Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho
Li e reli! Palavra por palavra meditando o que Clarisse fala no seu poema - Eu rifei o meu coração. Sentada, talvez na leveza da noite estrelada no banco da praça denominada Praça Maciel Pinheiro, em frente ao casario, sua morada, onde a fonte jorrava água límpida molhando as flores ao seu redor trazendo o brilho das estrelas no firmamento e a lua encantadora no céu a expiar, ela se expirou e rifou o seu coração ali naquele lugar. A Praça apresentava um grande chafariz, bonitos lampiões antigos que iluminavam todo o ambiente, muitos bancos de madeira, e o seu jardim era todo cercado por grades de ferro. Apesar de pequena, tal logradouro possui um precioso troféu: sua bela fonte de pedra contendo leões, máscaras, ninfas e uma índia. De sua base, foi construído um tanque redondo em cima dele, quatro imponentes leões jazem sentados olhando os transeuntes - como que guardando serenos, os pontos cardeais. Sobre as cabeças desses animais é erguida a primeira bacia d'água circular da fonte. Do centro dessa bacia, em pé, podem ser apreciadas quatro ninfas seminuas, bem semelhantes à Vênus de Milo. Um pouco acima de suas cabeças, brotando da coluna central, jaz a segunda bacia circular da fonte, observam-se três máscaras de pedra, esculpidas sobre a coluna central, de cujas bocas abertas emanam as águas que alimentam o tanque redondo, após escorrer pelas três bacias. Via tudo ali sentada com uma maquina de escrever no colo, observava e dizia – “Minha força esta na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou escrava da noite” O coração da poetisa que vive a sonhar pelo mundo encantado e de sonhos. O seu pensamento naquela noite estava longe de si mesma, sonhava com os corações apaixonados e talvez por aquele coração cheio de rancor e raiva. Era o coração que ela ali naquele luar se expirava. O poema é uma discrição com coração que reage a intempérie da vida. É um desabafo da poetisa, que provavelmente sofreu alguma desilusão na sua vida. Relato com avidez o que este órgão faz parte do corpo humano, começando a pensar e gravar o que transcrevia para o papel – coração a moda antiga que retrata toda fonte de vida, pois vislumbra um coração amargurado, odioso, que briga que procura relações, causam, paixões, desequilibrado emocionalmente, de sorrisos tão largos, impulsivo, abestado, que arranca lagrimas, com coração incoerente, que quando deixar de bater” O Senhor onde conferir” eu fiz tudo certo dialogando com São Pedro, as bobagens, recusa em envelhecer, órgão fiel ao seu usado amigo do peito, caçador de aventuras, cego e mudo, cheio de defeitos ou simples coração humano e finalmente “um velho coração que convence seu usuário, a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta, se referida a ela própria Clarisse. Rifa-se um coração ou troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Acrescenta, rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Acrescenta, ainda, oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree, um simples coração humano. Como se observa este coração surpreende todas as pessoas que leem e medida, pois, não deixa nada sua poesia narrativa de um coração apenado. Todos nós sofremos e temos uma pouca da coisa que nos mostra a vida. O nosso coração é cheio destas alegações posta na poesia. Porém eu já rifei o meu coração e você?
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