Por Zezinho de Caetés
“Chávez nosso que
estás no céu, na terra, no mar e em nós
Santificado seja o teu
nome, venha a nós o teu legado para ajudar pessoas de aqui e ali
Dê a nós a tua luz
para nos guiar todos os dias
Não nos deixe cair na
tentação do capitalismo, mas livra-nos do mal, da oligarquia, do crime de
contrabando, porque a pátria, a paz e a vida são nossas
Por séculos e séculos,
amém
Viva Chávez.”
Quem é cristão deve ter notado a semelhança do que lemos
acima, que foi recitado em um teatro em Caracas, com a presença de Maduro, presidente
da Venezuela, como a oração que marcou o encerramento – e o ponto alto – de um evento governista, com a oração maior do
cristianismo que é o Pai Nosso.
Esta semelhança não é casual nem coincidência e sim a transformação
do Chávez em um deus, que apesar de ter os pés de barro, o povo venezuelano
ainda cisma em adorar. Mas, o que tem a ver tal coisa com o momento eleitoral
que estamos passando no Brasil? Ora, tudo e muito mais. Eu deveria ter até
orgulho de ter um conterrâneo que se transformasse em deus, porque, mesmo
brigados, talvez, ele não me deixasse ir para o inferno. Mas, o que sinto é
medo. Dizem que sempre que o Chávez encontrava com o Lula, este, como sempre
comunicativo perguntava:
- Quem é você,
Chávez?!
E este, com sua cara um pouco gorda e um pouco cínica
respondia:
- Eu sou você amanhã!
Este diálogo poderia ter se passado de verdade, e seria
muito mais verdadeiro se a Dilma ganhasse estas eleições. O Lula teria não só
seu quarto mandato consecutivo, como seria considerado um deus, e o Leonardo
Boff, o Frei Beto e Edir Macedo, entoariam, em suas igrejas a oração:
“Lula nosso que estás
no céu, na terra, no mar e em nós
Santificado seja o teu
nome, venha a nós o teu legado para ajudar pessoas de aqui e ali
Dê a nós a tua luz
para nos guiar todos os dias
Não nos deixe cair na
tentação do capitalismo, mas livra-nos do mal, da oligarquia, do crime de
contrabando, porque a pátria, a paz e a vida são nossas,
Por séculos e séculos,
amém
Viva Lula.”
Isto tudo acompanhado, como na Venezuela, pelos cubanos do
Mais Médico e pelos bolsistas familiares, em atitude solene e reverente.
Dizem que o Edir Macedo já havia mandado modificar as
bíblias do Templo de Salomão, incluindo a
nova oração. No entanto, chegou a Marina, para atrapalhar com a nova política. E agora a coisa mudou de
figura. Já estão chamando Lula até de gigolô do passado, dizendo-se que a do
futuro é a Marina. Afinal de contas, Marina foi ministra de Lula. Exaltada por
ele como administradora competente e uma política capaz e honesta. Por que não
uma deusa? Mesmo que seja uma Nossa
Senhora de Uma Maneira Geral, que é a santa protetora de Dilma, quando ela
adota o figurino de não ateia.
Vejam o texto abaixo, do Ricardo Noblat, reproduzido na
sessão Deu nos Blogs desta AGD, e
que tem como título: “Lula, gigolô do
passado”. Nele o jornalista mostra quão perdido está o meu conterrâneo,
diante do fato de que, pela primeira vez, ele poderá ser desentronizado mesmo
no primeiro turno das eleições. E aí não tem jeito, o velho PT está de volta,
mesmo não contando com os que estão no xadrez, para dizer mentiras, mentiras e
mais mentiras! Pois agora os argumentos de gigolô do passado não pegam mais,
pois quando começa, ele está elogiando Marina. Quando fala das “elites”, o povo descobriu que ele está
falando dele próprio.
O que espero, como bom cristão e católico, mesmo não tão
praticante como deveria, é que a nova deusa, a Marina, tenha um governo que, ao
chegar ao seu final, que ela diz será em 2018, não se tenha criado uma nova
oração, que os fiéis entoarão com louvor e dando glórias, como a seguinte:
Salve Marina, mãe de
misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os
degradados filhos do PAC. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de
lágrimas, em que se transformou o Brasil depois do PT. Eia pois advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e não deixeis que Lula volte.
E depois deste desterro, mostrai-nos e segui caminho democrático. Ó clemente ! ó
piedosa ! ó doce deusa Marina!
Eu penso, que nestas eleições, só quem não posa de deus é o
Aécio, e talvez, por isso, devido a grande religiosidade que impera em nosso
país, ele não chegue ao segundo turno. É uma pena que possamos ter duas “deusas” disputando o segundo turno, mas,
e espero que vença a que não tenha os pés de barro.
Agora fiquem com pequeno texto do Ricardo Noblat, enquanto
eu me lembro da época em que fui coroinha lá em Caetés, repetindo o que vinha
logo depois da grande oração católica, a Salve Rainha, de quem sou devoto:
“Rogai por nós Santa Mãe de Deus. Para que
sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”
“Em carreata ao lado de Dilma, em São Bernardo do Campo, São Paulo,
Lula pregou enfático:
- [O eleitor] não tem duas escolhas nem uma e meia para fazer o país
continuar avançando econômica... e socialmente, sem ser subordinado ao sistema
financeiro.
E encaixou:
- Eu tenho fé nesse povo, em Deus, que no dia 5 de outubro valerá a
razão, o coração e reconhecimento do povo brasileiro a uma mulher que apanhou,
foi torturada, foi massacrada por um setor da imprensa desse país e nem assim
essa mulher se curvou.
Lula é gigolô do seu passado de retirante nordestino que levou uma vida
de pobreza em São Paulo enquanto era jovem. Sempre que pode ele lembra disso.
Como se lhe devêssemos algo.
Lula virou também gigolô do passado de Dilma, uma adversária da
ditadura militar que pegou em armas. E que por isso foi presa e torturada.
Arrogância! É o que transpira Lula desde que chegou ao poder pela
primeira vez em 2002.
A democracia é o regime que permite ao cidadão escolher com liberdade
seus governantes. Não haverá liberdade de escolha se o cidadão não puder optar
entre vários nomes.
Marina foi ministra de Lula. Exaltada por ele como administradora
competente e uma política capaz e honesta.
Os bancos jamais ganharam tanto dinheiro como no governo Lula. E ele já
falou sobre isso.
Na verdade, o discurso de Lula envelheceu. E ele não se deu conta.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário