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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A semana - Nelson Mandela




Por Zé Carlos

Como não poderia deixar de ser, durante a semana que passou quase tudo girou em torno da morte da grande pessoa humana que foi o Nelson Mandela, homem que com sua coragem e determinação acabou com o apartheid em seu país, a África do Sul, e influenciou o mundo com seu espírito conciliador e firme.

O filme do UOL que retrata, com o humor, o funeral do Mandela, o faz com maestria e com muito mais seriedade do que alguns medalhões presentes ao evento.  E, como vocês podem ver, o humor é uma coisa muito séria, assim como o canto e a dança. Nunca os sul-africanos dançaram e cantaram tanto como na semana passada. Talvez todos tenham entrado neste clima, sem perder o respeito pelo morto.

Num gesto bonito da presidente Dilma Roussef, convidando todos os ex-presidentes vivos, para acompanhá-la no avião presidencial, ela gerou o que nos leva a rir com o filme, ou seja: O que se conversou durante o voo, para a África do Sul, entre os presidentes presentes e passados, vivos?

Dei boas risadas, com muita seriedade, com a criação de uma possível conversa entre aqueles que passaram pela presidência do Brasil. Um bom resumo, não da semana, mas da década, é a disputa entre Lula x FHC de quem fez o que pelo Brasil. As intervenções da presidente são hilariantes, assim como suas falas de improviso. Realmente, quando ela abre a boca, sem estar lendo, é uma tragédia, que vira comédia de imediato.

E já no final do filme é que ri, como dizem os cultos, a bandeiras despregadas, com a comparação que o mensaleiro João Paulo Cunha faz de sua prisão com a do Nelson Mandela. Talvez fosse mais adequado comparar-se a pessoas conhecidas do nosso meio político, também envolvidas em falcatruas e que continuam com o mandato parlamentar. Será que foi esta a piada de salão a que um dos seus colegas se referia para dizer em que o mensalão iria se transformar? O Delúbio também diria que quando sair da prisão não seria menos digno do que Mandela. Não é para rir?

Fugindo dos brasileiros, mas ficando no funeral do Mandela, o filme aborda o episódio envolvendo Barack Obama, presidente americano e uma governante dinamarquesa, fazendo “selfie”. Eu confesso, que só comecei a rir, quando, no próprio filme uma garota explica o significado do termo. Vejam lá, e isto apenas prova quanto eu sou ignorante ainda quanto ao uso de celulares. Bem pelo menos, ele não quis tirar uma selfie com o próprio Mandela, ou, com o bispo Tutu, que não aparece no filme.

Falei do bispo Tutu porque ele é muito conhecido por mim, desde o tempo em que morei fora do país, época na qual todo telejornal abordava o problema da África do Sul, quanto à discriminação racial, e o bispo sempre estava lá nos noticiários. No país onde eu estava (Inglaterra), o Nelson Mandela se tornou inesquecível, pelo menos para mim, que passava todos os dias de frente do Diretório dos Estudantes Nelson Mandela, da universidade onde estudava. Lia o nome de Mandela durante o dia e via o bispo Tutu à noite. Acho que o UOL deveria tê-lo colocado no filme. Ele mereceria a homenagem.

E agora vejam o resumo dos roteiristas do filme do UOL, e vejam o filme. Desta vez não sei se vocês começarão a semana rindo ou chorando. Eu preferi rir, e se tivesse espaço, cantaria e dançaria como o fez a população da África do Sul. Mas, não tocaria uma vuvuzela, pois humor é uma coisa séria.

“No Escuta Essa! desta semana, o destaque é para a viagem de Dilma com os ex-presidentes Lula, FHC, Sarney e Collor para homenagear o líder sul-africano Nelson Mandela. Todos viajaram juntos para representar o Brasil na África do Sul. Mas quem roubou a cena foi o presidente americano Barack Obama que tirou uma selfie com a prêmiê dinamarquesa em pleno funeral de Mandela.”


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