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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A semana - Fidel morreu, Temer balança na pinguela, Geddel caiu e o Juruna ressuscita...




Por Zé Carlos

Mais uma vez, tenho que começar pelo final da semana que passou. Afinal de contas não é todo dia que morre um dos maiores humoristas do mundo. Ele encantou plateias com suas piadas impagáveis e influenciou humoristas do Brasil como o Lula, Dilma nossos já antigos colaboradores, além de outros que despontam no horizonte do humor. Que Deus ou o diabo o tenha, sem fazer nenhum juízo de valor, a não ser pelos seus dotes humorísticos. Vá em paz Fidel Castro.

A morte do Fidel foi anunciada no último sábado com a mentira de que ele morreu na sexta-feira. Eu acredito que ele já estava morto há muito tempo, embalsamado para que os cubanos não se revoltassem com o evento. Mas, não deixa de ser mais uma nota do seu fino humor ele ter morrido numa “Black Friday”, criação americana para vender mais dos seus famosos charutos. Ou seja, quem é rei nunca perde a majestade.

Suas famosos piadas sobre a liberdade do povo cubano, quando passava fome, são imperdíveis. E os ditadores da América Latina, todos, foram extremamente influenciados pelo seu humor sibilino. E não por acaso,  o Lula era uma visita constante em Cuba depois que o Zé Dirceu contou a ele suas delícias. O Zé, que hoje deve estar chorando, como todos sabem, foi o mentor do Lula, com a ideia fidelina de que se transformarmos o mundo numa briga de “nós” contra “eles”, dizendo que nós somos os mocinhos da história, o povo não resiste e nos coloca no poder. E vejam que isto durou até chegarem os juízes sisudos, como Joaquim Barbosa, Sérgio Moro e outros para se colocarem entre o “nós” e o “eles”, como ainda vemos na cena hilariante nacional.

E seria impossível numa semana como esta e sendo a coluna totalmente destinada ao riso não aproveitar um pouco do humor que proporcionou o Fidel ao mundo. Uns poucos casos para lembrar com saudade:

Fidel Castro morreu, e seu velório ocorre tranquilamente nas dependências do Buena Vista Social Club, com entrada restrita apenas para os agentes especiais de la Revolución, antes de ser cremado e viajar por aquele país. Lindinho, um político brasileiro que se fez presente, queria entrar de qualquer maneira, para dar um adeus digno para aquele que, ele tanto admirou .

Dizem que Lindinho observou o comportamento dos que conseguiam entrar. Todos davam uma coçada na barba e diziam:

- Agente especial de Fidel Castro!

Então Lindinho resolveu dar uma de João-sem-braço, foi até o guarda-barbudo-fumando-charuto o e se identificou:

- Agente especial de Fidel Castro!

- Peraí cabrón! Mas tu não tens barba!

Lindinho não titubeou, baixou ligeiramente as calças, exibiu os pelos pubianos, coçou-os e completou:

- Agente secreto! Cabrón!

E conta-se que antes de sua morte de verdade há uns 10 anos atrás passou-se a seguinte cena:

Fidel Castro é levado para o hospital em estado grave. Depois de examiná-lo, o médico informa aos que o acompanham:

- Infelizmente, não temos esperanças.

Raúl Castro, irmão do comandante, pergunta ansioso:

- Doutor, então ele morrerá rapidamente?

- Não. Ele sobreviverá.

E agora, só para concluir esta homenagem, porque temos que passar para o humor semanal nacional, que não é pouco, só mais esta:

Fidel está fazendo um de seus famosos discursos:

- E a partir de agora teremos de fazer mais sacrifícios!

- Trabalharemos o dobro! - diz alguém na multidão.

- E teremos de entender que haverá menos alimentos!

- Trabalharemos o triplo! - diz a mesma voz.

- E as dificuldades vão aumentar! - continua Fidel.

- Trabalharemos o quádruplo!

Aí o Fidel pergunta ao chefe de segurança:

- Quem é esse sujeito que vai trabalhar tanto?

- O coveiro, meu comandante.

Bem, para os que continuam vivos, aqui no Brasil, a semana foi acachapante em termos de piadas, risos e hilariâncias com shows de numerosos poderes da república. Foram tantos que, se não fosse a morte do Fidel, ainda não teríamos começado esta coluna pela dificuldade em escolher uma delas.

Comecemos então com o que posso chamar do show do Geddel, que rima com Torre de Babel, mas é absolutamente compreensível. Afinal de contas foi um show baiano com todos os ingredientes de macumba, acarajé e vatapá. Como todos sabem o Geddel era uma espécie de bedel (mais uma rima que não foi a solução) do governo Temer e resolveu, se valendo do cargo mostrar a carteirinha do “você sabe com quem está falando” ao Ministro da Cultura, o Caleros Juruna (nome dado a ele por repetir o gesto do cacique Juruna que andava com um gravador quando falava com os caras-pálidas) e dizendo que ou ele faria aparecer um apartamento no 23° andar de um prédio que só tinha 13 andares, ou ele falaria com o chefe, no caso, Temer. O Caleros Juruna, respaldado pelas gravações que vinha fazendo, botou a boca no mundo dizendo que não era pai-de-santo, muito menos baiano para fazer aparecer andares no prédio, que teriam sido surripiados pelo IPHAN, aquele órgão que tenta fazer com que o patrimônio histórico e artístico nacional não seja enterrado por político matreiro, nem sempre conseguindo porque por lá pululam polítcos, finalmente, pediu o boné ao Temer e foi embora.

E vejam, meus parcos leitores, a genialidade humorística do nosso presidente Temer. No meio do show do Caleros, ele ficou impassível, não deu um riso sequer e nem balançou um músculo na face. Penso que até a Marcela estava preocupada. Então, a plateia que já se esbaldava de rir com as peripécias jurunescas, começou a reclamar em todos os lugares. No Congresso eu vi gente até pedindo seu impeachment porque ele parecia catatônico, e como vocês sabem, ninguém aguenta um humorista catatônico. Então veio o melhor do show. O Temer bateu o pé e abriu a boca para acalmar os ânimos nos bastidores. Não se sabe se é verdade ou não quando contam que o Geddel e o Caleros já estavam no octógono prontos para a luta quando Temer interferiu na briga e disse: “Geddel tire o sumô e vista a luva de box, a briga é de MMA”. Ao Geddel que nunca tinha entrado num octógono e sim em muitos terreiros baianos só restou ir embora agradecendo ao Temer, enquanto Caleros também foi embora sem lenço e sem documentos, nada nos bolsos ou na mão, além das gravações. O que elas dizem espera-se para o show desta semana. Até que enfim o Juruna volta à história nacional.

Em virtude deste imbróglio baiano, assistiu-se a algo inusitado. Uma entrevista coletiva de um presidente da república no domingo, que era dia de missa, lá em Bom Conselho. Pois é, caros leitores tivemos um show de humor na mesma hora que o Padre Alfredo começava a celebrar a santa missa na nossa Igreja Matriz. O Temer se viu acuado pela repercussão da briga entre o Geddel e o Juruna e se apresentou ao vivo e em cores na TV, junto o Renan, e Rodrigo Maia. Só faltou mesmo a Carmem Lúcia para termos o show perfeito da República. A maior piada foi do Temer que disse mais ou menos  que "a República unida, jamais será vencida", ao declarar seu acordo com os presidentes do Legislativo para que o Caixa 2 (ver abaixo para detalhes) nunca seria anistiado, como queriam alguns deputados. Se eu fosse dar um nome artístico a este show eu escolheria: "Todos contra o Juruna!", pela irritação do Temer em ser um presidente gravado. Imagine a irritação de nossa musa, a Dilma, quando o Sérgio Moro gravou o papo dela com o Lula. No entanto, neste caso a culpa não foi do Juruna mas do Bessias. Mas, vamos a outros fatos semanais.

Quem brilhou também, já sendo um forte candidato para ser funcionário em tempo integral e dedicação exclusiva nesta coluna quando deixar a presidência do Senado, foi o Renan. Sim aquele que tem 12 inquéritos na justiça, alguns já tão velhos que remontam ao tempo do Cabral (que estranho, hoje quando se fala em Cabral, perguntamos logo: O com barba ou o sem barba?), quando descobriu o Brasil. Ele, como sempre cioso dos seus deveres de cidadão, resolveu, assim, inesperadamente, ressuscitar um projeto de lei que fala do abuso de autoridade. O ápice do seu show é quando a plateia pergunta: “Por que agora?”, e ele responde pausada e eloquentemente: “Por que meus pares parlamentares estão na mira para serem abusados!”. “Por quem? retruca a plateia!”. Então ele responde, levando o povo ao delírio hilariante: “Não sei, só sei que foi assim!”. O Chicó era alagoano ou baiano? Não, não vou ressuscitar o Ariano Suassuna para perguntar.

Noutra casa do Congresso se discute se o Caixa 2, sim aquele que o Lula disse um dia que todo mundo político carregava debaixo do braço e que a Carmem Lúcia se enfezou com o tamanho da caixa, e deu no mensalão. Agora os deputados querem dar razão a ela dizendo que o Caixa 2 é crime. E vejam senhores porque não só o Chicó, mas também o João Grilo estão sempre presentes no nosso mundo do humor. Descobriu-se que se disserem agora que o Caixa 2 é crime, é porque antes não era e portanto, todo o trabalho da Lava Jato vai por água abaixo, pois os condenados mesmo cometendo um crime, ele só existia fora do papel, e como vocês sabem, crime que se não está no papel não é crime, no Estado de Direito, e só é crime, então no Estado do Torto, onde vigoram a moral e os bons costumes, que estão mais em falta do que papel higiênico na terra do Maduro. E durma-se com uma bronca dessas, como deve ter dito o sisudo Sérgio Moro, depois de fazer um esforço danado para enquadrar o Lula.

Falando em Lula, nosso colaborador habitual, ele, em um show no Sumaré, no interior de São Paulo, por onde ele anda espalhando o riso e a alegria, pois na capital ninguém rir mais dele, preferindo o Alckmin e o Serra, disse:

“Em 1978 eu prometi à Marisa que ia largar o sindicato e cuidar dela e dos meus filhos. Eu não pude cuidar da educação dos meus filhos, do boletim dos meus filhos. Eu achei que fosse parar quando eu saí da Presidência. Mas tem uma coisa que me coça. Quando eu quero parar, eles ficam me provocando, me atiçando”.

Vejam a pandeguice do cara! Ele diz que não pôde cuidar da educação dos filhos dele. Quando se sabe que o Lulinha, seu filho mais velho, hoje é milionário e só não é mais rico do que o pai, a plateia rir e quando descobre o que ele quer coçar, lembra da piada que mostrei do Fidel lá em cima, espera ele baixar a calça, pensando que ele é um agente secreto, mas, explode de riso quando ele cofia a barba e diz: “Agente especial de Fidel Castro!”. E pensam que a plateia descansa? Que nada! Continuam provocando-o e atiçando-o, porque sabem que se fizerem isto vão rir mais ainda. Nele o humor abunda. É uma pena que um stand-up do Lula que estava prometido para ontem na Avenida Paulista, junto com o Mujica, ex-presidente do Uruguai, talvez exista mas sem a presença dos dois. O Mujica, provavelmente o fusca quebrou quando vinha do Uruguai e o Lula, até agora ninguém sabe. Será que algum empresário da Odebrecht disponibilizou um jatinho para ele ir acompanhar as cinzas do Fidel em Cuba. A conferir!

E pensei que já havia concluído minha tentativa de homicídio com os meus 12 e meio leitores matando-os de rir, quando descobri que tudo no Brasil agora é “do fim do mundo”. Vejam que a PEC do Fim do Mundo, será votada na próxima semana. Então rezai e orai, como dizia o Antônio Conselheiro, porque o fim está próximo. E com ênfase admoestativa em prol das crenças, dizem que a Odebrecht, sim, aquela empresa que governou o Brasil por anos seguidos, propinando seus políticos, vai fazer a “delação do fim do mundo”. Dizem que são tantos os delatores que a fila chega aos 200 quilômetros, e o montante de papel, se empilhado daria para espanar a lua. E como a delação é premiada, se ao comprar seu presente de natal ou mesmo da Black Friday e disseram que não há mais papel de presente, acredite, é porque a Operação Lava Jato comprou tudo. Ainda bem que está faltando papel de presente, imaginem se chegarmos à situação da Venezuela, onde o papel que falta é outro. Só rindo mesmo!

Ainda internacionalizando o riso, o grande motivo para rir é pensar como ficarão os americanos depois que Obama resolveu se aproximar de Cuba, talvez porque gostasse da barba do Fidel, e agora depois de sua morte, contarão com o Trump que quer raspá-la e entrega-la de presente a Putin. Eu não acredito que o Obama vai atrás das cinzas de Fidel enquanto elas desfilam pelo país. Mas, que seria engraçado, isto seria, uma disputa com o Putin para ver quem ficaria com mais cinzas. A conferir!

E, para finalizar esta acachapante semana, quem deu um show, pegando carona na demissão show do Geddel foi o FHC. Ele disse, em relação ao governo de Temer:

“Diante das circunstâncias brasileiras, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio. Isso é uma ponte, pode ser uma ponte frágil, uma pinguela, mas é o que se tem.”

Pois é, tal qual todo indivíduo de Bom Conselho de Papacaça, como eu, que aprendeu o que era passar pelas pinguelas do Papacacinha, fico preocupado nesta travessia. Que não se encham muito de pecados, os políticos. A pinguela não vai aguentar. Sim, antes que me vá tenho que dizer o que disse o Juruna com todas suas gravações, ontem no Fantástico da Rede Globo: "As gravações com o Temer foram protocolares". É, não se fazem Jurunas com antigamente.

E até a próxima semana, esperando que a pinguela não tenha caído ainda.

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