Por Zezinho de Caetés
Outro dia um diplomata israelense disse, depois, das opiniões
da Dilma sobre os ataques do seu país à Faixa de Gaza, que o Brasil “é um anão diplomático”. Naquela época,
apesar de me condoer por ser brasileiro eu apenas disse, igualzinho ao Lula: “Eu já sabia”. Mesmo assim, descrente da
possibilidade de que o PT levasse o país a ser um país respeitável
externamente, coisa que não é desde que o Marcos Aurélio Garcia é o ministro do
exterior de fato, eu não pensaria que se pudesse descer ainda mais. Ledo
engano.
Depois de vivermos sob os pés do Maduro, da Cristina, Castro
e outros, era de se esperar que chegamos ao fundo do poço em matéria de
política externa. Mas, vejam o que disse ontem a Dilma, em plena ONU, diante do
mundo todo, que agora vai achar que não somos só um “anão diplomático” (sendo até ofensivo com aos anões), mas, não
somos mais nada para o mundo.
Leiam o que ela, representando o Brasil, disse na ONU, cumprindo o privilégio ganho quando o
país tinha uma diplomacia de reconhecida excelência, de ser o primeiro a
discursar nas Assembleias deste órgão que reúne quase todos o países do mundo:
“Lamento enormemente
isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre vai acreditar que a
melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Eu não acho que
nós podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os
últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência. Perda de vidas
humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar
ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências. É o caso do
Iraque, está lá provadinho. Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na
Faixa de Gaza [...] Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois
lados. E, além disso, não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas
as agressões. E inclusive acha que o Conselho de Segurança da ONU tem que ter
maior representatividade, para impedir esta paralisia do Conselho diante do
aumento dos conflitos em todas as regiões do mundo.”
Isto ouvido para quem viu o horror das decapitações feitas
pelos terroristas do Estado Islâmico (EI) e divulgadas mundialmente para mostrar
de que eles são capazes, parece até nojento. Então, hoje, o Brasil é tão
pacifista que tem que dialogar até com terroristas degoladores. É mais do que
patético, é angustiante o ponto no qual chegamos com a gerenta presidenta que
nunca deveria ter abandonado sua lojinha de 1,99.
Se não bastasse propor o diálogo com os terroristas do EI,
ainda usou o palco mundial para fazer campanha política gerando filmes para
seus marqueteiros aproveitarem para diminuir a surra eleitoral que a gerenta
vai levar em outubro. Vejam algumas de suas pérolas:
“Retomamos o
investimento em infraestrutura numa forte parceria com o setor privado.”
“A taxa de inflação
anual tem se situado nos limites da banda de variação mínima e máxima fixada
pelo sistema de metas.”
“Não descuramos da
solidez fiscal e da estabilidade monetária.”
“Protegemos o Brasil
frente à volatilidade externa. Soubemos dar respostas à grande crise econômica
mundial, deflagrada em 2008.”
“Se em 2002, mais da
metade dos brasileiros era pobre ou muito pobre, hoje 3 em cada 4 brasileiros
integram a classe média e os extratos superiores.”
“Outro valor
fundamental é o respeito à coisa pública e o combate sem tréguas à corrupção.”
Tudo isto veremos brevemente nos programas eleitorais, para
preencher os mais de 10 minutos a que a Dilma tem direito de abusar da nossa paciência.
Lembrei agora da famosa frase da história romana: “Até quando, ó Dilma, abusarás
da nossa paciência?”, dita por Marco
Túlio Cícero ao senador Lúcio Sérgio Catilina, a 8 de novembro de 63 a.C., em
Roma, parafraseando o grande orador romano. (Querem a paráfrase em Latim? Aí
vai: Quosque tandem abutere, Dilma, patientia nostra?).
Há alguma verdade nas frase que coloquei acima e que saíram dos
lábios de Dilma e da cabeça dos seu marqueteiros? Só para exemplificar,
fiquemos com a última sobre a corrupção. Será que alguém que não tenha
interesse nenhum em se locupletar do governo petista poderia acreditar que o
governo do PT foi pautado pelo valor fundamental de respeito à coisa pública ou
no combate à corrupção, com um monte de seus dirigentes presos, que nunca deu
importância a isto, na Papuda?
Meditem meus senhores
no que esta senhora, se continuar no governo poderá fazer contra nós. E,
para não perder o hábito, fiquem com um texto sobre o assunto de Dilma na ONU,
que é um editorial do jornal Estado de S. Paulo (25/09/2014), tendo como
título: “O mundo encantado de Dilma”,
que poderia se chamar também de “Dilma no País das Maravilhas”, que eu acho até
mais adequado. É por isso que dizem que todo o Brasil quer morar na propaganda
eleitoral do PT. E agora até o mundo.
“Um turista francês de 55 anos, chamado Hervé Goudel, foi decapitado na
Argélia por um grupo extremista que disse estar sob as ordens do Estado
Islâmico (EI), a organização terrorista que controla atualmente parte da Síria
e do Iraque e lá estabeleceu o que chama de "califado". Um vídeo que
mostra a decapitação de Goudel foi divulgado ontem, para servir como peça de
propaganda do EI - cujos militantes já decapitaram em frente às câmeras dois
jornalistas americanos e um agente humanitário britânico e estarreceram o mundo
ao fazer circular as imagens de sua desumanidade.
Pois é com essa gente que a presidente Dilma Rousseff disse que é
preciso "dialogar".
A petista deu essa inacreditável declaração a propósito da ofensiva
militar deflagrada pelos Estados Unidos contra o EI na Síria. Numa entrevista
coletiva em Nova York, na véspera de seu discurso na abertura da
Assembleia-Geral da ONU, Dilma afirmou lamentar "enormemente" os
ataques americanos contra os terroristas. "O Brasil sempre vai acreditar
que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU", disse
a presidente - partindo do princípio, absolutamente equivocado, de que o EI tem
alguma legitimidade para que se lhe ofereça alguma forma de "acordo".
É urgente que algum dos assessores diplomáticos de Dilma a informe
sobre o que é o EI, pois sua fala revela profunda ignorância a respeito do
assunto, descredenciando-a como estadista capaz de portar a mensagem do Brasil
sobre temas tão importantes quanto este.
O EI surgiu no Iraque em 2006 por iniciativa da Al-Qaeda, para defender
a minoria sunita contra os xiitas que chegaram ao poder depois da invasão
americana. Sua brutalidade inaudita fez com que até mesmo a Al-Qaeda renegasse
o grupo, que acabou expulso do Iraque pelos sunitas. A partir de 2011, o EI
passou a lutar na Síria contra o regime de Bashar al-Assad. Mas os jihadistas
sírios que estão na órbita da Al-Qaeda também rejeitaram o grupo, dando início
a um conflito que já matou mais de 6 mil pessoas.
Com grande velocidade, o EI ganhou territórios na Síria e, no início
deste ano, ocupou parte do Iraque, ameaçando a própria integridade do país. No
caminho dessas conquistas, o EI deixou um rastro de terror. Além de decapitar
ocidentais para fins de propaganda, seus métodos incluem crucificações,
estupros, flagelações e apedrejamento de mulheres.
"A brutalidade dos terroristas na Síria e no Iraque nos força a
olhar para o coração das trevas", discursou o presidente americano, Barack
Obama, na Assembleia-Geral da ONU, ao justificar a ação dos Estados Unidos
contra o EI - tomada sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. Em busca de
apoio internacional mais amplo - na coalizão liderada por Washington se
destacam cinco países árabes que se dispuseram a ajudar diretamente na operação
-, Obama fez um apelo para que "o mundo se some a esse empenho", pois
"a única linguagem que os assassinos entendem é a força".
Pode-se questionar se a estratégia de Obama vai ou não funcionar, ou
então se a ação atual é uma forma de tentar remendar os erros do governo
americano no Iraque e na Síria (ver o editorial A aventura de Obama, abaixo).
Pode-se mesmo indagar se a operação militar, em si, carece de legitimidade. Mas
o fato incontornável é que falar em "diálogo" com o EI, como sugeriu
Dilma, é insultar a inteligência alheia - e, como tem sido habitual na gestão
petista, fazer a diplomacia brasileira apequenar-se.
Em sua linguagem peculiar, Dilma caprichou nas platitudes ao declarar
que "todos os grandes conflitos que se armaram (sic) tiveram uma
consequência: perda de vidas humanas dos dois lados". E foi adiante,
professoral: "Agressões sem sustentação, aparentemente, podem dar ganhos
imediatos. Depois, causam enormes prejuízos e turbulências. É o caso, por
exemplo, do Iraque. Tá lá, provadinho, no caso do Iraque". Por fim, Dilma
disse que o Brasil "é contra todas as agressões" e, por essa razão,
faz jus a uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU - para, num passe de
mágica, "impedir essa paralisia do Conselho diante do aumento dos
conflitos em todas as regiões do mundo".”
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