Por Zé Carlos
Senhores e senhoras, para não morrer de rir, parei de ver o
Horário Eleitoral Gratuito. Só o nome já é uma piada de brasileiro. Vocês
sabiam que em Portugal as piadas mais interessantes são aquelas que se referem
a atitudes de brasileiros? Agora, é aqui também. Gratuito? Propaganda enganosa
da pior espécie. Mesmo assim, quando não estou muito “ligado”, o programa adentra o meu sacrossanto lar e vejo alguns
trechos só para ir dormir sorrindo.
Deixa prá lá e tratemos de coisas mais importantes de nossa
política. E como tudo é campanha, esperei que o debate da Band iniciasse com
muitas novidades, já que, tínhamos no palco uma nova atriz, a Marina Silva, que
substituiu o Eduardo Campos na candidatura a presidente. Eu, obviamente, pensei
que a Marina, sendo do PSB e tendo andado no avião desastrado, desse algumas
explicações sobre o que levou um avião novinho a se espatifar no solo daquele
jeito, e de que tanto falaram na semana passada, culpando desde a Dilma até o
dono da academia que também foi pelos ares (dizem que ele queria pegar o
dinheiro do seguro), passando por Marina, por motivos óbvios, e pelo o Aécio,
por ter se sentido traído no acordo que tinha com o candidato falecido. Fiquei
atento o tempo todo para satisfazer minha curiosidade. E no final do programa
já sonolento, vi que de avião não falaram nada. Disparei na gargalhada e fui
dormir o sono dos, quem sabe, justos.
A novidade do programa foi mesmo a Marina. Dizem que ela é
“sonhática”, e pela capacidade que ela demonstrou em responder as dúvidas, não
tive dúvidas, estava ali, mais uma Dadá Maravilha de saias, dizendo que “se vocês têm a problemática eu tenho a solucionática”. E eu pensei
antes de dormir sorrindo: Seria ela a “solucionática”
para o Brasil?
Agora, se pensam que a questão do avião saiu de cena porque
não apareceu no debate da Band, ledo engano. Posso até dizer que os mortos,
nesta semana, foram mais atacados do que os vivos e de todos os lados. E qual o
motivo? O maldito avião. Campos morreu nele
e agora ele volta para pegar a Marina. Quando a vi no Jornal Nacional
(JN), que já é um especialista em tratoração
ou trituração de candidatos só pude
pensar como todo mundo: Eita, desta vez Marina não escapa! A primeira pergunta,
aliás, quase a única, porque o entrevistador queria porque queria que a candidata
soubesse de quem era o avião, foi sobre ele. E já não é novidade que a eleição
deste ano tem como principal eleitor um avião. E como os mortos estão mortos,
como diria a Dilma, só resta sobrar para os vivos. Aviso aos desavisados, a
Marina usou o mote, agora já considerado lugar comum e que só ao Lula pertencia mas
agora é da “nova política” também: “Eu não sabia!”.
E, no decorrer da semana, vimos que, mesmo que o JN tenha
tentado jogar o avião no colo da Marina, não conseguiu, e isto é um fato. Basta
ver a euforia do Mercado Financeiro diante do resultado das pesquisas post-mortem. Elas dizem que a Marina,
além de se livrar do avião, pegou outro e acelerou fundo para que a Dilma e o
Aécio não levantem mais voo, pelo menos nesta eleição. E esta última, do
Datafolha, jogou as dúvidas da sucessão para 2018, quando voltarão Aécio e
Lula, já que parece que as eleições deste ano prometem que o Brasil vai passar
quatro anos no verde sustentável. Com
a onda, que já estão chamando de tsunami, da Marina, nos próximos quatro anos,
não cairá um folha de mato sem o seu consentimento, afinal de contas, apear o
PT do poder é o mesmo que desbancar um deus, o Lula, e isto só uma deusa
conseguiria. Eu só parei de rir quando lembrei do “caçador de marajás”.
E quando eu esperava que iria parar de rir, o IBGE nos disse
o que já sentimos o tempo todo: Que o Brasil, em termos econômicos, está
devagar, quase parando. E vem a candidata Dilma e cria mais uma explicação: “Foi por causa da Copa”. Confesso, pelo
menos comigo acontece. “No que se refere
a” Dilma, quando ela abre a boca eu já começo a rir por dentro e quando sai
qualquer som é quase impossível não cair na gargalhada. Vejam se não é de rolar
de tanto rir: Eu a vi comendo num bandejão no Rio, junto de um Garotinho, cujo
prato é 1 real. Já comecei a sorrir pois sabia que quando viaja para o exterior
ela não come em restaurante de menos de 1000 reais o prato. E então, logo após
o almoço, talvez com indigestão, ela resolveu criar um programa chamado de Mais Especialidades. Pensei logo, aí vem
camarão, lagosta, caviar e outras especialidades, tudo a 1 real. Só rindo
mesmo.
Continuei rindo até agora, quando fui ver o filme do UOL.
Tive que vê-lo pausadamente, pois além de falência múltipla dos órgãos que se
ativam com o riso, eu poderia ouvir alguma coisa que perdi no debate da Band
sobre o avião, pois o filme só trata deste debate. Não havia, e mesmo o filme
só tratando da performance dos candidatos nesta primeira contenda eleitoral,
merece ser visto, mesmo sobre o risco de morrer. Valeu a pena.
Descobrir que os “nanicos”
podem até não ter votos, mas tem uma capacidade imensa de fazer-nos rir.
Luciana Genro começou o debate dizendo que viu o filme “Esqueceram de mim”, em todas as versões. O Pastor Everaldo
(Everaldo para os íntimos e para Luciana Genro) diz que só gosta de casamento
de homem com mulher, enquanto o Eduardo Jorge só faltou se apresentar fumando
um “baseado”, enquanto passeava pelo
palco. E, no mesmo tom, o Levy Fidelis, sai com a
consciência “tremquila”, mesmo
tentando bombardear a Marina. Só faltou mesmo o Eymael, mas, talvez fosse
demais, pois o melhor ainda estaria por vir.
O que mais me fez rir foi o “peido” do Pastor Everaldo, no JN. Eu já havia rido a semana toda
com o filme (montagem ou não, mas, muito bem feito) que mostrava a flatulência
do candidato. Mas, mesmo repetido, ri muito outra vez.
E, além do filme, algo me alegrou muito, devido ao aumento
do número de acessos que nosso blog teve durante a semana. Temos normalmente
entre 250 e 300 acessos diários e esta semana passamos a ter entre 550 e 600
acessos. Fui pesquisar o porquê e descobri. Muito tempo atrás em 2012, eu
escrevi um texto que se intitulei de “O
peido e o anonimato” (aqui),
e vi que o aumento de acessos era devido à leitura deste texto. Descobri então
que o aumento de audiência ao texto vinha do Google onde as pessoas pesquisavam
a palavra “peido”. Fiquei triste
porque o que eles estavam procurando era o “peido”
do Pastor Everaldo. Ou seja, eles não estavam procurando meu “peido” e sim o do pastor.
Fique agora com o resumo do roteiro dos produtores do UOL e
não tapem o nariz, apenas riam, porque o riso espanta até fedor de “peido”.
“Os presidenciáveis se
apresentaram no primeiro debate televisivo e cometeram várias gafes. Marina,
Dilma e Aécio se enfrentaram, mas os candidatos nanicos roubaram a cena.
Eduardo Jorge, do PV, defendeu a maconha e passeou pelo palco. Já Luciana
Genro, do PSOL, ficou triste porque ninguém perguntou para ela. E Levy Fidelix,
do PRTB, disse que iria bombardear Marina Silva. Subindo nas pesquisas, a
candidata do PSB acena para acalmar o mercado e o agronegócio.”
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