 1, o governo ganhou a discussão na Comissão de Constituição e Justiça para criar uma comissão ampla, geral e irrestrita. Até que enfim se fará justiça ao bispo devorado pelos índios, indicando os seus comedores. Pelo físico, forte e robusto, quem deve ter cuidado é o Ronaldinho, o fenômeno, além do André Vargas, afinal de contas aquelas barrigas podem não ser só de chopp e pode ser de carne de bispo.  Mas, já estão dizendo que esta CPI, que agora vai incluir os malfeitos do PSDB e do PSB, vai ser uma verdadeira Comissão da Verdade. A oposição está dizendo que não é legal por não ter um fato determinado como exige a Constituição. Ou seja, os malfeitos no Brasil são tão amplos que os resultados da CPI deverão sair no ano 2053, sendo lido durante o programa Big Brother Brasil 53 pelo Pedro Bial Neto.

E, contenham o riso, quem defende esta CPI amplíssima é o Renan. Ele diz que como é que poderia ter uma CPI que incluísse só os malfeitos da Petrobrás e deixar de fora o metrô de S. Paulo ou o porto de SUAPE? E eu pergunto, e por que não incluir o resultado do seu implante de cabelos feito às custas da FAB?  E agora, me lembrei do José Wilker, que morreu há pouco e espero que não tenha sido de desgosto, na novela Renascer dizendo o famoso bordão do Coronel Belarmino: “É justo, muito justo, é justíssimo”. Um coronel é sempre um coronel, e quando o cabelo já está crescendo pode fazer o que quiser. “É felomenal”, como diria no nosso filósofo maior, o Giovanni Improtta.

Eu, parafraseando o Lula, sobre o André Vargas, digo que espero que o PT não tenha nada a ver com tudo isto, porque senão quem paga o pato é o Brasil, que vai se tornar o país da música que toca por último no filme: “De dia falta água e de noite falta luz...” e, não resistindo, completo: “... e na casa que não tem um enganado é milagre de Jesus”.

E, quem diria, só pode ser um azar da oposição, o PSDB escolher uma propaganda que diz que o copo d’água transbordou, quando em São Paulo as donas de casa começam a lavar pratos com areia. Seria como o PT colocar uma propaganda mostrando uma casa com todas a luzes acesas e explodindo por causa do excesso de energia elétrica. Seria cômico se não fosse trágico.

Mas, chega de conversa, vejam o roteiro dos produtores do filme e logo abaixo o vejam e tentem não pensar no aumento do preço da gasolina nem da energia elétrica, que, como chuva de janeiro, tardará, mas não faltará.

“Em longa entrevista concedida a blogueiros nesta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou o PT e o governo a reagirem diante das denúncias feitas contra a Petrobras. Enquanto Lula sugeria a ofensiva, a base governista conseguia incluir no pedido de criação da CPI da Petrobras a investigação de denúncias contra os governos do PSDB, em São Paulo, e do PSB, em Pernambuco. E os tucanos veicularam nesta semana uma propaganda de TV usando a imagem de um copo transbordando, mas em São Paulo, Estado que administram há quase 20 anos, o governador Geraldo Alckmin admitiu que há risco de racionamento de água nos próximos meses.”