Em manutenção!!!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Saudades do Cafezinho

Fernando Tenório, Zé Arnaldo, Luis Clério, Zé Tenório e Naduca



Por Zé Carlos

Hoje fui ao segundo Blog do Poeta. Ele deveria colocar um link no primeiro blog para o segundo. Se existe, eu não vi, e pratiquei a arte milenar de copiar e colar para chegar nele. Isto deve tirar um pouco a audiência. Mas, isto é assunto para ser tratado no I Encontro de Blogueiros de Bom Conselho, que, se o reumatismo não atrapalhar meus planos, estarei lá. Em relação a isto, ontem recebi um telefonema da Lucinha Peixoto, indignada por uma nota que o Cláudio André postou no Mural de fim de página da AGD, sobre a predileção dela pela jumentinha, insinuando que ela parece que gostava do “comedor de jega”. Ela me disse que depois responde ao poeta, mas já decidiu que não comparecerá ao Encontro de Blogueiros. Para mim é uma pena, e vou tentar convencê-la a mudar de ideia.

A razão de eu estar escrevendo sobre este bom blog, apesar de que, brevemente, ele possa ser advertido pelo “cons de ética”, pelas formosas morenas que lá dão o ar de sua graça, e tem gente que não “apricêia”, foi a postagem sobre o cafezinho do Luis Clério. Não precisava nem texto, bastavam as fotos. Todos ficaram bem nelas, inclusive o tio Zé, que segundo A GAZETA e outras fontes, partirá para briga por um lugar na Casa de Dantas Barreto. Seria uma excelente aquisição para aquela casa em todos os aspectos. Homem de inteligência privilegiada, com “pedigree”, com experiência no ramo, agora morando na santa terrinha, tem tudo para dar um impulso a este poder municipal. Eu estou comprometido com a Lucinha Peixoto para o mesmo cargo, mas, quem sabe ela desiste. Porém, eu penso que não é preciso mudar o nome da cidade por isso. Embora este debate esteja apenas começando. Estamos esperando a resposta da carta ao tio.

Naduca, eu já sabia, sai bem em todas as fotos, e já disse que se o Luiz Clério, se algum dia quiser um “coronel” no cafezinho, não precisa ir longe para encontrá-lo. Fiquei um pouco curioso com a pergunta que o Cláudio André faz em sua postagem (Veja aqui) sobre o que é necessário para frequentar o cafezinho, que ele disse que Naduca saberia a resposta. Será que é preciso mais do que o “exame da goma”?

Quanto aos “oiões” estes são imbatíveis na foto. O Zé Tenório sai bem em todas e sempre fica à vontade em frentes às câmaras. Quanto ao Fernando, eu não sabia que ele havia se filiado ao PT. A barba já tem, falta a língua presa e a estrela no peito. Eu só não sabia que ele gostava tanto de pão. Será que foi por isso que ele casou com uma filha de padeiro?

Enfim o Luís Clério. Este é “hors-coucours” . A GAZETA, além de ser um grande jornal, tem no cafezinho uma coisa tão boa, que não devemos propagar, pois daqui a pouco, ele vai ter que arranjar um salão maior, para abrigar toda esta gente boa de Bom Conselho, que pode lá comparecer. Eu mesmo, quando vou lá, não posso deixar de comparecer. Por isso estou interessado que o Naduca me conte quais são os requisitos necessários para dele participar, isto é, se for necessário algo além do exame acima mencionado.

CU-DE-CUTIA ASSOBIOU - MAIS UMA EM BABADÓPOLIS



Por Carlos Sena (*)

Como toda cidade interiorana que se preze, BABADÓPOLIS tinha, nos idos 70, sua casa de sinuca. Diferente de hoje, sinuca não entrava mulher, pois era jogo de homem, literalmente: buracos, bolas, tacos – seus equipamentos eminentemente masculinos, além dos jogadores.

Como a cidade não tinha maiores diversões, jogar sinuca era uma das preferidas para boa parte dos que vinham dos sítios e fazendas todo sábado, dia de feira livre na cidade. Nesse dia, já era costume o encontro dos jogadores da cidade com os dos sítios. Estabelecia-se uma verdadeira competição: pessoas apostavam no “taco” de fulano ou de beltrano. Entre uma jogada e outra, uma cerveja meio quente (geladeira não era como hoje) ou mesmo uma pinga sempre caia bem.

Certo sábado, um dos campeões de sinuca por nome de VADO, convicto de que ganhava todas, fez apostas vultosas, posto que subestimou seu adversário conhecido por BAIXINHO. Este, embora sendo bom jogador, não tinha fama para “deitar na cama” como seu concorrente. Mas quem o conhecia, apostou nele, contrariando VADO que não teve muita adesão de apostadores. No decorrer da disputa, VADO ganhou a primeira e começou a destilar vantagem.

Não contava ele com a perspicácia de BAIXINHO que ganhou a segunda e, na “negra”, foi vitorioso, ganhando a aposta. Os torcedores começaram a apostar mais ainda em BAIXINHO ao ponto de VADO ficar sozinho sem apostadores em seu taco. Percebia-se, nitidamente, que VADO não estava pra brincadeira – fichou a cara, tomou mais umas cachaças e seguiu o jogo na esperança de reverter o placar. O que BAIXINHO não sabia, era que o apelido de VADO era CUTIA. Quem o chamasse dessa forma era cacete na certa proveniente de um matuto de quase dois metros de altura e grosso que só papel de embrulhar prego.

No decorrer do jogo, VADO continuou perdendo e a platéia começou a incitar um contra o outro. Em dado momento, como que querendo “ganhar no grito”, VADO começou instigando BAIXINHO que, calmamente, continuava ganhando todas fazendo a linha “come quieto”. Incomodado com a calma do seu adversário, VADO começou a falar da mãe de BAIXINHO como que a querer desestabilizá-lo e ganhar as demais partidas. De repente, BAIXINHO quebra sua própria calma (não sabia do apelido de VADO) e, dedo em riste, revida: “se você continuar falando da minha mãe você vai ver CU DE CUTIA assobiar”! Pronto: o bafafá estava feito: com o taco na mão, VADO partiu para quebrar BAIXINHO ao meio. Os torcedores foram em cima e criou-se uma confusão tão grande que a polícia foi chamada para acabar com o cacete. Teve gente que saiu com a cabeça cheia de bordoada, outros com o olho roxo, mas baixinho, levou a melhor, pois acertou um chute nos “documentos” de VADO que ficou caído no chão do bar cheio de dores até a chegada da polícia. Como se diz em BABADÓPOLIS, “toda araruta tem seu dia de mingau”. VADO, do alto de seus quase dois metros, campeão de sinuca, foi batido por BAIXINHO – desconhecido, mas bom de taco. Fez VADO ver “cu de CUTIA assobiar”, literalmente. Coisas de BABADÓPOLIS.
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 01/05/2010

sábado, 29 de janeiro de 2011

Carta ao meu tio Zé!


Por Januzilla Amaral

Primeiro queria fazer uma pergunta: Quem foi Dantas Barreto?
Por favor, respostas rápidas e precisas, não vale googlar!
Vamos, respostas em 10 segundos!

É verdade, homem tão ilustre e verdadeiramente importante na história brasileira, pois é, BRASILEIRA, não é pernambucana, muito menos bom-conselhense, é brasileira.
Então, já que ninguém sabe quem foi Dantas Barreto, vou fazer um breve relato de sua vida.

Dantas Barreto nasceu “EMÍDIO DANTAS BARRETO” aqui em Bom Conselho, em 1850, pobre e sem perspectivas.

Ao falecer, o General Dantas Barreto, já tinha sido governador de Pernambuco, era dono da cadeira 27 na Academia Brasileira de Letras – precedido por Joaquim Nabuco, Fundador – era historiador militar, sendo o primeiro autor a escrever sobre Canudos, onde também foi protagonista, ou seja era um vitorioso!

Pronto, aí está Dantas Barreto, agora todos nós sabemos quem foi, não será mais só o nome da Câmara Municipal de Bom Conselho.

Ta vendo meu querido tio Zé? Não precisava açoitar os ânimos de alguns ilustres bom-conselhenses, que talvez por desconhecerem a história, o alcunharam de louco diante da idéia de mudança de nome.

Louco o senhor não é, a meu ver é um visionário, e o engraçado é que todos os visionários importantes foram tratados como loucos, até mesmo Pinel – Pai da Psiquiatria – foi um louco visionário, Raul Seixas, Paulo Coelho...etc.

Aqui em Bom Conselho mesmo, há visionários que já foram loucos e hoje desfrutam de suas conquistas, posso citar dois exemplos; Professora Tânia Padilha, com seu “educandariozinho” ousou desafiar um monopólio histórico e os irmãos Alapenha que iniciaram com um quartinho o FRIGOLEITE  e hoje até prêmio receberam, por tamanha loucura de arriscar, isso sem “vender superfaturadamente à prefeitura”.....

Portanto,  meu querido tio Zé, louco é um elogio ao senhor, logo você que já enfrentou tantas adversidades e também já foi premiado por algumas loucuras.

Tenho orgulho do senhor, do que é e do que foi, assim como do meu avô, os dois maiores homens que conheci em minha vida, dois loucos visionários!

Mário Quintana em seus devaneios escreveu: “Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, passarão. Eu passarinho!” O senhor assim como Mário, vive passarinhando por aí, acreditando na rapaziada e como Cristóvão Buarque, pensando que a educação é caminho...

Não se apoquente tio Zé, entendi sua idéia, outros também o entenderam, afinal o senhor apenas queria incutir na cabeça da população a curiosidade de saber quem foi Dantas Barreto, num futuro próximo esta idéia deixará de ser uma quimera e a acefaleia brasileira deixará de existir e teremos finalmente CIDADÃOS, em todo o sentido da palavra.


                                                    Sua sobrinha,


P.S.¹ Quintana, com uma ironia mordaz, escreveu: “ Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.” Burro o senhor não é!

P.S² Aos bom-conselhenses tão fieis ao nome Bom conselho, no entanto mergulhados no ostracismo da ignorância e desprovidos de raciocínio, meus pêsames!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Quase não chegando, outra vez...


Centro de Bom Conselho

Por Zé Carlos

Como sempre, ir a Bom Conselho, mesmo estando tão perto, para mim é uma renovada emoção. Melhor ainda, nossa ida sempre gera assuntos sobre os quais posso comentar e esperar que agrade aos leitores da AGD. Tenho a consciência de que nem sempre os assuntos aqui abordados agradam a todos.

Lembrei-me agora de algo que li, e não sei se é verdade. O Carlos Lacerda, apesar de todos os defeitos que tinha, era reconhecido como um grande jornalista. Hoje ele seria um blogueiro de primeira. Conta-se que em determinado dia, seu chefe de redação o chamou e disse:

- Carlos, está chegando a Semana Santa, e quero que você escreva um texto sobre Jesus Cristo!

- Contra ou a favor!?

Foi a resposta do Carlos Lacerda. Não sei qual foi a decisão do editor chefe, mas, tenho certeza que o jornalista produziu um artigo excelente, seja qual tenha sido ela.

O diálogo poderia ter sido diferente. E a resposta também. O editor chefe poderia ter dito:

- Carlos, escreva um artigo sobre a Prefeita Judith Alapenha, pois ela está completando dois anos de governo, e o povo precisa da sua avaliação!

- Para agradar a quem, à Judith ou ao Vereador Gilmar Aleixo!?

Ah, se eu fosse um jornalista tão bom como o Carlos Lacerda! Infelizmente, sou apenas um blogueiro latino americano, sem dinheiro no bolso, e aposentado, que tenta escrever, nem contra nem a favor, e muito menos pelo contrário.

Hoje escrevo sobre outra chegada a Bom Conselho. Tentarei me equilibrar no fio da navalha da neutralidade, em relação aos governantes de plantão. O que já havia notado é que a cidade está em obras. Buracos e mais buracos para todos os lados. Lembra-me a época em que colocaram o primeiro serviço d’água decente na cidade. Penso que foi no governo de Cid Sampaio. Eu, criança, adorava ver os buracos e a furação do canos que produziam um jato d’água, igual as torres de petróleo, que via nos filmes. Naquela época seria inimaginável prever que um dia, o precioso líquido não seria abundante.

Não sei qual é o serviço que está sendo feito agora, ou quais, mas, está difícil circular de automóvel pela cidade. Como os serviços avançam, as crateras se tornam móveis, e determinados dias podemos passar e outros não. Soube de pessoas que ficaram presas em suas casas, porque do dia para a noite os entulhos apareceram e o prenderam em algum rua, agora, sem saída. Nenhum progresso justifica tanto transtorno, a não ser que fosse inevitável. E não é.

O Estado existe para servir aos cidadãos, e num república com a constituição que temos, todos são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privado do seu direito de ir e vir, mesmo que seja pelo progresso que os buracos podem gerar. Há meios facílimos e baratos de evitar isto, quando o poder público é atuante, pelo menos para avisar aos incautos, como eu, que, se entrar em determinada rua não há saída. Você vai e se quiser. Eu nem mais tentei fazer reverência em frente à Igreja de Santo Antônio, o “cuscuz” já me impedia de fazer isto de longe, e agora os buracos me proíbem também, de perto.

Queria chegar ao Hotel Raízes, e como o fiz da outra vez, cortei caminho e embiquei pela Rua Marechal Deodoro, onde eu já frequentei um palácio, e me deparei com um monte de entulho progressista. Uma simples placa, que não precisaria nem ser pintado com o talento de Zé Bias, me pouparia algumas gotas de gasolina. Mas, teremos em breve o “pré-sal”, nadaremos em petróleo, por que se importar com isto?

Depois de idas e vindas, idas e vindas, e paremos por aqui, porque alguns podem pensar que queremos adentrar pelo terreno da falta de compostura, cheguei ao hotel. Alguns dirão que o Hotel Raízes é que deveria produzir as placas para seus hóspedes chegarem com facilidade a ele. Eu, que até não sou muito a favor de muita intervenção do setor público, até poderia concordar, se isto funcionasse bem. E já está provado que não funciona, porque há limites claros, até onde pode ir nossas atitudes privadas sem que o funcionamento das coisas seja comprometido.

Imaginem, se todo o empresário que tivesse envolvido dentro da buraqueira, decidisse colocar placas para dirigir seus potenciais consumidores aos seus estabelecimentos. É fácil prever que o problema não seriam mais os buracos, e sim as placas. Seriam tantas, que ninguém chegaria ao local. Aí entra o setor público.

Já estou me alongando demais, e prometi não ser discípulo da Lucinha Peixoto, em sua prolixidade. Só falta dizer, como exemplo, se houvesse um certo zelo do poder público pelo nosso centro, o comércio de Bom Conselho não seria vítima da proliferação daquelas placas horrorosas de anúncio, que, quem não tem pensa que vai perder a freguesia.

Ah, que saudade que tenho do letreiro da Sapataria Confiança, Farmácia Crespo, Casa N. S. do Rosário, Padaria Cordeiro, Casa Bandeirante, Princesa do Norte, e outras, mas, principalmente, do Zé Bias.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CONTO O ENCONTRO



Por Rosane Coelho

          Era exatamente meia-noite, de um domingo pra segunda-feira, quando segurei na cabeceira da cama pra virar pro outro lado e a bolsa d’água estourou. Telefonamos pra Dra. Patrícia e ela mandou que fôssemos pra Casa de Saúde Santa Rosa – um lugar horroroso, na subida do Morro da Santa, que a gente só encarou porque nessas horas não se discute ordem de médico. No caminho, olhei pro morro e vi a Nossa Senhora toda iluminada; afinal, era maio, mês de Maria. Dentro do meu coração agnóstico pedi a ela que nos protegesse. Sabia que as próximas horas seriam dolorosas. Quando chegamos ao hospital a médica nos aguardava na portaria. O líquido da bolsa rompida escorria pelas minhas pernas abaixo sem a menor cerimônia, sem o menor pudor...

          Preenchidas as formalidades burocráticas fomos pro quarto. Quando as contrações apertaram e ficaram mais freqüentes, seu pai desapareceu. Indignada, pedi à enfermeira que o caçasse (vivo, de preferência....). A Dra. Patrícia tinha ido providenciar sala de parto, e outras coisas mais... Quando ela voltou, me examinou e disse que ainda levaria umas duas horas pra você nascer. Saiu novamente e me deixou com seu pai. Uns quinze minutos depois, aflita, despachei seu pai em busca da médica: você estava nascendo. Ela chegou com aquela carinha de calma-você-está-nervosa-ainda-não-está-na-hora. Eu insisti e ela fez outro toque. Arregalou os olhos e anunciou: a cabeça já está aparecendo! Saiu, tentando disfarçar a pressa que o momento requeria, seguida pelo valente do seu pai. E eu fiquei ali, sem poder fechar as pernas, com a sua cabeça entalada.

          Rapidamente a Dra. Patrícia voltou empurrando uma maca pra me levar pra sala de parto. Sim, quem disse que naquela espelunca tinha mais alguém que pudesse servir de maqueiro? Ah! O pediatra também não havia chegado.

          Depois de desfilar naquela maca guiada, dirigida, pilotada, ou sei lá o quê pela própria médica, por absoluta falta de outra pessoa que o fizesse, chegamos, enfim, à entrada da sala de parto. Fiquei do lado de fora esperando que ela vestisse uma roupa de astronauta que eu até acreditei, dadas as condições da má ternidade, que fosse esterilizada. Roupa vestida (era cor-de-rosa), mais uma empurradinha até a sala, onde ela me ajudou a passar da maca praquela cama estranha, em que a gente fica com as pernas pro alto e abertas, apoiadas num troço esquisito, e faz, ou tenta fazer, tudo o que o médico manda. Depois de instalada na, digamos, mesa de parto, eis que surge outro personagem, dessa vez de roupa de astronauta azul. Aí eu pensei (sim, porque eu ainda conseguia pensar): até que enfim chegou o médico assistente! Doce ilusão: era seu pai que, diga-se de passagem, comportou-se muito bem: nem desmaiou! Também, se caísse não teria quem o levantasse! Eram esses os personagens da cena do seu nascimento: eu, a obstetra e seu pai.

          Aí começou a estória: respira, faz força, respira, faz força, mais força, ajuda, tá quase, ajuda, mais força, respira , força, tá quase, só mais um pouquinho, força, PRONTO! NASCEU! E a médica pegava sua cabeça, que escorregava e ela pegava no ombro que escorregava também e pegava na bunda, até conseguir te sustentar pelos pés. Aí, mais uma emoção: Olha aqui: uma, duas, três voltas de cordão no pescoço... Por isso que estava demorando pra nascer... É um() menin(). E eu, conformadíssima: é, eu já sabia que dessa vez seria um menino. Que bom, né? Assim fica um casal... E seu pai indignado: é umA meninA! Caramba!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Que alegria!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Aí ele falou: e vai se chamar Anna Clara. E eu: só se for Annaclara tudo junto. Ele: É, tudo junto, mas não é só Annaclara, não, é Annaclara Clareanna, com dois enes também! Pensei comigo: isso a gente negocia depois...

          Mas, cadê a minha filha? Eu nem a vi!!!!!! Eu quero ver a minha filha! Calma, o pediatra está fazendo os exames iniciais. Onde? Cadê ele? Ele tá examinando ela lá fora, na sala dos bebês. Depois de passar pelo controle de qualidade e ser aprovada, trouxeram você pra eu ver, mas só um pouquinho... Daí te carregaram pro berçário enquanto eu voltava pro quarto e tomava o melhor banho – e olha que era frio – da minha vida.

          Nisso já tinha amanhecido e eu esperava ansiosa o momento de te pegar, quando a enfermeira entrou com uma trouxinha gritante, morta de fome. E você mamou, ou tentou... Mas a gente acabou se entendendo e você, definitivamente, só calava a boca quando estava mamando, ou tentando...

          Seu pai saiu pra resolver algumas coisas e eu fiquei ali com aquele embrulhinho esperneante, gritante e faminto. Misturei meu choro com o seu. Embalei você em parceria com Cazuza: “amor da minha vida, daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade”.

          Hoje, passados dezoito anos, venho te dizer que não foi na maternidade que nossos destinos foram traçados e entrançados... Isso é coisa encantada; dessas que sempre existiram, que não têm começo... Você acredita mesmo que um sentimento que dure até a eternidade possa ser limitado pela mesquinharia de um começo? Não! O eterno é o sempre, é o sem início e sem fim... Sem pontas. Circular...

          Ah! E o nome eu não tive nem chance de negociar. Quando seu pai voltou, trouxe uma xerox ampliada do seu Registro de Nascimento, onde se lia que havia nascido ANNACLARA CLAREANNA COELHO DE OLIVEIRA QUINTANILHA VELASCO. Naquele momento, a única coisa que me ocorreu foi: quando aprender a escrever o nome já vai estar alfabetizada... Logo, logo, porém, você virou Nana e eu concluí que seu nome era de princesa.

                      Feliz aniversário, Majestade!
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Publicado no Recanto das Letras em 05/11/2005.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CHUVAS DE MORRO ABAIXO

Tragédia do Rio de Janeiro


Por Carlos Sena

Garrafas Pet invadem o rio
Chuva e frio encharcam a serra
Uma voz pede socorro
Centenas não têm mais ela.

O governador culpa o prefeito
O prefeito culpa o povo
O povo culpa a galinha
A galinha culpa o ovo.

Sacos de lixo invadem o rio
O rio invade as casas
As casas viram pro ar
Melhor que tivessem asas

O governador culpa o prefeito
O prefeito culpa o povo
O povo culpa a galinha
A galinha culpa o ovo.

Copos de plástico invadem o rio
Os rios mudam seu leito
Irados os rios arrastam carros e gente
Indigentes dos cuidados do prefeito.

O governador culpa o prefeito
O prefeito culpa o povo
O povo culpa a galinha
A galinha culpa o ovo.

O lixo invade o luxo
O morro desce pro asfalto
A morte sobe a galope
A vida se encerra embaixo.

O governador culpa o prefeito
O prefeito culpa o povo
O povo culpa a galinha
A galinha culpa o ovo.
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2011

O Casamento de Tayga e César


Igreja Matriz de Bom Conselho

Por Zé Carlos

A razão principal de minha ida a Bom Conselho foi um grande acontecimento social. O casamento de Tayga (filha de Givaldo Júnior e Quitéria) e César (filho de José Tenório e Fátima Viana). A cerimônia foi realizada em nossa Igreja Matriz, diante do altar de Jesus, Maria e José, e do semblante de poucos amigos do Monsenhor Nelson, talvez plenamente justificado, por um pouco de atraso da noiva.

O atraso valeu a pena pela beleza de Tayga e pelas lágrimas do seu pai, o Júnior, que entrou chorando e saiu chorando. Ninguém sabe se o choro era de emoção ou se foi pela despesa com a belíssima festa realizada na AABB. Compensou o meu sacrifício de usar um terno, coisa que não fazia há muito tempo.

Uma ocasião destas é sempre oportuna para rever amigos e conhecer novos, pela alegria que contagia a todos. O avô Givaldo parecia uma criança feliz, dançando com a avó Marilene de quem fomos comemorar, no dia seguinte, o aniversário. Já são mais de cinquenta anos de convivência, muitos filhos e muitos netos, e quem sabe, brevemente bisnetos. Tayga e César, a quem vi saindo do hotel, estavam animadíssimos.

Eu e Marli, levamos nossa filha, nosso genro e nosso neto. Este, que tem 2 aninhos, já me prometeu que nos dará bisnetos também, lá por nossas bodas de ouro. Quem viver verá. Eu espero...

Não posso falar de todos que encontrei, pois foram muitos. Quando chegamos à AABB não sabíamos onde estava nossa mesa. Vimos uma com uma etiqueta: “Família Tenório”. Então eu disse é aqui. Só depois fui descobrir que tudo era da Família Tenório. Não fomos expulsos e ficamos bem pertinho do “dancing” vendo todos saracotearem. Eu fui uma vez só, porque não aguentei ouvir o forró sentado, mas a inaptidão para a arte da dança e as pernas cansadas fizeram-me durar pouco no meio do salão. Marli estava disposta, mas, quando um não quer dois não dançam.

Foi uma festa muito bonita que se estendeu pelo domingo adentro na fazenda do pai da noiva, que ainda estava com os olhos vermelhos de chorar. Pena que não podemos ficar mais tempo. Mesmo assim o arranjamos para cantar o parabéns para Marilene, que como disse o violinista que acompanhou os parabéns, “... a cada ano que passa ela fica mais bela”.

Estou aguardando as fotos que me foram prometidas pelos tios e pelas tias para publicá-las em nossa página: Sociedade. Por agora, só conseguimos a foto acima com a ornamentação da Igreja. Meu neto não me deixou fazer meu trabalho de blogueiro, tirando fotos. Ficou só o trabalho do tio distante que curtiu esta grande festa. Muits felicidades aos noivos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Gentílico


Colégio N. S. do Bom Conselho

Por Zé Carlos

Estive em Bom Conselho este fim de semana. São tantas as emoções e tantas coisas para contar que não sei por onde começar. O Conselheiro Acácio talvez dissesse: Começa pelo começo idiota! Eu responderia, ah se eu soubesse onde é o começo. Pois vendo de ângulos diferentes, até o começo é relativo. Mas, vamos lá senão não começo de jeito nenhum.

Sem esperar, o que ouvi mais em nossa terra, foi sobre a AGD. A sigla parece que pegou mais do que a da SUDENE, que agora, se pronunciarmos o nome completo ninguém sabe o que é. Óbvio, pela educação dos meus “patrícios”, só ouvi elogios. Não sei se mantiveram o hábito de nossa terra, de falar da vida alheia, e quando eu me retirava, metiam o pau. Penso que não, o pessoal estava sendo sincero.

Dentre os assuntos tratados na A Gazeta Digital, o mais comentado foi aquele sobre nosso gentílico. Pouca gente sabia que tínhamos tantas opções, ou seja, que poderíamos ser tantas coisas como: “conselhenses”, “bom-conselhenses”, “papacaços”, “papacaceiros”, e, ainda hoje li um comentário ao meu texto acrescentando “bom-conselheiros”.  Talvez seja o mais sonoro, mas jamais será o mais correto, pois o que existe de conterrâneos dando “mal conselhos”, não são poucos.

Como não poderia deixar de ser estive rapidamente com o Luis Clério, na redação da A GAZETA, pois todos sabem que ir a Bom Conselho e não o ver, é mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Blogueiro com jornalista, quando se encontra, só dar “notícia”. Ele me surpreendeu dizendo que em seu jornal escrevia sempre “bonconselhense”, termo que, em minha pesquisa não encontrei.

Vejam vocês que o assunto é de tal importância que há muitos anos passados, quando ainda o conterrâneo Florisbello Vilanova era vivo, o Luis Clério encomendou uma pesquisa a ele com o objetivo de descobrir qual o mais correto. E o Florisbelo, depois de uma pesquisa que gerou um relatório polpudo, chegou à conclusão de que o correto era mesmo “bonconselhense”.

Pelo curto tempo que passei em Bom Conselho não foi possível ter acesso à pesquisa, feita por tão nobre conterrâneo, para verificar os meandros pelos quais ele chegou àquela conclusão. Então a dúvida permanece. Por enquanto, não troquem o nome do Encontro. Não digam aos outros o que são. Quando lhes perguntarem digam apenas que são de Bom Conselho de Papacaça (com hífen ou sem hífen?). Não se envergonhem disto. Pois é pior para quem nasce em Salvador, capital da Bahia, que muitos pensam ser “caetanense”, “zangalense” ou “carlense”, mas o correto é “soteropolitano”. Vamos continuar investigando, esperar a pesquisa do Florisbelo, que o Luis ficou de me mandar.

Este problema de sabermos quem somos, sei que é de uma importância fundamental. Eu já encontrei gente vagando a esmo pela Praça Pedro II, perguntando-se, com o ar aparvalhado: “O que sou eu?”. É uma triste situação, mas, ainda não justifica a ideia do amigo Zé Arnaldo de trocar o nome da cidade para Dantas Barreto, só para sermos alguma coisa. Seríamos “dantense”, “dantoso” , “dantesco”, “barretense”, “barreteiro” ou “dantas-barretense”? Sei que houve a preocupação quando ele teve a ideia, mas, não era prá tanto.

Penso que, se fosse para ter um gentílico adequado, o melhor seria adotar um. Quem nasce em Bom Conselho é “inteligente”, pois todos sabem que quem nasce aos pés da Serra de Santa Terezinha, se for burro, nasce morto, ou tem morte precoce, quando descobre. Então quando lhe perguntarem, o que você é, apenas diga: sou “inteligente”.

Isto é apenas uma sugestão como outra qualquer. Aguardem nossa enquete para o “povo” decidir. Por enquanto votem na existente. O tempo está acabando.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O SACRISTÃO QUE NÃO ERA GAY EM BABADÓPOLIS.

O Santinho (**)



 Por Carlos Sena (*)

BABADÓPOLIS é uma pequena cidade brasileira minada de contratempos, tipo SUCUPIRA de Odorico Paraguaçu. Cheia de fatos pitorescos, insólitos, seus habitantes aprenderam a conviver bem com esse tipo de situação que envolve não só pessoas simples, mas até altas autoridades locais.  Lá, a despeito de outros episódios, prevalece aqueles relacionados a traição,  gays enrustidos e declarados,  pessoas de vida matrimonial dupla e outros babados do gênero. Algumas vezes os fatos são reais e entram no “boca a boca” até se transformarem em outras histórias, mas no final tudo se acomoda no inconsciente coletivo.

A mais recente de BABADÓPOLIS envolveu um sacristão por nome de Santinho. Discreto, Santinho não dava cabimento para ninguém meter o "bedelho" na sua vida afetiva. Mas ninguém acreditava que ele não fosse DO BABADO, por conta do seu jeito meigo, sua fala mansa e, como se não bastasse, era solteiro e morava sozinho. Santinho tinha como fonte de renda uma bodega bem ao estilo antigo, mas era a igreja sua grande vocação. Certo dia ele foi surpreendido em seu estabelecimento comercial pela presença de Larri. Este, conhecido na cidade como valentão, “ingrizieiro”, dono do mundo e pertencente a uma família rica e tradicional. Quando se deu por conta da presença de LARRI, Santinho logo perguntou: - "alguma coisa, Larri"? Batendo forte no balcão da bodega, Larri respondeu: - "tem cerveja gelada, Santinho"? -

Não, Larri. - "Tem vinho gelado, Santinho"? - Não Larri. - "Tem guaraná gelado, Santinho"? - Não Larri. Já “arretado” da vida, (Santinho não queria mesmo era ter um bêbado no seu estabelecimento), Larri  investiu com todo ímpeto e batendo com mais força no balcão insistiu: "Tem cu gelado, Santinho"? A turma do "deixa disso" logo chegou e retirou Larri do recinto. Santinho tomou água com açúcar, fechou o estabelecimento e foi pra casa descansar. Conta-se que ele, de fato, não era do BABADO como se queria imputar. Depois deste episódio, até uma noiva por nome de Amélia foi arrumada pra ele, mas não vingou. Santinho nasceu mesmo para ser da igreja. Provavelmente não foi padre por falta de condições financeiras para estudar na capital. Mas ainda hoje ele ajuda na igreja e é "pau para toda obra". Coisas de Babadópolis.
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(*) Publicado no Recanto das Letras em 28/04/2010
(**) A foto não é do artigo do Carlos Sena. É que alguns da AGD conhecem Babadópolis e acham que o Santinho é o homem da foto. Realmente um santo homem.

Kremme


Por Olegário Mariano

Foi um dia de kremesse.
Depois de rezá três prece
Pra que os santo me ajudasse,
Deus quis que nós se encontrasse
Pra que nós dois se queresse,
Pra que nós dois se gostasse.


Inté os sinos dizia
Na matriz da freguezia
Que embora o tempo corresse,
Que embora o tempo passasse,
Que nós sempre se queresse,
Que nós sempre se gostasse.


Um dia, na feira, eu disse
Com a voz cheia de meiguice
Nos teus ouvido, bem doce:
Rosinha si eu te falasse...
Si eu te beijasse na face...
Tu me dás-se um beijo? — Dou-se.


E toda a vez que nos vemo,
A um só tempo perguntemo
Tu a mim, eu a vancê:
Quando é que nós se casemo,
Nós que tanto se queremo,
Pro que esperamos pro quê?


Vancê não falou comigo
E eu com vancê, pro castigo,
Deixei de falá também,
Mas, no decorrê dos dia,
Vancê mais bem me queria
E eu mais te queria bem.


— Cabôco, vancê não presta,
Vancê tem ruga na testa,
Veneno no coração.
— Rosinha, vancê me xinga,
Morde a surucucutinga,
Mas fica o rasto no chão.


E de uma vez, (bem me lembro!)
Resto de safra... Dezembro...
Os carro afundando o chão.
Veio um home da cidade
E ao curuné Zé Trindade
Foi pedi a sua mão.


Peguei no meu cravinote
Dei quatro ou cinco pinote
Burricido como o quê,
Jurgando, antes não jurgasse,
Que tu de mim não gostasse,
Quando eu só amo a vancê.


Esperei outra kremesse
Que o seu vigário viesse
Pra que nós dois se casasse.
Mas Deus não quis que assim sesse
Pro mais que nós se queresse
Pro mais que nós se gostasse.

domingo, 23 de janeiro de 2011

AS DIVERGÊNCIAS



Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho
Olinda, 21 de janeiro de 2011.

As noticias que nos trazem o site de Bom Conselho não são de bons prenúncios, sinto que começa haver divergências no acontecimento da grandeza que é o ENCONTRO DE PAPACACEIROS.
Criado para reunir os conterrâneos de plagas diversas, que querem visitar a cidade que amam e deseja rever os amigos da infância, em um breve tempo, começa haver disputas quanto à comemoração.
Os conterrâneos não estão se entendendo. Começa uma batalha aparentemente sobre o destino do ENCONTRO DE PAPACACEIROS.
Lembro que participei dos cinco primeiros encontros de papacaceiros, realizados em Bom Conselho e senti que a cada ano o encontro tomava rumo diferente para que foi fosse criado.
 Naquele momento, comecei a pensar que os próximos ENCONTROS DE PAPACACEIROS iriam tomar rumos diferentes, e, é o que esta acontecendo no momento, com a realização do ENCONTRO DOS AMIGOS DE BOM CONSELHO.
E o ENCONTRO DE PAPACACEIROS que é realizado nesta época? Pela noticias que se tem sido divulgada foi adiada para outra data, por causa de divergências entre o conterrâneo José Quirino e outros amigos da nossa boa terra.
É certa esta atitude?
Vamos ter dois encontros agora em nossa querida cidade de Bom Conselho, uma denominada de ENCONTRO DE AMIGOS DE BOM CONSELHO e o outro ENCONTRO DE PAPACACEIROS?
Não sei não, as coisas desandaram o que vem trazendo para seio das famílias bom-conselhense uma desavença gratuita por motivos que podem ser superado através de um dialogo aberto e sincero.
 Vamos colocar os nossos pontos de vista na mesa da negociação. Não podemos “rachar” este belo projeto lançado há onze anos para congregar os amigos que vem de diferentes partes do nosso País, a fim de desfrutar, além das amizades, do companheirismo que de ano a ano se renovam e vem pisar no torrão natal e beber da água que nutriu nossos primeiros anos de nossa infância. Muitos atravessam o Brasil viajam muitas léguas, para ver de perto a cidade e suspirar o ar puro que atravessa as colinas.
 Tudo isto pode ser jogado no ”ralo” como nada existisse nos encontros dos anos anteriores? Claro que não.
Vamos deixar de lado o nosso orgulho do “eu”. Eu “faço” tudo, eu “sei” de tudo, eu “mando” em tudo e assim vai à vaidade das vaidades tomando conta do ser humano que é fadado para este estilo de vida.
A gente que está de longe fica triste com este acontecimento que somente trazem dissabores e revolta e, quando deveria ser tempo de “união”, surge a “desunião” gratuita que não poderia haver de forma nenhuma, pois, esta festa foi criada para aglutinar as emoções, os abraços, os sorrisos, a descontração e tudo mais que beneficie os participantes.
Não sei, não, mas acho que da forma “artesanal” que foi o primeiro ENCONTRO DE PAPACACEIROS, deveria primar por este modelo, pois, acalentou nestes tempos muitos Papacaceiros que desistiram de participar quando os Encontros passaram a ser mais “burocráticos”.
Hoje, li no Mural de Recados, do site de Bom Conselho, a divulgação da programação do II ENCONTRO DOS BOM-CONSELHENSES, para o ano 2012, o que me leva a pensar e concluir que a divergência está instalada.
 Aí, eu pergunto, e perguntar não ofende, e os ENCONTROS DOS PAPACACEIROS depois de dez anos desaparecem para aparecer o II ENCONTRO DO BOM CONSELHENSES?
Concordo plenamente com nosso conterrâneo Edjasme/Di, que no mesmo Mural sugere que permaneça o nome ENCONTRO DE PAPACACEIROS, pois, a nossa cidade não comporta dois encontros iguais.
                Vamos levantar a bandeira da paz a fim de conciliar este pequeno “incidente” e amadurecer novas idéias durante este ano de 2011, para que possamos ter um REENCONTRO DOS PAPACACEIROS no inicio do ano de 2012, cheio de harmonia e de uma alegria contagiante, como sempre foi.

Vamos dar as mãos. Paz e Bem!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Quem nasce em Bom Conselho, é o quê? (*)

Praça Pedro II - Bom Conselho - PE



Por Zé Carlos

Esta pergunta é a mesma que: Qual é o Gentílico de Bom Conselho? Eu nunca havia me dado conta de que havia mais de uma resposta para isto. Será que existe uma correta? Para mim e para o colega Zezinho de Caetés, versado nesta área, e agora também de acordo com o José Fernandes Costa, pelo e-mail que nos enviou, o correto seria: Bom-conselhense.

Nunca pensei que fosse “papacaceiro”, a não ser depois que ouvi falar do Encontro de Papacaceiros, que tanta celeuma vem causando em nossa terra. Lembro uma vez, muito vagamente, que vi uma polêmica no SBC entre o Alexandre Vieira e, se não me engano o Luis Clério, a respeito disto. Se tiver errado corrijam-me. Mas, quando me perguntam o que eu sou, eu respondo: Bom-conselhense. Oralmente, não há distinção entre esta forma e “bonconselhense” como tenho lido ultimamente. Esta última era a única que eu achava que estava errada e foi, até agora a que mais apareceu em todas as discussões, com as exceções citados e o pessoal do Blog da CIT, com quem aprendi.

Esta não é uma questão de vida ou morte. Entretanto, já que se está pensando em mudar o nome de um evento, então vamos fazê-lo, pelo menos para a forma correta: “Encontro do Bom-conselhenses”, embora eu ache que não deveria mudar, continuando Encontro de Papacaceiros. As razões para isto não darei agora.

O que fiz foi procurar o que poderia ser usado como gentílico de nossa terra. Para mim foi surpreendente, porque todos que eu encontrei, foram diferentes daqueles que, até hoje, eu vi propostos para o nome do encontro: “bonconselhense” e “papacaceiro”.

Para o Homero Fonseca que escreveu sobre isto, o gentílico é “bom-conselhense”. Veja abaixo:


Bom Conselho

Os primeiros habitantes do território onde hoje está a cidade de Bom Conselho foram os índios fulniôs e xucurus. Segundo a Associação Municipalista de Pernambuco (2006), em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade uma comunidade negra rebelde chamada de Quilombo de Pedro Papa-caça. O nome, ao que tudo indica, se refere à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, sobrevivendo da caça. Em 1645, a comunidade foi desmantelada por uma expedição militar holandesa chefiada por Blaer Reijmbac. Em 1712, a família Vilela, de Portugal, adquiriu essas terras e deu início à organização da fazenda Papa-caça. A população cresceu e o lugarejo adquiriu status de freguesia em 1887. Desde 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste, fundado pelo capuchinho frei Caetano de Messina, em 1853.

Dados gerais
Gentílico: bom-conselhense. População: 42.009. Zona urbana: 25.222. Zona rural: 16.863. Área: 786km². Região: Agreste. Localização: Distante 275km da capital.

Então eu disse, agora sei que estou certo, e fui comprovar junto a uma instituição oficial do nosso país, que é o IBGE. Pasmem, eu não havia acertado nada. Para esta instituição o gentílico de Bom Conselho é: “conselhense”. Então, por ela, teríamos o Encontro dos Conselhenses”. Pedro de Lara e Dantas Barretos eram conselhenses, enquanto o Lula e o Zezinho são “caeteenses”, eu acho. Quem sabe agora se torna mais chique ser conselhense também? Vejam abaixo:


Histórico
Bom Conselho Pernambuco - PE

Histórico

A área territorial onde se encontra situado o município de Bom Conselho, está compreendida na sesmaria concedida a Jerônimo de Burgos de Souza e Eça, vendida em 23 de julho de 1712 e Manoel da Cruz Vilela.

Até 1824, o local pouco habitado era uma fazenda de criação, pertencente a Antonio Anselmo da Costa Vilela, que foi um dos iniciantes do povoamento, juntamente com Joaquim Antônio da Costa.

A primitiva capela teve como fundador o capitão Mathias da Costa Vilela, que a consagrou a Jesus, Maria e José, subsistindo como Matriz até a inauguração do novo templo.

Registros históricos assinalam que o Município foi invadido pelos revolucionários "Quebra-Quilos", em 19 de dezembro de 1875.

O topônimo Papa-Caça, foi inspirado em face do costume existente entre os primeiros habitantes da localidade, no sentido de castrar veados e caititus apanhados vivos, libertando-os em seguida, a fim de serem caçados depois para para abate e consumo.

Em 1860, o Município passou a denominar-se Bom Conselho, em virtude da recomendação feita por Frei Caitano de Messina.

Gentílico: conselhense


Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Bom Conselho, por lei provincial nº 45, de 12-061837. Subordinado ao município de Correntes.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Bom Conselho, pela lei provincial nº 204, de 25-06-1848, desmembrado de Correntes.

Pela lei provincial nº 239, de 30-05-1849, a vila é extinta.

Pela lei provincial nº 476, de 30-04-1860, ou 1861, é restaurada a vila de Bom Conselho. Reinstalada em 06-02-1861.

Elevada a condição de cidade, pela lei estadual nº 309, de 06-06-1898.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: Bom Conselho, Taquari e Prata.

Pela lei municipal nº 60, de 04-03-1921, é criado o distrito de São Serafim e anexado ao município de Bom Conselho.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 4 distritos: Bom Conselho, Caldeirões do Guedes, Prata e São Serafim, não aparecendo o distrito de Taquari.

Pelo decreto-lei nº 92, de 31-03-1938, o distrito de Caldeirões do Guedes passou a denominar-se simplesmente Caldeirões.

Pelo decreto-lei estadual nº 235, de 09-12-1938, o distrito de São Serafim passou a denominar-se Barro.

Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31-12-1943, os distritos de Prata passou a denominar-se Iatecá e o distrito de Barro a denominar-se Saloá.

Pela lei municipal nº 16, de 26-11-1948, é criado o distrito de Teresinha, confirmado pela lei estadual nº 421, de 31-12-1948, e anexado ao município de Bom Conselho.

Pela lei municipal nº 34, de 29-11-1948, é criado o distrito de Lagoa de São José. Desmembrado do distrito de Caldeirões e anexado ao município de Bom Conselho.

Pela lei municipal nº 36, de 29-11-1948, é criado o distrito de Rainha Isabel. Desmembrado do distrito de Caldeirões e anexado ao município de Bom Conselho.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 7 distritos: Bom Conselho, Caldeirões. Iatecá, Lagoa de São José, Rainha Isabel, Saloá e Teresinha.

Pela lei municipal nº 234, de 24-03-1958, é criado o distrito de Barra de Brejo. Desmembrado dos distritos de Bom Conselho, Caldeirões e Teresinha e anexado ao município de Bom Conselho.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 8 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões, Iatecá, Lagoa de São José, Rainha Isabel, Saloá e Teresinha.

Pela lei estadual nº 4958, de 20-12-1963, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Saloá e Iatecá. Para formar o novo município de Saloá. Sob a mesma lei citado, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Teresinha. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 4975, de 20-12-1963, desmembra do município de Bom Conselho o distrito de Rainha Isabel. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões e Lagoa de São José.

Pelo Acórdão do Tribunal de Justiça, mandado de segurança nº 57049, de 03-08-1964, o município de Rainha foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Bom Conselho.

Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 distritos: Bom Conselho, Barra do Brejo, Caldeirões, Lagoa de São José e Rainha Isabel.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

O conselhense José Taveira Belo, o Zetinho, já havia tratado disso no SBC, em sua coluna, citando o Homero Fonseca de quem falamos acima. Que nos transformou outra vez em bom-conselhenses. Vejam abaixo:


Recebo de presente no primeiro dia do ano de 2009 o livro do escritor/pesquisador Homero Fonseca, com o titulo PERNAMBUCÂNIA – O QUE HÁ NOS NOMES DAS NOSSAS CIDADES, editado pela Companhia Editora de Pernambuco – Setembro/2008 -2º Edição, do meu filho Marcos Aurélio, como “amigo secreto”.
É um excelente livro de pesquisa e de estudo para aqueles que desejam saber algumas curiosidades acerca de nomes dos municípios pernambucanos e de outros Estados do Brasil.
As curiosidades são muitas que muitos desconhecem. Na primeira parte, “O Que Há nos Nomes das Nossas Cidades” trás a probabilidade de que a maioria de nós jamais tenha ouvido qualquer referencia a cidades chamadas Alpercatas, Arame, Baião, Careiro, Carrancas, Maribondo, Denise, Diamante Dona Inês, Fama, Jardim do Mulato, Juramento, Moeda, Não-Me-Toque, Pai Pedro, Ressaquinha, Tuntum, Varre-e-sai, Ventania, Zé Doca, entre outras.
Em outra parte, apresenta o PAÍS PITORESCO, com alguns nomes de cidades que soam estranhamente megalomaníacos, como Cafarnaum, Gália, Nantes, Buenos Aires, Britania, etc.; e denominações enigmáticas, a desafiar nossa argúcia, como: Abre Campo, Afuá, Banze Bofete, Cacequi, Caconde, Calçoene, Choro Chupingais Coxiola, Jampuraca, Morro Cabeça no Tempo, Zotea, entre outras. Algumas cidades, como Barracão, Casca, Ermo, Lagoa da Confusão, Mormaço, Passatempo, Sem-Peixe, Tocos do Mogi, Trizidela são algumas citados no precioso livro de pesquisa.
Outra curiosidade que muitas poucas pessoas sabem, que “que existem em torno de 615 cidades ostentando nomes masculinos – de seus fundadores, políticos, fazendeiros, empresários, militares, religiosos. Outra mais, “O patriarcalismo da sociedade brasileira está impresso na esmagadora minoria de nomes femininos nas cidades, apenas 86 contra 615 com denominações de homens. “Vários Estados (Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Pará, Rondônia, Sergipe) não têm uma só mulher dando nomes aos seus municípios” Na segunda parte do livro impressa a – TOPONÍMIA MUNICIPAL PERNAMBUCANA – A fé, a feira e o gado: essas são as origens de muitíssimas das cidades pernambucanas. “O trinômio fazenda-feira-capela, reforçado, muitas vezes, pela chegada do trem, a partir do século 19, dando grande impulso ao desenvolvimento das vilas e povoados” Ai segue todos os dados da origem, gentílico, população da zona urbana e rural, Área, Região, localização/distancia da capital dos 184 municípios pernambucanos. Da nossa cidade de Bom Conselho, o Homero Fonseca, escreve: “Bom Conselho – Os primeiros habitantes do território onde hoje está a cidade de Bom Conselho foram os índios fulniôs e xucurus. Segunda a Associação Municipalista de Pernambuco (2006), em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade uma comunidade negra rebelde chamada de Quilombo de Pedro Papa-caça. O nome, ao que tudo indica, se refere a estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, sobrevivendo da caça. Em 1645, a comunidade foi desmantelada por uma expedição militar holandesa chefiada por Blaer REijmbac. Em 1712, a família Vilela, de Portugal, adquiriu essas terras e deu inicio à organização da fazenda Papa-caça. A população cresceu e o lugarejo adquiriu status de freguesia em 1887. Desde 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste, fundado pelo capuchinho frei Caetano de Messina, 1853.
Dados gerais: Gentílico: bom-conselhense. População: 42.009. Zona Urbana: 25.222. Zona Rural: 16.863; Área: 786kmª. Região: Agreste. Localização: Distante 275 km da capital.”
Eis os nomes dos 184 Municípios Pernambucanos: Abreu e Lima / Afogados da Ingazeira / Afrânio / Agrestina / Água Preta / Águas Belas / Alagoinha / Aliança / Altinho / Amaraji / Angelim / Araçoiaba / Araripina / Arcoverde / Barra da Guabiraba / Barreiros / Belém de Maria / Belém do São Francisco / Belo Jardim / Bonito / Brejão / Brejinho / Betânia / Bezerros / Bodocó / Bom Conselho / Brejo da Madre de Deus / Buenos Aires / Buíque / Cabo de Santo Agostinho / Cabrobó / Cachoeirinha / Caetés / Calçado / Calumbi / Camaragibe / Camocim de São Felix / Camuntanga / Canhotinho / Capoeiras / Carnaíba / Carnaubeira da Penha / Carpina / Caruaru / Casinhas / Catende / Cedro / Chã da Alegria / Chã Grande / Condado / Correntes / Cortês / Cumaru / Cupira / Custódia / Dormentes / Escada / Exu / Feira Nova / Fernando de Noronha / Ferreiros / Flores / Floresta / Frei Miguelinho / Gameleira / Garanhuns / Glória de Goitá / Goiana / Granito / Gravatá / Iati / Ibimirim / Ibirajuba / Igarassu / Iguaraci / Ipubi / Ilha de Itamaracá / Inajá / Ingazeira / Ipojuca / Ipubi / Itacuruba / Itaíba / Itambé / Itapetim / Itapissuma / Itaquitinga / Jaboatão dos Guararapes / Jaqueira / Jataúba / Jatobá / João Alfredo / Joaquim Nabuco / Jucati / Jupi / Jurema / Lagoa do Carro / Lagoa da Itaenga / Lagoa do Ouro / Lagoa dos Gatos / Lagoa Grande / Lajedo / Limoeiro / Macaparana / Machados / Manari / Maraial / Mirndiba / Moreilândia / Moreno / Nazaré da Mata / Olinda / Orobó / Orocó / Ouricuri / Palmares / Palmerina / Panelas / Paranatama / Parnamirim / Passira / Paudalho / Paulista / Pedra / Pesqueira / Petrolandia / Petrolina / Poção / Pombos / Primavera / Quipapá / Quixaba / Recife / Riacho da Almas / Ribeirão / Rio Formoso / Sairé / Salgadinho / Salgueiro / Saloá / Sanharó / Santa Cruz / Santa Cruz da Baixa Verde / Santa Cruz do Capibaribe / Santa Filomena / Santa Maria da Boa Vista / Santa Maria do Cambucá / Santa Terezinha / São Benedito do Sul / São Bento do Uma / São Caetano / São João /São Joaquim do Monte / São José da Coroa Grande / São Jose do Belmonte / São José do Egito / São Lourenço da Mata / São Vicente Ferrer / Serra Talhada / Serrita / Sertânia / Sinharém / Solidão / Surubim / Tabira / Tacaibó / Tacaratu / Tamandaré / Taquaritinga do Norte / Terezinha / Terra Nova / Timbáuba / Toritama / Tracunhaém / Trindade / Triunfo / Tupanatinga / Tuparetema / Venturosa / Verdejante / Vertente do Lério / Vertentes / Vicência / Vitória de Santo Antão / Xexéu.

Jose Antonio Taveira Belo / Zetinho
Olinda, 05/01/2009

Quando já estávamos ficando contente outra vez com nosso acerto fomos a WIKIPÉDIA, o grande “pai dos burros” eletrônico, que está completando 10 anos. Hoje só não sabe das coisas quem é desconectado, e, em nosso país ainda é um mundo de gente. Eis a minha surpresa desconfortante, quem escreveu para esta enciclopédia eletrônica, diz que há dois gentílicos: “conselhense” e “papacaço”. Então deixei de ser conselhense e passei a ser papacaço. O Edjasme e o Beto Guerra agora são papacaços enquanto o Isaltino Nascimento não é. Mas, a Prefeita Judith é uma papacaça da gema, nascida ali na Joeira. Vejam abaixo:


Município Bom Conselho
"Papacaça"
 
Brasão desconhecido Bandeira desconhecida

Hino
Aniversário 28 de dezembro
Fundação 23 de julho de 1712
Gentílico conselhense e papacaço
Lema 
Prefeito(a) Judith Valéria Alapenha de Lira (PDT)
(2009–2012)
Localização

Localização Bom Conselho em Pernambuco

Localização Bom Conselho no Brasil
9° 10' 12" 36° 40' 48" 9° 10' 12" 36° 40' 48"
Unidade federativa  Pernambuco
Mesorregião Agreste Pernambucano IBGE/2008 [1]
Microrregião Garanhuns IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Lagoa do Ouro, Terezinha, Saloá, Iati, Quebrângulo (AL), Palmeira dos Índios (AL) e Minador do Negrão
Distância até a capital 282 km
Características geográficas
Área 786,195 km² [2]
População 45 506 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 57,88 hab./km²
Clima Tropical semiárido BShW
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH 0,572
médio PNUD/2000 [4]
PIB R$ 175 880,247 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 3 909,23 IBGE/2008[5]

Então, não gostando do som do meu gentílico fui aos dicionários que mais utilizo quando tenho dúvidas se utilizar é com “z” ou com “s”, pois sei que o Zezinho está á espreita. Alegria, alegria. Eu estava certo. Vejam abaixo:

Dicionário Houaiss

Bom-conselhense:
n adjetivo e substantivo de dois gêneros
relativo a Bom Conselho PE ou o que é seu natural ou habitante
pl.: bom-conselhenses
top. Bom Conselho + -ense

Depois fui no Aurélio. Fiquei mais alegre ainda. Vejam abaixo:

Dicionário Aurélio

Bom-conselhense. Adj. 2 g. 1.De , ou pertencente ou relativo a Bom Conselho PE). 2. Natural ou habitante de Bom Conselho [Pl.: bom-conselhenses]

Mas, telefonei para o Zezinho que adora estas coisas de português e já teve bonitos debates com o José Fernandes Costa, sobre o acordo ortográfico, e ele me disse: Olha, não houve nenhuma mudança sobre o emprego do hífen neste caso, o correto é: Bom-conselhense. Ou seja sem acordo ou com acordo os dois agora concordam que esta é a forma correta. Mas, fui ver o acordo e procurei o maldito hífen. Eles, e eu estavam certos. Se duvidarem leiam abaixo:


Base XV

Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
1o) Emprega -se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos
elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica
e mantêm acento próprio, podendo dar -se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano -luz,
arcebispo -bispo, arco -íris, decreto -lei, és -sueste, médico -cirurgião, rainha -cláudia, tenente -coronel, tio -avô, turma -piloto;
alcaide -mor, amor -perfeito, guarda -noturno, mato -grossense, norte -americano, porto -alegrense, sul -africano; afro-
-asiático, afro -luso -brasileiro, azul -escuro, luso -brasileiro, primeiro -ministro, primeiro -sargento, primo -infeção, segunda-
-feira; conta -gotas, fi nca -pé, guarda -chuva.
Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-
-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
2o) Emprega -se o hífen nos topónimos/topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por
forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã -Bretanha, Grão -Pará; Abre -Campo; Passa-
-Quatro, Quebra -Costas, Quebra -Dentes, Traga -Mouros, Trinca -Fortes; Albergaria -a -Velha, Baía de Todos -os -Santos,
Entre -os -Rios, Montemor -o -Novo, Trás -os -Montes.
Obs.: Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem -se com os elementos separados, sem hífen:
América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta, etc. O topónimo/topônimo
Guiné -Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
3o) Emprega -se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou
não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora -menina, couve -fl or, erva -doce, feijão -verde;
benção -de -deus, erva -do -chá, ervilha -de -cheiro, fava -de -santo -inácio, bem -me -quer (nome de planta que também se
dá à margarida e ao malmequer); andorinha -grande, cobra -capelo, formiga -branca; andorinha -do -mar, cobra -d’água,
lesma -de -conchinha; bem -te -vi (nome de um pássaro).
4o) Emprega -se o hífen nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento
que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por vogal ou h. No entanto,
o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante. Eis
alguns exemplos das várias situações: bem -aventurado, bem -estar, bem -humorado; mal -afortunado, mal -estar, mal-
-humorado; bem -criado (cf. malcriado), bem -ditoso (cf. malditoso), bem -falante (cf. malfalante), bem -mandado (cf.
malmandado), bem -nascido (cf. malnascido), bem -soante (cf. malsoante), bem -visto (cf. malvisto).
Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha
ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.
5o) Emprega -se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além -Atlântico, além-
-mar, além -fronteiras; aquém -mar, aquém -Pirenéus; recém -casado, recém -nascido; sem -cerimónia, sem -número, sem-
-vergonha.
6o) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas
ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como
é o caso de água -de -colónia, arco -da -velha, cor -de -rosa, mais -que -perfeito, pé -de -meia, ao deus -dará, à queima -roupa).
Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:
a) Substantivas: cão de guarda, fi m de semana, sala de jantar;
b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho;
c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos, quem quer que seja;
d) Adverbiais: à parte (note -se o substantivo aparte), à vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos;
note -se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;
e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fi m de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de, enquanto
a, por baixo de, por cima de, quanto a;
f) Conjuncionais: a fi m de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.
7o) Emprega -se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não
propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade -Igualdade -Fraternidade, a
ponte Rio -Niterói, o percurso Lisboa -Coimbra -Porto, a ligação Angola -Moçambique, e bem assim nas combinações
históricas ou ocasionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria -Hungria, Alsácia -Lorena, Angola -Brasil,
Tóquio -Rio de Janeiro, etc.).

Base XVI

Do hífen nas formações por prefi xação, recomposição e sufi xação
1o) Nas formações com prefi xos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-,
infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e em formações por recomposição, isto é, com
elementos não autónomos ou falsos prefi xos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-,
bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-,
etc.), só se emprega o hífen nos seguintes casos:
a) Nas formações em que o segundo elemento começa por h: anti -higiênico, circum -hospitalar, co -herdeiro,
contra -harmônico, extra -humano, pré -história, sub -hepático, super -homem, ultra -hiperbólico; arqui -hipérbole, eletro-
-higrômetro, geo -história, neo -helênico, pan -helenismo, semi -hospitalar.
Obs.: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefi xos des- e in- e nas quais o
segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidifi car, inábil, inumano, etc.
b) Nas formações em que o prefi xo ou pseudoprefi xo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo
elemento: anti -ibérico, contra -almirante, infra -axilar, supra -auricular; arqui -irmandade, auto -observação, eletro -ótica,
micro -onda, semi -interno.
Obs.: Nas formações com o prefi xo co-, este aglutina -se em geral com o segundo elemento mesmo quando
iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc.
c) Nas formações com os prefi xos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, m ou
n [além de h, caso já considerado atrás na alínea a]: circum -escolar, circum -murado, circum -navegação; pan-
-africano, pan -mágico, pan -negritude;
d) Nas formações com os prefi xos hiper-, inter- e super-, quando combinados com elementos iniciados por
r: hiper -requintado, inter -resistente, super -revista.
e) Nas formações com os prefi xos ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e
vizo-: ex -almirante, ex -diretor, ex -hospedeira, ex -presidente, ex -primeiro -ministro, ex -rei; sota -piloto, soto -mestre, vice-
-presidente, vice -reitor, vizo -rei;
f) Nas formações com os prefi xos tónicos/tônicos acentuados grafi camente pós-, pré- e pró-, quando o segundo
elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas
que se aglutinam com o elemento seguinte): pós -graduação, pós -tónico/pós -tônicos (mas pospor); pré -escolar, pré-
-natal (mas prever); pró -africano, pró -europeu (mas promover).
2o) Não se emprega, pois, o hífen:
a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa
por r ou s, devendo estas consoantes duplicar -se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo
pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha,
cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema,
microrradiografia;
b) Nas formações em que o prefi xo ou pseudoprefi xo termina em vogal e o segundo elemento começa por
vogal diferente, prática esta em geral já adotada também para os termos técnicos e científi cos. Assim: antiaéreo,
coeducaçao, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.
3o) Nas formações por sufi xação apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufi xos de origem
tupi -guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento
acaba em vogal acentuada grafi camente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfi ca dos dois elementos:
amoré -guaçu, anajá -mirim, andá -açu, capim -açu, Ceará -Mirim.

Base XVII

Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
1o) Emprega -se o hífen na ênclise e na tmese: amá -lo, dá -se, deixa -o, partir -lhe; amá -lo -ei, enviar -lhe -emos.
2o) Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo
do verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc.
Obs.: 1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas verbais quer e requer, dos verbos querer e requerer,
em vez de quere e requere, estas últimas formas conservam -se, no entanto, nos casos de ênclise: quere -o(s),
requere -o(s). Nestes contextos, as formas (legítimas, aliás) qué -lo e requé -lo são pouco usadas.
2. Usa -se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis -me, ei -lo) e ainda
nas combinações de formas pronominais do tipo no -lo, vo -las, quando em próclise (por ex.: esperamos que
no -lo comprem).

Bem, quem chegou vivo até aqui pode ler o que eu encontrei no VOLP, que é um espécie de pai dos burros oficial, e tem a grafia que vocês vêem abaixo. Lá, também constatei que não existem: “papacaceiro” nem “bonconselhense”, só “bom-conselhense”.


bom-conselhense adj. s.2g.; pl. bom-conselhenses

Se houve algum ser ainda vivo que chegou até aqui e que tenha outras fontes que indiquem que estamos errados, por favor, escreva-nos. Isto é uma questão importantíssima para a vida da maioria de nós que lá nascemos. Poderemos até cair em profunda depressão com a nossa crise de identidade. Não saberemos mais quem somos,  e se for para mudar mesmo devemos tirar todas as nossas dúvidas. E o quanto mais depressa melhor, antes que a Lucinha Peixoto “epitetize” a grande festa como o “Encontro dos Pacachaceiros, como já fez uma dia, e não estava muito longe da verdade.
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(*) Deixei os links para que alguém possa fazer a mesma pesquisa que eu fiz. Para os dicionários não tenho os links, pois usei mesmo o velho de papel (coisa de antigamente). Depois digo porque o nome não deveria mudar. Por hoje já copiei e colei demais. O branco sou eu que escrevo, o verde são os outros e o vermelho os gentílicos.