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segunda-feira, 18 de julho de 2016

A semana – Faça humor não faça a guerra: Lula em Caruaru, terrorismo no paraíso, o grande show do impeachment




Por Zé Carlos

Lá pelos idos de 1972 havia um programa da TV Globo (vejam o vídeo lá embaixo) cujo título era o tema base desta coluna semanal : “Faça humor não faça a guerra”. Em sua música de abertura alguém cantava:

Vai dizer que sim?
Vai dizer que não?
Vai ficar assim?
Sem opinião?
Dá logo a decisão!

Lembrei do programa pela dificuldade que tenho agora de, diante de tantas catástrofes pelo Brasil e pelo mundo afora, como eu ainda iria escrever algo que levasse meus 13 leitores ao riso. Sentei na máquina de datilografia moderna, e mesmo com o diploma da Escola Pratt do Di Tavares, fiquei sem ação. Heureka! Descobri que se todos tivessem dado a decisão de não ficar assim sem opinião, e dito sim ao humor, o mundo seria de paz e de riso.

E aqui vou eu tirando leite de pedra ao tentar fazer as pessoas rirem com um desastre que aconteceu em plena Riviera Francesa, em Nice, que seria o paraíso se não fossem os homens, com seus 84 mortos, por um motorista terrorista que jogou um caminhão em cima das pessoas sem dó nem piedade. Quase impossível. Fico por aqui dizendo apenas que, apesar de terem insinuado, não era o Eduardo Cunha, nosso Cunhão, o motorista em lide. E para ser justo, por mais que se queira apontar o dedo, já digo que não foi o Lula, nem o Renan, nem o Temer, e muito menos a nossa musa a Dilma, que só anda de bicicleta. No entanto, eu aviso, cuidado ao atravessar as ruas perto do Palácio do Alvorada, ela anda de mau humor por causa do Lula, que resolveu cantar de galo em seu terreiro.

Mas, já que decidimos seguir o nosso lema, façamos humor! E aqui, mesmo com o recesso branco do Congresso, o que já é motivo de humor, pois dá a impressão que haja um “recesso preto”, o que seria impossível pelo alto nível de preconceito contra os brancos, ainda houve atividades o suficiente para fazer sorrir até o sisudo juiz Moro.

Para continuar com as notícias em nível internacional, tivemos, não propriamente uma catástrofe, a mudança de governo no Reino Unido. Saiu o David Cameron e entrou a Theresa May. Talvez os meus leitores não achem tanta graça como eu que vivi in loco uma mudança anterior só que ao contrário, de uma mulher Margareth Thatcher para um homem o John Major. O engraçado das duas situações é que, por lá, tudo parece tão normal que, quando comparado a mudanças de governo por aqui, dá até vontade de dormir. A única coisa que mudou foi a idade da Rainha, e a mudança de gênero, o que já é tão comum. Espero apenas que as mulheres no comando, por lá, deem mais certo do que por aqui, onde nossa primeira presidente fez questão de ser chamada de “presidenta”, por via das dúvidas.

Mas, volto ao velho e bom humor nacional, que é o que mais nos interessa. E como não poderia deixar de ser, começo com a nossa musa, a Dilma, que, a cada dia que se aproxima de deixar de vez a presidência, para nosso júbilo, pois sabemos que ela se engajará à coluna em tempo integral, continua com mais humor do que nunca. Imaginem vocês, que sua ânsia para deixar a presidência é tanta, e vir juntar-se a nós, que, segundo a mídia, tem-se preocupado um pouco mais com sua saúde. Está fazendo musculação lá no Palácio do Planalto, evitando se encontrar com o Temer, pois se se encontrar vai ter porrada e ela precisa de músculos. Além disto, mantém as pedaladas pelos arredores do Palácio do Alvorada. Já aviso que uma ema que apareceu atropelada nos jardins, se disserem que foi ela, é invenção do Temer. Falam que já perdeu 17 quilos. Meu Deus, será que ela vai desaparecer? E ainda faz mais exercícios encaixotando os livros para levar para Porto Alegre. E vejam que pândega! Segundo o Ricardo Berzoini, ela adora ouvir a Beyoncé. Deve querer ficar com o mesmo corpo.

E ela não conta mais piadas? Perguntarão meus céticos leitores. Oh! Homens, mulheres e indeterminados de pouca fé, claro que conta. Vejam o que ela disse sobre o golpe de estado que foi dado na Turquia: “A tentativa de golpe na Turquia é preocupante. Um governo eleito não pode ser derrubado. Nem pela violência. Nem por artimanhas jurídicas.” Viram a sutileza do humor? É magistral. Comparar o golpe na Turquia com o que aqui está acontecendo só pode acontecer na mente de um humorista nato ou nata, como todos sabemos, que é a nossa musa. Aliás, se a Comissão do Impeachment aceitar a tese, vai ter que levar o Raul Jungmann, nosso Ministro da Defesa, para depor, e tentar descobrir onde estão os mortos, feridos e os tanques na rua para golpear nossa presidente afastada. Quando eles souberem que os Urutus, nossos tanques de guerra, somente irão às ruas para defender os atletas dos arrastões no Rio de Janeiro, vai ser uma risadaria geral.

É por essas e outras que a imprensa informa que o grande “show do impeachment”, quando entrar agosto, será visto por mais de 120 países, com mais de 200 canais de televisão transmitindo, e mais de 2 mil correspondentes estrangeiros sedentos de notícias alegres ou menos tristes do que as das Olimpíadas. Tanto que o Renan, para não aparecer no show, pois corre o risco de ser preso, quer colocar o evento para após a competição no Rio de Janeiro, enquanto a oposição quer antecipar, tentando até trazer a competição de salto com vara para Brasília. Aliás, este é um esporte em que, se a Lava Jato continuar, nos próximos jogos o Brasil terá uma porção de políticos inscritos, pois se sabe que a única maneira de saírem da prisão é o salto com vara, por cima dos muros.

E, continuando com nossa musa, uma revista semanal tocou num ponto fundamental para aguçar o humor da Dilma, mostrando um pouco das suas mordomias e de seus familiares no governo. Diz a revista, isto é, a publicação semanal: “São oito carros blindados de fábrica. Quatro para o transporte e mais quatro que fazem a escolta armada. É um serviço VIP. No carro oficial e no veículo de escolta há um motorista e um segurança. No total, são quatro pessoas envolvidas para cada dupla de carros.” E a Dilma ainda soltou uma nota reclamando da imprensa em divulgar uma coisa destas. Não é uma piada? Não tem jeito, se é para gastar tanto assim, não seria melhor importar a Rainha da Inglaterra? Por isso, meus caros e estimados leitores, para trazer a Dilma para a esta coluna, estou propondo que o Temer mantenha estas mordomias, com já vem mantendo para os ex-presidentes. Dizem que, para Lula, até a Caninha 51 faz parte do pacote.

E por falar novamente em Lula. Ele não perde tempo, e fez uma turnê pelo nordeste, fazendo o público rir, com o seu fino humor pernambucano. Eu não sei se ele passou lá em Bom Conselho para incentivar os políticos a concorrerem à prefeitura. Pelo que li na A Gazeta quase todos desistiram de concorrer. Eu fico com saudade de Lucinha Peixoto que era uma expert em política de Bom Conselho, para perguntar se foi por causa do preço do voto. Bem, mas, deixemos Bom Conselho para lá, e retomemos o humor com Lula em suas andanças por estas bandas.

Ele esteve em Caruaru. Dizem que ao chegar ao Aeroporto havia apenas 8 pessoas para recebê-lo. Não se sabe se nesta conta estão incluídos os trabalhadores do Aeroporto Oscar Laranjeiras, onde costumo ir passear com meus netos. Isto foi na quarta-feira, vejam a coincidência, eu saí de lá na terça-feira e perdi a oportunidade de ir cumprimentá-lo. Seria, como diz meu neto mais novo quando ver algo inusitado, “um momento histórico”. E falam, que ele fez vários shows de humor, mesmo com a plateia reduzidíssima ao ponto de chamarem a atual turnê de “O ocaso de Lula!”. Que ocaso que nada! Ele terá muitos anos pela frente para nos fazer rir, como mostra uma das piadas que ele contou, lá pelo Alto do Moura: “A verdade é que quem entra na política é uma desgraça. É que nem uma boa cachaça: tomou a primeira, não quer parar mais”, falando da Rádio Jornal, para o mundo. Ou seja, manterei o Lula como colaborador da coluna, até ver a estátua dele ser construída lá em Garanhuns, como queria um blogueiro daquela cidade. Aliás, não sei se ele desistiu da ideia. Eu não!

Todavia, o centro do humor desta semana, não ficou com Dilma nem com o Lula, e sim com o Cunha. Para quem viu uma sessão da Comissão de Constituição de Justiça do Senado rolar por 3 dias inteiros, tenho certeza, ainda não parou de rir. E mais alegria ainda é quando soubemos, pelo resultado da reunião que o Cunha, estará vindo em tempo integral para esta coluna, junto com a Dilma, lá pelos meados de agosto. Vai ser um desbunde de humor. Minha esperança é que nossos leitores passarão de 13 para 15 em pouco tempo. Já estou pensando em aumentar o cachê de nossos patrocinadores (para que não sabe, continua ser a Sagrada Família, que mora lá na Igreja Matriz onde me batizei).  Quem acompanhou pode ver, até onde deu, sem risco de vida pelo excesso de riso, o Cunhão repetir ad nauseam a piada sobre as contas na Suíça, já pode imaginar, o que haverá quando, deixar o Congresso e for pegar a Dilma lá no Alvorada, e forem em direção à saída de Brasília, talvez até em um carro de bombeiro (Temer não irá negar esta última mordomia, é claro!), onde eles repetirão alternadamente as piadas: “Não vai ter golpe!” e “Não tenho contas no Exterior!”, o que acontecerá com este país. O riso que sairá desta nação talvez seja suficiente até para encobrir o fracasso olímpico.

E teria muito mais a tratar, se não houvesse leitores que reclamam que escrevo demais. Entretanto, devo parar também, porque este “recesso branco” do Congresso promete novas atrações. Fiquem com o vídeo com a abertura do programa “Faça humor não faça a guerra”, e decidam logo, se vão dizer que sim, vão dizer que não ou se continuarão na indecisão.


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