Por Zé Carlos
Posso dizer que esta semana foi toda salpicada pela ressaca
eleitoral. Parece até aquelas quartas-feiras de cinza, lá em Bom Conselho,
quando a orquestra de Zé de Puluca saía tocando desde o Clube dos 30 até centro
da cidade. Lá estavam os bêbados tristes e os bêbados alegres. Estes
conseguiram alguma diversão extra enquanto aqueles não encontraram nada. Agora,
dizem, alegres estão o PSDB, o DEM e outros partidos que trafegam do lado
direito da rodovia política com um séquito digno de nota. Enquanto os tristes,
PT, PSOL, PC do B e alguns outros que trafegavam pela faixa da esquerda, quase
todos chorando e com um acompanhamento mínimo. E a semana toda foi de farpas
entre os integrantes dos blocos políticos, como veremos, com muito humor nelas
envolvido.
O nosso colaborador, o Lula, não compareceu ao carnaval,
digo, à votação, lá em sua terra, São Bernardo dos Campos em São Paulo, pois
não tinha mais nem um folião para brincar com ele. Ele apenas, em um show de
humor feito depois da eleição disse que os culpados pela desanimação do PT na
eleição de lá, era os paulistas, mais preocupados agora em trabalhar do que
brincar carnaval. E para manter sempre o seu senso de humor, deve ter
telefonado para Dilma, tendo o seguinte diálogo, no celular dela, cujo toque é
ainda a introdução do Hino da Internacional Comunista, que ela ouve em posição
de sentido:
- Alô!!!
- Sou eu querida!
- Diz, Lula!
- Minha amiga, eu não
vou votar. Acho que não tem sentido...
- Por que?
- Ora, Dilma, não me
sacrifique! Você bem sabe que o voto é apenas uma maneira de enganar os
incautos que acreditam neste troço de democracia. E agora, prá gente, não dá
mais. Já perdemos, e eu tenho que cuidar é do Moro. Já não sou obrigado a
votar. Fiz 71, ou seja, 20 a mais do que aquela caninha boa que eu aprecio, a
51. Tenho mais o que fazer.
- Sabe que você está
mais uma vez com a razão. Eu também não vou. Ainda sou obrigada a votar mas
depois eu pago a multa. É uma merreca tão pequena que quem diz que é obrigado a
votar neste país, só quer engabelar o ouvinte. Mesmo assim, vou pedir para
perdoar a multa. Vai ser um treinamento para quando quiserem me multar pelo que
dizem ser meu estelionato eleitoral.
- É isto aí, querida!
- E não vá tirando o
seu da reta não porque você sabe que só fiz tudo porque você mandou.
- Não, Dilminha
querida. Não se preocupe. Soube que o FHC agora quer ser presidente outra vez.
Tou doido que ele seja mesmo para o povo saber quem é o culpado de tudo.
- Isto é história,
Lula! Nós estamos num mato sem cachorro. Até o Nego, mandei matar, pois ele
quando falei do Aécio ele abanou o rabo. Ingrato!
- Ok, querida! Então
não iremos votar e pronto!
- Certo!
- Tchau, querida!
E assim a semana foi passando e passando, e no final da
festa realmente chegou a quarta-feira. Não foi a de cinzas. Eu não me repito.
Foi o Dia de Finados. Muito mais apropriado para o PT, entre os partidos,
aquele que teve mais baixas na guerra pelo voto. Para algum detalhe mais
sórdido leiam o nosso colaborador Zezinho (aqui)
para ver o tamanho do cadáver petista. Como dizia a Lucinha Peixoto (e até
ainda diz, pois é viva e buliçosa, mas desapareceu do convívio blogueiro): Cruzes! E foram muitas cruzes, diga-se
de passagem. Mas, não as fico contando. Vamos em frente.
Sem sombra de dúvida, o Renan foi a estrela da semana. E ele
não fez nada. Ficou só repetindo a piada de Lula: “Eu não sabia de nada!”, que ainda rende muito riso. E o que ouve de
engraçado nisto? Simples. Faz mais de 10 anos que querem pegar o Renan, e o
homem escorrega. Já tem mais de 10 inquéritos no STF e até agora, tudo parece,
segundo ele, que não passam de “coisas de
ouvi dizer” e que não levarão a nada. Olhem que o Lula só tem 3 e já
comprou passagem para Curitiba. E aí está a graça de tudo. No Brasil, só quem
prendeu político até agora, com raríssimas exceções, foi o sisudo juiz Moro,
que declarou esta semana que não quer ser político “nem que a vaca tussa”, e
ele sabe por que está dizendo isto. Todos já estão cientes que para se livrar
da prisão, o processo tem que ir para o STF, e este fica mais abarrotado. Tudo
culpa de um tal de “Foro Privilegiado”,
que dizem ser um elemento pernicioso danado. Imaginem que, se alguém o tem, ele
pode ter até 100 inquéritos e não acontece nada, pois o STF ainda não julgou o
processo para depor D. Pedro II em 1889.
Vocês acreditam que só nesta semana o STF decidiu que se um
“cara” se tornar réu não pode ser
Presidente da República? Bem, pelo menos foi isto que entendi, embasbacado com
o linguajar jurídico, acompanhando a sessão que tratou o tema. Eu estava sério
até quando todos disseram que “sim”,
e comecei a sorrir quando um dos ministro o Toffoli, só para participar desta
coluna semanal, pediu vistas do processo. A risada aumentou quando descobri o
significava isto. E quase morri de rir quando soube que ele queria era livrar o
Renan do risco de não ser presidente. E estrebuchei quando li ser este também o
desejo de Temer para evitar que o Renan se irrite e complique o processo da
chamada PEC do Teto. Mudei de canal para não morrer de rir, nem matar os meus
parcos leitores.
E falando na PEC do Teto, qualquer pessoa que queira
protestar contra qualquer coisa, neste país, está com a razão, pois, se alguém
reclama do pleito, ele diz logo: “Também
estou protestando contra a PEC do fim do mundo”. Temos hoje, milhares de
escolas invadidas, e quando algum pai reclama que os meninos querem estudar, os
ocupantes mostram logo os cartazes do “Fora
Temer” e “Abaixo a PEC do juízo final!”.
Ora, todos que não tem vínculo com o descalabro em que PT deixou nossa
economia, por tentar distribuir o que não se tem, à base de dívida, sabem que
esta PEC tem importância crucial no desmonte da farra. Ou seja, o que ela faz é
apenas dizer: Chegou a hora de aumentar todo ano o tamanho da feira. Vamos
comer o mesmo por 20 anos, e se aguentarmos podemos, mesmo antes disto, comer
um pouco mais. Agora o que temos de fazer, como qualquer responsável por um
orçamento curto, é discutir quem vai comer do bolo congelado. E quem decidirá
isto? E aí vem o motivo de riso, serão os nossos parlamentares, talvez os
mesmos que queriam comer um bolo 3 vezes, pelo menos na promessa. Se o juízo
final for organizar o lema que dizia: “Quem
não trabalha não come!”, breve todos teremos que trabalhar, pelo menos se
quiser ter força para o riso. E isto, não se alegrem, é só o começo. Vem aí a
reforma da previdência para não nos deixar brigar com nossos netos. Deus me
livre!
E para ser justo, como tento sempre ser, tenho que falar de
um show de Lula em Guararema, no interior de São Paulo exclusivo para membro do
MST. Ou seja, baixou o nível, mas, não o humor. Começou dizendo: “Não sei se tudo o que está acontecendo hoje
no Brasil é determinado aqui dentro do Brasil”. Eu pensei logo que ele iria
cair em si e condenar o Maduro, mas, que nada! O homem ainda é um dos maiores
humoristas do país. Continuando disse: “Confesso a vocês que eu não sou muito de
acreditar na teoria da conspiracão, mas ela existe. E tem muita coisa estranha
acontecendo…”. Quando eu esperei que ele dissesse que ouve uma conspiração
da torcida do Coríntians para tirar o título do Palmeiras, ele disse que estava
convencido que é de Washington que está partindo toda conspiração para impichar
a Dilma e agora para tentar desmoralizá-lo.
“Eu acho que tem muita
coisa que tá acontecendo e, na minha opinião, não é da cabeça do Michel Temer,
não é da cabeça do Eduardo Cunha, eu acho que tem muito mais nêgo se metendo.”
Se ele queria se referir a Obama não estou certo, mas a plateia que o ouvia
ficou em transe. Então depois de declamar diálogos com Obama, falar do Chávez e
do seu passarinho, mesmo não dizendo que ele era filho do Louro José, atacou,
se refindo aos 3 processos que até agora tem nas costas, para não demonstrar
nenhuma inveja do Renan que tem mais: “Quero dizer pra vocês que o menor caso nesse
país é o meu. Tenho dito pras pessoas: não se preocupem com o meu caso. Eu
tenho casco de tartaruga, já tenho 71 anos de vida. A gente tem que se
preocupar muito é com o que eles vão começar a fazer com o movimento social,
porque se a moda pega…”. E foi neste momento que se viu um alarido dos
ouvintes, gritando em voz alta: “Lula não
é a Bruxa do 71”. Eu não entendi nada porque pensava que era a Dilma.
E não posso terminar esta coluna semanal sem fazer uns
poucos comentários sobre a comédia das eleições americanas. Agora, as pesquisas
estão dando empate entre Hillary e Trump. No entanto, dizem, que com as
complicações das regras daquelas eleições nada está certo ainda, mesmo para um
dos 2. Pode ser um terceiro. Eu fico pensando é se tem ainda alguém da família
Corleoni no páreo. Ganharia fácil. Veremos na próxima semana, que promete pela
importância dos Estados Unidos no mundo. Já disseram que quando os Estados
Unidos espirram, o mundo todo pode gripar, imaginem se o país der uma obrada.
Não há lenço que tape o nariz da terra. Até a próxima então!
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