Por Zezinho de Caetés
Ontem eu resolvi, diante dos muitos escândalos que afetam
tanto a Dilma quanto a Marina, eu resolvi perder um pouco do meu tempo e
assistir à propaganda eleitoral. Meu Deus, quanto sofrimento. Sofrimentos
curtos como os trazidos pela propaganda dos partidos nanicos, que estão mais
atrasados ideologicamente do que o Capital do Marx, e sofrimentos longos como
aqueles provindos do programa da Dilma. São mais de 10 minutos de baboseiras
infindáveis tentando sair de fininho dos problemas em que ela meteu o Brasil.
E agora com o estouro dos roubos do dinheiro público através
de sua empresa de estimação, a Petrobrás, que é dirigida por ela há mais de 10
anos, o que estão mandando ela ler é simplesmente patético. Diz o texto lido
pela gerenta presidenta que “um tema me
causa muita revolta e imensa repulsa, é a corrupção”. Continuando, a Dilma
diz que tem tolerância zero com a corrupção e que nunca varreu nada para debaixo
do tapete, mesmo na época em que foi considerada a faxineira do palácio, cargo
do qual desistiu porque a sujeira era tanta que ela não deu conta sozinha.
Imagine o que tinha lá de garrafas vazias da Caninha 51!
E por ai vai, agora, como sempre tanto nos governos Lula e o
dela, nunca se apurou tanta corrupção. E coloca a base do raciocínio para
justificar por que tanta corrupção campeou nos governos da santíssima dualidade
(Lula/Dilma), apesar dela ter criado todo um aparato de investigações como
nunca se viu na história deste país, e que agia com total liberdade.
Então, segundo ela, quanto mais investigação mais corrupção.
E haja corrupção. O Lula já havia usado este argumento antes e leva apenas a
uma pergunta, se eles passaram 12 anos no poder e a corrupção só aumentou. Será
mesmo porque houve mais investigação ou foi porque aumentou a corrupção? Dilma
diz que foi por causa da investigação e eu acho que foi por causa do aumento da
corrupção.
Seria passar um atestado de incompetência absoluta aos órgãos
investigadores em encontrar os malfeitos
para que, só agora, se soubesse que o Paulo Roberto Costa, o Paulinho, como
Lula o chamava, causasse um rombo de 1 bilhão de dólares nos cofres da
Petrobrás. Foram 10 longos anos de roubo, e com a liberdade que a Dilma diz que
deu aos órgãos responsáveis pela investigação, nada se descobriu até agora. Se
for assim, e esta liberdade realmente existiu, o que a Dilma está dizendo é que
a Polícia, o Ministério Público e outros órgãos, são incompetentes. Para mim, eu
apenas acho que não houve tanta liberdade assim.
Ela denominou a roubalheira de “sangria” e disse que agora acabou com todas as sangrias. Será? Se
ela for reeleita voltará a ser a mulher honesta como todos até agora a
consideram, se não for, esperem que novos malfeitos surgirão. Por isso, vamos
fazer o que a Dilma sempre diz fez e dar uma chance aos investigadores que ela
criou com tanto amor e carinho: Não votemos nela.
Agora fiquem com o texto do Merval Pereira que faz uma
análise da briga entre Dilma e Marina no atual estágio da campanha, que ele
intitula “Palpos de aranha” (Blog do
Merval – 10/09/2014), mostrando que o segundo turno das eleições serão
eletrizantes, mas, pode nem haver pois a aranha Marina poderá ganhar no primeiro
turno. Depende do Aécio, que também está em “palpos de aranha”.
“As duas candidatas que disputam a liderança da corrida presidencial
estão em palpos de aranha com os problemas internos de suas campanhas. Marina
não tem como explicar a contabilidade do PSB anterior à sua assunção como
candidata, mas também não pode lavar as mãos como se nada tivesse com isso.
O avião fantasma que não tem dono e a contabilidade paralela da usina
Abreu e Lima em Pernambuco, pela qual o falecido ex-governador Eduardo Campos
está incluído na lista dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras,
são temas delicados que ela tenta driblar com alguns constrangimentos óbvios.
Também a presidente Dilma é obrigada a dizer que nunca notou nada de
anormal nas contas da Petrobras, passando recibo de má gestora, sem poder
assumir as ações que tomou para tentar estancar a sangria na estatal. Ela mesma
garantiu recentemente que “as sangrias foram contidas”, embora oficialmente não
saiba de nada.
A disputa entre o grupo da atual presidente Graça Forster, nomeada por
Dilma para justamente tentar controlar o esquema que dominava a Petrobras, e o
do ex-presidente José Gabrielli, responsável pela atuação do ex-diretor Paulo
Roberto Costa, é conhecida de todos, mas Dilma não pode admitir que seu
padrinho Lula, que chamava de Paulinho o ex-diretor hoje preso, dava apoio
político ao velho esquema da Petrobras. O próprio Paulinho disse ao juiz Sérgio
Moro que teve várias conversas com Lula.
Das duas, porém, Dilma tem culpa formal pela demora das providências,
apesar dos constrangimentos partidários que a tolhiam. Ficou com Paulo Roberto
Costa como diretor da Petrobras durante um bom tempo, e só protestou contra a
compra da refinaria de Pasadena nos EUA depois de anos da negociata feita,
tendo inclusive preservado o diretor responsável, Nestor Cerveró. Marina não
tem nada a ver com eventuais malfeitos anteriores à sua chegada no PSB.
O segundo turno mais longo dos últimos anos, como definiu o
ex-presidente Lula, já está em curso, com a disputa polarizada entre a
presidente Dilma e a candidata do PSB Marina Silva, e as novas pesquisas que
estão saindo confirmam uma reação da presidente, ao mesmo tempo em que Marina
se mantém competitiva, apesar do bombardeio a que está sendo submetida nos
últimos dias.
A agressão verbal de que foi vítima ontem, com a presidente Dilma
insinuando que Marina é sustentada por banqueiros, numa referência a Neca
Setubal, herdeira do Itaú, é exemplo dessa estratégia petista, confirmando que
Dilma é capaz de “fazer o diabo” para se reeleger.
Não se sabe a esta altura como o segundo turno se desenrolará, mas
Marina mantém uma vantagem numérica que tende a reduzir-se à medida que a
saraivada de golpes, alguns abaixo da linha da cintura, se sucede. Tudo indica
que será uma disputa muito acirrada, com a presidente Dilma mobilizando toda a máquina
partidária, e a máquina do governo também, para combater especificamente
Marina, a adversária presumida no segundo turno.
Sua campanha já descartou a possibilidade de Aécio Neves do PSDB
recuperar sua posição na corrida presidencial, e tudo que não querem é que ele
apóie Marina ainda no primeiro turno. Temem que essa ação possa criar um
ambiente favorável ao voto útil em Marina, levando-a a uma vitória já no
primeiro turno.
Não parece ser, no entanto, um movimento estratégico inteligente por
parte de Aécio, que tem atrás de si um partido que pode ganhar diversos
governos estaduais e precisa fazer uma bancada no Congresso que o coloque no
jogo partidário. Além do mais, o senador Aécio Neves precisa necessariamente
vencer a eleição para o governo de Minas, elegendo seu candidato Pimenta da
Veiga e passando à frente de Dilma e Marina na disputa presidencial.
A campanha de Dilma pretende, com o ataque a Marina sendo a sua tônica,
debilitar a adversária para que chegue ao segundo turno enfraquecida. Em parte
estão tendo sucesso, pois Marina, atacada sem dó nem piedade tanto por Dilma
quanto por Aécio Neves, parou de crescer.
Para Marina, o que importa é chegar ao segundo turno, para reagrupar
suas forças numa nova campanha que a colocará em igualdade de condições na
propaganda eleitoral com Dilma. Se o voto útil ainda lhe der fôlego de sobra
para aumentar sua votação no primeiro turno, tirando votos do candidato Aécio
Neves, melhor ainda.
O PSDB ainda mantém esperanças de alterar o quadro, que parece cristalizado,
com as revelações dos escândalos da Petrobras e a situação da economia, que a
cada dia se deteriora mais, a ponto de a agência de classificação Moodys ter
sinalizado com a redução da nota brasileira. Não é um tema de apelo popular,
mas demonstra que a economia brasileira não vai bem.”
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