“O passado não
perdoa
POR MERVAL
PEREIRA
Não é preciso
ser um especialista para entender que tantos presos em torno do presidente da
República significam que há provas suficientes para uma ação policial dessa
envergadura. Todos os homens do presidente estão envolvidos, de uma maneira ou
de outra, em investigações policiais. Um terceiro processo contra Michel Temer
parece claramente delineado, ainda mais porque foi a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, quem pediu as prisões, que não seriam autorizadas pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso se não houvesse
bons motivos.
Quase
impossível imaginar que se trate de um equívoco, ou uma perseguição política.
Impressionante como o passado não perdoa Temer e seus associados. As denúncias
feitas se referem a atos no exercício da presidência da República, mas estão
ligados à prática política de uma vida toda. A foto do coronel Lima fardado na
posse do jovem Michel Temer na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo é
exemplar.
Se vier um novo
pedido para processar o presidente da República, deve ter o mesmo destino dos
anteriores, pois, no final do mandato, abandoná-lo não representaria ganho
político para sua base, logo no início da campanha eleitoral.
Mas o dano
político está feito, Temer entra na eleição sem a menor condição de ser um
participante competitivo, e nem mesmo os partidos da base do governo se dispõem
a defendê-lo. Mais um problema para a tentativa de encontrar um candidato de
centro que se contraponha às posições extremas.
O governador
Geraldo Alckmin, na busca de uma posição que neutralize a ascensão visível de
Jair Bolsonaro, deu uma de radical como primeira reação ao denunciado atentado
contra a caravana de Lula: “O PT colhe o que plantou”. Nada parecido com
Bolsonaro simulando um tiro na cabeça de um boneco de Lula presidiário, mas uma
tentativa desastrada de mostrar-se capaz de enfrentar o ex-presidente.
Recuou depois,
voltando ao perfil de estadista. Mas infelizmente o eleitor parece que não está
em busca de estadistas. E os que posam de tal, como Temer e o próprio Alckmin,
não correspondem ao perfil, nem têm liderança que o país necessita neste
momento.”
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Nesta data máxima da cristandade, (ou a
segunda máxima porque às vezes se coloca o Natal com sendo a maior), quando
Jesus morreu para nos salvar, eu sempre procurava um texto religioso para
publicação neste blog.
Quase sempre, a escolhida era nossa amiga
Lucinha Peixoto, que tinha a religiosidade à flor da pele, ou mesmo do amigo
Zezinho de Caetés relembrando de alguma procissão em sua terra natal. Eu mesmo
ainda relembrei muito nossa Paixão em e por Bom Conselho, em outras
sextas-feiras da paixão.
Mas, na época atual com a bagunça política
em que se encontro nosso religioso país, como manter a tradição? Trouxemos
então o imortal Merval Pereira, onde ele aborda a prisão de quase “todos os homens do presidente”, referindo-se ao presidente Temer. Óbvio
que lembramos do velho e bom filme que retratava a causa da renúncia do Richard
Nixon, pelas safadezas que ele fez no processo eleitoral americano.
E a pergunta que se faz é se teremos um
processo aqui, que levará nosso presidente à saída, como ocorreu por lá. Eu já
sei que a renúncia não passa pela cabeça do Temer, pois significaria quase a
cadeia, e ele sempre tentou respeitar a fila sabendo que Lula tem que ir
primeiro. E a renúncia, em termos de presidentes, só passou na cabeça do Jânio
por que não batia bem da bola.
Aqui, mesmo com a comprovação de todos os
malfeitos do mundo, é bom esperar pelo julgamento do STF, pois, como se sabe é
a perder de vista. Então seria muito difícil
alguma crucificação por aqui nesta data. Pelo contrário. Nossa Suprema Corte,
celebra o feriado triste para alguns, para torna-lo alegre para outros, como para
o Lula que continua em casa comendo seus ovos de páscoa.
De qualquer forma, espero que chegue o
Domingo de Páscoa e que todos sejam felizes neste dia, o que não aconteceu para
“todos os homens do presidente”.