O Pixulula |
Por Zezinho de Caetés
O Brasil atual está virando uma mesmice, no que diz respeito
a Brasília e adjacências. E assim continuará até que a Dilma, gerenta
presidenta Porcina, isto é, a que foi sem nunca ter sido, deixar o poder. Na
última semana houve novidades, com as manifestações do povo nas ruas e a
descoberta pelo povo de que o Lula é realmente o chefe, porque se não for, é um
imbecil completo.
Toda semana, como disse meu conterrâneo, tem gente presa.
Não é mais nem notícia de primeira página. Daqui a pouco os presos pela Lava
Jato estarão só nas páginas policiais. A não ser que o chefe seja preso. Isto
dará manchetes e capas de revistas. Já imagino a capa da Veja, com o “pixulula” de fundo e as letras em
vermelho dizendo “Até que enfim!”. Já
a Carta Capital dirá, tendo ao fundo a imagem de Lula chorando, “Infelizmente, aconteceu!”.
Talvez, outra prisão que dará manchetes será a prisão de
Renan, que é muito simples de bolar: Por exemplo: “A vaca foi pró brejo, sem nota fria!” ou “O cabelo do Renan começou a cair!”, referindo-se àquele implante,
que ficou pior do que o do Dirceu e o do Álvaro dias. Ainda outra boa para a
ocasião seria: “A Agenda Brasil deu cana!”.
Eu optaria por esta última porque eu nunca vi algo tão ridículo como esta
salada de metas, que, só chegariam a aparecer se elas fossem dobradas, mas, a
Dilma dobrará as metas delas e não as do Renan.
E o Cunha, será preso ou não? Tudo dependerá do que se
chamou de “acordão” e do destino do
Renan, que depende de Janot, que depende de Dilma que depende do Senado, que
depende do Renan e que depende do povo, que não depende de ninguém. Que me
desculpe o Drummond.
Eu encontrei um texto que lhes ofereço abaixo para comprovar
a mesmice brasiliana. Antes da chamada Agenda Brasil, que foi um esforço
hercúleo de Renan (dizem que ele trabalhou mais de 15 minutos nela, copiando e
colando o que já havia sido proposto) para se achegar à Dilma e salvar sua pele
na Lava a Jato, com a ajuda de Janot, o Procurador Geral da República que
esqueceu de procurar a Dilma e agora só procura o Cunha, ele (o Renan) havia
dito que o número de ministérios existente era uma excrescência. E é mesmo. São
39 ministérios, o que ultrapassa a capacidade da presidenta para saber os nomes
de todos os ministros. E dizem que é por isso que ela não os troca com a
frequência necessária.
Mas, pasmem, na Agenda Brasil, como diz o Gil Castello
Branco no texto citado (O Globo – 18/08/2015), o Renan esqueceu a “excrescência” em suas metas. Então, o
que se espera neste país em que tudo de ruim dobra? Dobrar a excrescência.
E fiquem com o texto, onde as “excrescências” do no Estado inchado são postas de forma didática,
até para a “roraimada” Dilma.
“Na semana passada, a piada em Brasília era que se Dilma submetesse Os
Dez Mandamentos ao Congresso Nacional, a proposta seria retalhada, e as
despesas do céu iriam aumentar. Como Renan Calheiros repentinamente passou de
incendiário a bombeiro, o fogo abaixou. Resta saber se a “Agenda Brasil”,
proposta por Renan, é apenas espuma, como dito por Eduardo Cunha, seu colega no
PMDB e na Lava-Jato.
Espuma ou não, o “pacote Renan” deveria incluir outros temas. Como
exemplo, incorporar as dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério
Público Federal, que serão apresentadas como projeto de iniciativa popular.
Caso o Congresso Nacional as adotasse, não precisaríamos colher 1,5 milhão de
assinaturas. Na mesma linha, Renan poderia agilizar a tramitação de mais de 500
projetos de lei relacionados ao combate à corrupção, muitos dos quais
engavetados há anos no Legislativo.
Também fez falta a redução dos 39 ministérios, como sugeriu o próprio
Renan na sua (curta) fase oposicionista. A reforma administrativa deveria
começar na Presidência da República (PR), que em março passado, tinha exatos
18.388 servidores. Para prestigiar algumas áreas ou para saciar a fome de
cargos dos políticos, a PR inchou em quantidade de órgãos e funcionários.
Dentro da PR estão nada menos do que nove ministros!
Conforme boletim do Planejamento, a quantidade de servidores da
Presidência engloba a Vice-Presidência, a Controladoria-Geral da União, a
Advocacia Geral da União, a Agência Brasileira de Inteligência e todas as secretarias
com status de ministério: Aviação Civil, Portos, Promoção da Igualdade Racial,
Micro e Pequenas Empresas, Assuntos Estratégicos, Relações Institucionais,
Direitos Humanos, e de Políticas para Mulheres. Também integram a estrutura da
PR a Agência Nacional de Aviação Civil e a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários. Uma eventual reunião dos 18.388 servidores da PR no Rio de Janeiro
teria que ser realizada no Maracanãzinho.
O ginásio, porém, não seria suficiente para sediar reunião de todos os
funcionários públicos federais lotados no Rio de Janeiro. Aliás, diga-se de
passagem, nem o Maracanã, que após as reformas só pode abrigar 78.838 pessoas.
Acreditem ou não, apesar de a capital ter sido transferida para Brasília há 55
anos, no Rio estão lotados 102.623 servidores públicos federais ativos do Poder
Executivo. No Distrito Federal são 70.251.
Outra curiosidade são os quase cem mil cargos, funções de confiança e
gratificações existentes apenas no Poder Executivo federal. Como o número atual
é de 99.850, em breve chegaremos à marca histórica, provavelmente recorde
mundial. Somente os chamados cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS)
somam 22.559.
Tanto a quantidade de servidores como as “comissões” cresceram
significativamente nos últimos anos. De 2002 para cá, foram quase 130 mil
servidores federais civis a mais e cerca de 30 mil novos cargos, funções de
confiança e gratificações. Ainda que as despesas com pessoal em relação ao PIB
tenham diminuído, a tribo cresceu, em número de índios e caciques, sem que os
serviços públicos tenham melhorado.
Há muitos anos o Estado não é repensado. Na década de 30, Getúlio criou
o Dasp para incorporar o “fordismo” à administração pública. Anos depois, Hélio
Beltrão preocupou-se com a burocracia e o respeito ao cidadão. O economista
Bresser Pereira, apesar de contestado, também trouxe o assunto à tona.
Entretanto, a fusão do Ministério da Administração e Reforma do Estado com o do
Planejamento não surtiu efeito, pois as questões administrativas perderam
relevância. No dia a dia, os cortes orçamentários e a questão fiscal se
sobrepõem à discussão sobre o Estado. Assim, inexiste debate sobre como
redimensionar ministérios, autarquias, fundações, agências reguladoras,
conselhos e comissões, bem como sobre a privatização de estatais e
subsidiárias.
Além da “pauta Renan”, urge enxugar a máquina pública e aprovar medidas
eficazes para o combate à corrupção, o nosso mal maior. As propostas do MPF
tratam de prevenção, aceleração dos processos judiciais, recuperação de
recursos, eliminação de brechas por onde escapam os bandidos de colarinho
branco, redução das prescrições e agravamento das penas, inclusive aos partidos
políticos. A sua assinatura no site http://migre.me/rd57T é importante, tal
como no “Ficha-Limpa”.
Enfim, é difícil dizer se todos Os Dez Mandamentos seriam aprovados no
Congresso Nacional. No momento, entretanto, o que parece mais importante para a
sociedade brasileira é o sétimo: Não roubar!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário