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Praça Pedro II - Bom Conselho - PE |
Por Zé Carlos
Esta pergunta é a mesma que: Qual é o Gentílico de Bom Conselho? Eu nunca havia me dado conta de que havia mais de uma resposta para isto. Será que existe uma correta? Para mim e para o colega Zezinho de Caetés, versado nesta área, e agora também de acordo com o José Fernandes Costa, pelo e-mail que nos enviou, o correto seria: Bom-conselhense.
Nunca pensei que fosse “papacaceiro”, a não ser depois que ouvi falar do Encontro de Papacaceiros, que tanta celeuma vem causando em nossa terra. Lembro uma vez, muito vagamente, que vi uma polêmica no SBC entre o Alexandre Vieira e, se não me engano o Luis Clério, a respeito disto. Se tiver errado corrijam-me. Mas, quando me perguntam o que eu sou, eu respondo: Bom-conselhense. Oralmente, não há distinção entre esta forma e “bonconselhense” como tenho lido ultimamente. Esta última era a única que eu achava que estava errada e foi, até agora a que mais apareceu em todas as discussões, com as exceções citados e o pessoal do Blog da CIT, com quem aprendi.
Esta não é uma questão de vida ou morte. Entretanto, já que se está pensando em mudar o nome de um evento, então vamos fazê-lo, pelo menos para a forma correta: “Encontro do Bom-conselhenses”, embora eu ache que não deveria mudar, continuando Encontro de Papacaceiros. As razões para isto não darei agora.
O que fiz foi procurar o que poderia ser usado como gentílico de nossa terra. Para mim foi surpreendente, porque todos que eu encontrei, foram diferentes daqueles que, até hoje, eu vi propostos para o nome do encontro: “bonconselhense” e “papacaceiro”.
Para o Homero Fonseca que escreveu sobre isto, o gentílico é “bom-conselhense”. Veja abaixo:
Bom Conselho
Os primeiros habitantes do território onde hoje está a cidade de Bom Conselho foram os índios fulniôs e xucurus. Segundo a Associação Municipalista de Pernambuco (2006), em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade uma comunidade negra rebelde chamada de Quilombo de Pedro Papa-caça. O nome, ao que tudo indica, se refere à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, sobrevivendo da caça. Em 1645, a comunidade foi desmantelada por uma expedição militar holandesa chefiada por Blaer Reijmbac. Em 1712, a família Vilela, de Portugal, adquiriu essas terras e deu início à organização da fazenda Papa-caça. A população cresceu e o lugarejo adquiriu status de freguesia em 1887. Desde 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste, fundado pelo capuchinho frei Caetano de Messina, em 1853.
Dados gerais
Gentílico: bom-conselhense. População: 42.009. Zona urbana: 25.222. Zona rural: 16.863. Área: 786km². Região: Agreste. Localização: Distante 275km da capital.
Então eu disse, agora sei que estou certo, e fui comprovar junto a uma instituição oficial do nosso país, que é o IBGE. Pasmem, eu não havia acertado nada. Para esta instituição o gentílico de Bom Conselho é: “conselhense”. Então, por ela, teríamos o Encontro dos Conselhenses”. Pedro de Lara e Dantas Barretos eram conselhenses, enquanto o Lula e o Zezinho são “caeteenses”, eu acho. Quem sabe agora se torna mais chique ser conselhense também? Vejam abaixo:
Histórico
Bom Conselho Pernambuco - PE
Histórico
A área territorial onde se encontra situado o município de Bom Conselho, está compreendida na sesmaria concedida a Jerônimo de Burgos de Souza e Eça, vendida em 23 de julho de 1712 e Manoel da Cruz Vilela.
Até 1824, o local pouco habitado era uma fazenda de criação, pertencente a Antonio Anselmo da Costa Vilela, que foi um dos iniciantes do povoamento, juntamente com Joaquim Antônio da Costa.
A primitiva capela teve como fundador o capitão Mathias da Costa Vilela, que a consagrou a Jesus, Maria e José, subsistindo como Matriz até a inauguração do novo templo.
Registros históricos assinalam que o Município foi invadido pelos revolucionários "Quebra-Quilos", em 19 de dezembro de 1875.
O topônimo Papa-Caça, foi inspirado em face do costume existente entre os primeiros habitantes da localidade, no sentido de castrar veados e caititus apanhados vivos, libertando-os em seguida, a fim de serem caçados depois para para abate e consumo.
Em 1860, o Município passou a denominar-se Bom Conselho, em virtude da recomendação feita por Frei Caitano de Messina.
Gentílico: conselhense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Bom Conselho, por lei provincial nº 45, de 12-061837. Subordinado ao município de Correntes.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Bom Conselho, pela lei provincial nº 204, de 25-06-1848, desmembrado de Correntes.
Pela lei provincial nº 239, de 30-05-1849, a vila é extinta.
Pela lei provincial nº 476, de 30-04-1860, ou 1861, é restaurada a vila de Bom Conselho. Reinstalada em 06-02-1861.
Elevada a condição de cidade, pela lei estadual nº 309, de 06-06-1898.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: Bom Conselho, Taquari e Prata.
Pela lei municipal nº 60, de 04-03-1921, é criado o distrito de São Serafim e anexado ao município de Bom Conselho.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 4 distritos: Bom Conselho, Caldeirões do Guedes, Prata e São Serafim, não aparecendo o distrito de Taquari.
Pelo decreto-lei nº 92, de 31-03-1938, o distrito de Caldeirões do Guedes passou a denominar-se simplesmente Caldeirões.
Pelo decreto-lei estadual nº 235, de 09-12-1938, o distrito de São Serafim passou a denominar-se Barro.
Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31-12-1943, os distritos de Prata passou a denominar-se Iatecá e o distrito de Barro a denominar-se Saloá.
Pela lei municipal nº 16, de 26-11-1948, é criado o distrito de Teresinha, confirmado pela lei estadual nº 421, de 31-12-1948, e anexado ao município de Bom Conselho.
Pela lei municipal nº 34, de 29-11-1948, é criado o distrito de Lagoa de São José. Desmembrado do distrito de Caldeirões e anexado ao município de Bom Conselho.
Pela lei municipal nº 36, de 29-11-1948, é criado o distrito de Rainha Isabel. Desmembrado do distrito de Caldeirões e anexado ao município de Bom Conselho.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 7 distritos: Bom Conselho, Caldeirões. Iatecá, Lagoa de São José, Rainha Isabel, Saloá e Teresinha.
Pela lei municipal nº 234, de 24-03-1958, é criado o distrito de Barra de Brejo. Desmembrado dos distritos de Bom Conselho, Caldeirões e Teresinha e anexado ao município de Bom Conselho.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 8 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões, Iatecá, Lagoa de São José, Rainha Isabel, Saloá e Teresinha.
Pela lei estadual nº 4958, de 20-12-1963, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Saloá e Iatecá. Para formar o novo município de Saloá. Sob a mesma lei citado, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Teresinha. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 4975, de 20-12-1963, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Rainha Isabel. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões e Lagoa de São José.
Pelo Acórdão do Tribunal de Justiça, mandado de segurança nº 57049, de 03-08-1964, o município de Rainha foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Bom Conselho.
Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões, Lagoa de São José e Rainha Isabel.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
O conselhense José Taveira Belo, o Zetinho, já havia tratado disso no SBC, em sua coluna, citando o Homero Fonseca de quem falamos acima. Que nos transformou outra vez em bom-conselhenses. Vejam abaixo:
Recebo de presente no primeiro dia do ano de 2009 o livro do escritor/pesquisador Homero Fonseca, com o titulo PERNAMBUCÂNIA – O QUE HÁ NOS NOMES DAS NOSSAS CIDADES, editado pela Companhia Editora de Pernambuco – Setembro/2008 -2º Edição, do meu filho Marcos Aurélio, como “amigo secreto”.
É um excelente livro de pesquisa e de estudo para aqueles que desejam saber algumas curiosidades acerca de nomes dos municípios pernambucanos e de outros Estados do Brasil.
As curiosidades são muitas que muitos desconhecem. Na primeira parte, “O Que Há nos Nomes das Nossas Cidades” trás a probabilidade de que a maioria de nós jamais tenha ouvido qualquer referencia a cidades chamadas Alpercatas, Arame, Baião, Careiro, Carrancas, Maribondo, Denise, Diamante Dona Inês, Fama, Jardim do Mulato, Juramento, Moeda, Não-Me-Toque, Pai Pedro, Ressaquinha, Tuntum, Varre-e-sai, Ventania, Zé Doca, entre outras.
Em outra parte, apresenta o PAÍS PITORESCO, com alguns nomes de cidades que soam estranhamente megalomaníacos, como Cafarnaum, Gália, Nantes, Buenos Aires, Britania, etc.; e denominações enigmáticas, a desafiar nossa argúcia, como: Abre Campo, Afuá, Banze Bofete, Cacequi, Caconde, Calçoene, Choro Chupingais Coxiola, Jampuraca, Morro Cabeça no Tempo, Zotea, entre outras. Algumas cidades, como Barracão, Casca, Ermo, Lagoa da Confusão, Mormaço, Passatempo, Sem-Peixe, Tocos do Mogi, Trizidela são algumas citados no precioso livro de pesquisa.
Outra curiosidade que muitas poucas pessoas sabem, que “que existem em torno de 615 cidades ostentando nomes masculinos – de seus fundadores, políticos, fazendeiros, empresários, militares, religiosos. Outra mais, “O patriarcalismo da sociedade brasileira está impresso na esmagadora minoria de nomes femininos nas cidades, apenas 86 contra 615 com denominações de homens. “Vários Estados (Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Pará, Rondônia, Sergipe) não têm uma só mulher dando nomes aos seus municípios” Na segunda parte do livro impressa a – TOPONÍMIA MUNICIPAL PERNAMBUCANA – A fé, a feira e o gado: essas são as origens de muitíssimas das cidades pernambucanas. “O trinômio fazenda-feira-capela, reforçado, muitas vezes, pela chegada do trem, a partir do século 19, dando grande impulso ao desenvolvimento das vilas e povoados” Ai segue todos os dados da origem, gentílico, população da zona urbana e rural, Área, Região, localização/distancia da capital dos 184 municípios pernambucanos. Da nossa cidade de Bom Conselho, o Homero Fonseca, escreve: “Bom Conselho – Os primeiros habitantes do território onde hoje está a cidade de Bom Conselho foram os índios fulniôs e xucurus. Segunda a Associação Municipalista de Pernambuco (2006), em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade uma comunidade negra rebelde chamada de Quilombo de Pedro Papa-caça. O nome, ao que tudo indica, se refere a estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, sobrevivendo da caça. Em 1645, a comunidade foi desmantelada por uma expedição militar holandesa chefiada por Blaer REijmbac. Em 1712, a família Vilela, de Portugal, adquiriu essas terras e deu inicio à organização da fazenda Papa-caça. A população cresceu e o lugarejo adquiriu status de freguesia em 1887. Desde 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste, fundado pelo capuchinho frei Caetano de Messina, 1853.
Dados gerais: Gentílico: bom-conselhense. População: 42.009. Zona Urbana: 25.222. Zona Rural: 16.863; Área: 786kmª. Região: Agreste. Localização: Distante 275 km da capital.”
Eis os nomes dos 184 Municípios Pernambucanos: Abreu e Lima / Afogados da Ingazeira / Afrânio / Agrestina / Água Preta / Águas Belas / Alagoinha / Aliança / Altinho / Amaraji / Angelim / Araçoiaba / Araripina / Arcoverde / Barra da Guabiraba / Barreiros / Belém de Maria / Belém do São Francisco / Belo Jardim / Bonito / Brejão / Brejinho / Betânia / Bezerros / Bodocó / Bom Conselho / Brejo da Madre de Deus / Buenos Aires / Buíque / Cabo de Santo Agostinho / Cabrobó / Cachoeirinha / Caetés / Calçado / Calumbi / Camaragibe / Camocim de São Felix / Camuntanga / Canhotinho / Capoeiras / Carnaíba / Carnaubeira da Penha / Carpina / Caruaru / Casinhas / Catende / Cedro / Chã da Alegria / Chã Grande / Condado / Correntes / Cortês / Cumaru / Cupira / Custódia / Dormentes / Escada / Exu / Feira Nova / Fernando de Noronha / Ferreiros / Flores / Floresta / Frei Miguelinho / Gameleira / Garanhuns / Glória de Goitá / Goiana / Granito / Gravatá / Iati / Ibimirim / Ibirajuba / Igarassu / Iguaraci / Ipubi / Ilha de Itamaracá / Inajá / Ingazeira / Ipojuca / Ipubi / Itacuruba / Itaíba / Itambé / Itapetim / Itapissuma / Itaquitinga / Jaboatão dos Guararapes / Jaqueira / Jataúba / Jatobá / João Alfredo / Joaquim Nabuco / Jucati / Jupi / Jurema / Lagoa do Carro / Lagoa da Itaenga / Lagoa do Ouro / Lagoa dos Gatos / Lagoa Grande / Lajedo / Limoeiro / Macaparana / Machados / Manari / Maraial / Mirndiba / Moreilândia / Moreno / Nazaré da Mata / Olinda / Orobó / Orocó / Ouricuri / Palmares / Palmerina / Panelas / Paranatama / Parnamirim / Passira / Paudalho / Paulista / Pedra / Pesqueira / Petrolandia / Petrolina / Poção / Pombos / Primavera / Quipapá / Quixaba / Recife / Riacho da Almas / Ribeirão / Rio Formoso / Sairé / Salgadinho / Salgueiro / Saloá / Sanharó / Santa Cruz / Santa Cruz da Baixa Verde / Santa Cruz do Capibaribe / Santa Filomena / Santa Maria da Boa Vista / Santa Maria do Cambucá / Santa Terezinha / São Benedito do Sul / São Bento do Uma / São Caetano / São João /São Joaquim do Monte / São José da Coroa Grande / São Jose do Belmonte / São José do Egito / São Lourenço da Mata / São Vicente Ferrer / Serra Talhada / Serrita / Sertânia / Sinharém / Solidão / Surubim / Tabira / Tacaibó / Tacaratu / Tamandaré / Taquaritinga do Norte / Terezinha / Terra Nova / Timbáuba / Toritama / Tracunhaém / Trindade / Triunfo / Tupanatinga / Tuparetema / Venturosa / Verdejante / Vertente do Lério / Vertentes / Vicência / Vitória de Santo Antão / Xexéu.
Jose Antonio Taveira Belo / Zetinho
Olinda, 05/01/2009
Quando já estávamos ficando contente outra vez com nosso acerto fomos a WIKIPÉDIA, o grande “pai dos burros” eletrônico, que está completando 10 anos. Hoje só não sabe das coisas quem é desconectado, e, em nosso país ainda é um mundo de gente. Eis a minha surpresa desconfortante, quem escreveu para esta enciclopédia eletrônica, diz que há dois gentílicos: “conselhense” e “papacaço”. Então deixei de ser conselhense e passei a ser papacaço. O Edjasme e o Beto Guerra agora são papacaços enquanto o Isaltino Nascimento não é. Mas, a Prefeita Judith é uma papacaça da gema, nascida ali na Joeira. Vejam abaixo:
Município Bom Conselho
"Papacaça"
Brasão desconhecido Bandeira desconhecida
Hino
Aniversário 28 de dezembro
Fundação 23 de julho de 1712
Gentílico conselhense e papacaço
Lema
Prefeito(a) Judith Valéria Alapenha de Lira (PDT)
(2009–2012)
Localização
Localização Bom Conselho em Pernambuco
Localização Bom Conselho no Brasil
9° 10' 12" 36° 40' 48" 9° 10' 12" 36° 40' 48"
Unidade federativa Pernambuco
Mesorregião Agreste Pernambucano IBGE/2008 [1]
Microrregião Garanhuns IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Lagoa do Ouro, Terezinha, Saloá, Iati, Quebrângulo (AL), Palmeira dos Índios (AL) e Minador do Negrão
Distância até a capital 282 km
Características geográficas
Área 786,195 km² [2]
População 45 506 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 57,88 hab./km²
Clima Tropical semiárido BShW
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH 0,572
médio PNUD/2000 [4]
PIB R$ 175 880,247 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 3 909,23 IBGE/2008[5]
Então, não gostando do som do meu gentílico fui aos dicionários que mais utilizo quando tenho dúvidas se utilizar é com “z” ou com “s”, pois sei que o Zezinho está á espreita. Alegria, alegria. Eu estava certo. Vejam abaixo:
Dicionário Houaiss
Bom-conselhense:
n adjetivo e substantivo de dois gêneros
relativo a Bom Conselho PE ou o que é seu natural ou habitante
pl.: bom-conselhenses
top. Bom Conselho + -ense
Depois fui no Aurélio. Fiquei mais alegre ainda. Vejam abaixo:
Dicionário Aurélio
Bom-conselhense. Adj. 2 g. 1.De , ou pertencente ou relativo a Bom Conselho PE). 2. Natural ou habitante de Bom Conselho [Pl.: bom-conselhenses]
Mas, telefonei para o Zezinho que adora estas coisas de português e já teve bonitos debates com o José Fernandes Costa, sobre o acordo ortográfico, e ele me disse: Olha, não houve nenhuma mudança sobre o emprego do hífen neste caso, o correto é: Bom-conselhense. Ou seja sem acordo ou com acordo os dois agora concordam que esta é a forma correta. Mas, fui ver o acordo e procurei o maldito hífen. Eles, e eu estavam certos. Se duvidarem leiam abaixo:
Base XV
Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
1o) Emprega -se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos
elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica
e mantêm acento próprio, podendo dar -se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano -luz,
arcebispo -bispo, arco -íris, decreto -lei, és -sueste, médico -cirurgião, rainha -cláudia, tenente -coronel, tio -avô, turma -piloto;
alcaide -mor, amor -perfeito, guarda -noturno, mato -grossense, norte -americano, porto -alegrense, sul -africano; afro-
-asiático, afro -luso -brasileiro, azul -escuro, luso -brasileiro, primeiro -ministro, primeiro -sargento, primo -infeção, segunda-
-feira; conta -gotas, fi nca -pé, guarda -chuva.
Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-
-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
2o) Emprega -se o hífen nos topónimos/topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por
forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã -Bretanha, Grão -Pará; Abre -Campo; Passa-
-Quatro, Quebra -Costas, Quebra -Dentes, Traga -Mouros, Trinca -Fortes; Albergaria -a -Velha, Baía de Todos -os -Santos,
Entre -os -Rios, Montemor -o -Novo, Trás -os -Montes.
Obs.: Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem -se com os elementos separados, sem hífen:
América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta, etc. O topónimo/topônimo
Guiné -Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
3o) Emprega -se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou
não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora -menina, couve -fl or, erva -doce, feijão -verde;
benção -de -deus, erva -do -chá, ervilha -de -cheiro, fava -de -santo -inácio, bem -me -quer (nome de planta que também se
dá à margarida e ao malmequer); andorinha -grande, cobra -capelo, formiga -branca; andorinha -do -mar, cobra -d’água,
lesma -de -conchinha; bem -te -vi (nome de um pássaro).
4o) Emprega -se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento
que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto,
o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Eis
alguns exemplos das várias situações: bem -aventurado, bem -estar, bem -humorado; mal -afortunado, mal -estar, mal-
-humorado; bem -criado (cf. malcriado), bem -ditoso (cf. malditoso), bem -falante (cf. malfalante), bem -mandado (cf.
malmandado), bem -nascido (cf. malnascido), bem -soante (cf. malsoante), bem -visto (cf. malvisto).
Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha
ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.
5o) Emprega -se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além -Atlântico, além-
-mar, além -fronteiras; aquém -mar, aquém -Pirenéus; recém -casado, recém -nascido; sem -cerimónia, sem -número, sem-
-vergonha.
6o) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas
ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como
é o caso de água -de -colónia, arco -da -velha, cor -de -rosa, mais -que -perfeito, pé -de -meia, ao deus -dará, à queima -roupa).
Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:
a) Substantivas: cão de guarda, fi m de semana, sala de jantar;
b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;
c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;
d) Adverbiais: à parte (note -se o substantivo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos;
note -se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;
e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fi m de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto
a, por baixo de, por cima de, quanto a;
f) Conjuncionais: a fi m de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.
7o) Emprega -se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não
propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade -Igualdade -Fraternidade, a
ponte Rio -Niterói, o percurso Lisboa -Coimbra -Porto, a ligação Angola -Moçambique, e bem assim nas combinações
históricas ou ocasionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria -Hungria, Alsácia -Lorena, Angola -Brasil,
Tóquio -Rio de Janeiro, etc.).
Base XVI
Do hífen nas formações por prefi xação, recomposição e sufi xação
1o) Nas formações com prefi xos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-,
infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e em formações por recomposição, isto é, com
elementos não autónomos ou falsos prefi xos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-,
bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-,
etc.), só se emprega o hífen nos seguintes casos:
a) Nas formações em que o segundo elemento começa por h: anti -higiênico, circum -hospitalar, co -herdeiro,
contra -harmônico, extra -humano, pré -história, sub -hepático, super -homem, ultra -hiperbólico; arqui -hipérbole, eletro-
-higrômetro, geo -história, neo -helênico, pan -helenismo, semi -hospitalar.
Obs.: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefi xos des- e in- e nas quais o
segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidifi car, inábil, inumano, etc.
b) Nas formações em que o prefi xo ou pseudoprefi xo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo
elemento: anti -ibérico, contra -almirante, infra -axilar, supra -auricular; arqui -irmandade, auto -observação, eletro -ótica,
micro -onda, semi -interno.
Obs.: Nas formações com o prefi xo co-, este aglutina -se em geral com o segundo elemento mesmo quando
iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc.
c) Nas formações com os prefi xos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, m ou
n [além de h, caso já considerado atrás na alínea a]: circum -escolar, circum -murado, circum -navegação; pan-
-africano, pan -mágico, pan -negritude;
d) Nas formações com os prefi xos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por
r: hiper -requintado, inter -resistente, super -revista.
e) Nas formações com os prefi xos ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e
vizo-: ex -almirante, ex -diretor, ex -hospedeira, ex -presidente, ex -primeiro -ministro, ex -rei; sota -piloto, soto -mestre, vice-
-presidente, vice -reitor, vizo -rei;
f) Nas formações com os prefi xos tónicos/tônicos acentuados grafi camente pós-, pré- e pró-, quando o segundo
elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas
que se aglutinam com o elemento seguinte): pós -graduação, pós -tónico/pós -tônicos (mas pospor); pré -escolar, pré-
-natal (mas prever); pró -africano, pró -europeu (mas promover).
2o) Não se emprega, pois, o hífen:
a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa
por r ou s, devendo estas consoantes duplicar -se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo
pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha,
cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema,
microrradiografia;
b) Nas formações em que o prefi xo ou pseudoprefi xo termina em vogal e o segundo elemento começa por
vogal diferente, prática esta em geral já adotada também para os termos técnicos e científi cos. Assim: antiaéreo,
coeducaçao, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.
3o) Nas formações por sufi xação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufi xos de origem
tupi -guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento
acaba em vogal acentuada grafi camente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfi ca dos dois elementos:
amoré -guaçu, anajá -mirim, andá -açu, capim -açu, Ceará -Mirim.
Base XVII
Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
1o) Emprega -se o hífen na ênclise e na tmese: amá -lo, dá -se, deixa -o, partir -lhe; amá -lo -ei, enviar -lhe -emos.
2o) Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo
do verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc.
Obs.: 1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer,
em vez de quere e requere, estas últimas formas conservam -se, no entanto, nos casos de ênclise: quere -o(s),
requere -o(s). Nestes contextos, as formas (legítimas, aliás) qué -lo e requé -lo são pouco usadas.
2. Usa -se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis -me, ei -lo) e ainda
nas combinações de formas pronominais do tipo no -lo, vo -las, quando em próclise (por ex.: esperamos que
no -lo comprem).
Bem, quem chegou vivo até aqui pode ler o que eu encontrei no VOLP, que é um espécie de pai dos burros oficial, e tem a grafia que vocês vêem abaixo. Lá, também constatei que não existem: “papacaceiro” nem “bonconselhense”, só “bom-conselhense”.
bom-conselhense adj. s.2g.; pl. bom-conselhenses
Se houve algum ser ainda vivo que chegou até aqui e que tenha outras fontes que indiquem que estamos errados, por favor, escreva-nos. Isto é uma questão importantíssima para a vida da maioria de nós que lá nascemos. Poderemos até cair em profunda depressão com a nossa crise de identidade. Não saberemos mais quem somos, e se for para mudar mesmo devemos tirar todas as nossas dúvidas. E o quanto mais depressa melhor, antes que a Lucinha Peixoto “epitetize” a grande festa como o “Encontro dos Pacachaceiros, como já fez uma dia, e não estava muito longe da verdade.
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(*) Deixei os links para que alguém possa fazer a mesma pesquisa que eu fiz. Para os dicionários não tenho os links, pois usei mesmo o velho de papel (coisa de antigamente). Depois digo porque o nome não deveria mudar. Por hoje já copiei e colei demais. O branco sou eu que escrevo, o verde são os outros e o vermelho os gentílicos.