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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O Brasil e os "pneuleiros"




Por Zezinho de Caetés

Não, eu não falarei mais do Trump. Mas, que dá vontade, isto dá. Soube que o marajá americano, agora presidente, renunciou ao seu salário no cargo e trabalhará por U$ 1,00 ao ano, enquanto lá estiver. Já pensaram se a turma de marajás daqui tomasse a mesma iniciativa?

Ora, dirão os pessimistas, mas o Trump é rico e os marajás daqui são pobres! Eu, diria na lata, que mesmo que não fosse só por U$ 1,00, manter o teto constitucional, que é de 30 e poucos mil reais, já estaria muito bom. No entanto, o que vemos é o teto furado para cima, em todo país quando, para alguns privilegiados enquanto a rafameia dos cariocas, por exemplo, estão ameaçados de receber a perder de vista.

No entanto, quem sabe, podemos fazer uma limonada muito gostosa desta crise que nos assola, deixada pelo PT, e melhorar nossa legislação trabalhista para evitar os marajás, como já prometia Collor para se eleger presidente, e que hoje é um deles?

Fala-se em reforma da previdência, reforma fiscal e até de reforma moral, com o possível auxílio do Papa Francisco, mas, não se dá a devida ênfase à reforma trabalhista. E esta reforma deve ser no sentido de diminuir ao máximo à legislação que envolve o fator trabalho, deixando livres os agentes econômicos envolvidos, que são basicamente patrões e empregados, e ao mesmo tempo, tentar controlar o setor público que se relaciona com o trabalho, que são os “servidores públicos”.

Coloquei entre aspas como um meio para mostrar quantos desvios da valorosa função de servidor público (sem aspas) foram gerados pelo inchaço do Estado, principalmente nos últimos anos, quando o PT pensou, tal qual o chavismo, que se poderia implantar um socialismo tardio, que eu chamaria de retardado, quando o capitalismo foi o único sistema a dar certo no mundo.

E ainda tem quem pergunte porque um mexicano arrisca sua vida até para pular o muro do Trump, e ir trabalhar nos Estados Unidos, onde a legislação trabalhista é mínima. Ora, meus caros leitores, já foi provado mais de uma vez, em vários locais que excesso de proteção trabalhista só prejudica os trabalhadores, mesmo num sistema onde o Estado detém todos os meios de produção (o que acontece muito pouco hoje em dia).

Nos sistemas de economia mista a legislação protege alguns e deixa a grande maioria a mendigar, como acontece aqui no Brasil, com o mercado informal, e nos países ditos socialistas, todos são protegidos para enricar uma pequena corja que fica no poder dizendo-se seus representantes, com na Venezuela e em Cuba (a China só é socialista hoje dentro do comitê do Partidão Chinês).

Então, hoje, com esta crise, temos condições melhores de pensar nos nossos trabalhadores, deixando-os mais livres para negociar suas condições de trabalho. Se assim o fizermos, o Estado ficará mais livre para cuidar do que ele realmente deve cuidar que são aquelas tarefas, hoje muito poucas, que devem ser realmente exercidas por ele, como por exemplo, a Justiça. Mas, sem marajás, é claro.

Ainda ligado ao tema do trabalho, que é uma coisa que o meu conterrâneo Lula não via com bons olhos desde que se aposentou por invalidez, ouvi num programa de TV o presidente Michel Temer dizendo que “a prisão de Lula poderia gerar complicações, pois os movimentos sociais poderiam tomar as dores”. Talvez não tenham sido estas palavras exatas, as usadas, pelo nosso presidente, mas, foi o suficiente para perguntar: Onde trabalham os componentes dos movimentos sociais? Como diria aquele macaco de um programa humorístico: “Eu só queria entender!”.

Talvez, em breve já tenhamos uma nova profissão no Brasil, o “pneuleiro”. É aquele que lida com pneus para fins de queima nas ruas junto aos movimentos sociais. E deverão, em breve, reivindicar reconhecimento, de preferência com salário acima do teto, e adicional de insalubridade.


Termino hoje por aqui, porque estão queimando uns pneus aqui perto de casa. Vou ver quem são os “pneuleiros”, do dia. 

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