Por Zezinho de Caetés
Este início de semana foi mais quente,
político/eleitoralmente, do que o normal. Logo na segunda feira, um debate e
uma entrevista. Vi os dois, por isso estou aqui sonolento, mas, satisfeito com
o que vi, embora, com algumas ressalvas. Vamos tentar mostrar tudo o que vimos,
levando em conta o meu viés de considerar o PT uma excrescência, como mostram
os fatos. E que, se Deus quiser, dará seu último suspiro em outubro.
Minha satisfação provêm do que hoje é uma expectativa
poderosa, de que a Dilma volte para o Sul e vá cuidar do seu netinho Gabriel,
que já foi usado até como massa de manobra eleitoral, assim como usou o
cachorro do Zé Dirceu, para mostrar que a “vovó”
é uma candidata digna do voto das mulheres deste país. E de onde vem esta
expectativa?
Se não fosse pela corrupção e bandalheira em quase todos os
setores do Estado, hoje totalmente aparelhado até para falsificar a Wikipédia, das
mentiras sobre a economia, da enganação dos pobres, seria pelo visual da
candidata no debate que mais parecia um pimentão vermelho, mostrando aquela
cara de desespero ao manusear os papéis. Ela realmente está perdendo o
controle. E a forma mal educada como tratou o Aécio, mostrou visivelmente seu
desequilíbrio. No mínimo ela teria, também, que trocar o cabeleiro, para
diminuir os tons de loiro.
Enquanto isto, a Marina desfilava confiança, montada nas
pesquisas que dizem que ela é a bola da vez. E neste curto debate, em relação
ao da Band, o que se viu foi uma contenda entre a Dilma e ela, mostrando que se
continuar assim, adeus Dilma, e que já vá tarde. Por outro lado, o Aécio foi
brilhante nos poucos instantes em que apareceu. Não deve ser subestimado, porque
representa uma grande parte da sociedade brasileira que não quer o PT, mas,
também não quer as incertezas que a Marina pode trazer, por ter pertencido a
este partido.
E vi também a entrevista da Marina ao Jornal da Globo. Os
entrevistadores não pegaram tão pesado quanto os do Jornal Nacional, mas, foram
bastante duros. E o que eu vi foi uma Marina fluente e segura nas respostas. É
óbvio que nem tudo foram flores, pois não gostei que quando a coisa aperta ela
recorra logo à Bíblia, embora eu seja cristão, mas, católico, que só ler a
Bíblia quando é citada nos livros do catecismo. Mas, não é por entrevista que
ela vai cair da onda.
Eu concordo com algo que o imortal Merval Pereira disse a
semana passada, de que deixar o Aécio perecer de forma bárbara nesta eleição,
não seria bom para nossa frágil democracia. Ou seja, seria um risco muito
grande deixar Marina navegar esta onda sozinha e, não tão lá na frente, ter um
acesso de petismo (que ainda está entranhado em sua cabeça, tronco e membros) e
voltarmos à estaca zero outra vez, tendo que aturar mais quatro anos de PT,
mesmo que com outra mulher.
Por isso mesmo, o texto que eu transcrevo hoje é do imortal,
como está no Blog do Noblat (02/09/2014), com o título de “Nova polarização”. Onde ele chega às mesmas conclusões que eu, de que
está difícil segurar a onda da Marina, a partir de Dilma, muito menos colocando
Aécio para escanteio. Ou seja, o melhor dos mundos para quem quer este Brasil
um pouco à direita, com valorização do indivíduo, diminuição da influência do
Estado, privatizações e outras importantes metas de um autêntico liberal, seria
um segundo turno entre Aécio e Marina, já que o Pastor Everaldo não tem muita
chance (e penso, depois dos debates nem muita capacidade).
Mas, fiquem com texto do Merval e meditem. Temos tempo até 5
de outubro para pensar muito, e, quem sabe dar um voto realmente útil para o
bem do Brasil.
“A candidata Marina Silva atravessa talvez o melhor momento de sua
campanha, apesar de ter passado a ser o alvo dos adversários. Acontece que é
muito difícil atacá-la por seus supostos defeitos, como tomar decisões com base
na religião, e ela pode prometer tudo, como qualquer candidato de oposição faz.
O fato de estar em ascensão nas pesquisas permite a Marina posar de vítima
quando lhe interessa, e partir para o ataque quando e como quiser.
A presidente Dilma bem que tentou mostrar que as promessas de Marina
não fecham as contas, mas para quem está à frente de um governo desastroso não
é tarefa banal ensinar como as coisas devem ser feitas. Quando tentou mostrar
que as promessas não cabiam no Orçamento do país, a presidente Dilma teve que
ouvir que o corte de desperdícios e a racionalização dos gastos públicos dariam
conta do recado.
A questão do petróleo, que poderia ser para Dilma o que foram as
privatizações para o presidente Lula na disputa pela reeleição em 2006, é de
difícil exploração desta vez, pois a situação caótica da empresa brasileira,
com perda de valor na Bolsa, diretores presos e várias acusações de corrupção,
não permite à presidente mostrar o erro da falta de prioridade que o programa
de Marina dá ao pré-sal.
Também o abuso do uso político do pré-sal e da autossuficiência
brasileira do petróleo, desmentida pela conta de importação, não permite a
Dilma reagir com o rigor que deveria merecer o assunto. Os especialistas
apontam que o programa da Marina tem nitidamente preconceito em relação ao
petróleo e gás natural, o que, para o consultor Adriano Pires, um dos
assessores do candidato do PSDB, é “uma visão míope e que poderá trazer grandes
prejuízos ao país”.
Marina até que corrigiu o rumo de seu discurso falando que o pré-sal
deverá ser usado para desenvolvimento de novas tecnologias, mas colocou de
lado, e a presidente Dilma não rebateu, os royalties para estados e municípios
e a geração de empregos. Não fica claro na proposta de Marina se teremos
continuidade nos leilões de petróleo, e sob que marco regulatório, mas o
governo petista também perdeu um tempo enorme sem realizar leilões de blocos de
petróleo.
Na realidade, diz Adriano Pires, o pré-sal é um bem necessário e
qualquer país gostaria de ter reservas de petróleo como as brasileiras. O
pré-sal e as fontes renováveis não são excludentes, mas nos governos petistas
caímos no erro de dar destaque absoluto ao petróleo, tudo pré-sal, inclusive
estimulando o uso de automóveis, dando subsídios às montadoras e controlando o
preço da gasolina para conter a inflação, o que foi criticado por Marina no
debate de ontem.
Mas se não for pressionada, podemos trocar de erro, dando prioridade
para as energias renováveis e execrando o petróleo e o gás natural. A
presidente Dilma ainda tentou vender a ideia de que investiu em alternativas
energéticas como a eólica, afirmando que somos hoje o segundo país do mundo
mais preparado para aproveitá-la, mas Marina nem deu bola.
O fato é que, como ressalta Adriano Pires, as energias renováveis não
terão condições de sozinhas garantirem a segurança energética do país. E até o
momento ninguém acusou Marina pela redução da capacidade das usinas
hidrelétricas, pelo fato de as novas serem a fio de água, sem os grandes
reservatórios que prejudicariam o meio ambiente, segundo critério imposto por
Marina quando no Ministério do Meio Ambiente.
Isso obriga necessariamente a construção de térmicas, já que eólicas e
solares são energias intermitentes. O segundo motivo pelo qual as energias
alternativas não podem ter prioridade hoje é preço. As fontes renováveis de
energia ainda são mais caras e, portanto, a sua entrada de maneira consistente
tem de ser feita através de programas que não penalizam o consumidor nem tirem
a competitividade da indústria, nem criem dificuldades e problemas na operação
do sistema elétrico.
Mas nada disso foi discutido nos debates até o momento, e tudo indica
que não será pois Marina paira acima dessas dúvidas técnicas, vendendo sonhos e
vontade de mudança. Justamente o que 80% dos eleitores querem. Ela polarizou o
debate com a presidente Dilma, como apontam as pesquisas, e deixou o candidato
do PSDB em segundo plano.”
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