Bidu, o filho do CACHORRO DE BOTAS |
Por Zé Carlos
Meu encontro hoje com o Nick, o CACHORRO DE BOTAS, um cachorro sem nenhum caráter, foi inusitado.
Primeiro, o Nick estava sem suas tradicionais botas, e segundo, ele quase não
falou de outros cachorros, a não ser do seu próprio filho.
A foto que ilustra esta postagem é de um cachorro que muito
bem poderia ser chamado de Cachorrinho de
Botas, e seu nome verdadeiro é Bidu. Foi a primeira vez que o vi e tive a
ideia de tirar uma foto dele depois da quase palestra do Nick, sobre seu
relacionamento familiar. Mas, vamos ao estranho encontro, que começou com uma
pergunta inocente de minha parte:
- Olá, Nick, sem botas
hoje? O que aconteceu?
- Ah, amigo Zé Carlos,
não lhe conto! Ontem, fui visitar, com o meu dono, a Refinaria Abreu e Lima.
Meu caro, já gastaram uma fábula com o projeto, e até agora ao invés de sua
produção aumentar, o que aumenta é o gasto com ela. Eu já sabia, desde que,
tempos atrás, eu conversei com o cachorro do Hugo Chávez, quando ele esteve
aqui, prometendo mundos e fundos, que o negócio era uma fria para o Brasil. O
Huguinho, nome do cachorro do comandante bolivariano, foi muito claro: “Nick,
eu seu que você é muito mau caráter, mas, meu dono é mais. Não paga nem
promessa a santo, porque diz que vai ser um deles quando morrer.” E continuou
por aí, mostrando por A mais B que a Petrobrás e o Brasil iriam, mais uma vez
entrar pela tubulação. E continuou contando sobre o cachorro do Evo Morales, e
o que soube a partir dele, quando ele praticamente confiscou as subsidiárias da
Petrobrás na Bolívia. Mas, voltando à sua pergunta, estou sem botas porque
quando estive na refinaria tentei andar por algo preto, tentando imitar o
cachorro do Lula que ficou com as patas sujas de óleo quando lá esteve, e
descobri que aquilo preto, não era óleo, era merda mesmo. Não sei se merda de
gente ou de cachorro. Mas dizem que da refinaria até hoje só sai merda. Então
tive que tirar minhas botas para lavar.
- Foi bom você me
alertar porque se for para aquelas bandas terei cuidado onde piso!
Antes do Nick continuar sua conversa afiada eu vi,
adentrando a praça, o Bidu, o Cachorrinho de Botas. Como vocês podem ver na
foto, ele é uma graça. Mas, é muito pequeninho. E quando olhei para o Nick, sua
cara estava pálida e seus olhos cheios de lágrimas, perguntei:
- Você conhece aquele
cachorrinho?!
- Não é meu filho,
este pestinha?!
Eu fiquei intrigado porque olhando o tamanho do Bidu, fiquei
pensando como ele seria filho do Nick, se ele era tão pequeno. E Nick parece
que adivinhou meus pensamentos, e disse:
- Já sei Zé Carlos,
você está olhando para mim como outros o fazem quando eu digo isto, que o Bidu,
é meu filho. Sim o nome dele é Bidu. Sua mãe, uma cachorra da Elba, que emigrou
da Paraíba para Pernambuco, porque diziam que ela era uma “uma cachorra macho”,
foi um dos meus casos mais escabrosos. Mas, eu não tive muita culpa não. Num
show da cantora, deixaram a cachorrinha solta, e ela estava no cio. Safada que
só ela. E eu, você sabe, que não posso ver uma cadelinha assim e deixá-la na
mão. Eu sabia que poderia cometer um assassinato pela nossa diferença de
tamanhos, mas, se eu não tentasse, quem teria a reputação assassinada era eu,
igual ao cachorro do Tuma Júnior - meu
dono tem o livro do dono dele e eu dei umas olhadas e recomendo, nele ele diz
que o cachorro do Lula inventou um monte de coisas contra ele. Então, fui em
frente. Só sei que a cachorrinha gritava mais do que petista em comício da
Dilma. Mas, não foi a óbito, graças a Deus. E depois de alguns meses nascia o
Bidu, e mais três irmãozinhos. Dos quatro que nasceram, apenas um era do meu
tamanho, e nem é preciso dizer que o parto teve de ser por cesariana.
- Que história, em
Nick?!
- Eu hoje só pego
cadelas grandes, do meu tope ou maiores do que eu, mesmo com grande sacrifício,
pois até hoje tenho dó da cachorrinha da Elba. Eu gosto de pegar mesmo é a
cachorra da Marta Suplicy, porque na hora do vamos ver, ela relaxa e goza.
Igualzinho ao povo brasileiro, que apesar da comilança dos políticos está relaxado e só gozando, com a TV de 40
polegadas. Por falar em TV, e já que estou falando de família, o meu dono, é um
noveleiro danado, e eu fico ao lado dele na sala acompanhando também as
baboseiras das novelas. Tem uma cujo nome é “Em Família”. Eu nunca vi uma coisa
mais chata. Tem um mau-caráter danado, que eu admirava e que agora virou bom
caráter e é um músico afamado. Como eu sei que mau-caratismo é congênito, fica
difícil de acreditar no personagem a não ser que ele volte a ser um mau-caráter
que toca flauta. Há uma moça, a Helena, que, com a passagem de tempo, ficou
mais velha do que a mãe. E há o seu marido, o Virgílio, que o Laerte, o mau-caráter
flautista, passou-lhe uma espora no rosto que ficou uma marca, que muda de
lugar todo capítulo. É uma verdadeira metamorfose ambulante, já que estamos
falando de música e músicos e lembrei do cachorro do Raul Seixas, que parece é
vivo ainda hoje, e diz que nasceu há 10.000 anos atrás. Mas, eu não tenho outra
opção, a não ser ficar vendo novelas, quando não tem nenhum jornal para ler.
Fico esperando o Jornal Nacional para ver as notícias do dia, e depois tenho
que ficar em família.
- Eu não sabia que tu
gostavas de novela, e até gostei de conhecer teu filho, o Bidu, não é?
- É, mas, não confia
muito nele não. Puxou ao pai. É tão safado que dói, apesar do tamanho. Adora
faz xixi prá cima, para se molhar e culpar os colegas. Não, não pense que ele
anda pela Petrobrás. Ele apenas adora a cachorrinha da Dilma, que costuma
também dizer que só faz os malfeitos quando é mal orientada. Late até na Igreja
e diz que foi o cachorro do padre que mexeu com ela.
Dizendo isto, e já tendo os outros cachorros ido embora, o
Nick se despediu de mim, dando adeus com a pata sem botas, mas com tudo
explicado. Eu só lembrei que, lá me Bom Conselho, para dizer que algo era longe
dizia-se: “Foi lá onde o cão perdeu as
botas”. Eu só não sabia que este local era tão próximo, aqui de Recife.
Mas, no final, ficou tudo em família.
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