Por Zezinho de Caetés
Começo a escrever na terça-feira (23/09/2014), e transcrevo
abaixo um texto ainda do último sábado (20/09/2014 de Ruy Fabiano no Blog do
Noblat) que tem um título estranho: “A
guerra dos companheiro”. Estranho
não porque fale em “companheiro”
pois ele indica que falará sobre o PT, e sim pelo erro de concordância ao falar
sobre a guerra que no partido para esconder o espólio do Paulinho, como meu
conterrâneo chamava o Paulo Roberto Costa, assessor da Petrobrás, hoje preso.
Depois eu entendi que ele também estava referindo-se ao baixo nível de
escolaridade do meu conterrâneo Lula, que tem mais de dez “companheiro” presos,
mas agradece todo dia a Deus por não estar com eles.
E comecei a ler o texto e gostaria que vocês, se tiverem sem
muito tempo, pulem este nariz de cera e vão logo ao texto do jornalista, pois
ele é um retrato fiel da situação em que se encontra o outrora partido dos “companheiro”. E agora com a
possibilidade de uma ex-companheira ser ungida como presidente da república, a
guerra é generalizada. O melhor retrato desta guerra sem quartel é o tal do “abraço à Petrobrás”, inventado para
justificar uma mentira de que a oposição está tentando destruir a empresa, quando
na realidade, quem mais a destruiu foi o governo petista, a tornando um feudo
político para, através do nosso dinheirinho, permanecer no poder.
Mas, o Lula, que aparece tão suado no “abraço” que é muito
difícil acreditar que ele tenha abandonado a Caninha 51, quer ainda mais. Ele
quer, além do poder, que todos os petistas fiquem ricos às nossas custas. Ou
seja, dar migalhas aos pobres e se apropriar da dinheirama da antes promissora
empresa Petrobrás. Pela primeira vez, desde Getúlio, um governo tem o poder de
proclamar que o PETRÓLEO É NOSSO, embora se refira apenas aos petistas e
correligionários. Na realidade chegamos à conclusão que o PETRÓLEO É DELES.
Eu sinto tanto quando vejo nossa gerenta presidenta
candidata, ao ser entrevistada, e ser inquirida diretamente sobre um criminoso
confesso, que está agora em processo de “delação
premiada”, dizer que ela, depois de quase 10 anos comandando a empresa não
sabia de suas peripécias pecuniárias com a nossa pecúnia, e que se soubesse o
teria colocado imediatamente para fora. Me engana que eu gosto. Imaginem esta
senhora mais 4 quatro anos no poder. Os palácios em que habita em Brasília, no
final de 2018, não terá mais um quadro na parede nem uma xícara para tomar
cafezinho pois serão surripiados pelos “companheiro”,
enquanto ela não sabe de nada, pois diz que é contra a corrupção mas é cega,
surda e muda para encontrá-la, nos setores por ela administrados.
E este meu sentimento, que me leva quase ás lágrimas,
poderia ser pior, se as pesquisas não estivessem dizendo que haverá um segundo
turno, e durante a curta campanha antes dele, com igualdade de tempo, seja quem
for o adversário, terá uma chance de desmascarar todas as falcatruas. Senão com
o auxílio dos órgãos fiscalizadores, já que a Dilma declarou na entrevista
acima citada que pertenciam ao seu governo (uma verdadeira falta de respeito à
lei e ao povo), que venha a ajuda da imprensa livre. O que virá nela no final
de semana?
Agora fiquem com o Ruy Fabiano, para melhor meditarem a
respeito do próximo 5 de outubro, e já esperando o dia 26, seja quem for o
adversário.
“O “abraço à Petrobras”, empreendido no início da semana pelo PT, na
sede da empresa, no Rio, faz lembrar o clássico ditado policial de que “o
criminoso sempre volta ao local do crime”.
Desta vez, não para avaliar os danos, como observador oculto, mas para
testar às escâncaras sua capacidade de virar o jogo. Em meio às mais cabeludas
denúncias, produzidas pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino, Paulo Roberto
Costa – que pontificou nos dois governos de Lula e na metade do de Dilma -, o
PT testou a tese de que a melhor defesa é o ataque. Falhou.
Em sua campanha, Dilma quer transformar as denúncias de assalto à
empresa – e a respectiva cobrança por investigações - em tentativa de
sabotagem, imputando, de quebra, a Marina Silva o sórdido objetivo de liquidar
o pré-sal. É o “pega ladrão!”, mas gritado pelo próprio ladrão. Já funcionou
antes.
O mais significativo no ato, porém, não foi ele em si, mas a escassa
presença de manifestantes. Lá estava a militância de sempre, acrescida do MST,
que dela sempre fez parte. Povo mesmo não se viu. A Polícia Militar registrou
cerca de 600 pessoas.
No passado recente, seriam milhares e milhares. Onde estão? Terá o PT
perdido musculatura onde há muito reinava? Aparentemente, sim. A candidatura de
Marina dividiu a esquerda e os chamados movimentos sociais. Não se sabe ainda
em que escala, mas não há dúvida de que houve quebra de unidade.
O que se assiste é uma guerra civil entre companheiros. Não é uma
guerra de ideias, mas por cargos, o que explica a fúria de quem se sente
ameaçado com o desemprego. É mais fácil, em política, absorver a derrota de uma
ideia que a perda de um cargo.
O sucesso do PT decorre de sua capacidade de mobilizar a sociedade, que
aparelhou com paciência e método desde os tempos em que era oposição. Ao
assumir o governo, consolidou esse domínio, por meio de ONGs, abastecidas com
dinheiro público.
Os diversos movimentos que hoje se apresentam como sendo o rosto da
sociedade civil – de gays, negros, feministas, ambientalistas, índios e
universitários – estão atrelados ao guarda-chuva da nave mãe, que é o PT.
Isso permitiu que o partido promovesse o impeachment de um presidente
da República, Fernando Collor, por razões que hoje, diante das dimensões do
Mensalão e do Petrolão, seriam risíveis.
Indignação depende de mobilização – e esta depende de verba. Antes de
chegar ao poder federal, o PT já mobilizava seus governos estaduais e
municipais para estabelecer sua engenharia social. A captação de recursos a
qualquer preço deixou alguns rastros de sangue, como as mortes dos prefeitos de
Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel, que o partido absorve
como acidentes de trabalho
Uma vez na Presidência da República, apossou-se não da sociedade real,
mas de sua tribuna, erigindo como seus porta-vozes entidades como o MST, MTST,
UNE e até a vetusta OAB. O universo das ONGs aparelhadas exerce o papel de
intermediadora de recursos. Quando o partido quer colocar seu bloco na rua,
aciona essa sofisticada e bem remunerada engrenagem e leva milhares aonde quer.
Foi o que ocorreu em Brasília, em fevereiro, quando o MST ocupou a Esplanada
dos Ministérios, feriu 30 PMs e viu sua baderna resultar numa audiência com a
presidente da República.
Reclama-se que a oposição não faz nada diante de tantos escândalos. Não
faz não porque não queira. Não dispõe dos instrumentos de militância, que não
se improvisam.
O fenômeno Marina decorre, entre outros fatores, de que ela provém do
mesmo ninho do PT, do qual é fundadora. Conhece a engrenagem e herdou parte
dela. Em torno das causas ambiental e indígena, de que se tornou ícone, há milhares
de ONGs que não temem sua eleição, já que não ameaça os espaços que ocupam.
Quanto a Aécio, padece da escassez de militância. Sua vitória depende
de maioria espontânea, não impossível, mas bem mais difícil de obter sem os
mecanismos de engenharia social que seu partido, como os que o antecederam no
poder, negligenciou.
O PT aparelhou Estado e sociedade civil – e agora recorre a esta para
não perder o domínio daquele. Perdeu musculatura, mas está longe de ter se
tornado anêmico. A ferocidade vai aumentar.”
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