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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Padrão Dilma de Qualidade




Por Zezinho de Caetés

Apesar dos muitos textos mais atuais, eu resolvi transcrever, logo abaixo deste meu nariz de cera, de autoria do Carlos Alberto Di Franco, que teve como título: “Dilma – marketing versus realidade”, que pela data que foi publicado no Blog do Noblat (primeiro de abril de 2014), mereceria o título de Dilma – mentira versus verdade. Este título seria muito mais adequado para uma análise do que realmente está se passando nos subterrâneos deste governo e que agora está vindo à tona.

Eu penso até que nossa democracia está sendo destruída pelos marqueteiros. O tal de João Santana, que trabalha para a presidenta, agora tem mais força sobre ela do que seu criador, meu conterrâneo Lula. Mas, reconheço, é um trabalho difícil colocar a Dilma como alguém palatável para ser votada por alguém que tenha conhecimento de sua verdadeira capacidade, tanto do ponto de vista ético, quanto do ponto de vista gerencial, ao contrário do está insinuando abaixo o articulista, Di Franco. Afinal de contas, eu não vejo princípios éticos numa pessoa que tenta fazer, o que o Abraão Lincoln disse que era impossível: enganar a todos ao mesmo tempo.

Para ser justo, a culpa disto tudo pode ser de Lula, que a apresentou como a mãe do PAC, como um poço de sabedoria administrativa, e hoje se descobre, que ela não passa de uma toupeira no assunto. Hoje, vi em alguns blogs, que será lançado até outubro o PAC 3. Se vocês se lembram, como a mãe do PAC, a Dilma teve dois filhos, o PAC 1 e o PAC 2, coitadinhos, que hoje estão quase morrendo de inanição, por falta de hormônio do crescimento, que ela foi procurar nos postos de saúde mas lá não havia. Agora está grávida do PAC 3, coitado de mais este menininho. Só está sendo gerado para aumentar o bolsa família, e com o dinheiro a mãe entornar vinhos caros em viagens ao exterior.

E vejam, o que diz abaixo o Di Franco sobre a situação de nossa Petrobrás. Se querem encontrar algum acionista desta empresa, um grande orgulho dos brasileiros (antes do Lula), muitos deles podem ser encontrados na ponte Duarte Coelho, pedindo esmolas para não morrer de fome, enquanto aqueles que não acreditaram neste governo, e eu fui um deles, usam a gasolina ao preço que está levando nossas estradas e nossas cidades a um caos completo. Tudo pura demagogia para vender ao pessoal, cuja informação é apenas o supermercado, a comprar outra vez a Dilma nas urnas.

Vejam a outra pixotada, no setor elétrico.  Nossa presidenta resolveu baixar a conta de luz dos brasileiros, e destroçou nosso sistema elétrico, de uma forma que nem São Pedro conseguirá dá jeito. E mandou a conta para todo mundo através da inflação, em outros setores. Afinal, para gastar energia barata uma amiga minha aqui do bairro, resolveu comprar um “chapinha” para aproveitar a ocasião da barateza do seu uso. Hoje uma “chapinha” está pela hora da morte, segundo ela, e ela continuar com os cabelos bem lisinhos, aproveitando ainda a conta baixa de luz. Até quando?

Mas, para aqueles que entendem um pouco mais das coisas, o pior da gerenta foi ter tentado baixar, na lei ou na marra, as taxas de juro na economia, sem o respaldo do controle de gastos governamentais, de outras reformas que necessitam serem feitas. Hoje, o Banco Central já estar tentando minimizar a burrada, mas, será difícil conseguir, por causa dos marqueteiros.  Racionamento e subida de juros são palavras de baixo calão para o Planalto, piores até do que a presidenta gerenta diz quando está irritada com a Graça Foster, presidente da Petrobrás, pelo menos até as eleições, pois, eles sabem que se minha amiga não puder usar a “chapinha”, ela não vota em Dilma. E lá vamos nós descendo ladeira abaixo na economia, que a duras penas o FHC, que de “neoliberal” não tem nem as penas, tentou equilibrar.

Falam muito que a característica básica do governo Lula foi a inclusão social. Eu duvido e faço pouco se esta inclusão poderia ser aumentada, sem o Plano Real, que tirou a inflação de nossas vidas. Ali começou a inclusão social. Penso que a característica básica do governo do PT foi a baixa qualidade do que foi feito. É o padrão Dilma de qualidade. Até o padrão FIFA eles conseguiram esculhambar. Receio que esta Copa do Mundo, além da mais cara de todos os tempos, seja também a mais  desorganizada. E se a seleção do Felipão tiver o padrão Dilma de qualidade, adeus hexa.

Mas, já estou me alongando demais. Fiquem com texto do Di Franco, e mantenham o pé na realidade, como, pelo menos nas palavras, está fazendo nosso ex-governador e pré-candidato a presidência Eduardo Campos: “Ninguém aguenta mais 4 anos de Dilma!”.

“A imagem da presidente Dilma Rousseff construída pelo publicitário João Santana tem dois pilares de sustentação: ética e competência gerencial. Santana, apoiado em sua fina sensibilidade marqueteira, captou as demandas da sociedade.

Ninguém aguentava mais a roubalheira que terminou na grande síntese da picaretagem: o mensalão. Mas os brasileiros também queriam um país melhor administrado, alguém que fosse capaz de dar respostas às demandas por educação, saúde, logística, etc.

Vendeu-se, então, a imagem da gerentona. Dilma, ao contrário de Lula, seria uma administradora focada, competente, exigente com os resultados da gestão pública.

O marketing, apoiado em fabulosos gastos de propaganda, continua firme. Mas a imagem real de Dilma Rousseff começa a ruir como um castelo de cartas. O perfil ético da administradora que combate “os malfeitos” já não se sustenta.

O vale tudo, o pragmatismo para construir a reeleição, a irresponsabilidade na gestão da economia, sempre subordinada aos interesses da campanha (basta pensar no uso político da Petrobrás e na postergação do aumento da conta de energia para 2015), pulverizou os apelos do marketing.

Eu mesmo, amigo leitor, não obstante minhas divergências ideológicas com a presidente da República, tinha alguma expectativa com o seu governo. Hoje minha esperança é zero.

Mas o pior estava por vir. A suposta competência de Dilma Rousseff foi engolida pelo lamentável episódio da compra da refinaria em Pasadena. A imagem da administradora detalhista e centralizadora simplesmente acabou.

Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, autorizou a empresa a comprar 50% da refinaria, no Texas, por US$ 360 milhões. A refinaria tinha sido vendida um ano antes a uma empresa belga, a Astra Oil, por US$ 42,5 milhões.

Por falta de informação ou desleixo, nem Dilma nem qualquer dos conselheiros chamaram a atenção para o fato de que, para ficar com metade do empreendimento, a Petrobrás desembolsaria 8,5 vezes mais do que a Astra gastou pouco antes pela refinaria.

Quando, em 2007, o Conselho negou à Petrobrás autorização para aceitar a proposta de compra dos demais 50%, a vendedora acionou a estatal na Justiça americana para obrigá-la a isso, invocando a cláusula contratual Put Option. Segundo ela, em caso de desavença entre os sócios, um deve ficar com a parte do outro.

Em 2008, a Petrobrás recorreu. Derrotada na Justiça, ela acabou pagando aos belgas US$ 820,5 milhões – US$ 639 milhões pela metade com que queria ficar, mais honorários e custas processuais. O caso foi divulgado em 2012 pelo Broadcast, o serviço em tempo real da Agência Estado. Mas o mais grave estava por vir.

Confrontada por documentos inéditos atestando o voto favorável da então conselheira Dilma Rousseff à compra da refinaria, na reunião de 2006, ela admitiu, em nota da Presidência da República ao jornal O Estado de S.Paulo, que se baseara em um mero resumo executivo, “técnica e juridicamente falho”, dos termos da transação.

Ao contrário da afirmação de Dilma, executivos da Petrobrás, ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, disseram que a presidente Dilma Rousseff e todo o Conselho de Administração da estatal tinham à disposição, em 2006, o processo completo da proposta de compra da refinaria.

Resumo da ópera: aprovou sem ler uma transação que dilapidou o dinheiro público. Administração temária é o mínimo que se pode deduzir. Estarrecedor.

O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel considera “extremamente grave”o caso em que a Petrobrás teve prejuízo bilionário. Se houver indícios de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff no caso, ela deverá ser ouvida em Brasília pelo Ministério Público.

“A partir do momento em que surjam indícios do envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro, a investigação tem de ser deslocada para o procurador-geral da República”, afirmou Gulgel em entrevista ao UOL.

A imprensa não pode admitir, mais uma vez, que a técnica da submersão acabe por tirar o foco de um escândalo de grandes proporções. É preciso empunhar o bisturi e lancetar o tumor da irresponsabilidade com o dinheiro público. Chega!

Boa parte do noticiário de política, mesmo em ano eleitoral, não tem informação. Está dominado pelo declaratório e ofuscado pelos lances do marketing político. Dilma Rousseff continua sendo apenas uma embalagem. Mas seu verdadeiro conteúdo começa a aparecer.

Em recente coluna, com texto competente e saboroso, Elio Gaspari radiografou o governo o atual governo. “Quando a doutora Dilma assumiu a Presidência, uma ação da Petrobrás valia R$ 29. Hoje ela vale R$ 12,60. Somando-se a perda de valor de mercado da Petrobrás à Eletrobrás, chega-se acerca de US$ 100 bilhões. Isso significa que a gestão da doutora comeu um erário equivalente à fortuna do homem mais rico do mundo (Bill Gates, com US$ 76 bilhões), mais a do homem mais rico do Brasil (Jorge Paulo Lemann, com US$ 19,7 bilhões).

Noutra conta, a perda do valor de mercado das duas empresas de energia equivale à fortuna dos dez maiores bilionários brasileiros”. O truque do preço da energia custou um Bill Gates mais um Jorge Paulo Lemann e ainda sobram alguns bilhões, conclui Gaspari.

Na verdade, Dilma é o terceiro mandato de Lula. Mas o sem carisma, sem a habilidade, sem o domínio das bases, sem a ginga do criador e sem a sua intuitiva sensibilidade de mercado.


A programação eleitoral é, quando muito, uma aproximação da verdadeira face dos candidatos. Tem muito espetáculo e pouca informação. Só o jornalismo independente pode mostrar o verdadeiro rosto dos candidatos. Sem maquiagem e sem efeitos especiais. Temos o dever de fazê-lo.”

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