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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A semana - Ecos eleitorais, regras sucessórias, Lula e a conspiração de Obama...




Por Zé Carlos

Posso dizer que esta semana foi toda salpicada pela ressaca eleitoral. Parece até aquelas quartas-feiras de cinza, lá em Bom Conselho, quando a orquestra de Zé de Puluca saía tocando desde o Clube dos 30 até centro da cidade. Lá estavam os bêbados tristes e os bêbados alegres. Estes conseguiram alguma diversão extra enquanto aqueles não encontraram nada. Agora, dizem, alegres estão o PSDB, o DEM e outros partidos que trafegam do lado direito da rodovia política com um séquito digno de nota. Enquanto os tristes, PT, PSOL, PC do B e alguns outros que trafegavam pela faixa da esquerda, quase todos chorando e com um acompanhamento mínimo. E a semana toda foi de farpas entre os integrantes dos blocos políticos, como veremos, com muito humor nelas envolvido.

O nosso colaborador, o Lula, não compareceu ao carnaval, digo, à votação, lá em sua terra, São Bernardo dos Campos em São Paulo, pois não tinha mais nem um folião para brincar com ele. Ele apenas, em um show de humor feito depois da eleição disse que os culpados pela desanimação do PT na eleição de lá, era os paulistas, mais preocupados agora em trabalhar do que brincar carnaval. E para manter sempre o seu senso de humor, deve ter telefonado para Dilma, tendo o seguinte diálogo, no celular dela, cujo toque é ainda a introdução do Hino da Internacional Comunista, que ela ouve em posição de sentido:

- Alô!!!
- Sou eu querida!
- Diz, Lula!
- Minha amiga, eu não vou votar. Acho que não tem sentido...
- Por que?
- Ora, Dilma, não me sacrifique! Você bem sabe que o voto é apenas uma maneira de enganar os incautos que acreditam neste troço de democracia. E agora, prá gente, não dá mais. Já perdemos, e eu tenho que cuidar é do Moro. Já não sou obrigado a votar. Fiz 71, ou seja, 20 a mais do que aquela caninha boa que eu aprecio, a 51. Tenho mais o que fazer.
- Sabe que você está mais uma vez com a razão. Eu também não vou. Ainda sou obrigada a votar mas depois eu pago a multa. É uma merreca tão pequena que quem diz que é obrigado a votar neste país, só quer engabelar o ouvinte. Mesmo assim, vou pedir para perdoar a multa. Vai ser um treinamento para quando quiserem me multar pelo que dizem ser meu estelionato eleitoral.
- É isto aí, querida!
- E não vá tirando o seu da reta não porque você sabe que só fiz tudo porque você mandou.
- Não, Dilminha querida. Não se preocupe. Soube que o FHC agora quer ser presidente outra vez. Tou doido que ele seja mesmo para o povo saber quem é o culpado de tudo.
- Isto é história, Lula! Nós estamos num mato sem cachorro. Até o Nego, mandei matar, pois ele quando falei do Aécio ele abanou o rabo. Ingrato!
- Ok, querida! Então não iremos votar e pronto!
- Certo!
- Tchau, querida!

E assim a semana foi passando e passando, e no final da festa realmente chegou a quarta-feira. Não foi a de cinzas. Eu não me repito. Foi o Dia de Finados. Muito mais apropriado para o PT, entre os partidos, aquele que teve mais baixas na guerra pelo voto. Para algum detalhe mais sórdido leiam o nosso colaborador Zezinho (aqui) para ver o tamanho do cadáver petista. Como dizia a Lucinha Peixoto (e até ainda diz, pois é viva e buliçosa, mas desapareceu do convívio blogueiro): Cruzes! E foram muitas cruzes, diga-se de passagem. Mas, não as fico contando. Vamos em frente.

Sem sombra de dúvida, o Renan foi a estrela da semana. E ele não fez nada. Ficou só repetindo a piada de Lula: “Eu não sabia de nada!”, que ainda rende muito riso. E o que ouve de engraçado nisto? Simples. Faz mais de 10 anos que querem pegar o Renan, e o homem escorrega. Já tem mais de 10 inquéritos no STF e até agora, tudo parece, segundo ele, que não passam de “coisas de ouvi dizer” e que não levarão a nada. Olhem que o Lula só tem 3 e já comprou passagem para Curitiba. E aí está a graça de tudo. No Brasil, só quem prendeu político até agora, com raríssimas exceções, foi o sisudo juiz Moro, que declarou esta semana que não quer ser político “nem que a vaca tussa”, e ele sabe por que está dizendo isto. Todos já estão cientes que para se livrar da prisão, o processo tem que ir para o STF, e este fica mais abarrotado. Tudo culpa de um tal de “Foro Privilegiado”, que dizem ser um elemento pernicioso danado. Imaginem que, se alguém o tem, ele pode ter até 100 inquéritos e não acontece nada, pois o STF ainda não julgou o processo para depor D. Pedro II em 1889.

Vocês acreditam que só nesta semana o STF decidiu que se um “cara” se tornar réu não pode ser Presidente da República? Bem, pelo menos foi isto que entendi, embasbacado com o linguajar jurídico, acompanhando a sessão que tratou o tema. Eu estava sério até quando todos disseram que “sim”, e comecei a sorrir quando um dos ministro o Toffoli, só para participar desta coluna semanal, pediu vistas do processo. A risada aumentou quando descobri o significava isto. E quase morri de rir quando soube que ele queria era livrar o Renan do risco de não ser presidente. E estrebuchei quando li ser este também o desejo de Temer para evitar que o Renan se irrite e complique o processo da chamada PEC do Teto. Mudei de canal para não morrer de rir, nem matar os meus parcos leitores.

E falando na PEC do Teto, qualquer pessoa que queira protestar contra qualquer coisa, neste país, está com a razão, pois, se alguém reclama do pleito, ele diz logo: “Também estou protestando contra a PEC do fim do mundo”. Temos hoje, milhares de escolas invadidas, e quando algum pai reclama que os meninos querem estudar, os ocupantes mostram logo os cartazes do “Fora Temer” e “Abaixo a PEC do juízo final!”. Ora, todos que não tem vínculo com o descalabro em que PT deixou nossa economia, por tentar distribuir o que não se tem, à base de dívida, sabem que esta PEC tem importância crucial no desmonte da farra. Ou seja, o que ela faz é apenas dizer: Chegou a hora de aumentar todo ano o tamanho da feira. Vamos comer o mesmo por 20 anos, e se aguentarmos podemos, mesmo antes disto, comer um pouco mais. Agora o que temos de fazer, como qualquer responsável por um orçamento curto, é discutir quem vai comer do bolo congelado. E quem decidirá isto? E aí vem o motivo de riso, serão os nossos parlamentares, talvez os mesmos que queriam comer um bolo 3 vezes, pelo menos na promessa. Se o juízo final for organizar o lema que dizia: “Quem não trabalha não come!”, breve todos teremos que trabalhar, pelo menos se quiser ter força para o riso. E isto, não se alegrem, é só o começo. Vem aí a reforma da previdência para não nos deixar brigar com nossos netos. Deus me livre!

E para ser justo, como tento sempre ser, tenho que falar de um show de Lula em Guararema, no interior de São Paulo exclusivo para membro do MST. Ou seja, baixou o nível, mas, não o humor. Começou dizendo: “Não sei se tudo o que está acontecendo hoje no Brasil é determinado aqui dentro do Brasil”. Eu pensei logo que ele iria cair em si e condenar o Maduro, mas, que nada! O homem ainda é um dos maiores humoristas do país.  Continuando disse: “Confesso a vocês que eu não sou muito de acreditar na teoria da conspiracão, mas ela existe. E tem muita coisa estranha acontecendo…”. Quando eu esperei que ele dissesse que ouve uma conspiração da torcida do Coríntians para tirar o título do Palmeiras, ele disse que estava convencido que é de Washington que está partindo toda conspiração para impichar a Dilma e agora para tentar desmoralizá-lo.

“Eu acho que tem muita coisa que tá acontecendo e, na minha opinião, não é da cabeça do Michel Temer, não é da cabeça do Eduardo Cunha, eu acho que tem muito mais nêgo se metendo.” Se ele queria se referir a Obama não estou certo, mas a plateia que o ouvia ficou em transe. Então depois de declamar diálogos com Obama, falar do Chávez e do seu passarinho, mesmo não dizendo que ele era filho do Louro José, atacou, se refindo aos 3 processos que até agora tem nas costas, para não demonstrar nenhuma inveja do Renan que tem mais:  “Quero dizer pra vocês que o menor caso nesse país é o meu. Tenho dito pras pessoas: não se preocupem com o meu caso. Eu tenho casco de tartaruga, já tenho 71 anos de vida. A gente tem que se preocupar muito é com o que eles vão começar a fazer com o movimento social, porque se a moda pega…”. E foi neste momento que se viu um alarido dos ouvintes, gritando em voz alta: “Lula não é a Bruxa do 71”. Eu não entendi nada porque pensava que era a Dilma.


E não posso terminar esta coluna semanal sem fazer uns poucos comentários sobre a comédia das eleições americanas. Agora, as pesquisas estão dando empate entre Hillary e Trump. No entanto, dizem, que com as complicações das regras daquelas eleições nada está certo ainda, mesmo para um dos 2. Pode ser um terceiro. Eu fico pensando é se tem ainda alguém da família Corleoni no páreo. Ganharia fácil. Veremos na próxima semana, que promete pela importância dos Estados Unidos no mundo. Já disseram que quando os Estados Unidos espirram, o mundo todo pode gripar, imaginem se o país der uma obrada. Não há lenço que tape o nariz da terra. Até a próxima então!

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