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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dona Darci, Dona Rosália e Dona Laura: feliz dia dos professores!




Por Carlos Sena (*)

Todo mundo teve um professor ou professora marcantes. Eu tive, no primário, mais de uma: dona Darci, Dona Rosália, Dona Laura. Dona Darci morava perto da casa de Zé Abílio e teria se casado e tido filhos. Se mais não soube é porque a vida separa as pessoas, mas não consegue apagar nossas mais legítima lembranças. Lembro que ela era doce, sabida, e vocacionada para o ensino. Todo dia olhava, inclusive se nossas unhas estavam limpas e cortadinhas . Dona Rosália era tão sabida quanto Dona Darci. Só que era mais durona e de pouca graça conosco, embora seu coração por dentro só tivesse amor e dedicação em tudo que fazia com seus pivetes. Vez por outra ela mandava um bilhetinho por nós e para os nossos pais. E recomendava: "ai de quem lê esse bilhete antes dos pais"... Dona Rosália era esposa de seu Afranio e mãe de Concinha e de Fátima.  Morávamos na mesma rua - a Siqueira Campos, mas nada de frege com ela, porque ela era a nossa PROFESSORA, não nossa "tia" com se dizem hoje. Finalmente Dona Laura. Minha mãe nos colocou com ela para "desarnar" pois era assim que se chamava na época um certo tipo de REFORÇO. Ela era linha dura. Tinha palmatória e tinha caroço de milho, mas tinha aprendizado no seu método hoje condenado. Tabuada? Tinha que estar na ponta da língua. Soletrar? Era Na ponta da língua e no fim do quengo. De dona Laura lembro pouco, mas sei que morava na rua de Águas Belas, nas imediações da Praça da Bandeira. Hoje, certamente, seria condenada pelo seu método, mas eu só sei que aprendi soletrar e contar com ela. Das palmatórias eu também me lembro, mas não tenho frescura de trauma por conta delas. Dona Laura morreu faz tempo. Dona Rosália, faz pouco. Dona Darci, não sei por onde anda, mas, certamente deve estar aposentada criando netos.

Pois é. O tempo passa. A gente cresce. Os professores seguem seus destinos de nos encaminhar pra vida sem, sequer, saberem se demos pra gente, como nossos pais costumavam dizer. Hoje, no dia dos Professores eu lhes digo mesmo sem saber direito onde devam estar. Pelo sim pelo não, em que dimensão espiritual estiveram, lhes digo que "dei pra gente", até me chamam de dotô. Ensinei na Federal, na Católica, no Esuda, até na UNB de Brasília já palestrei. Tão vendo fressoras? Tudo começou no grupo escolar Mestre Laurindo Seabra que continua de pé do mesmo jeitinho quando criança lá eu estudava.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/10/2013

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