Por Zé Carlos
Lá pelos idos de 1972 havia um programa da TV Globo (vejam o
vídeo lá embaixo) cujo título era o tema base desta coluna semanal : “Faça humor não faça a guerra”. Em sua
música de abertura alguém cantava:
Vai dizer que sim?
Vai dizer que não?
Vai ficar assim?
Sem opinião?
Dá logo a decisão!
Lembrei do programa pela dificuldade que tenho agora de,
diante de tantas catástrofes pelo Brasil e pelo mundo afora, como eu ainda iria
escrever algo que levasse meus 13 leitores ao riso. Sentei na máquina de
datilografia moderna, e mesmo com o diploma da Escola Pratt do Di Tavares,
fiquei sem ação. Heureka! Descobri que se todos tivessem dado a decisão de não
ficar assim sem opinião, e dito sim ao humor, o mundo seria de paz e de riso.
E aqui vou eu tirando leite de pedra ao tentar fazer as
pessoas rirem com um desastre que aconteceu em plena Riviera Francesa, em Nice,
que seria o paraíso se não fossem os homens, com seus 84 mortos, por um
motorista terrorista que jogou um caminhão em cima das pessoas sem dó nem
piedade. Quase impossível. Fico por aqui dizendo apenas que, apesar de terem
insinuado, não era o Eduardo Cunha, nosso Cunhão, o motorista em lide. E para
ser justo, por mais que se queira apontar o dedo, já digo que não foi o Lula,
nem o Renan, nem o Temer, e muito menos a nossa musa a Dilma, que só anda de
bicicleta. No entanto, eu aviso, cuidado ao atravessar as ruas perto do Palácio
do Alvorada, ela anda de mau humor por causa do Lula, que resolveu cantar de
galo em seu terreiro.
Mas, já que decidimos seguir o nosso lema, façamos humor! E
aqui, mesmo com o recesso branco do Congresso, o que já é motivo de humor, pois
dá a impressão que haja um “recesso preto”,
o que seria impossível pelo alto nível de preconceito contra os brancos, ainda
houve atividades o suficiente para fazer sorrir até o sisudo juiz Moro.
Para continuar com as notícias em nível internacional,
tivemos, não propriamente uma catástrofe, a mudança de governo no Reino Unido. Saiu
o David Cameron e entrou a Theresa May. Talvez os meus leitores não achem tanta
graça como eu que vivi in loco uma mudança anterior só que ao contrário, de uma
mulher Margareth Thatcher para um homem o John Major. O engraçado das duas
situações é que, por lá, tudo parece tão normal que, quando comparado a
mudanças de governo por aqui, dá até vontade de dormir. A única coisa que mudou
foi a idade da Rainha, e a mudança de gênero, o que já é tão comum. Espero
apenas que as mulheres no comando, por lá, deem mais certo do que por aqui,
onde nossa primeira presidente fez questão de ser chamada de “presidenta”, por via das dúvidas.
Mas, volto ao velho e bom humor nacional, que é o que mais
nos interessa. E como não poderia deixar de ser, começo com a nossa musa, a
Dilma, que, a cada dia que se aproxima de deixar de vez a presidência, para
nosso júbilo, pois sabemos que ela se engajará à coluna em tempo integral,
continua com mais humor do que nunca. Imaginem vocês, que sua ânsia para deixar
a presidência é tanta, e vir juntar-se a nós, que, segundo a mídia, tem-se
preocupado um pouco mais com sua saúde. Está fazendo musculação lá no Palácio
do Planalto, evitando se encontrar com o Temer, pois se se encontrar vai ter
porrada e ela precisa de músculos. Além disto, mantém as pedaladas pelos
arredores do Palácio do Alvorada. Já aviso que uma ema que apareceu atropelada
nos jardins, se disserem que foi ela, é invenção do Temer. Falam que já perdeu
17 quilos. Meu Deus, será que ela vai desaparecer? E ainda faz mais exercícios
encaixotando os livros para levar para Porto Alegre. E vejam que pândega!
Segundo o Ricardo Berzoini, ela adora ouvir a Beyoncé. Deve querer ficar com o
mesmo corpo.
E ela não conta mais piadas? Perguntarão meus céticos
leitores. Oh! Homens, mulheres e indeterminados de pouca fé, claro que conta.
Vejam o que ela disse sobre o golpe de estado que foi dado na Turquia: “A tentativa de golpe na Turquia é
preocupante. Um governo eleito não pode ser derrubado. Nem pela violência. Nem
por artimanhas jurídicas.” Viram a sutileza do humor? É magistral. Comparar
o golpe na Turquia com o que aqui está acontecendo só pode acontecer na mente
de um humorista nato ou nata, como todos sabemos, que é a nossa musa. Aliás, se
a Comissão do Impeachment aceitar a tese, vai ter que levar o Raul Jungmann,
nosso Ministro da Defesa, para depor, e tentar descobrir onde estão os mortos,
feridos e os tanques na rua para golpear nossa presidente afastada. Quando eles
souberem que os Urutus, nossos tanques de guerra, somente irão às ruas para
defender os atletas dos arrastões no Rio de Janeiro, vai ser uma risadaria
geral.
É por essas e outras que a imprensa informa que o grande “show do impeachment”, quando entrar
agosto, será visto por mais de 120 países, com mais de 200 canais de televisão
transmitindo, e mais de 2 mil correspondentes estrangeiros sedentos de notícias
alegres ou menos tristes do que as das Olimpíadas. Tanto que o Renan, para não
aparecer no show, pois corre o risco de ser preso, quer colocar o evento para
após a competição no Rio de Janeiro, enquanto a oposição quer antecipar,
tentando até trazer a competição de salto com vara para Brasília. Aliás, este é
um esporte em que, se a Lava Jato continuar, nos próximos jogos o Brasil terá
uma porção de políticos inscritos, pois se sabe que a única maneira de saírem da
prisão é o salto com vara, por cima dos muros.
E, continuando com nossa musa, uma revista semanal tocou num
ponto fundamental para aguçar o humor da Dilma, mostrando um pouco das suas mordomias
e de seus familiares no governo. Diz a revista, isto é, a publicação semanal: “São oito carros blindados de fábrica. Quatro
para o transporte e mais quatro que fazem a escolta armada. É um serviço VIP.
No carro oficial e no veículo de escolta há um motorista e um segurança. No
total, são quatro pessoas envolvidas para cada dupla de carros.” E a Dilma
ainda soltou uma nota reclamando da imprensa em divulgar uma coisa destas. Não
é uma piada? Não tem jeito, se é para gastar tanto assim, não seria melhor
importar a Rainha da Inglaterra? Por isso, meus caros e estimados leitores, para
trazer a Dilma para a esta coluna, estou propondo que o Temer mantenha estas
mordomias, com já vem mantendo para os ex-presidentes. Dizem que, para Lula,
até a Caninha 51 faz parte do pacote.
E por falar novamente em Lula. Ele não perde tempo, e fez
uma turnê pelo nordeste, fazendo o público rir, com o seu fino humor
pernambucano. Eu não sei se ele passou lá em Bom Conselho para incentivar os
políticos a concorrerem à prefeitura. Pelo que li na A Gazeta quase todos desistiram
de concorrer. Eu fico com saudade de Lucinha Peixoto que era uma expert em
política de Bom Conselho, para perguntar se foi por causa do preço do voto.
Bem, mas, deixemos Bom Conselho para lá, e retomemos o humor com Lula em suas
andanças por estas bandas.
Ele esteve em Caruaru. Dizem que ao chegar ao Aeroporto
havia apenas 8 pessoas para recebê-lo. Não se sabe se nesta conta estão
incluídos os trabalhadores do Aeroporto Oscar Laranjeiras, onde costumo ir
passear com meus netos. Isto foi na quarta-feira, vejam a coincidência, eu saí
de lá na terça-feira e perdi a oportunidade de ir cumprimentá-lo. Seria, como diz
meu neto mais novo quando ver algo inusitado, “um momento histórico”. E falam, que ele fez vários shows de humor,
mesmo com a plateia reduzidíssima ao ponto de chamarem a atual turnê de “O ocaso de Lula!”. Que ocaso que nada!
Ele terá muitos anos pela frente para nos fazer rir, como mostra uma das piadas
que ele contou, lá pelo Alto do Moura: “A
verdade é que quem entra na política é uma desgraça. É que nem uma boa cachaça:
tomou a primeira, não quer parar mais”, falando da Rádio Jornal, para o
mundo. Ou seja, manterei o Lula como colaborador da coluna, até ver a estátua
dele ser construída lá em Garanhuns, como queria um blogueiro daquela cidade.
Aliás, não sei se ele desistiu da ideia. Eu não!
Todavia, o centro do humor desta semana, não ficou com Dilma
nem com o Lula, e sim com o Cunha. Para quem viu uma sessão da Comissão de
Constituição de Justiça do Senado rolar por 3 dias inteiros, tenho certeza,
ainda não parou de rir. E mais alegria ainda é quando soubemos, pelo resultado
da reunião que o Cunha, estará vindo em tempo integral para esta coluna, junto
com a Dilma, lá pelos meados de agosto. Vai ser um desbunde de humor. Minha
esperança é que nossos leitores passarão de 13 para 15 em pouco tempo. Já estou
pensando em aumentar o cachê de nossos patrocinadores (para que não sabe,
continua ser a Sagrada Família, que mora lá na Igreja Matriz onde me
batizei). Quem acompanhou pode ver, até
onde deu, sem risco de vida pelo excesso de riso, o Cunhão repetir ad nauseam a piada sobre as contas na
Suíça, já pode imaginar, o que haverá quando, deixar o Congresso e for pegar a
Dilma lá no Alvorada, e forem em direção à saída de Brasília, talvez até em um
carro de bombeiro (Temer não irá negar esta última mordomia, é claro!), onde
eles repetirão alternadamente as piadas: “Não
vai ter golpe!” e “Não tenho contas
no Exterior!”, o que acontecerá com este país. O riso que sairá desta nação
talvez seja suficiente até para encobrir o fracasso olímpico.
E teria muito mais a tratar, se não houvesse leitores que reclamam
que escrevo demais. Entretanto, devo parar também, porque este “recesso branco” do Congresso promete
novas atrações. Fiquem com o vídeo com a abertura do programa “Faça humor não
faça a guerra”, e decidam logo, se vão dizer que sim, vão dizer que não ou se
continuarão na indecisão.
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