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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A semana - Do Mensalão ao Petrolão, estamos progredindo em corrupção




Por Zé Carlos

E a vida continua. Pelo menos a vida política, pois não sei até quando eu vou aguentar o Guia Eleitoral. Eu desligo a TV no horário deste guia, que não guia ninguém, com medo de morrer de embolia pela entrada de sujeira nos meus vasos linfáticos ligados ao riso. Vamos rir, mas, como dizia meu pai: Tudo de mais é veneno!

Foi uma semana que, se eu estivesse esperando novidades, até seu meio, estaria frustrado pois foi muito morna, em termos políticos. Tirando o tombo que o Lula levou num comício na Bahia, tudo se passou igualzinho como na semana passada. Dilma acusando o PSDB de Aécio, que acusa o PSB de Marina, que acusa o PT a velha política, que não acusa ninguém, pois todos dela se locupletam. Até sexta-feira tudo parecia passar em brancas nuvens, quando os furões da imprensa, furaram a Revista VEJA, que furou a Polícia Federal, que furou o Paulo Roberto Costa, que não queria furar ninguém, mas, com tanta gente a furá-lo, começou a furar também. Foi uma rima mas não uma explicação para o que a Veja trouxe de novidade, esquentando a semana, ao ponto que temos que rir obrigatoriamente para não chorar.

Meus senhores e senhoras, meus 6 leitores queridos, eu não me comprometo, caso vocês continuarem a ler estas mal traçadas linhas, com suas seguranças física e emocional. Mais uma vez a revista semanal me deixou atônito, ao mostrar as pessoas que estão envolvidas com as maracutaias na Petrobrás, antes a grande joia da coroa de todos os governos. Portanto se não tiverem com os seus check-ups em dia, parem por aqui.

Eu, pessoalmente, quando li lista de pessoas envolvidas fiquei me perguntando, por que eu não estava surpreso com ela. Sei que o que a revista publicou é apenas uma parte dos envolvidos no assalto aos cofres públicos, segundo ela. Se surpresa houve foi apenas a falta de algumas pessoas, que provavelmente virão em outras listas por aí, provavelmente o Maluf já por todos esperado pela sua expertise em malufar.

Antes de começar a rir para não chorar eu fixei minha atenção no baixo índice percentual das propinas envolvidas. Segundo a Veja, durante a delação premiada do Paulinho (como era chamado pelo o Lula o assessor delator premiadíssimo, que abriu a boca), as pessoas que se beneficiaram só recebiam 3% das verbas envolvidas, um percentual baixíssimo para o nível de corrupção no Brasil. Ou seja, o escândalo foi coisa de país civilizado. Dizem que na Dinamarca o percentual está na casa dos 0,000003%. Em países irmãos do Brasil, pelo menos na era Lula, como a Venezuela, chega a 20%, fácil, fácil. Como se vê ainda estamos bem na fita. Dizem as organizações encarregadas de estudar a corrupção no mundo que o Brasil é o 62° no ranking mundial. Ou seja temos solução ainda, mas, tenho certeza que com este caso da Petrobrás passaremos aos últimos do ranking. E para ser franco acho que nunca se corrompeu tanto em tão pouco tempo nos últimos 12 anos. Ainda bem não saímos do Mensalão, do qual resultou  prisões inéditas, já estamos em outra.

Mas, vida que segue. E vida política que é dureza, e é para seguir, porque precisamos dela. E eu só estou esperando nos novos debates, para ver como a Dilma e a Marina explicam o envolvimento dos seus aliados (vivos ou mortos) no esquema do Petrolão, como já está sendo chamado o novo escândalo da República. Porque as explicações que eu vi até agora só apenas me deram vontade de rir mais ainda para evitar o choro convulsivo. Marina disse que eram apenas “ilações” e a Dilma que era apenas “especulação”, enquanto a Polícia Federal diz que foi apenas “delação”. E revista Veja diz que “qualquer semelhança com o mensalão, não é mera coincidência”, tem tudo a ver. A única diferença é que as cifras usadas para corromper políticos gira em torno de bilhões de reais. O mensalão girava num montante mil vezes menor.

E como diz uma radialista aqui em Recife: “Durma-se com um bronca dessas!”. Eu penso que nem podemos dormir e nem chorar. Temos que rir e deixar para chorar depois das eleições se o povo votar, novamente, errado. E seria possível não rir muito quando ouvi ontem no Fantástico da Rede Globo de que os envolvidos disseram que são todos inocentes? Agora só falta ser eleito aquele para quem será cantado o coro: "Fulano, guerreiro do povo brasileiro!". Se pelo menos o Zé Dirceu estivesse envolvido seria o Fulano da vez. Estou apenas esperando que o PT escolha o Fulano, para cair na gargalhada.

E o filme do UOL, de que trata hoje? Da delação? Não. Infelizmente, parece não ter dado tempo para que seus produtores abordassem o tema que a Revista Veja trouxe e que, outra vez, faz a república tremer. Eles abordaram o debate do SBT, pela Folha de S. Paulo e pela rádio Jovem Pan, além do próprio UOL. Confesso que não vi todo o debate, porque errei de horário. Só vi o final, e foi o suficiente para constatar o  que seria motivo de riso. Mas, vendo o filme agora, vi que o Levy Fidelis é impagável. É o único candidato a presidente realmente profissional, e dizem que ele já tem carteira assinada e tudo pelo PRTB, cujo fundo partidário é de míseros 100.000 reais,  que não dá nem para pagar um salário compensador para tal grau de profissionalismo. Ele só poderia ser ultrapassado pelo Eymael que não sei porque não participou.

Ri mais com a Vera Verão que ficou danada com o recuo de Marina em relação ao casamento gay. Só faltou mesmo Ronaldo Caiado para perguntar à candidata quando ela iria comer um churrasco lá na Agronegócio S. A.. E pelos seus recuos o convite já foi aceito. E o Aécio coitado, agora já chamado de Seu Flor e suas duas mulheres, é que lucrou com o novo escândalo do século. Até agora ele não foi citado pelo Paulinho do Lula, e parece que mensalão mineiro, diante do Petrolão é um pingo de petróleo no pré-sal.

Em suma, tenho certeza que o Petrolão ainda renderá muito esta semana que entra, e a eleição se tornará cada vez mais emocionante. Façam check-up e não percam o próximo capítulo, muito choro e muito riso são esperados. Agora fiquem com o resumo do roteiros dos produtores do UOL e vejam o filme de hoje logo abaixo.

“Sete candidatos a presidente participaram na segunda-feira (1º) do debate eleitoral promovido pelo UOL, pelo SBT, pela Folha de S.Paulo e pela rádio Jovem Pan. Parece que os ares do SBT, onde o debate foi realizado, mexeram com os presidenciáveis. O candidato Levy Fidelix (PRTB) lembrou o personagem João Plenário, interpretado por Saulo Laranjeira em A Praça é Nossa.

As polêmicas da campanha durante a semana também remeteram a personagens e passagens do programa humorístico. O que Vera Verão (Jorge Lafond) diria do recuo da candidata Marina Silva (PSB) a respeito do casamento gay? Marina, aliás, foi muito apertada pelos adversários durante a semana. Parecia o Homem do Telefone, interpretado por Canarinho. Caindo nas pesquisas, Aécio Neves (PSDB) está parecendo o personagem Phipho (Rony Rios).”


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