Por Zezinho de Caetés
Os temas políticos nacionais estão realmente escassos para
comentários extensos. Mesmo o pedido de adiamento do prazo de entrega da defesa
da ex-presidenta, pelo JECa, não se configura um fato de importância, porque
até as emas do Palácio da Alvorada já sabem que não verão a Dilma lá, nunca
mais. A não ser como convidada para vender artigos de 1,99.
O assunto ainda é o terrorismo, que levou o Zé Carlos a
tratá-lo em sua coluna semanal de uma forma como deveríamos encarar a luta dos
petistas para se apegarem aos cargos comissionados, ou seja, com humor.
E, hoje, sem muito tempo, para dedicar a este nariz de cera,
apresento um artigo do Hubert Alquéres (“Terror
não tem glamour” – Blog do Noblat) sobre o terror e as esquerdas
brasileiras, que parecem se alegrar com o que acontece no mundo com os homens
bombas, já que se calam diante dos eventos cruéis.
Eu digo, que o episódio da degola do padre francês, foi um
motivo menor do que o que tiveram o Papa e os nobres na idade média para
convocar As Cruzadas, contra os mouros. Da forma como estão se comportando,
quem sabe o Papa Francisco não as convocará de novo.
Fiquem com o Hubert, que eu vou preparar meu estandarte em
caso de convocação, durante as Olimpíadas, que é outro assunto a ser tratado,
quando tiver mais tempo.
“Passado o primeiro choque da tragédia do atentado no balneário de
Nice, na França, o mundo continua atônito.
Hoje sabe-se que a qualquer momento pode surgir um lobo solitário capaz
de dar a própria vida para massacrar dezenas de inocentes. Todo o planeta ainda
tenta entender o que aconteceu em Nice, Orlando, Paris e em tantos outros
locais onde um conjunto de pessoas ou apenas um único indivíduo promoveram
tragédias sob a inspiração de organizações como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda
ou outros grupos terroristas que atuam no Oriente Médio. E o mundo procura
encontrar formas para enfrentar o enorme desafio de evitar estes
acontecimentos.
No Brasil é de se espantar a enorme dificuldade de parte da nossa
intelectualidade e da maioria dos partidos ditos de “esquerda” de assumir uma
postura de condenação veemente aos atos que culminaram na morte de tantas
pessoas.
Ao contrário, no lugar de condenar chegam a ridicularizar quem se
preocupa com a possibilidade deste tipo de evento ocorrer por aqui. Veja o caso
da decisão do governo brasileiro de cumprir 12 mandados de prisão temporária
de defensores do Estado Islâmico e que
se tornou motivo de desconfiança, chacota e crítica por parte de quem considera
ilegítimo ou falso tudo o que venha do governo interino.
Até membros da comunidade acadêmica fazem enorme esforço para
justificar teoricamente os acontecimentos promovidos por fanáticos violentos
que lutam contra a democracia e a liberdade no mundo.
Alguns glamorizam a barbárie. Interpretam a ação de terroristas como uma
heróica ação anticapitalista. Não é à toa que petistas de diversos escalões se
colocaram contra a Lei Antiterrorismo; estavam interessados em proteger
companheiros mais radicais, como os sem-terra.
Dentro desta ótica, os grupos extremistas teriam um conteúdo
revolucionário e contestador ao pregar a luta contra diversos valores da
sociedade brasileira.
Não há muito ineditismo nesta interpretação. Estes mesmos pensadores de
esquerda já interpretaram a violência e o banditismo como um produto direto da
pobreza. O que é um absurdo. A
esmagadora maioria dos pobres não é composta de bandidos, assim como a maioria
da juventude da periferia quer distância de selvageria.
A essência de atos terroristas também não pode ser interpretada e
amparada por explicações psicológicas ou sociais. Aliás, os terroristas são
normalmente de classe média, o que contraria qualquer explicação social desse
tipo.
A “ideologia do ressentimento”, inerente aos segmentos que adotam a
barbárie como forma de luta, tampouco leva à transformação da sociedade. Não
constrói nada. Ao contrário, destrói.
A bandeira do anticapitalismo, por si só, não quer dizer grande coisa.
E na história foi argamassa de regimes racistas e genocidas. Nunca é demais
lembrar que o nazismo se definia como “anticapitalista”...
Estas violências são absolutamente incompatíveis com o Estado de
Direito Democrático.
Do início do século vinte até os dias de hoje, tivemos diversos
embates: a revolução russa, o surgimento do fascismo e do nazismo, o
stalinismo, duas guerras mundiais, Hiroshima, a guerra fria... Os únicos
valores que sobreviveram a tantos confrontos, e se fortaleceram, foram a
democracia e a liberdade.
São eles que estão sendo novamente atacados em todo o planeta, de forma
sistemática, daí seu caráter deletério.
Aqui os defensores do Estado Islâmico foram amadores e primários
segundo demonstram as mensagens trocadas entre eles e monitoradas pela Agência
Brasileira de Inteligência. Nossos vândalos não parecem ter grande sofisticação
intelectual. Não têm nem mesmo objetivos estratégicos claros. Eles pareciam
querer promover apenas uma bravata. Nada disso é menos grave ou menos
preocupante. Trata-se de uma espécie de banditismo.
Algo que deveria ser condenado claramente pela intelectualidade,
movimentos sociais e forças políticas.”
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