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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Por que o PT acabou? Contra fatos não há argumentos




Por Zezinho de Caetés

Eu continuo lendo a mídia como sempre faço. Fora o tempo em que dei um pulinho no cemitério para homenagear meus mortos, e procurar o túmulo do PT, tentei até mudar de assunto, mas, não tem jeito para isto. Hoje o mote ainda é o da eleição passada.

Discute-se de todos os ângulos. Desde aquele que visa a dicotomia entre direita e esquerda, passando para a tricotomia do socialismo, liberalismo e conservadorismo, e chegando ao futuro de nossa política pela guinada proporcionada pelos eleitores.

Uma coisa é certa. O PT acabou! E vamos aos fatos que o Augusto Nunes mostra para provar isto, com alguns comentários, curtos e, espero, não grossos:

1. Em 2012, o PT foi vitorioso em 638 municípios, cujas populações somavam 38 milhões de pessoas. Neste ano, venceu em apenas 254, habitadas por 5,9 milhões de brasileiros.

Quem não lembra de 2012? Com a Dilma ainda no primeiro mandato, e o Bolsa Família ainda dando para pagar a conta de celular. Tudo era fácil.

2. Nove partidos elegeram mais prefeitos que o PT.

O PT só ficou entre os 10 primeiros porque ainda há, principalmente no Nordeste e Norte, em que as notícias sobre a economia brasileira custa a chegar, alguém que ainda quer o Bolsa Família como solução para nossos problemas.

3. Rio Branco, no Acre, será a única capital governada por um petista nos próximos quatro anos.

Esta é fácil de descobrir porque isto ocorreu. Tanto o governador quando um dos senadores influentes são do Partido. O Jorge e o Tião Viana. Quer dizer, a realidade só vai chegar por lá em 2018,  que será o ano de completo abandono do Partido, se ele existir até lá. Aliás, alguns do próprio partido adorariam que ele acabasse mesmo, talvez até os Vianas.

4. Com exceção de Rio Branco, o PT perdeu a eleição em todas as cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores.

Pelos motivos anteriores e acrescentando que o PT agora não é só nanico no nome mas em tamanho dos municípios aonde ainda tem votos.

5. Os sete candidatos do PT que chegaram ao segundo turno foram derrotados.

Como deve ter sido visto, o eleitorado ainda não estava consciente de quanto o PT lhe fez mal e teve mais um mês para pensar. Veja o comentário ao ítem 8 para o caso de Recife.

6. No ABC paulista, berço do PT, nenhum candidato do partido foi vitorioso.

E não foi só no ABC, foi quase no alfabeto inteiro dos municípios paulistas. Afinal de contas quem mais tinha informação sobre Lula e suas diatribes do que seus eleitores mais próximos?

7. Por falta de convite, Lula não participou de um único comício durante o segundo turno.

Este foi o fato que deve ter deixado o Lula mais possesso e queixoso, não só do eleitorado paulista, mas, também dos seus correligionários. Não chamando Lula eles cuspiram no prato em que comeram. Embora, tenha-se que enfatizar que eles não sabiam dos efeitos retardados da comida. E haja indigestão.

8. A pedido do candidato João Paulo, Lula ficou fora da campanha no Recife, única capital em que o PT disputou o segundo turno.

E aqui, mais de perto, eu vi que o João Paulo, diante da deblacle do primeiro turno, não havia como chamar o Lula para segundo. Aliás, se o Lula tivesse participado da campanha, o João Paulo teria um percentual menor de votos do que no primeiro turno. Vejam o caso da Jandira Feghali no Rio de Janeiro. A ex-presidenta Dilma foi dar seu apoio num comício, e ela foi para os 3% dos votos, e já com muita sorte, pois alguns eleitores não souberam que a Dilma subiu em seu palanque.

9. Eleitora em Porto Alegre, Dilma Rousseff desistiu de votar no último domingo por falta de
candidato.

Vendo o que havia feito com a Jandira no Rio, como teria ela coragem de ir votar em Porto Alegre? Se ela dissesse que iria votar em branco, haveria um revolta racista no Sul, liderada pelo Paulo Paim. Ou seja, foi melhor ficar em casa tomando conta do netinho.

10. Eleitor em São Bernardo, Lula desistiu de votar no último domingo por falta de candidato.

E pergunta óbvia vem de considerações anteriores. Sabendo quem é o Lula, quase como vizinho, e sabendo de que ele é capaz, o seu candidato foi para o brejo desde o primeiro turno. Que declaração daria o Lula na hora de votar? Diria que o PT “ainda vai surpreender?”.

Mas para não dizerem que eu odeio tanto o PT, eu uso um pequeno texto do Ricardo Noblat onde ele mostra que o partido não foi tão mal em tudo:

“Foi no Nordeste do Bolsa-Família, principalmente nas cidades onde uma fatia expressiva de leitores é cliente do programa. E no Nordeste foi no Piauí do governador Wellington Dias (PT).

Ali, o PT passou de 21 para 38 prefeituras, segundo levantamento de O GLOBO. Em 85% dessas cidades, a maioria da população foi beneficiada pelo Bolsa-Família, e ainda é.

Depois do Piauí, o PT se deu bem na Bahia do governador Rui Costa (PT). Mesmo assim, o partido que controlava 92 prefeituras controlará a partir de janeiro próximo apenas 39.

Das 39, em 21 delas mais da metade da população depende do Bolsa- Família para sobreviver.

O PT não elegeu um único prefeito de capital no Nordeste. E migrou das grandes e médias cidades para as pequenas. Só governará uma cidade com mais de 100 mil habitantes.”


Bem, se vocês acham que isto é um consolo para o Lula, e ele concordar, eu me sentirei feliz. Afinal de contas se o Sérgio Moro engrossar ele poderá ter boas lembranças do PT lá em Curitiba.

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