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quinta-feira, 10 de abril de 2014

O "Mais Cubanos" e a vergonha nacional




Por Zezinho de Caetés

Dentre as muitas insanidades que o governo do PT vem cometendo, ou “fazendo o diabo” como diz a presidenta, para reelegê-la, uma delas, e talvez a pior, é o Programa Mais Médicos. E quando digo isto, os viciados em petismo alegam que o que o PT quis sempre foi beneficiar os mais pobres em todas suas ações. E o Programa, que deveria ser chamado o “Mais Cubanos”, é apenas um deles. Eles citam logo o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, e todos os PACs, dos quais a Dilma é a mãe, e Lula, o meu conterrâneo, é o pai. Isto só para citar os que mais surgem na mídia.

Eu não discordo de que se tente ajudar os mais pobres. O problema decisivo é querer fazê-lo a partir do Estado, que como dizia o nosso bardo maior, o Luiz Gonzaga, apenas vicia o cidadão, quando leva homens sãos a ficarem dependentes de esmolas públicas. Uns dirão que antes, como acontecia no meu interior, e o Lula deve saber disso, porque desde menino ele só não sabia dos malfeitos que cometia, a esmola privada era a tônica, para os mais pobres e incapacitados para o trabalho. Eu também não era contra a esmola privada em geral, pois cada um dar o que é seu a quem quer, ao contrário da esmola pública, onde somos obrigados a dar, mesmo discordando. Quando admirava o petismo, mal de que, graças a Deus, me livrei, ainda tinha sonhos com o Estado no combate à pobreza. Quando descobri, que o principal problema do Brasil, sempre foi o excesso e não a falta de Estado, e que era uma democracia liberal de que estávamos precisando, comecei a analisar melhor estes programas salvadores, que normalmente mencionam a resolução dos problemas sociais a partir de políticas públicas (lembram do “Tudo pelo Social” do Sarney?) com se fossem passes de mágicas, eu comecei a desacreditar neles.

No entanto, eu os suportava pela carência absoluta em algumas regiões do país, como forma passageira de evitar maiores sofrimentos à nossa já sofrida população. No entanto, com o PT no governo, tudo foi transformado em moeda de troca para se manterem no poder. E o governo da Dilma, que é apenas um “cover” para o terceiro mandato de Lula, está levando isto às últimas consequências, chegando a um verdadeiro despudor.

O texto que cito abaixo, o li primeiro na sessão Deus nos Blogs da AGD. Reproduzo-o, pois pode ser que já tenha saído do ar naquela sessão. Ele foi publicado no O Globo do dia 04/04/2014, como uma reportagem do PAULO CELSO PEREIRA E THIAGO HERDY, com o título: “Mais Médicos: cubanos vivem sob vigilância em São Paulo”. A reportagem não me surpreendeu diante do que já li sobre o programa, que foi criado ao som dos gritos das ruas por melhorias na vida do povo, e que como sempre está se tornando uma peça de compra de votos, mas, nunca é demais ler sobre o tema, para evitar que o PT continue a explorar a pobreza em nome de um projeto de poder, que já se mostrou nefasto para o Brasil.

Já disse que, alguns veem o governo do Lula como o governo da inclusão social, e já mostrei que esta inclusão é tão verdadeira como uma nota de 3 reais. Mas, não entremos e detalhes, e basta apenas dizer, que, com o aumento dos preços, com a volta da inflação, a história reconhecerá o governo da Dilma como o governo da exclusão social. Os viciados petistas dizem que seu governo tirou um mundo de gente da pobreza, e eu digo, em breve, se continuar este governo, a inflação os trará de volta á antiga condição.

Agora voltando ao texto sobre o Mais Cubanos, digo, o Mais Médicos, ele terá sua utilidade de propaganda e compra de voto reconhecida, se a população não for devidamente alertada, para sua ineficiência no longo prazo. Um dia, Cuba precisará dos seus médicos (se os são de verdade), e os escravos retornarão à senzala de origem. Enquanto isto, estamos descartando a chance de propiciar uma medicina melhor, com os nossos profissionais de saúde, dotando nossos precários hospitais com infraestrutura adequada. Eu digo, como o médico cubano aí abaixo: “Vocês estão mexendo com coisa perigosa”. No futuro, como diziam lá na minha terra, “nem mel, nem cabaça”.

Fiquem com a reportagem e a leiam como um alerta sobre a vergonha que o Brasil está passando em restabelecer a escravidão em pleno século XXI, como já fez o Chávez na Venezuela.

BRASÍLIA e SÃO PAULO — Regidos por um contrato pouco transparente com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), médicos cubanos participantes do programa Mais Médicos, do governo federal, são submetidos, logo que chegam ao Brasil, a condições que remetem às que vivem na ilha. Além de receberem cerca de 30% do salário pago aos demais participantes do programa, eles estão sob permanente vigilância, conforme constatou O GLOBO em conversas nas últimas semanas com médicos do programa e pessoas que estão em contato direto com eles.

Mas também há, no momento, uma ofensiva de um grupo de pessoas de fora do programa para tentar localizar médicos insatisfeitos, com o intuito de oferecer-lhes asilo ou refúgio e um emprego. A iniciativa conta com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), que critica o Mais Médicos, e criou um programa de suporte ao médico estrangeiro.

O objetivo não é convencer os cubanos a seguir o caminho de Ramona Rodriguez — que depois de deixar o programa se mudou para os Estados Unidos —, mas sugerir que vivam e trabalhem como médicos no Brasil, depois de passar por formação mais rigorosa e aulas de português. Quando ainda participava do programa, Ramona reclamava que se sentia vigiada e sem liberdade para viajar a outras cidades do país.

Na semana passada, O GLOBO se hospedou no Hotel Excelsior, do Centro de São Paulo, que serve como primeira moradia para boa parte dos médicos que chegam ao país, e constatou que a vigilância é realizada em caráter permanente. Desde o segundo semestre do ano passado, cubanos ocupam a maior parte dos quartos do hotel, localizado ao lado de um antigo cinema que foi transformado em auditório para que eles recebam aulas de português e sobre a organização do sistema de saúde brasileiro.

Aulas de manhã e de tarde

Até que sejam enviados para cidades escolhidas pelo Ministério da Saúde, os médicos ficam confinados no hotel, tendo aulas nos períodos da manhã e da tarde. Só saem de lá quando estão na companhia de professores ou agentes do programa. Costumam estender a jornada de estudos até altas horas da noite.

— O chefe deles fica o tempo todo em cima, e eles ficam o dia todo aí. É como se fosse uma prisão, né? Já chegam sabendo qual é a regra, não são de reclamar. Parece que no país deles é tudo muito rígido também — conta uma camareira do hotel, onde atualmente estão hospedados cerca de 550 médicos.

O “chefe” a que se refere a camareira é o médico Roilder Romero Frometa. Apresentado formalmente como consultor da Opas, Frometa já se encontrou com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na condição de “representante dos médicos cubanos”. Em Cuba, ele já era influente. Em outubro de 2011, como diretor de Saúde no município de Guantánamo, foi entrevistado pelo jornal oficial do Partido Comunista na cidade. Segundo funcionários, desde o ano passado Frometa está hospedado no hotel.

Na semana passada, enquanto conversava como hóspede com os médicos, na recepção, o repórter do GLOBO foi interpelado diretamente por Frometa. Sem saber se tratar de um jornalista, o cubano quis saber o que ele havia conversado com os médicos do programa. Ao ser indagado pelo jornalista sobre qual papel desempenhava no local, Frometa tentou evitar ser fotografado e reagiu:

— Você está mexendo com coisa perigosa.

Ele não é o único a monitorar os cubanos. O vai-e-vem de pessoas dentro e fora do prédio é acompanhado também por seguranças do hotel e por pessoas que usam crachás do programa, como observou o GLOBO no período em que esteve no local. Apesar de o hotel ser privado, Opas e Ministério da Saúde tiveram acesso à ficha cadastral preenchida pelo repórter ao se hospedar.

A Associação Médica Brasileira criou há dois meses um programa de apoio ao médico estrangeiro, cujo objetivo é atender médicos de Cuba e de outras nacionalidades insatisfeitos com as condições do Mais Médicos. Dos 22 profissionais que já procuraram a associação, 16 são cubanos.

— Todos que nos procuraram se queixaram da vigilância. Precisam dizer a todo momento para onde vão, com quem se relacionam. Cada grupo tem um superior hierárquico, a quem têm que dar satisfação — diz o presidente da AMB, Florentino Cardoso. Segundo ele, o objetivo do programa é “mostrar que não existe queixa ou trauma em relação à presença do médico estrangeiro no Brasil, desde que se cumpra a legislação”.

No início do ano, um grupo de cinco médicos insatisfeitos esteve reunido com um deputado da oposição para pedir ajuda para abandonar o programa federal. Reclamavam da baixa remuneração, de US$ 400 por mês no Brasil (outros U$ 600 eram depositados em Cuba), e da diferença de salário em relação ao recebido pelos médicos de outras nacionalidades, que recebem R$ 10,4 mil mensais. Duas semanas depois, o governo brasileiro anunciou um aumento no salário dos cubanos, para US$ 1.245 (R$ 2,9 mil), agora integralmente pagos no Brasil. Os cinco pediram, então, mais tempo para pensar sobre a deserção.

A saída do programa não é simples. Além do temor de serem deportados antes de conseguirem formalizar o pedido de asilo, os médicos temem eventuais represálias a seu familiares e consideram real o risco de nunca mais verem os filhos, os pais e os amigos que estão na ilha.

“Não existe nenhum tipo de limitação”

De acordo com o governo brasileiro, atualmente estão no país 10.687 médicos vindos da ilha governada por Raúl Castro e ao menos sete deles já deixaram o programa. Há duas semanas o ministro da Saúde, Arthur Chioro, negou em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que cubanos fossem perseguidos no Brasil. “Não posso dizer quanto à situação em Cuba, mas aqui eles estão livres”, afirmou, na ocasião. O Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar eventuais violações de direitos humanos, mas ainda não encontrou indícios.

Procurado, o Ministério da Saúde divulgou nota em que confirma haver um grupo de funcionários contratados pela Opas responsável pelo “acompanhamento” dos médicos cubanos: “O termo firmado com o governo brasileiro prevê que a organização internacional monte, para melhor gerenciamento do programa, equipe de apoio administrativo e logístico, responsável pelo acompanhamento aos médicos servidores do governo de Cuba que estão em missão internacional no Brasil”. É nesse grupo, segundo a pasta, que se encontra Roilder Frometa.

O ministério nega, no entanto, que haja qualquer restrição ou monitoramento direto dos cubanos: “Não existe nenhum tipo de limitação imposta pelo governo brasileiro aos participantes do programa, sejam brasileiros ou estrangeiros de qualquer nacionalidade. Todos os participantes estão sujeitos às leis do Brasil, não havendo qualquer tipo de restrição de ir e vir. (...) O termo firmado entre o governo brasileiro e a Opas não estabelece nenhum tipo de monitoramento, acompanhamento ou coerção aos médicos participantes, que recebem o mesmo tratamento que qualquer outro estrangeiro que obtenha visto de permanência no país em condições semelhantes”, diz a nota.


Atualmente, a venda de serviços médicos é a principal fonte de receita na economia cubana, rendendo US$ 6 bilhões ao ano (R$ 14 bilhões), seguida do turismo, que gera US$ 2,5 bilhões (R$ 5,8 bilhões), segundo dados oficiais.

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