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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Oremos irmãos, para que o Lula não volte...




Por Zezinho de Caetés

“Chávez nosso que estás no céu, na terra, no mar e em nós
Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu legado para ajudar pessoas de aqui e ali
Dê a nós a tua luz para nos guiar todos os dias
Não nos deixe cair na tentação do capitalismo, mas livra-nos do mal, da oligarquia, do crime de contrabando, porque a pátria, a paz e a vida são nossas
Por séculos e séculos, amém
Viva Chávez.”

Quem é cristão deve ter notado a semelhança do que lemos acima, que foi recitado em um teatro em Caracas, com a presença de Maduro, presidente da Venezuela, como a oração que marcou o encerramento – e o ponto alto – de um  evento governista, com a oração maior do cristianismo que é o Pai Nosso.

Esta semelhança não é casual nem coincidência e sim a transformação do Chávez em um deus, que apesar de ter os pés de barro, o povo venezuelano ainda cisma em adorar. Mas, o que tem a ver tal coisa com o momento eleitoral que estamos passando no Brasil? Ora, tudo e muito mais. Eu deveria ter até orgulho de ter um conterrâneo que se transformasse em deus, porque, mesmo brigados, talvez, ele não me deixasse ir para o inferno. Mas, o que sinto é medo. Dizem que sempre que o Chávez encontrava com o Lula, este, como sempre comunicativo perguntava:

- Quem é você, Chávez?!

E este, com sua cara um pouco gorda e um pouco cínica respondia:

- Eu sou você amanhã!

Este diálogo poderia ter se passado de verdade, e seria muito mais verdadeiro se a Dilma ganhasse estas eleições. O Lula teria não só seu quarto mandato consecutivo, como seria considerado um deus, e o Leonardo Boff, o Frei Beto e Edir Macedo, entoariam, em suas igrejas a oração:

“Lula nosso que estás no céu, na terra, no mar e em nós
Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu legado para ajudar pessoas de aqui e ali
Dê a nós a tua luz para nos guiar todos os dias
Não nos deixe cair na tentação do capitalismo, mas livra-nos do mal, da oligarquia, do crime de contrabando, porque a pátria, a paz e a vida são nossas,
Por séculos e séculos, amém
Viva Lula.”

Isto tudo acompanhado, como na Venezuela, pelos cubanos do Mais Médico e pelos bolsistas familiares, em atitude solene e reverente.

Dizem que o Edir Macedo já havia mandado modificar as bíblias do Templo de Salomão, incluindo a nova oração. No entanto, chegou a Marina, para atrapalhar com a nova política. E agora a coisa mudou de figura. Já estão chamando Lula até de gigolô do passado, dizendo-se que a do futuro é a Marina. Afinal de contas, Marina foi ministra de Lula. Exaltada por ele como administradora competente e uma política capaz e honesta. Por que não uma deusa? Mesmo que seja uma Nossa Senhora de Uma Maneira Geral, que é a santa protetora de Dilma, quando ela adota o figurino de não ateia.

Vejam o texto abaixo, do Ricardo Noblat, reproduzido na sessão Deu nos Blogs desta AGD, e que tem como título: “Lula, gigolô do passado”. Nele o jornalista mostra quão perdido está o meu conterrâneo, diante do fato de que, pela primeira vez, ele poderá ser desentronizado mesmo no primeiro turno das eleições. E aí não tem jeito, o velho PT está de volta, mesmo não contando com os que estão no xadrez, para dizer mentiras, mentiras e mais mentiras! Pois agora os argumentos de gigolô do passado não pegam mais, pois quando começa, ele está elogiando Marina. Quando fala das “elites”, o povo descobriu que ele está falando dele próprio.

O que espero, como bom cristão e católico, mesmo não tão praticante como deveria, é que a nova deusa, a Marina, tenha um governo que, ao chegar ao seu final, que ela diz será em 2018, não se tenha criado uma nova oração, que os fiéis entoarão com louvor e dando glórias, como a seguinte:

Salve Marina, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degradados filhos do PAC. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas, em que se transformou o Brasil depois do PT. Eia pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e não deixeis que Lula volte. E depois deste desterro, mostrai-nos e segui caminho democrático. Ó clemente ! ó piedosa ! ó doce deusa Marina!

Eu penso, que nestas eleições, só quem não posa de deus é o Aécio, e talvez, por isso, devido a grande religiosidade que impera em nosso país, ele não chegue ao segundo turno. É uma pena que possamos ter duas “deusas” disputando o segundo turno, mas, e espero que vença a que não tenha os pés de barro.

Agora fiquem com pequeno texto do Ricardo Noblat, enquanto eu me lembro da época em que fui coroinha lá em Caetés, repetindo o que vinha logo depois da grande oração católica, a Salve Rainha, de quem sou devoto:

 “Rogai por nós Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”

“Em carreata ao lado de Dilma, em São Bernardo do Campo, São Paulo, Lula pregou enfático:

- [O eleitor] não tem duas escolhas nem uma e meia para fazer o país continuar avançando econômica... e socialmente, sem ser subordinado ao sistema financeiro.

E encaixou:

- Eu tenho fé nesse povo, em Deus, que no dia 5 de outubro valerá a razão, o coração e reconhecimento do povo brasileiro a uma mulher que apanhou, foi torturada, foi massacrada por um setor da imprensa desse país e nem assim essa mulher se curvou.

Lula é gigolô do seu passado de retirante nordestino que levou uma vida de pobreza em São Paulo enquanto era jovem. Sempre que pode ele lembra disso. Como se lhe devêssemos algo.

Lula virou também gigolô do passado de Dilma, uma adversária da ditadura militar que pegou em armas. E que por isso foi presa e torturada.

Arrogância! É o que transpira Lula desde que chegou ao poder pela primeira vez em 2002.

A democracia é o regime que permite ao cidadão escolher com liberdade seus governantes. Não haverá liberdade de escolha se o cidadão não puder optar entre vários nomes.

Marina foi ministra de Lula. Exaltada por ele como administradora competente e uma política capaz e honesta.

Os bancos jamais ganharam tanto dinheiro como no governo Lula. E ele já falou sobre isso.


Na verdade, o discurso de Lula envelheceu. E ele não se deu conta.”

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