Por Zé Carlos
Até a hora em que escrevo, o UOL ainda não havia publicado
nenhum filme sobre a semana que passou, e que comento aqui no início da semana
seguinte. Então, como estou de viagem marcada, resolvi não evitar o prazer de
escrever, e relembrar alguns dos episódios que ocorreram na semana que passou,
mesmo sem tentar fazer, como o filme faz, as pessoas rirem.
Houve eventos que não são para rir, jamais. Entre eles
estão, mais uma vez, os estragos feitos pelas chuvas, tanto no norte como no
sul, deixando o nordeste de lado. Logo nossa região que tanto precisa de chuva
ficou de fora dos “presentes” que a natureza ofereceu às outras regiões. No
caso foi um “presente de grego”. O que me faz dar um sorriso chocho é a
imprevidência dos governos e das pessoas envolvidas, pois no ano passado, no
ano retrasado e em outros anos anteriores aconteceram as mesmas coisas, com,
talvez, menos vítimas do que no presente ano.
Ainda relativo aos desastres, não tão naturais assim, um
filme da semana teria que abordar a participação de nossa presidenta no evento.
Ela andou de helicóptero e viu todo o desastre, e se penalizou junto aos outros
que a acompanhavam, o que no próximo ano, se for reeleita, fará tudo de novo. A
única novidade e risível é o que vi numa charge, na qual aparece a presidenta
jogando caixas com ajuda aos desabrigados, e quando um deles abre a caixa, está
um panfleto dizendo: Dilma 2014. É claro que o fato não ocorreu, mas, estava
implícito nestas visitas.
No plano internacional, sempre caberia mais uma piada do
Obama, que não descansará enquanto os Estados Unidos não o reconhecerem como o “cara” de lá. Aqui, como todos sabem, é o
Roberto Carlos. O Lula, com tantos títulos de doutor, não é mais o “cara”, e sim o “cara pálida”.
Mas, é no plano interno que aconteceu o fato mais marcante
da semana. Foi o Renan, diante do espelho, dizendo: “Meu comportamento continua o mesmo, mas, os meus cabelos...”. O
presidente do Congresso resolveu, mais uma vez, utilizar um bem público, para
fins privados. A não ser que implante de cabelo e aparência tenham se tornado
um bem público, e eu não tenha visto o Decreto Lei que ordenou isto recentemente.
Havia alguma coisa deste tipo no tempo de Pedro Álvares Cabral.
O que impedirá então a Marta Suplicy de pegar um avião da
FAB e ir a São Paulo fazer as unhas? Ou o Sarney fazer o mesmo para ir pintar o
bigode em São Luís no Maranhão?
Esta viagem do Renan é um caso típico de um mal que nos
assola desde o descobrimento: O patrimonialismo.
Isto é, a indistinção entre o que é público e o que é privado. Qualquer pessoa,
seguindo os padrões históricos, mesmo sendo eleito para zelar pelo público, que
numa república pertence ao público e não ao “rei”, acha ser absolutamente normal que os bens públicos, que não
pertencem a ninguém, mas a todos, sejam usados a seu bel prazer. É o ranço de
coronelismo que fustigam as administrações públicas do país.
Isto acontece, desde o mais simples funcionário, por
exemplo, o policial que estaciona em local proibido, por ser policial, até o
mais graduado que usa um avião do governo para fazer farras com amigos. No caso
do Renan, o filme do UOL, se depois abordar o tema, vai ser de morrer de rir. É
patrimonialismo em estado puro.
E vejam a importância de uma imprensa livre. Se a imprensa
não tivesse descoberto, o Renan apareceria como na foto que ilustra esta
matéria, da qual ri tanto quanto no filme, e que circula por aí nas redes
sociais. E vem mais, tenho certeza.
Neste fim de ano, correndo pelas festas, eu talvez não
escrevesse mais se houvesse o filme, mas, se até o dia em que eu puder
programar esta postagem o filme sair, eu o colocarei abaixo, e vocês que riam,
sem os meus comentários, para começarem 2014 rindo. Pelo menos é isto que
espero.
P.S: Quando já havia terminado o texto acima o UOL liberou o verdadeiro filme desta semana. Não tem quase nada a ver com o que escrevi. É uma retrospectiva do ano 2013, centrado no mensalão. Teria muito o que comentar mas, infelizmente, vou ter que deixar para depois. Mas, vejam o filme, porque se não riram até agora rirão com ele. E continua com os votos de um Feliz Ano Novo.