Por José Antonio Taveira Belo /
Zetinho
Telefone toca. Dona Quitéria olha
para o relógio, 11 horas da manhã. Quem será? Levanta-se da cadeira onde
assiste ao programa da Rede Vida, Com Cristo. Devagarinho tira o telefone do
gancho – Alô! Alô! Ninguém atende. Quando vai desligar houve uma voz chorosa do
outro lado da linha – Tia! Tia! Ela fica sem saber o que faz. Tia sou eu seu
sobrinho Adriano. Estou vindo de São Paulo com a minha mulher Violeta e meus
dois filhos. Ela fica pensativa, quem é este sobrinho, não se lembra de Adriano
e diz diga meu filho. Olhe tia estou numa enrascada danada. O carro quebrou
aqui na estrada e eu com estes dois meninos e a mulher estamos sem saber o que
fazer. Fui até a cidade vizinha, em uma carona, e trouxe um mecânico. Ele olhou
chamuscou de um lado para outro e disse – o motor este quase batido é preciso
substituir algumas peças antes que seja tarde e temos que rebocar para a
cidade, pois aqui nada posso fazer, disse o mecânico. Fiquei apavorado. E o
mecânico disse que eu vou gastar mais ou menos três a quatro mil reais no
reparo. Olhe tia, não tenho este dinheiro todo, apenas o que estou levando é para
fazer parte às despesas da viagem. Não contava com este aperreio. Dona Quitéria
ouvindo ficou paralisada. Ela sabia que tinha um sobrinho lá em São Paulo,
chamado Adriano, mas não sabia que ele estava vindo para Recife. Depois do
susto, disse, em que posso lhe ajudar? Olhe tia, estou com vergonha de lhe
falar, porque foi à única pessoa que me veio à cabeça para que possa fazer algo
para me ajudar sair desta situação. Estou precisando que a senhora me arranje
este dinheiro, se não tiver ajude no que puder, pois assim que eu chegar ai lhe
pago, pois estou para receber dinheiro que emprestei a um amigo meu. Veja meu
filho eu não tenho este dinheiro todo. Tenho algumas economias, mas que não
chega a este valor que você falou que o mecânico tinha lhe falado. Olhe tia, a
senhora não precisa mandar todo. Sei que a senhora não tem este dinheiro, mas estou
ligando para a senhora. por encargo de consciência, pois não tenho ninguém que
me possa ajudar a pagar o mecânico, disse ele que este conserto leva um dia, e
eu tenho que alugar uma pousada para dormir com os meninos. Dona Quitéria ficou
a aperreada. Não sabia o que fazer. Olhe eu tenho dois mil reais da minha
poupança e vou lhe remeter, para lhe ajudar. Ó tia que bom! Que Deus lhe pague
por este favor! Quando eu chegar ai agente resolve este problema que lhe
causei. Só Deus sabe como estou contente. E como eu faço? Disse dona Quitéria.
Olhe eu vou lhe dar o numero da conta do mecânico, pois, ele vai ao banco e
tira o dinheiro e o complemento eu faço um sacrifício e pago. Tá certo? Vou
fazer isto agora! Anotou o numero da conta bancaria em uma caderneta. Saiu de casa apressada. Foi à Caixa Econômica tirou o
dinheiro e foi até o Bradesco colocar na conta cujo numero o sobrinho lhe dera.
Fez o depósito. Quando chegou a casa o seu filho Augusto estava. Mãe para onde
a senhora foi? Fui ao banco mandar um dinheiro para Adriano que se encontra
parado na cidade Alagoinha com o carro quebrado e com a família, a mulher e
dois filhos. Mamãe não acredito nesta estória, vou ligar para Adriano em São
Paulo eu acho que senhora entrou numa enrascada. Ligou. Violeta atendeu. Oi
como vai vocês ai! Estamos todos bem! Vocês estão em São Paulo e não viajaram
para o Recife, pois mamãe recebeu um telefonema de Adriano dizendo que estava
no Estado da Bahia, com o carro quebrado? Qual nada, Adriano foi trabalhar.
Estamos pensando se as coisas melhorarem nós iremos até ai, mas se formos vamos
de avião, pois de carro e uma viagem muito cansativa. Desligou o telefone,
pálido para dizer a sua mãe que ela caiu no conto do telefone. Dona Quitéria
foi ao banco com o comprovante de deposito e verificou que o nome não era Adriano,
e sim Fadel. Saiu triste e sem solução.
Tenhamos cuidado com telefonemas
de pessoas que se fazem parentes e amigos, no outro lado da linha. É um alerta
para aqueles menos avisados que mostram educação. Estamos num mundo sem
escrúpulos e sem confiança na mira de aproveitadores que praticam roubo ou extorsão
junto as pessoas que acreditam no que eles estão falando. Não dê seu nome, o
endereço e principalmente ao numero do seu CPF. Este alerta é motivado por
várias pessoas do nosso conhecimento que foram roubados. Dona Quitéria
(fictício) foi uma que sofreu na pele este problema. (Fato verídico, personagens citadas
são nomes fictícios.).
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