Por Zé Carlos
Como não poderia deixar de ser, durante a semana que passou
quase tudo girou em torno da morte da grande pessoa humana que foi o Nelson
Mandela, homem que com sua coragem e determinação acabou com o apartheid em seu país, a África do Sul,
e influenciou o mundo com seu espírito conciliador e firme.
O filme do UOL que retrata, com o humor, o funeral do
Mandela, o faz com maestria e com muito mais seriedade do que alguns medalhões
presentes ao evento. E, como vocês podem
ver, o humor é uma coisa muito séria, assim como o canto e a dança. Nunca os
sul-africanos dançaram e cantaram tanto como na semana passada. Talvez todos
tenham entrado neste clima, sem perder o respeito pelo morto.
Num gesto bonito da presidente Dilma Roussef, convidando
todos os ex-presidentes vivos, para acompanhá-la no avião presidencial, ela
gerou o que nos leva a rir com o filme, ou seja: O que se conversou durante o voo,
para a África do Sul, entre os presidentes presentes e passados, vivos?
Dei boas risadas, com muita seriedade, com a criação de uma
possível conversa entre aqueles que passaram pela presidência do Brasil. Um bom
resumo, não da semana, mas da década, é a disputa entre Lula x FHC de quem fez
o que pelo Brasil. As intervenções da presidente são hilariantes, assim como
suas falas de improviso. Realmente, quando ela abre a boca, sem estar lendo, é
uma tragédia, que vira comédia de imediato.
E já no final do filme é que ri, como dizem os cultos, a
bandeiras despregadas, com a comparação que o mensaleiro João Paulo Cunha faz
de sua prisão com a do Nelson Mandela. Talvez fosse mais adequado comparar-se a
pessoas conhecidas do nosso meio político, também envolvidas em falcatruas e que
continuam com o mandato parlamentar. Será que foi esta a piada de salão a que
um dos seus colegas se referia para dizer em que o mensalão iria se
transformar? O Delúbio também diria que quando sair da prisão não seria menos digno
do que Mandela. Não é para rir?
Fugindo dos brasileiros, mas ficando no funeral do Mandela,
o filme aborda o episódio envolvendo Barack Obama, presidente americano e uma
governante dinamarquesa, fazendo “selfie”.
Eu confesso, que só comecei a rir, quando, no próprio filme uma garota explica
o significado do termo. Vejam lá, e isto apenas prova quanto eu sou ignorante
ainda quanto ao uso de celulares. Bem pelo menos, ele não quis tirar uma selfie com o próprio Mandela, ou, com o
bispo Tutu, que não aparece no filme.
Falei do bispo Tutu porque ele é muito conhecido por mim,
desde o tempo em que morei fora do país, época na qual todo telejornal abordava
o problema da África do Sul, quanto à discriminação racial, e o bispo sempre
estava lá nos noticiários. No país onde eu estava (Inglaterra), o Nelson
Mandela se tornou inesquecível, pelo menos para mim, que passava todos os dias
de frente do Diretório dos Estudantes Nelson Mandela, da universidade onde
estudava. Lia o nome de Mandela durante o dia e via o bispo Tutu à noite. Acho
que o UOL deveria tê-lo colocado no filme. Ele mereceria a homenagem.
E agora vejam o resumo dos roteiristas do filme do UOL, e vejam
o filme. Desta vez não sei se vocês começarão a semana rindo ou chorando. Eu
preferi rir, e se tivesse espaço, cantaria e dançaria como o fez a população da
África do Sul. Mas, não tocaria uma vuvuzela,
pois humor é uma coisa séria.
“No Escuta Essa! desta
semana, o destaque é para a viagem de Dilma com os ex-presidentes Lula, FHC,
Sarney e Collor para homenagear o líder sul-africano Nelson Mandela. Todos
viajaram juntos para representar o Brasil na África do Sul. Mas quem roubou a
cena foi o presidente americano Barack Obama que tirou uma selfie com a prêmiê
dinamarquesa em pleno funeral de Mandela.”
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