Por Lucinha Peixoto (*)
Agorinha fui á minha nova Caixa Postal e estava lá uma
mensagem do Zé Carlos. Hoje já nos comunicamos e ele deve ter notado minha
aflição com a corrupção que assola nosso país. Talvez por isso tenha me
encaminhado um e-mail do Valfrido Curvelo, que não conheço pessoalmente, como
já falei, mas sempre me mandava suas inteligentes mensagens diretamente. Agora
Zé Carlos é o intermediário.
Nesta mensagem ele reproduz uma frase atribuída a Ayn Rand,
um filósofa russo-americana, dita lá pela década de 1920, que é a seguinte:
“Quando você perceber que, para produzir,
precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o
dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber
que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e
que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão
protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a
honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de
errar, que sua sociedade está condenada”.
Eu fui lendo, e a cada frase, eu ficava mais triste e
preocupada. Este dois sentimentos, por notar que parecia a filósofa está
dizendo isto nas páginas amarelas da Revista Veja da última semana, ou pelo
menos numa dos últimos anos. Sigam a mensagem e meditem.
Hoje, para se produzir qualquer coisa, devemos satisfação a
um bando de servidores públicos, que nada produzem a não ser o cálculo do valor
da propina que devem receber, ou nós devemos pagar para que possamos produzir.
É o dinheiro fluindo não para nosso negócio mas para pagar aos burocratas
infernais, que cismam ainda em dizer que estamos lhes devendo favor, e os
devemos agradecer por ainda existirmos como produtores.
Vejam os casos do enriquecimento ilícito de muitos que nos
comandam e até dos que nos comandaram recentemente, e que fingem trabalhar
honestamente, quando estão apenas se aproveitando dos poderes passados e
futuros. Vejam o Zé Dirceu acusando um repórter de tentativa de invasão de
domicílio, domicílio no qual ele recebia ministros de Estado, alto funcionários
públicos e nobres políticos para conspirar contra o governo constituído e
colocar a culpa nos outros.
Enquanto trabalhamos de sol a sol para cuidar de nossas
famílias, o apedeuta usa de sua influência obtida nos dias de mando para ficar
rico, e a lei ainda o protege com carros e seguranças, e seus apaniguados
oferecem aviões para suas idas e vindas, que ele diz ser em benefício do povo.
E o pior de tudo, sentimos que a corrupção é recompensada e
nos chamamos de burros e nos descabelamos por sermos honestos, quando vemos os
que foram demitidos pousarem em suas mansões de milhões e milhões de reais,
enquanto aguardamos nossa vez no programa Minha Casa Minha Vida, que chegou a
eleger um poste para presidência.
Mas, não fica por aí. Quando vimos este mesmo poste se travestir
de faxineira, por não aguentar mais o mau cheiro de tanta picaretagem junta, há
uma greve no Congresso, e ameaçam com uma crise de governabilidade. Diante
disto, a Dilma, a quem eu começava ver com outros olhos, abandona a vassoura e
cai dentro da sujeira que envergonha todos nós.
Reflitam minhas senhoras e meu senhores e vejam se é verdade
ou mentira que nossa sociedade está condenada. Eu, que sou uma otimista
contumaz, pois vejo sempre o copo com metade da água, como quase cheio ao invés
de quase vazio, estou cedendo ao pessimismo, principalmente, diante de nossa
acomodação diante de tantos descalabros.
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(*) – Quando não tenho como manusear o Blog, devido a
viagens, valho-me dos meus amigos para não passar o dia em branco. Escolhi este
texto de minha amiga Lucinha Peixoto, publicado há muito tempo no seu blog,
pela sua sempre atualidade. Por coincidência ela fala de Walfrido, que soube
está enfermo, mas, reagindo, a quem desejo pronto restabelecimento. (Zé Carlos)
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