Por Zezinho de Caetés
Para variar um pouco vamos deixar
o caso do “juizeco”, inventado pelo
Renan, de lado. Por hoje é claro, apesar de saber que fatalmente ele voltará à
tona durante os próximos dias. Hoje, encontrei um texto interessante em O
Globo, da Renata Lo Prete, que trata de um tema que quase estava esquecendo: As
eleições de domingo próximo (“Pós-urnas terá choro e ranger de dentes”), e o
reproduzo lá embaixo.
E o faço porque ela não toca
explicitamente no caso de Recife, onde, o PT levará mais uma botinada que o
levará para longe daqui, por muito tempo. Pelas pesquisas o povo não quer nem
mais saber do João Paulo, e só posso concluir que o povo é realmente sábio,
embora nem sempre acerte.
O PT no Recife fez o que se fez
no nível federal ao tentar engabelar os ricos e classe média com o discurso de
acabar a pobreza. Pelo que se espera a turma cansou, vendo que tudo não passava
de uma quimera. Não se elimina pobreza por decreto e sim com aumento de
produtividade, gerada em grande parte pela Educação de base que foi sempre
escanteada pelo discurso do nós (escolas públicas) contra eles (escolas
privadas).
Já está provado que elas podem
subsistir e até se unirem para educar nosso povo de forma digna. E a esta
verdade o PT não resiste. Basta ver as propagandas do partido na TV. Ninguém
com o mínimo de memória poderia acreditar. O discurso lulopetista não funcionou
a não ser para aqueles que deles se locupletaram de uma forma ou de outra.
Em termos de propaganda e até
mesmo em termos de gestão os dois candidatos tem coisas que nos fazem rir. Hoje
já existe um Hospital da Mulher, agora um candidato quer fazer o Hospital do
Idoso e o outro quer fazer o Hospital da Criança. Então eu pergunto quem fará o
Hospital do Homem? Se continuar assim teremos brevemente o Hospital .....,
deixa prá lá.
Bem, fiquem agora com a análise
que a Renata faz das eleições no Brasil como um todo, notando que concordamos
no ponto que ela ressalta: “O eleitor
quis dar um bico no PT e na esquerda em geral”, no primeiro turno, e aqui
não será diferente, no segundo: Tchau, João Paulo!
“Dizem os manuais que o segundo
turno é outra eleição. Não desta vez. A maioria dos grandes municípios chega ao
fim da campanha sem as reviravoltas que o bombardeio de propaganda em doses
iguais tem potencial para provocar.
Em apenas cinco capitais o
segundo colocado em 2 de outubro aparece hoje numericamente à frente nas
pesquisas: BH, Curitiba, Belém, São Luís e Aracaju. E nas cinco a disputa
continua acirrada, impedindo que se crave a inversão como definitiva. Nas
demais 13 que ainda escolherão prefeito, é como se o eleitor, fatigado, tivesse
desistido do espetáculo e entrado em hibernação durante quatro semanas. Tudo
está como no início do mês.
Isso inclui o elevado patamar de
“não voto” (soma de brancos, nulos e abstenções) em algumas praças. No Rio, ele
equivale à intenção de voto em Marcelo Freixo (PSOL), de acordo com o Ibope
mais recente. Em Porto Alegre, o jingle “Anula Lá”, sucesso nas redes, virou
hino de parcela do eleitorado vermelho decidida a não validar, nem mesmo pelo
mecanismo clássico da rejeição ao “mal maior”, um mano a mano exclusivamente
azul.
No primeiro turno, o brasileiro
optou em cima da hora — mais de 30% na última semana, novamente medição do
Ibope. Surpresas sempre podem acontecer, mas faltam sinais de tamanha
movimentação. Não parece precipitado afirmar que o principal recado das urnas
de 2016 já foi dado, e agora será confirmado. O eleitor quis dar um bico no PT
e na esquerda em geral. Missão cumprida, voltou a seus afazeres, que a vida
está dura.
Outra previsão razoável é que o
pós-eleição terá choro e ranger de dentes.
Choro porque não há dinheiro nem
para uma fração modesta do que foi prometido em campanha. Símbolo maior da
temporada que premiou “gestores” e castigou “políticos”, João Doria (PSDB)
inaugurou os trabalhos da transição batendo à porta do governo federal. O
prefeito eleito de São Paulo pede a bagatela de R$ 550 milhões para inteirar a
conta do subsídio ao transporte público em 2017, de modo a honrar o anúncio do
congelamento da tarifa de ônibus, que fez sem consultar ninguém. Cadê o Estado
mínimo?
O ranger de dentes será a herança
maldita da agressividade que marcou este segundo turno, como atestam debates já
realizados no Rio e em BH. Quem se elege estraçalhando a jugular do adversário
costuma ter problemas quando a propaganda dá lugar à realidade. Dilma Rousseff
que o diga.
Memória da urna: em 2012, cinco
capitais reconduziram o prefeito ou elegeram o candidato por ele indicado.
Neste ano, apesar de recessão, impeachment e da memória das manifestações de
2013 ainda fresca, pelo menos 13 terão prefeitos reeleitos ou que fizeram o
sucessor.”
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