Em manutenção!!!

quinta-feira, 31 de março de 2011

A UVA QUE PASSA E O CAJU QUE NÃO PASSA


Grupo UvaPassa no Planeta Saúde

 Grupo UvaPassa com Mag de Lara.


Por Zé Carlos

Recebi da conterrânea Ana Luna algumas fotos do Grupo UvaPassa que publicamos acima. Pelo jeito elas estão fazendo um sucesso danado. Elas merecem. Tem um bom grupo vocal composto de belas jovens e muito talentosas. Como todos sabem, o sucesso normalmente provoca uma certa inveja e que auscultei desde que aqui escrevemos sobre o Grupo a primeira vez (aqui ). Quero já dizer aquelas que compõem o grupo, mesmo não sendo todas de Bom Conselho, que a Gazeta Digital está pronta para receber e publicar seus textos e fotos, como assim todas serão bem-vindas ao nosso Mural, para quaisquer comentários que acharem pertinentes.

Como ia dizendo, sobre a inveja que o sucesso provoca. O que foi, no fundo no fundo, o lançamento do CajuPassa, na esteira do sucesso do UvaPassa, senão um surto de inveja, dos homens, que se sentiram relegados. A rapidez com que a ideia se propagou e da aceitação por parte dos 5 participantes atuais (sim senhor, já somos um quinteto), apenas refletiu esta inveja.

Mas como dizia os dizeres de carroceria de caminhão, o grupo UvaPassa poderia também: “Não me inveje, trabalhe!”. Isto poderia ter sido dito tanto a mim, que sugeri o grupo UvaPassa, quanto a algumas mulheres com que conversei, que segundo elas mesma, quando mulher não inveja a outra, esta outra deve começar a se cuidar, que fulana está gordinha, sicrana já está tão velhinha, beltrana não dá certo neste modelo, e por ai vai.

Quanto a mim, tentei juntar os componentes do grupo CajuPassa em vídeo conferência para fazermos um primeiro ensaio de compatibilização de vozes, mas até agora só encontrei o Josan Viana, lá em Bom Conselho, que pelas suas intervenções no Encontro de Blogueiros, eu já o aprovei pelo grupo. O Roberto Lira parece não ter voltado ainda do torneio em Brasília e nunca mais falou no projeto. O Beto Guerra deva estar assistindo a suas partidas, e eu assoberbado com este Blog.

Deixei por último o Jameson Pinheiro, que é metido a letrista e compositor, e atendeu o nosso pedido fazendo uma letra para a música “Curtindo a Menopausa”, interpretada brilhantemente, pelo Grupo UvaPassa (Veja o vídeo abaixo). Ele achou melhor, por razões óbvias mudar também o nome da música, e aqui vai a letra. Estamos procurando um músico instrumental e um cantor, enquanto o CajuPassa se ajeita, para fazer o arranjo da música com a nova letra (Dodô, Zé Póvoas, Pedrinho, Basto Peroba e outros já estão sendo sondados agora).


“Chegou a Andropausa

Não tenham comigo
Nenhum preconceito
Em ter mais de cinqüenta
Pois o que me falta
É mulher bonita
Com fogo que esquenta

Mas quando acontece
No calor da paquera
Vier a brochar
Não se incomode
Só na amizade
Vai funcionar

Me dê uma chance,
Com minhas desculpas,
Tenha paciência
O que me dá medo é
Talvez não curar
a minha impotência.

Não posso viver
Explicando sempre,
Achando uma causa.
É primeira vez,
Nunca aconteceu,
Só pode ser andropausa.”

O Jameson, com aquela modéstia peculiar aos grandes artistas, pediu para relevar um pouco a pobreza de certas rimas, e dizer que para ele a andropausa ainda está longe (me engana que eu gosto). E enquanto o CajuPassa não faz sucesso, ouçamos o UvaPassa, que já é um “show de bola”.

VENDEDORA DE AMENDOIM




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Flavinha era uma moça muito bonita, cabelos longos, olhos esverdeados, boca sensual com um par de argolas em cada orelha dourada parecendo mais uma espanhola. Manejava bem o corpo quando oferecia amendoim como tira gosto nas mesas dos bares.  Vinha sorridente e já com uma colher com alguns caroços e colocava na mão dos fregueses, e depois colocava duas colheres em um pequeno papel de embrulho, rosa ou verde e saia sob o protesto dos mesários que não queria, ela se voltava rindo, dizendo quando eu voltar se tiver intacto eu recolho e nada cobro. Ledo engano. Quando ela saia todos buscavam alguns caroços do amendoim torradinho e novinho do jeito que ela falava e quando ela aparecia, sorrindo, dizia “dá-me o meu dinheiro” que vou pegar o “bonde”, e apesar das reclamações se pagava e ficava olhando o rebolado indo ela para outros locais. Vivia desse comércio ambulante. Tirava o seu sustento com aquele trabalho, mesmo recebendo “cantada” a todo instante, isto não a incomodava, pois fazia parte do cotidiano de uma vendedora em bar. Muitos faziam proposta para viverem juntos. Outros para passar a noite em algum lugar. Ela descartava. Dizia, que todo homem é igual “só quer comer da fruta, mastigar e jogar fora” e a mulher que se ferrava. Se embuchasse caia fora e a mulher que fosse criar a sua cria, como aconteceu com ela quando tinha dezoito anos. Enamorou-se de Zeca, um bonitão morador em sua Rua do Bom Jesus no Alto da Besta, se entregou e desta entrega nasceu Normando, apelidado carinhosamente por “Nando”, já com cinco anos. Queria viver outra vida, pois agora tinha uma “cria” para criar, referindo-se a Nando.
 
Começava o dia como comentava quando era perguntada, por volta das dez horas da manhã. Os primeiros fregueses eram do Bar Alvorada, na Praça Machado de Assis, por trás do cinema São Luiz, depois, atravessava a Ponte da Boa Vista (ponte de ferro) e ia visitar o Bar do Mijo, na Praça Joaquim Nabuco, seguia para Sorveteria Perola, e o Bar Rosa de Ouro, no fundo da Loja Viana Leal, indo para o Botijinha, depois Savoy e A Nova Portuguesa, na Rua Diário de Pernambuco e finalmente, na Praça do Sebo, por detrás do Edifício Almare, no Bar do Gordo e de outros que ali se concentrava. Era minha Via Sacra, ela dizia rindo e com as mãos na cintura, o que fazer? A vida é esta não tem outra, por enquanto. É correr atrás da “bolacha” se eu não comprar como vai a ser a minha vida? Certa vez no Escondidinho Bar, numa manhã ensolarada e a vitrola tocando Valdick Soriano, ela deu uma bofetada em um atrevido que lhe passou a mão na sua bunda. Foi um bofete que o caro caiu da cadeira no chão. E, disse eu trabalho vendendo amendoim e não sou o que você pensa, seu cabra safado. O cara levantou-se todo desajeitado, com marca da bofetada no rosto. Todos ficaram olhando e ela saiu do recinto vitoriosa. Um dia quando estávamos todos no Savoy, ela chegou com o mesmo sorriso e a mesma manobra para venda do seu produto da sua subsistência.  Percorreu algumas mesas distribuindo o amendoim torradinho, mesmo com a negação fregueses, o amendoim 
era colocado na mesa.

Ao sair falou:

Olha pessoal e meus amores estou deixando esta vida. Não dá mais para mim. Vou me casar e viver uma vida sem tanto aperreio e sem tanta “frescura”. Encontrei um bom moço que se engraçou de mim, e quem não se engraça desta morena gostosa? Perguntou rindo todos com gestos sensuais. Mas não é brincadeira. Encontrei em uma festa que fui à casa de uma amiga em Boa Viagem. “Passeava na praia pela manhã quando aquele ‘broto velho” já na casa dos seus cinqüenta anos, começou a me olhar e de repente se achegou em mim e disse “eu te amo”.  Amor a primeira vista. Fiquei atordoada e sem fala, mas ele falou serio e marcou um encontro comigo. Neste dia não vendi amendoim. Marcamos um novo encontro. Eu já “escolada na praça da vida” com tantos casos por aí, e eu que levei “cano” anos atrás, fui cautelosa para ver a sua intenção, pois não queria cair em uma nova cilada, só bastava uma que me deu “Nando”. Genaro era o seu nome, aposentado da Rede Ferroviária, morando em Casa Forte, bom partido com uma situação financeira estável tudo o que eu queria para sair desta vida que levo. Pensei, muito sobre o assunto, e vi que era uma oportunidade que aparecia em minha vida.

Depois desta noticia, ninguém mais viu a Flavinha no “pedaço” vendendo o seu amendoim. Os fregueses já acostumados com a sua presença graciosa ficaram fazendo várias conjecturas. Uns diziam, penso que ela achou um cara certo. Outros diziam não sei não, este amor de primeira vista é passageiro e bem pouco tempo ela aparece dando algumas desculpas. Esquecemos a Flavinha, outras e outros apareceram vendendo o amendoim o que vinha logo em mente a Flavinha com o seu rebolado.

Passado mais de quinze anos, encontro no Shopping Recife, o Daniel um boêmio da época e deu-nos a noticia. Sabe quem encontrei aqui no Shopping a Flavinha, a vendedora de amendoim, numa pinta que só você vendo. Ninguém acredita. Falou comigo e disse que a sua vida mudou. Agora estava morando no bairro de Casa Forte, com o seu “amor a primeira vista” e o Nando o seu filho já estava terminando o curso de Medicina na Universidade Federal de Pernambuco. O que mais queria, disse sorrindo. Sou feliz. Saiu passeando com o seu gingado. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

BIG BROTHER BRASIL

   

Por Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

                                Curtir o Pedro Bial
                                E sentir tanta alegria
                                É sinal de que você
                                O mau-gosto aprecia
                                Dá valor ao que é banal
                                É preguiçoso mental
                                E adora baixaria.

                                Há muito tempo não vejo
                                Um programa tão fuleiro
                                Produzido pela Globo
                                Visando Ibope e dinheiro
                                Que além de alienar
                                Vai por certo atrofiar
                                A mente do brasileiro.

                                Me refiro ao brasileiro
                                Que está em formação
                                E precisa evoluir
                                Através da Educação
                                Mas se torna um refém
                                Iletrado, zé-ninguém
                                Um escravo da ilusão.

                                Em frente à televisão
                                Lá está toda a família
                                Longe da realidade
                                Onde a bobagem fervilha
                                Não sabendo essa gente
                                Desprovida e inocente
                                Desta enorme armadilha.

                                Cuidado, Pedro Bial
                                Chega de esculhambação
                                Respeite o trabalhador
                                Dessa sofrida Nação
                                Deixe de chamar de heróis
                                Essas girls e esses boys
                                Que têm cara de bundão.

                                O seu pai e a sua mãe,
                                Querido Pedro Bial,
                                São verdadeiros heróis
                                E merecem nosso aval
                                Pois tiveram que lutar
                                Pra manter e te educar
                                Com esforço especial.

                                Muitos já se sentem mal
                                Com seu discurso vazio.
                                Pessoas inteligentes
                                Se enchem de calafrio
                                Porque quando você fala
                                A sua palavra é bala
                                A ferir o nosso brio.

                                Um país como Brasil
                                Carente de educação
                                Precisa de gente grande
                                Para dar boa lição
                                Mas você na rede Globo
                                Faz esse papel de bobo
                                Enganando a Nação.

                                Respeite, Pedro Bienal
                                Nosso povo brasileiro
                                Que acorda de madrugada
                                E trabalha o dia inteiro
                                Dar muito duro, anda rouco
                                Paga impostos, ganha pouco:
                                Povo HERÓI, povo guerreiro.

                                Enquanto a sociedade
                                Neste momento atual
                                Se preocupa com a crise
                                Econômica e social
                                Você precisa entender
                                Que queremos aprender
                                Algo sério - não banal.

                                Esse programa da Globo
                                Vem nos mostrar sem engano
                                Que tudo que ali ocorre
                                Parece um zoológico humano
                                Onde impera a esperteza
                                A malandragem, a baixeza:
                                Um cenário sub-humano.

                                A moral e a inteligência
                                Não são mais valorizadas.
                                Os heróis protagonizam
                                Um mundo de palhaçadas
                                Sem critério e sem ética
                                Em que vaidade e estética
                                São muito mais que louvadas.

                                Não se vê força poética
                                Nem projeto educativo.
                                Um mar de vulgaridade
                                Já tornou-se imperativo.
                                O que se vê realmente
                                É um programa deprimente
                                Sem nenhum objetivo.

                                Talvez haja objetivo
                                professor, Pedro Bial
                                O que vocês tão querendo
                                É injetar o banal
                                Deseducando o Brasil
                                Nesse Big Brother vil
                                De lavagem cerebral.

                                Isso é um desserviço
                                Mal exemplo à juventude
                                Que precisa de esperança
                                Educação e atitude
                                Porém a mediocridade
                                Unida à banalidade
                                Faz com que ninguém estude.

                                É grande o constrangimento
                                De pessoas confinadas
                                Num espaço luxuoso
                                Curtindo todas baladas:
                                Corpos belos na piscina
                                A gastar adrenalina:
                                Nesse mar de palhaçadas.

                                Se a intenção da Globo
                                É de nos emburrecer
                                Deixando o povo demente
                                Refém do seu poder:
                                Pois saiba que a exceção
                                (Amantes da educação)
                                Vai contestar a valer.

                                A você, Pedro Bial
                                Um mercador da ilusão
                                Junto a poderosa Globo
                                Que conduz nossa Nação
                                Eu lhe peço esse favor:
                                Reflita no seu labor
                                E escute seu coração.

                                E vocês caros irmãos
                                Que estão nessa cegueira
                                Não façam mais ligações
                                Apoiando essa besteira.
                                Não deem sua grana à Globo
                                Isso é papel de bobo:
                                Fujam dessa baboseira.

                                E quando chegar ao fim
                                Desse Big Brother vil
                                Que em nada contribui
                                Para o povo varonil
                                Ninguém vai sentir saudade:
                                Quem lucra é a sociedade
                                Do nosso querido Brasil.

                                E saiba, caro leitor
                                Que nós somos os culpados
                                Porque sai do nosso bolso
                                Esses milhões desejados
                                Que são ligações diárias
                                Bastante desnecessárias
                                Pra esses desocupados.

                                A loja do BBB
                                Vendendo só porcaria
                                Enganando muita gente
                                Que logo se contagia
                                Com tanta futilidade
                                Um mar de vulgaridade
                                Que nunca terá valia.

                                Chega de vulgaridade
                                E apelo sexual.
                                Não somos só futebol,
                                baixaria e carnaval.
                                Queremos Educação
                                E também evolução
                                No mundo espiritual.

                                Cadê a cidadania
                                Dos nossos educadores
                                Dos alunos, dos políticos
                                Poetas, trabalhadores?
                                Seremos sempre enganados
                                e vamos ficar calados
                                diante de enganadores?

                                Barreto termina assim
                                Alertando ao Bial:
                                Reveja logo esse equívoco
                                Reaja à força do mal.
                                Eleve o seu coração
                                Tomando uma decisão
                                Ou então: siga, animal.

                                FIM
         -----------
(*) Enviado por José Póvoas.

terça-feira, 29 de março de 2011

O Dengue 4 chegou pelo Sertão



Por Zé Carlos

Vi hoje nos telejornais. O Dengue tipo 4 chegou a Pernambuco. Escrevi sobre esta doença dias atrás, aqui mesmo no blog (clique aqui). Naquela ocasião falava sobre uma possível vacina e contava minhas aventuras ao contrair a doença. Eu contei que já contraíra o tipo 1 e 3, faltando o 2 e o 4, para completar a coleção.

Eu não sou o campeão de dengue aqui no Estado, tenho certeza. Muita gente já deve ter tido os três tipos até agora existentes. Ontem soube que foi comprovado em dois municípios casos do tipo 4. Era o que estava faltando para completar o nosso quadro.

O que se sabe é que a doença pode se tornar mais grave cada vez que ela reincide no mesmo indivíduo contaminado por um tipo de vírus diferente do anterior. O risco de contrair sua forma mais grave, a dengue hemorrágica, nos casos de reincidência muito maior. Não é uma doença complicada, se todos tivessem a orientação correta para sua forma de tratamento. Mas, isto nem mesmo os médicos, às vezes, são sabedores de como agir, pois a dengue é uma doença de difícil diagnóstico clínico. Alguns dos seus sintomas são muito parecidos com outras doenças, e muitas vezes, o tratamento adequado, uma simples hidratação, não é o prescrito.

Enquanto o Encontro de Blogueiros não chegava a hora, andei me informando em Bom Conselho, de casos fatais da doença, que talvez pudessem ser evitados, se as recomendações fossem outras aos pacientes. Num dos casos, onde morreu um senhor com 52 anos, ele foi para o hospital da cidade, deram a ele dipirona e o mandaram voltar para casa. Certamente, o médico confundiu os sintomas com outra virose qualquer e não prescreveu mais nada. Depois o paciente procurou o hospital de Garanhuns, quando já era muito tarde, chegando a falecer. Quando, segundo os expertises nesta doença, o remédio melhor é a hidratação do paciente com água, sucos de frutas e soro caseiro, ou aplicação de soro na veia.

Fiquei pensando que uma vida poderia ter sido salva com alguns litros dágua, um pouco de sal e um pouco de açúcar, o tal do soro caseiro. Eu pelo menos me curei assim. Estou já pronto para o Dengue 4 ou 2. Vamos ver se dou sorte com os números pares.

Enquanto isso, continuo matando mosquito, desde o nascedouro. Teve água parada, fora com ela. Faço em casa, mas, como moro num andar alto, fico vendo as caixas dágua que são verdadeiros criadouros do mosquito. Não adianta você agir sozinho. Por isso o dengue é uma questão de saúde pública, pois é uma doença social. Não se pode esperar que se acabe com o mosquito, quando não podemos acabar com as causas que o levam a persistir, a falta de saneamento básico e água potável.

Enquanto os governos não assumirem seu papel de responsáveis pela saúde preventiva (e saneamento básico é fundamental), não há forma de acabar doenças deste tipo, cujo transmissor, quase como alguns espertalhões da política, sobrevivem da miséria alheia. Até lá aprendamos a fazer o soro caseiro e tentemos sobreviver aos quatro cavaleiros do apocalipse: Dengue 1, Dengue 2, Dengue 3 e Dengue 4.

O Encontro de Blogueiros: A palestra de Renato Curvelo

Dr. Renato Curvelo (Foto: Niedja - Orkut)



Por Zé Carlos

Nestas descrições do Encontro de Blogueiros, meu último escrito foi sobre a palestra do Meikel Marques. Um jornalista. A outra palestra foi do jovem advogado Renato Curvelo. Tive que frisar o jovem, porque hoje li um texto no Blog da CIT, do Diretor Presidente, onde ele debate com outro advogado, também brilhante mas não tão jovem, o José Fernandes Costa. (veja aqui)

Eu e o Diretor Presidente sempre conversamos sobre o tema do artigo, o anonimato, desde que ele, o colocou como condição para assumir a administração da CIT Ltda, preservar sua identidade atrás de um pseudônimo. Sempre nos indagamos que tipo de crime estaríamos cometendo, com a adoção desta prática milenar da pseudonímia. Eu já sabia que qualquer que fosse o crime que ele incorresse eu seria cúmplice, e sei menos do que ele qual seria meu destino, se alguém o acusasse. Depois de longas e infrutíferas conversas para convencê-lo de aparecer com a “cara limpa”, foi ele quem terminou me convencendo, de que a boa causa em que ele estava entrando, valeria o risco que estávamos correndo.

Portanto, somos dois criminosos, ou pelo menos, um criminoso e um cúmplice, clamando em uníssono, que o nosso crime se existente, não passa de um pecado venial, como proclama nossa colega Lucinha Peixoto.

E se pensam que vou parar por aqui de falar de crimes, estão muito enganados. A palestra do Renato Curvelo foi sobre Crimes Cibernéticos ou Crimes na Internet. O Renato começou por salientar a inadequação de nossa legislação para enfrentar a nossa mídia eletrônica e seus possíveis delitos. Existem projetos em tramitação, em fase de discussão no Congresso, mas o que se usa mesmo é a legislação antiga, cujo exemplo é o Código Penal de 1940, o mais recente Código Civil.

Isto significa que há um esforço tremendo por parte do Judiciário para enquadrar como crime, ações que no século passado não passavam de sonhos. Se alguém, quando eu vivia em Bom Conselho me dissesse que hoje eu estaria aqui sentado e escrevendo para o mundo todo, eu daria um imensa risada, se pensasse que loucura fosse motivo de riso.

Costumo contar um caso de atraso tecnológico, e sua influência em nossa atividade, que tem muita a ver com minha vida e com uma pessoa que todos da minha geração conheceram e que a nova geração deveria conhecer pela sua influência em nossa terra. Em 1964 eu saia de Bom Conselho para ganhar a vida de uma forma que alguns achavam mais proveitosa. Talvez, por mim mesmo eu teria ficado lá, e hoje, quem sabe, fosse até mais feliz. Cheguei à Rodoviária do Recife, com uma mala na mão e um endereço no bolso, onde havia também um número de telefone de um tio. A esperança é que ele pudesse me pegar na rodoviária. Não foi, e eu não tinha um “plano B”. Quem me proporcionou um plano B foi o Prof. Joaldi, que me colocou num táxi e me mandou para o endereço que estava no hotel. Ao me perguntar se eu tinha algum telefone, respondi que não, pois não sabia o que aquele número significava para efeitos práticos. Nunca havia manipulado um telefone nem tinha a perspectiva dos mais espertos de um dia ter que usá-lo. Em relação ao que escrevo agora, eu pergunto: Como o judiciário tratava o “trote”, tão comum e tão crimininoso hoje, naquela época?  E eu respondo, talvez da mesma maneira que hoje ele trata os crimes cibernéticos.

Segundo o Renato, os crimes mais comuns na internet e que dão mais trabalho as autoridades são os seguintes, na ordem em que foram por ele colocados mas, sem a brilhante erudição de sua apresentação.

Pedofilia

Não vou aqui mostrar a origem da palavra, dizendo apenas que não se trata de amor aos pés, e sim gostar de crianças no mau e criminoso sentido. Como todos os que veem a seguir, não é apenas um crime cibernético, mas, teve seu potencial ampliado grandemente, com o avanço da comunicação eletrônica. A exploração de crianças com fins sexuais em fotos e filmes empesteia nosso meio eletrônico. Este foi o crime menos discutido no Encontro,  pois nenhum dos blogueiros presentes tentou vestir a carapuça quanto a sua prática. Óbvio que alguns foram obrigados a dizer que o mulherio que desfila em suas páginas são de maior idade. Alguém informou que as jumentinhas não eram crianças.

Calúnia

Na internet, nos blogs e na comunicação em geral o crime de calúnia é caracterizado quando se atribui , falsamente , a alguém a responsabilidade pela prática de um fato determinado, definido como crime. Por exemplo, se eu disser que um vereador bateu numa moça, e isto não for verdade, eu estou cometendo o crime de calúnia. Foi por isso que dei ênfase à história que contaram do vereador em nossa conversa informal. E pelo que tudo indica, quem falou isto não cometeu nenhum crime de calúnia.

Difamação

A difamação , por sua vez ,  consiste em atribuir a alguém fato determinado ofensivo à sua reputação. Por exemplo, se eu disser que o Cláudio André chegou atrasado para o Encontro de Blogueiros, caracterizando-o como um “atrasadinho”, e assim ofendendo sua reputação, quanto ao horário para cumprir os compromissos assumidos, ele poderia me processar por crime de difamação. Na internet isto é comum quando alguém chama alguém de "corno safado", por exemplo.

Injúria

A injúria , por outro lado , consiste em atribuir a alguém qualidade negativa , que ofenda sua dignidade ou decoro . Assim , se Mister M chama um político de ladrão e imbecil, ele estaria cometendo um crime de injúria, além do de anonimato.

Vejam que os três são crimes quanto a honra, apenas diferindo quando sua objetividade ou subjetividade. Com a minha idade avançada, não peguei todos os detalhes da explicação do Dr. Renato, e também, porque havia sempre muitas perguntas dos blogueiros preocupados em quais dos crimes eles estavam enquadrados. Mas, o importante de uma palestra é gerar a curiosidade e o desejo de aprender, e eu usei o que os citeiros chamam de “pai dos burros” moderno, que é a mesma internet e achei o seguinte site, dos milhares que existem sobre assuntos jurídicos e se quiserem aprofundar o conhecimento sobre estes crimes  cliquem aqui .

Estelionato

Este é o famoso artigo 171 do Código Penal, crime que é tido como de natureza econômica sendo definido como "obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."

Hoje é um dos mais praticados com a ajuda da internet. Até presidiários usam seus celulares conectados para vender facilidades não existentes. Os exemplos mais conhecido são os pacotes turísticos, os carros novos, e outros, que os incautos ainda caem, ao enviar dinheiro para contas inexistentes.

Nenhum dos blogueiros quis saber de maiores explicações sobre o art. 171, embora tenha se falado de um tal de blog pornô, que mostra um senhora mulher, como se diz, prá homem nenhum botar defeito, e quando alguém vai a sua procura, descobre quão "bem dotada" é aquela criatura. Quando falou-se sobre este blog, todos riram. Uma prova que talvez tenham todos sido vítima de estelionato. Digo estelionato, mas não sei se o caso se enquadraria melhor no crime a seguir, também abordado pelo Renato.

Falsa Identidade

Este crime é previsto no Art. 307 do Código Penal e se caracteriza em “atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”. Eu pensei logo no caso da pseudonímia, de que fala o Diretor Presidente em seu texto citado acima. Não sei se é a mesma coisa, e nem deu tempo para uma maior discussão a respeito. Seria para nós uma honra que o Dr. Renato Curvelo escrevesse aqui neste Blog sobre o tema, ou sobre qualquer outro que ele quiser. Tenho certeza que Bom Conselho e os blogueiros agradecerão.

Uma dúvida concreta que tenho é o que significa o seguinte artigo do Código Civil:

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.”

Isto quer dizer que, se o Diretor Presidente não pisar na bola, isto é, não cometer atividades ilícitas, ele está dentro da legalidade como ele defende? Como sou seu cúmplice, adoraria que isto fosse verdade. Mas, com a palavra os doutos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

AMOR BANDIDO



Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

“Primeiro foi uma pontada no lado esquerdo. A dor pequena, mas que me assustou. Estava no Bar do Jordão, no Alto de Santa Izabel. Tomei um copo de cerveja com Leandro, meu amigo de infância, ao qual falei do acontecido. Ele disse: Que nada, bicho, isto é gazes. Toma um copo de cerveja que isto passa e quando chegar a casa toma um chá de boldo. E assim se foi. A tarde foi divertida. Por volta das dezoito horas, novamente a dor apareceu mais uma vez. Fiquei ligado e angustiado, nunca tinha sentido este incomodo. É melhor tu ir para casa, já está “queimado”, disse o Leandro, o meu amigo. Deixa que eu pago a cerveja, acrescentou. A dor passou e comecei a caminhar para casa que ficava mais ou menos quinhentos metros. Chegando a casa, logo de entrada dei com a cara feiosa da minha mulher que fez aquele muxoxo e fez que não me viu, descendo a escadaria. Esse degraçado já vem bêbado. Foi o que ouvi. Sentei-me no sofá para assistir a televisão, quando a dor retornou com mais intensidade. Chamei pela mulher que veio toda espevitada. Falei para ela sobre estas dores que tinha acontecido e ela dando meia volta disse: Isso é cachaça! Isso é cachaça!. E, cantarolou: “Cachaça ainda mata um corno desse, será que esse, será que esse” e entrou para a cozinha para colocar o café e sopa na mesa e, gritou, Ei Mané a gororoba está mesa, vem se não esfria. Levei a mão no peito mais uma vez e a dor invés de sumir aumentava, já suava frio e a mulher fresca dizia é a cachaça que tá saindo. Vai tomar um banho que este teu suor esta fedendo mais do que merda de dois dias, jogando a toalha fubenta e úmida sobre a minha cabeça. Sai cambaleando até o banheiro, não pela bebida, mas pela dor que ia aumentando.Conversei novamente com ela e, ela disse amanhã já estais bom para começar tudo de novo, pois estes achaques eu já vi por mais de trinta anos, aqui mesmo, não é verdade broto? E saiu rebolando as cadeiras, rindo. Vai tomar teu banho, lava tua cabeça com água fria que esta “dorzinha” se é que estais passa logo, depois toma tua gororoba e vai-te deitar não na cama, para não sujar com este teu suor podre, e sim no colchonete que está embaixo da cama. Sai da mesa, depois de tomar um prato de sopa de carne, com pimenta, e fui direto para a cama. Deitei-me mesmo e a dor não diminuía, pelo contrário aumentava. Lá por volta da meia noite, eu já não agüentava aquela dor dilacerante no peito ou no estomago, me contorcia agarrado ao velho travesseiro, companheiro de sonhos e pesadelos. Falei para a mulher e ela ficou mais séria, não disse nenhum impropério. Como a minha casa fica em difícil acesso, pois temos que subir uma escadaria, pediu socorro ao meu vizinho Samuel, um bom homem que vive somente para a casa. Ele de pronto me atendeu. Coloquei o braço nos seus ombros e fomos para a pista, pegamos um taxi e fui direto para Restauração. Lá chegando, fui imediatamente, levado para uma sala de emergência, pois, o meu caso era serio, um inicio de infarto, depois é que eu vim saber. Fiquei dois dias na UTI aguardando a liberação e tomando remédios. A mulher me acompanhou praguejando, que  isto era bem feito, pois, só vivia de farra e sabia que isto iria acontecer a qualquer momento. Bem feito! Bem feito! Somente assim ele sossega o facho em casa e deixa esta farra que não leva a nada. Voltei para casa e o tratamento era o mesmo, uma desatenção, umas ironias, sorrisos que nada valia era como se estivesse “achando bom aquele momento”.

Eu disse, e ai, Damião?

Pois é rapaz. Tomei vários remédios, fiz uma dieta de acordo com o medico e aqui estou. Mas não sabes da maior! Nestes dias que estava em casa, comecei a refletir que aquela vida não dava mais para mim e resolvi deixar a casa. Um dia, já passado seis meses, botei duas camisas e duas calças em uma bolsa e me mandei, sem dar nenhuma satisfação nem a mulher e nem a filho mais velho, o Josias. Já estava de “saco cheio” com aquela situação. Fui para um pensionato na Rua da União, num quarto não muito confortável, onde ainda estou. Já faz três anos que estou separado. Neste espaço de tempo recuperei a paz que ainda existia em mim. Soube depois que a “desgraçada” estava bastante doente e a fui visitá-la e lá chegando deparei-me com uma cena triste, ela em cima de uma cama acometida de um AVC e, aí eu fiquei perturbado e com pena e voltei para casa, contratando uma senhora para cuidar melhor dela. “Pediu-me perdão e fiz a mesma coisa, dizendo que as coisas do passado são do passado não mais existe” E aqui estou sentado nesta mesa de bar, novamente bebendo, pois este “bom vicio” não deixarei, apenas diminuí, pois a idade não permite coisas extravagantes, com os meus 71 anos.

Vamos tomar uma cerveja, que pode ser a última, depois deste desabafo.

E eu disse, “vira essa boca prá lá”. Rimos e brindamos a saúde.

sábado, 26 de março de 2011

O Leão Macumbeiro e a Maldição do Búfalo (*)

O escudo do Sport depois do boi.



Por Cícero Lins de Moura

Foi na Copa do Brasil,
Que o Leão Macumbeiro
Prometeu que dava um búfalo
A certo pai de terreiro,
Se seu time deslanchasse
E à Copa conquistasse...
E o time foi campeão;
E o santo foi esquecido...
O trato não foi cumprido...
E, cadê o “boi tungão?”

O pai de santo queimou-se.
O santo ficou possesso;
Lançaram praga maldita,
De azar e insucesso,
E o timaço do leão
Perdeu pra gato e pra cão,
Desse momento em diante.
O búfalo prometido,
Com seu valor corrigido,
Já valia um elefante.

Pra corrigir o calote
Sobre o santo carnívoro,
O leão propôs trocar
Por outro bicho herbívoro
O búfalo prometido...
E um boi foi admitido,
Para pagar a promessa.
Vendo o time se lascando
E o hexa se afastando
O leão pagou, depressa.

O pai de santo aceitou,
Mas não deu muita certeza;
Se o santo tirararia
O time dessa tristeza.
Foi safadeza demais...
É coisa que não se faz
Nem com “santo de pau ôco”.
Agora, o leão sofrendo,
Pede arrego, querendo
Que o santo aceite “tôco”.

O jogador entra em campo,
Fazendo o Sinal da Cruz,
Mas pensa que catimbó
É negócio de Jesus.
Aí, o diabo segura
Cada um pela cintura,
E tudo só dá errado,
Pois não tem santo que goste
Que nele alguém aposte,
Em um “catimbó fiado”

O torcedor que torcia,
Agora, vive rezando
Pra que a dívida paga
Deixe o santo perdoando,
Pra que o time tenha sorte
E volte a ser Sport
E ruja como leão.
Por enquanto, está mugindo;
Com boi e búfalo indo,
Puxando pra maldição.
--------------
(*) 23 de março 2011 – Enviado por Valfrido Curvelo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Encontro de Blogueiros: A palestra de Meikel Marques

Meikel Marques (Foto: Niedeja - Orkut)



Por Zé Carlos

Depois daquela alegre mesa redonda que se formou na entrada do Educandário Menino Jesus de Praga, por sinal uma excelente estrutura de escola, que ainda não conhecia, adentramos a sala onde foi realizado o verdadeiro encontro de Blogueiros.

O primeiro a se apresentar foi o organizador e idealizador do evento o Cláudio André, doravante chamado de Poeta. Não recitou nenhuma poesia, mas colocou um vídeo do Ricardo Noblat onde o famoso blogueiro diz, ou tenta dizer o que é um blog. Eu sempre leio o Blog do Noblat, e ele está entre os meus “recomendados”. Eu adorei sua iniciativa recente de abrir espaço à poesia brasileira, de forma muito mais barata do que a Bethania se propôs fazer. Para ver este rolo, vão ao Blog da CIT e vejam os artigos do Zezinho de Caetés, que ontem me convenceu a publicar uma poesia do Miguezim da Princesa. O Poeta falou do evento e apresentou os palestrantes, passando a palavra ao jornalista alagoano Meikel Marques (nome difícil, e justifica porque em Bom Conselho ele talvez fosse escrito Maicon Marques).

Ele falou sobre o que representam os blogs na informação regional ou local. Pelo que entendi, hoje, o filão jornalístico é este, porém, é o mais difícil de levar à frente, por um motivo muito simples: Não há notícias, pelo menos, dignas deste nome, no jornalismo. Minutos antes, como já descrevi aqui, soube que um vereador levou uns tapas. Descrevi como uma “fofoca”, e que para se tornar notícias precisaria ser apurada, nem que fosse na verificação do “olho roxo” do vereador, mesmo que ele alegasse que foi um queda, batendo no mourão de uma porteira.

Em suma, eu já sabia disto muito bem, depois que resolvi montar um blog de notícias de Bom Conselho, e pensava que só era pela minha distância, que era difícil chegar às notícias. Não era isto. É porque as notícias são escassas mesmo, pelo menos aquelas que cumpram o critério para assim serem consideradas (Veja  aqui o que chamo de notícia). Este é o desafio maior para os jornalistas locais: encontrar notícias.
Quando eu fui para o Encontro, eu não sabia realmente o que ia fazer lá. Numa programação, eu estava numa mesa redonda, depois passei a participar de uma mesa quadrada. Tentei me preparar para tudo, sem muito detalhes, pois já era difícil meu deslocamento, pelo título que pensei fosse receber: “O Blogueiro mais velho do mundo”. Ao chegar lá não estava nem numa mesa, o que para mim foi gratificante e tranquilizante, pois depois de passar 35 anos falando em escolas, de costa para o quadro negro, eu fiquei de frente, e aproveitei muito mais. Mas, como ia dizendo, devido à boca torta gerada pelo hábito de ser professor preparei um textozinho, que não chamo de “textículo”, para não escandalizar os leitores, e que não deu tempo de ser lido.
Não vou reproduzi-lo aqui no momento mas lá eu perguntava: O que é que os blogs devem comunicar? E tentava responder dizendo que nem sempre podemos fazer jornalismo, e, muitas vezes, vamos além dele. O que fazemos é um esforço danado para sermos lidos e comentados, e se possível, influenciarmos nosso entorno social. Por exemplo, ao chegar a uma residência em Bom Conselho, vi que havia uma casa que foi reformada, e ficou até muito bonitinha, em frente a qual, eu quase sempre estacionava meu carro. Fui fazê-lo desta vez. Não pude. O dono da casa tinha pintado o meio fio de amarelo. Querendo dizer: “Aqui eu sou o DETRAN, o poder público e em frente de minha casa quem manda sou eu”. Imaginem onde colocaríamos os carros se todos tivessem a mesma ideia. O que escrevi no meu “textículo” foi sobre o “meio fio pintado”.
Está ai uma forma de superar a falta de notícias. Opinião amplia as notícias. Dá ao jornalismo o que é do jornalismo e aos blogs o que é dos blogs. Penso que nosso quinhão é maior na informação local.
Outro assunto, de grande importância e tratado pelo Meikel foi sobre o controle da informação. Ou seja, quando informamos temos que ter, de alguma forma, a responsabilidade sobre o que dizemos, e mesmo, sobre o que deixamos de dizer. E neste meio eletrônico, é muito difícil conter os excessos, mais ainda do que em outros meios. Hoje, todos somos globais. Quando vocês estiverem lendo estas mal traçadas linhas, no Japão, algum brasileiro, que está doido para voltar para o Brasil, por causa do acidente nuclear, também poderá estar lendo. Se eu informar que a prefeitura está recebendo refugiados de desastres atômicos, provavelmente, em breve teremos aqui um monte de japoneses.
A discussão sobre este tópico, que mereceria mais tempo, foi muito produtiva, e envolve outro, o anonimato, que quero abordar aqui, quando escrever sobre a outra palestra. Minha opinião ficou bem parecida com aquela que tenho sobre o anonimato. Nos blogs e mídia eletrônica em geral, a responsabilidade de cada um de nós deve ser tratada mais do ponto de vista moral, do que do ponto de vista legal, pela própria ineficiência de se fazerem leis corretas que se equilibrem entre a necessidade de informação e os seus abusos, sem ferir o nosso sagrado direito de informar.
Queria aqui parabenizar o Meikel pela bela palestra e ao Poeta por convidá-lo.