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terça-feira, 12 de julho de 2016

Estaria nossa Sociedade condenada?




Por Lucinha Peixoto (*)

Agorinha fui á minha nova Caixa Postal e estava lá uma mensagem do Zé Carlos. Hoje já nos comunicamos e ele deve ter notado minha aflição com a corrupção que assola nosso país. Talvez por isso tenha me encaminhado um e-mail do Valfrido Curvelo, que não conheço pessoalmente, como já falei, mas sempre me mandava suas inteligentes mensagens diretamente. Agora Zé Carlos é o intermediário.

Nesta mensagem ele reproduz uma frase atribuída a Ayn Rand, um filósofa russo-americana, dita lá pela década de 1920, que é a seguinte:

 “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Eu fui lendo, e a cada frase, eu ficava mais triste e preocupada. Este dois sentimentos, por notar que parecia a filósofa está dizendo isto nas páginas amarelas da Revista Veja da última semana, ou pelo menos numa dos últimos anos. Sigam a mensagem e meditem.

Hoje, para se produzir qualquer coisa, devemos satisfação a um bando de servidores públicos, que nada produzem a não ser o cálculo do valor da propina que devem receber, ou nós devemos pagar para que possamos produzir. É o dinheiro fluindo não para nosso negócio mas para pagar aos burocratas infernais, que cismam ainda em dizer que estamos lhes devendo favor, e os devemos agradecer por ainda existirmos como produtores.

Vejam os casos do enriquecimento ilícito de muitos que nos comandam e até dos que nos comandaram recentemente, e que fingem trabalhar honestamente, quando estão apenas se aproveitando dos poderes passados e futuros. Vejam o Zé Dirceu acusando um repórter de tentativa de invasão de domicílio, domicílio no qual ele recebia ministros de Estado, alto funcionários públicos e nobres políticos para conspirar contra o governo constituído e colocar a culpa nos outros.

Enquanto trabalhamos de sol a sol para cuidar de nossas famílias, o apedeuta usa de sua influência obtida nos dias de mando para ficar rico, e a lei ainda o protege com carros e seguranças, e seus apaniguados oferecem aviões para suas idas e vindas, que ele diz ser em benefício do povo.

E o pior de tudo, sentimos que a corrupção é recompensada e nos chamamos de burros e nos descabelamos por sermos honestos, quando vemos os que foram demitidos pousarem em suas mansões de milhões e milhões de reais, enquanto aguardamos nossa vez no programa Minha Casa Minha Vida, que chegou a eleger um poste para presidência.

Mas, não fica por aí. Quando vimos este mesmo poste se travestir de faxineira, por não aguentar mais o mau cheiro de tanta picaretagem junta, há uma greve no Congresso, e ameaçam com uma crise de governabilidade. Diante disto, a Dilma, a quem eu começava ver com outros olhos, abandona a vassoura e cai dentro da sujeira que envergonha todos nós.

Reflitam minhas senhoras e meu senhores e vejam se é verdade ou mentira que nossa sociedade está condenada. Eu, que sou uma otimista contumaz, pois vejo sempre o copo com metade da água, como quase cheio ao invés de quase vazio, estou cedendo ao pessimismo, principalmente, diante de nossa acomodação diante de tantos descalabros.

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(*) – Quando não tenho como manusear o Blog, devido a viagens, valho-me dos meus amigos para não passar o dia em branco. Escolhi este texto de minha amiga Lucinha Peixoto, publicado há muito tempo no seu blog, pela sua sempre atualidade. Por coincidência ela fala de Walfrido, que soube está enfermo, mas, reagindo, a quem desejo pronto restabelecimento. (Zé Carlos)

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