Por Zé Carlos
Mais uma vez, tenho que começar pelo final da semana que passou.
Afinal de contas não é todo dia que morre um dos maiores humoristas do mundo.
Ele encantou plateias com suas piadas impagáveis e influenciou humoristas do
Brasil como o Lula, Dilma nossos já antigos colaboradores, além de outros que
despontam no horizonte do humor. Que Deus ou o diabo o tenha, sem fazer nenhum
juízo de valor, a não ser pelos seus dotes humorísticos. Vá em paz Fidel
Castro.
A morte do Fidel foi anunciada no último sábado com a mentira de que
ele morreu na sexta-feira. Eu acredito que ele já estava morto há muito tempo,
embalsamado para que os cubanos não se revoltassem com o evento. Mas, não deixa
de ser mais uma nota do seu fino humor ele ter morrido numa “Black Friday”, criação americana para
vender mais dos seus famosos charutos. Ou seja, quem é rei nunca perde a
majestade.
Suas famosos piadas sobre a liberdade do povo cubano, quando passava
fome, são imperdíveis. E os ditadores da América Latina, todos, foram
extremamente influenciados pelo seu humor sibilino. E não por acaso, o Lula era uma visita constante em Cuba depois
que o Zé Dirceu contou a ele suas delícias. O Zé, que hoje deve estar chorando,
como todos sabem, foi o mentor do Lula, com a ideia fidelina de que se
transformarmos o mundo numa briga de “nós”
contra “eles”, dizendo que nós somos
os mocinhos da história, o povo não resiste e nos coloca no poder. E vejam que
isto durou até chegarem os juízes sisudos, como Joaquim Barbosa, Sérgio Moro e
outros para se colocarem entre o “nós”
e o “eles”, como ainda vemos na cena
hilariante nacional.
E seria impossível numa semana como esta e sendo a coluna totalmente destinada
ao riso não aproveitar um pouco do humor que proporcionou o Fidel ao mundo. Uns
poucos casos para lembrar com saudade:
Fidel Castro morreu, e seu
velório ocorre tranquilamente nas dependências do Buena Vista Social Club, com
entrada restrita apenas para os agentes especiais de la Revolución, antes de
ser cremado e viajar por aquele país. Lindinho, um político brasileiro que se
fez presente, queria entrar de qualquer maneira, para dar um adeus digno para
aquele que, ele tanto admirou .
Dizem que Lindinho observou o
comportamento dos que conseguiam entrar. Todos davam uma coçada na barba e
diziam:
- Agente especial de Fidel
Castro!
Então Lindinho resolveu dar uma
de João-sem-braço, foi até o guarda-barbudo-fumando-charuto o e se identificou:
- Agente especial de Fidel
Castro!
- Peraí cabrón! Mas tu não tens
barba!
Lindinho não titubeou, baixou
ligeiramente as calças, exibiu os pelos pubianos, coçou-os e completou:
- Agente secreto! Cabrón!
E conta-se que antes de sua morte de verdade há uns 10 anos atrás
passou-se a seguinte cena:
Fidel Castro é levado para o
hospital em estado grave. Depois de examiná-lo, o médico informa aos que o
acompanham:
- Infelizmente, não temos
esperanças.
Raúl Castro, irmão do
comandante, pergunta ansioso:
- Doutor, então ele morrerá
rapidamente?
- Não. Ele sobreviverá.
E agora, só para concluir esta homenagem, porque temos que passar para
o humor semanal nacional, que não é pouco, só mais esta:
Fidel está fazendo um de seus
famosos discursos:
- E a partir de agora teremos de
fazer mais sacrifícios!
- Trabalharemos o dobro! - diz
alguém na multidão.
- E teremos de entender que
haverá menos alimentos!
- Trabalharemos o triplo! - diz
a mesma voz.
- E as dificuldades vão
aumentar! - continua Fidel.
- Trabalharemos o quádruplo!
Aí o Fidel pergunta ao chefe de
segurança:
- Quem é esse sujeito que vai
trabalhar tanto?
- O coveiro, meu comandante.
Bem, para os que continuam vivos, aqui no Brasil, a semana foi
acachapante em termos de piadas, risos e hilariâncias com shows de numerosos
poderes da república. Foram tantos que, se não fosse a morte do Fidel, ainda
não teríamos começado esta coluna pela dificuldade em escolher uma delas.
Comecemos então com o que posso chamar do show do Geddel, que rima com Torre de Babel, mas é absolutamente compreensível.
Afinal de contas foi um show baiano com todos os ingredientes de macumba,
acarajé e vatapá. Como todos sabem o Geddel era uma espécie de bedel (mais uma
rima que não foi a solução) do governo Temer e resolveu, se valendo do cargo mostrar
a carteirinha do “você sabe com quem está
falando” ao Ministro da Cultura, o Caleros Juruna (nome dado a ele por
repetir o gesto do cacique Juruna que andava com um gravador quando falava com
os caras-pálidas) e dizendo que ou ele faria aparecer um apartamento no 23°
andar de um prédio que só tinha 13 andares, ou ele falaria com o chefe, no
caso, Temer. O Caleros Juruna, respaldado pelas gravações que vinha fazendo,
botou a boca no mundo dizendo que não era pai-de-santo, muito menos baiano para
fazer aparecer andares no prédio, que teriam sido surripiados pelo IPHAN,
aquele órgão que tenta fazer com que o patrimônio histórico e artístico
nacional não seja enterrado por político matreiro, nem sempre conseguindo
porque por lá pululam polítcos, finalmente, pediu o boné ao Temer e foi embora.
E vejam, meus parcos leitores, a genialidade humorística do nosso
presidente Temer. No meio do show do Caleros, ele ficou impassível, não deu um
riso sequer e nem balançou um músculo na face. Penso que até a Marcela estava
preocupada. Então, a plateia que já se esbaldava de rir com as peripécias jurunescas,
começou a reclamar em todos os lugares. No Congresso eu vi gente até pedindo
seu impeachment porque ele parecia catatônico, e como vocês sabem, ninguém
aguenta um humorista catatônico. Então veio o melhor do show. O Temer bateu o
pé e abriu a boca para acalmar os ânimos nos bastidores. Não se sabe se é
verdade ou não quando contam que o Geddel e o Caleros já estavam no octógono prontos
para a luta quando Temer interferiu na briga e disse: “Geddel tire o sumô e vista a luva de box, a briga é de MMA”. Ao
Geddel que nunca tinha entrado num octógono e sim em muitos terreiros baianos
só restou ir embora agradecendo ao Temer, enquanto Caleros também foi embora
sem lenço e sem documentos, nada nos bolsos ou na mão, além das gravações. O
que elas dizem espera-se para o show desta semana. Até que enfim o Juruna volta
à história nacional.
Em virtude deste imbróglio baiano, assistiu-se a algo inusitado. Uma entrevista coletiva de um presidente da república no domingo, que era dia de missa, lá em Bom Conselho. Pois é, caros leitores tivemos um show de humor na mesma hora que o Padre Alfredo começava a celebrar a santa missa na nossa Igreja Matriz. O Temer se viu acuado pela repercussão da briga entre o Geddel e o Juruna e se apresentou ao vivo e em cores na TV, junto o Renan, e Rodrigo Maia. Só faltou mesmo a Carmem Lúcia para termos o show perfeito da República. A maior piada foi do Temer que disse mais ou menos que "a República unida, jamais será vencida", ao declarar seu acordo com os presidentes do Legislativo para que o Caixa 2 (ver abaixo para detalhes) nunca seria anistiado, como queriam alguns deputados. Se eu fosse dar um nome artístico a este show eu escolheria: "Todos contra o Juruna!", pela irritação do Temer em ser um presidente gravado. Imagine a irritação de nossa musa, a Dilma, quando o Sérgio Moro gravou o papo dela com o Lula. No entanto, neste caso a culpa não foi do Juruna mas do Bessias. Mas, vamos a outros fatos semanais.
Em virtude deste imbróglio baiano, assistiu-se a algo inusitado. Uma entrevista coletiva de um presidente da república no domingo, que era dia de missa, lá em Bom Conselho. Pois é, caros leitores tivemos um show de humor na mesma hora que o Padre Alfredo começava a celebrar a santa missa na nossa Igreja Matriz. O Temer se viu acuado pela repercussão da briga entre o Geddel e o Juruna e se apresentou ao vivo e em cores na TV, junto o Renan, e Rodrigo Maia. Só faltou mesmo a Carmem Lúcia para termos o show perfeito da República. A maior piada foi do Temer que disse mais ou menos que "a República unida, jamais será vencida", ao declarar seu acordo com os presidentes do Legislativo para que o Caixa 2 (ver abaixo para detalhes) nunca seria anistiado, como queriam alguns deputados. Se eu fosse dar um nome artístico a este show eu escolheria: "Todos contra o Juruna!", pela irritação do Temer em ser um presidente gravado. Imagine a irritação de nossa musa, a Dilma, quando o Sérgio Moro gravou o papo dela com o Lula. No entanto, neste caso a culpa não foi do Juruna mas do Bessias. Mas, vamos a outros fatos semanais.
Quem brilhou também, já sendo um forte candidato para ser
funcionário em tempo integral e dedicação exclusiva nesta coluna quando deixar
a presidência do Senado, foi o Renan. Sim aquele que tem 12 inquéritos na
justiça, alguns já tão velhos que remontam ao tempo do Cabral (que estranho,
hoje quando se fala em Cabral, perguntamos logo: O com barba ou o sem barba?),
quando descobriu o Brasil. Ele, como sempre cioso dos seus deveres de cidadão,
resolveu, assim, inesperadamente, ressuscitar um projeto de lei que fala do abuso de autoridade. O ápice do seu show
é quando a plateia pergunta: “Por que
agora?”, e ele responde pausada e eloquentemente: “Por que meus pares parlamentares estão na mira para serem abusados!”.
“Por quem? retruca a plateia!”. Então
ele responde, levando o povo ao delírio hilariante: “Não sei, só sei que foi assim!”. O Chicó era alagoano ou baiano?
Não, não vou ressuscitar o Ariano Suassuna para perguntar.
Noutra casa do Congresso se discute se o Caixa 2, sim aquele que o
Lula disse um dia que todo mundo político carregava debaixo do braço e que a
Carmem Lúcia se enfezou com o tamanho da caixa, e deu no mensalão. Agora os
deputados querem dar razão a ela dizendo que o Caixa 2 é crime. E vejam
senhores porque não só o Chicó, mas também o João Grilo estão sempre presentes no
nosso mundo do humor. Descobriu-se que se disserem agora que o Caixa 2 é crime,
é porque antes não era e portanto, todo o trabalho da Lava Jato vai por água
abaixo, pois os condenados mesmo cometendo um crime, ele só existia fora do
papel, e como vocês sabem, crime que se não está no papel não é crime, no
Estado de Direito, e só é crime, então no Estado do Torto, onde vigoram a moral
e os bons costumes, que estão mais em falta do que papel higiênico na terra do
Maduro. E durma-se com uma bronca dessas, como deve ter dito o sisudo Sérgio
Moro, depois de fazer um esforço danado para enquadrar o Lula.
Falando em Lula, nosso colaborador habitual, ele, em um show no
Sumaré, no interior de São Paulo, por onde ele anda espalhando o riso e a
alegria, pois na capital ninguém rir mais dele, preferindo o Alckmin e o Serra,
disse:
“Em 1978 eu prometi à Marisa que
ia largar o sindicato e cuidar dela e dos meus filhos. Eu não pude cuidar da
educação dos meus filhos, do boletim dos meus filhos. Eu achei que fosse parar
quando eu saí da Presidência. Mas tem uma coisa que me coça. Quando eu quero
parar, eles ficam me provocando, me atiçando”.
Vejam a pandeguice do cara! Ele diz que não pôde cuidar da educação
dos filhos dele. Quando se sabe que o Lulinha, seu filho mais velho, hoje é
milionário e só não é mais rico do que o pai, a plateia rir e quando descobre o
que ele quer coçar, lembra da piada que mostrei do Fidel lá em cima, espera ele
baixar a calça, pensando que ele é um agente secreto, mas, explode de riso
quando ele cofia a barba e diz: “Agente
especial de Fidel Castro!”. E pensam que a plateia descansa? Que nada!
Continuam provocando-o e atiçando-o, porque sabem que se fizerem isto vão rir
mais ainda. Nele o humor abunda. É uma pena que um stand-up do Lula que estava prometido para ontem na Avenida Paulista, junto com o Mujica, ex-presidente do Uruguai, talvez exista mas sem a presença dos dois. O Mujica, provavelmente o fusca quebrou quando vinha do Uruguai e o Lula, até agora ninguém sabe. Será que algum empresário da Odebrecht disponibilizou um jatinho para ele ir acompanhar as cinzas do Fidel em Cuba. A conferir!
E pensei que já havia concluído minha tentativa de homicídio com os
meus 12 e meio leitores matando-os de rir, quando descobri que tudo no Brasil
agora é “do fim do mundo”. Vejam que
a PEC do Fim do Mundo, será votada na próxima semana. Então rezai e orai, como
dizia o Antônio Conselheiro, porque o fim está próximo. E com ênfase
admoestativa em prol das crenças, dizem que a Odebrecht, sim, aquela empresa
que governou o Brasil por anos seguidos, propinando seus políticos, vai fazer a
“delação do fim do mundo”. Dizem que
são tantos os delatores que a fila chega aos 200 quilômetros, e o montante de
papel, se empilhado daria para espanar a lua. E como a delação é premiada, se
ao comprar seu presente de natal ou mesmo da Black Friday e disseram que não há
mais papel de presente, acredite, é porque a Operação Lava Jato comprou tudo.
Ainda bem que está faltando papel de presente, imaginem se chegarmos à situação
da Venezuela, onde o papel que falta é outro. Só rindo mesmo!
Ainda internacionalizando o riso, o grande motivo para rir é pensar
como ficarão os americanos depois que Obama resolveu se aproximar de Cuba, talvez
porque gostasse da barba do Fidel, e agora depois de sua morte, contarão com o
Trump que quer raspá-la e entrega-la de presente a Putin. Eu não acredito que o
Obama vai atrás das cinzas de Fidel enquanto elas desfilam pelo país. Mas, que
seria engraçado, isto seria, uma disputa com o Putin para ver quem ficaria com
mais cinzas. A conferir!
E, para finalizar esta acachapante semana, quem deu um show, pegando
carona na demissão show do Geddel foi o FHC. Ele disse, em relação ao governo
de Temer:
“Diante das circunstâncias
brasileiras, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio.
Isso é uma ponte, pode ser uma ponte frágil, uma pinguela, mas é o que se tem.”
Pois é, tal qual todo indivíduo de Bom Conselho de Papacaça, como eu,
que aprendeu o que era passar pelas pinguelas do Papacacinha, fico preocupado
nesta travessia. Que não se encham muito de pecados, os políticos. A pinguela
não vai aguentar. Sim, antes que me vá tenho que dizer o que disse o Juruna com todas suas gravações, ontem no Fantástico da Rede Globo: "As gravações com o Temer foram protocolares". É, não se fazem Jurunas com antigamente.
E até a próxima semana, esperando que a pinguela não tenha caído ainda.
E até a próxima semana, esperando que a pinguela não tenha caído ainda.
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