Por Zezinho de Caetés
Apesar dos muitos textos mais atuais, eu resolvi transcrever,
logo abaixo deste meu nariz de cera, de autoria do Carlos Alberto Di Franco,
que teve como título: “Dilma – marketing
versus realidade”, que pela data que foi publicado no Blog do Noblat
(primeiro de abril de 2014), mereceria o título de Dilma – mentira versus verdade. Este título seria muito mais
adequado para uma análise do que realmente está se passando nos subterrâneos
deste governo e que agora está vindo à tona.
Eu penso até que nossa democracia está sendo destruída pelos
marqueteiros. O tal de João Santana, que trabalha para a presidenta, agora tem
mais força sobre ela do que seu criador, meu conterrâneo Lula. Mas, reconheço,
é um trabalho difícil colocar a Dilma como alguém palatável para ser votada por
alguém que tenha conhecimento de sua verdadeira capacidade, tanto do ponto de
vista ético, quanto do ponto de vista gerencial, ao contrário do está
insinuando abaixo o articulista, Di Franco. Afinal de contas, eu não vejo princípios
éticos numa pessoa que tenta fazer, o que o Abraão Lincoln disse que era
impossível: enganar a todos ao mesmo
tempo.
Para ser justo, a culpa disto tudo pode ser de Lula, que a
apresentou como a mãe do PAC, como um poço de sabedoria administrativa, e hoje
se descobre, que ela não passa de uma toupeira no assunto. Hoje, vi em alguns
blogs, que será lançado até outubro o PAC 3. Se vocês se lembram, como a mãe do
PAC, a Dilma teve dois filhos, o PAC 1 e o PAC 2, coitadinhos, que hoje estão
quase morrendo de inanição, por falta de hormônio do crescimento, que ela foi
procurar nos postos de saúde mas lá não havia. Agora está grávida do PAC 3,
coitado de mais este menininho. Só está sendo gerado para aumentar o bolsa
família, e com o dinheiro a mãe entornar vinhos caros em viagens ao exterior.
E vejam, o que diz abaixo o Di Franco sobre a situação de
nossa Petrobrás. Se querem encontrar algum acionista desta empresa, um grande
orgulho dos brasileiros (antes do Lula), muitos deles podem ser encontrados na
ponte Duarte Coelho, pedindo esmolas para não morrer de fome, enquanto aqueles
que não acreditaram neste governo, e eu fui um deles, usam a gasolina ao preço
que está levando nossas estradas e nossas cidades a um caos completo. Tudo pura
demagogia para vender ao pessoal, cuja informação é apenas o supermercado, a
comprar outra vez a Dilma nas urnas.
Vejam a outra pixotada, no setor elétrico. Nossa presidenta resolveu baixar a conta de
luz dos brasileiros, e destroçou nosso sistema elétrico, de uma forma que nem
São Pedro conseguirá dá jeito. E mandou a conta para todo mundo através da
inflação, em outros setores. Afinal, para gastar energia barata uma amiga minha
aqui do bairro, resolveu comprar um “chapinha”
para aproveitar a ocasião da barateza do seu uso. Hoje uma “chapinha” está pela hora da morte,
segundo ela, e ela continuar com os cabelos bem lisinhos, aproveitando ainda a
conta baixa de luz. Até quando?
Mas, para aqueles que entendem um pouco mais das coisas, o
pior da gerenta foi ter tentado baixar, na lei ou na marra, as taxas de juro na
economia, sem o respaldo do controle de gastos governamentais, de outras
reformas que necessitam serem feitas. Hoje, o Banco Central já estar tentando
minimizar a burrada, mas, será difícil conseguir, por causa dos
marqueteiros. Racionamento e subida de
juros são palavras de baixo calão para o Planalto, piores até do que a
presidenta gerenta diz quando está irritada com a Graça Foster, presidente da
Petrobrás, pelo menos até as eleições, pois, eles sabem que se minha amiga não
puder usar a “chapinha”, ela não vota em Dilma. E lá vamos nós descendo ladeira
abaixo na economia, que a duras penas o FHC, que de “neoliberal” não tem nem as penas, tentou equilibrar.
Falam muito que a característica básica do governo Lula foi
a inclusão social. Eu duvido e faço pouco se esta inclusão poderia ser
aumentada, sem o Plano Real, que tirou a inflação de nossas vidas. Ali começou
a inclusão social. Penso que a característica básica do governo do PT foi a baixa qualidade do que foi feito. É o padrão Dilma de qualidade. Até o
padrão FIFA eles conseguiram esculhambar. Receio que esta Copa do Mundo, além
da mais cara de todos os tempos, seja também a mais desorganizada. E se a seleção do Felipão tiver
o padrão Dilma de qualidade, adeus hexa.
Mas, já estou me alongando demais. Fiquem com texto do Di
Franco, e mantenham o pé na realidade, como, pelo menos nas palavras, está
fazendo nosso ex-governador e pré-candidato a presidência Eduardo Campos: “Ninguém aguenta mais 4 anos de Dilma!”.
“A imagem da presidente Dilma Rousseff construída pelo publicitário
João Santana tem dois pilares de sustentação: ética e competência gerencial.
Santana, apoiado em sua fina sensibilidade marqueteira, captou as demandas da
sociedade.
Ninguém aguentava mais a roubalheira que terminou na grande síntese da
picaretagem: o mensalão. Mas os brasileiros também queriam um país melhor administrado,
alguém que fosse capaz de dar respostas às demandas por educação, saúde,
logística, etc.
Vendeu-se, então, a imagem da gerentona. Dilma, ao contrário de Lula,
seria uma administradora focada, competente, exigente com os resultados da
gestão pública.
O marketing, apoiado em fabulosos gastos de propaganda, continua firme.
Mas a imagem real de Dilma Rousseff começa a ruir como um castelo de cartas. O
perfil ético da administradora que combate “os malfeitos” já não se sustenta.
O vale tudo, o pragmatismo para construir a reeleição, a
irresponsabilidade na gestão da economia, sempre subordinada aos interesses da
campanha (basta pensar no uso político da Petrobrás e na postergação do aumento
da conta de energia para 2015), pulverizou os apelos do marketing.
Eu mesmo, amigo leitor, não obstante minhas divergências ideológicas
com a presidente da República, tinha alguma expectativa com o seu governo. Hoje
minha esperança é zero.
Mas o pior estava por vir. A suposta competência de Dilma Rousseff foi
engolida pelo lamentável episódio da compra da refinaria em Pasadena. A imagem
da administradora detalhista e centralizadora simplesmente acabou.
Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da
Petrobrás, autorizou a empresa a comprar 50% da refinaria, no Texas, por US$
360 milhões. A refinaria tinha sido vendida um ano antes a uma empresa belga, a
Astra Oil, por US$ 42,5 milhões.
Por falta de informação ou desleixo, nem Dilma nem qualquer dos
conselheiros chamaram a atenção para o fato de que, para ficar com metade do
empreendimento, a Petrobrás desembolsaria 8,5 vezes mais do que a Astra gastou
pouco antes pela refinaria.
Quando, em 2007, o Conselho negou à Petrobrás autorização para aceitar
a proposta de compra dos demais 50%, a vendedora acionou a estatal na Justiça
americana para obrigá-la a isso, invocando a cláusula contratual Put Option.
Segundo ela, em caso de desavença entre os sócios, um deve ficar com a parte do
outro.
Em 2008, a Petrobrás recorreu. Derrotada na Justiça, ela acabou pagando
aos belgas US$ 820,5 milhões – US$ 639 milhões pela metade com que queria
ficar, mais honorários e custas processuais. O caso foi divulgado em 2012 pelo
Broadcast, o serviço em tempo real da Agência Estado. Mas o mais grave estava
por vir.
Confrontada por documentos inéditos atestando o voto favorável da então
conselheira Dilma Rousseff à compra da refinaria, na reunião de 2006, ela
admitiu, em nota da Presidência da República ao jornal O Estado de S.Paulo, que
se baseara em um mero resumo executivo, “técnica e juridicamente falho”, dos
termos da transação.
Ao contrário da afirmação de Dilma, executivos da Petrobrás, ouvidos
pelo jornal Folha de S.Paulo, disseram que a presidente Dilma Rousseff e todo o
Conselho de Administração da estatal tinham à disposição, em 2006, o processo
completo da proposta de compra da refinaria.
Resumo da ópera: aprovou sem ler uma transação que dilapidou o dinheiro
público. Administração temária é o mínimo que se pode deduzir. Estarrecedor.
O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel considera
“extremamente grave”o caso em que a Petrobrás teve prejuízo bilionário. Se
houver indícios de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff no caso, ela
deverá ser ouvida em Brasília pelo Ministério Público.
“A partir do momento em que surjam indícios do envolvimento de pessoa
com prerrogativa de foro, a investigação tem de ser deslocada para o
procurador-geral da República”, afirmou Gulgel em entrevista ao UOL.
A imprensa não pode admitir, mais uma vez, que a técnica da submersão
acabe por tirar o foco de um escândalo de grandes proporções. É preciso
empunhar o bisturi e lancetar o tumor da irresponsabilidade com o dinheiro
público. Chega!
Boa parte do noticiário de política, mesmo em ano eleitoral, não tem
informação. Está dominado pelo declaratório e ofuscado pelos lances do
marketing político. Dilma Rousseff continua sendo apenas uma embalagem. Mas seu
verdadeiro conteúdo começa a aparecer.
Em recente coluna, com texto competente e saboroso, Elio Gaspari
radiografou o governo o atual governo. “Quando a doutora Dilma assumiu a
Presidência, uma ação da Petrobrás valia R$ 29. Hoje ela vale R$ 12,60.
Somando-se a perda de valor de mercado da Petrobrás à Eletrobrás, chega-se
acerca de US$ 100 bilhões. Isso significa que a gestão da doutora comeu um
erário equivalente à fortuna do homem mais rico do mundo (Bill Gates, com US$
76 bilhões), mais a do homem mais rico do Brasil (Jorge Paulo Lemann, com US$
19,7 bilhões).
Noutra conta, a perda do valor de mercado das duas empresas de energia
equivale à fortuna dos dez maiores bilionários brasileiros”. O truque do preço
da energia custou um Bill Gates mais um Jorge Paulo Lemann e ainda sobram
alguns bilhões, conclui Gaspari.
Na verdade, Dilma é o terceiro mandato de Lula. Mas o sem carisma, sem
a habilidade, sem o domínio das bases, sem a ginga do criador e sem a sua
intuitiva sensibilidade de mercado.
A programação eleitoral é, quando muito, uma aproximação da verdadeira
face dos candidatos. Tem muito espetáculo e pouca informação. Só o jornalismo
independente pode mostrar o verdadeiro rosto dos candidatos. Sem maquiagem e
sem efeitos especiais. Temos o dever de fazê-lo.”
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