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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A sabatina do Janot: "Pau que dá em Chico, dá em ...."




Por Zezinho de Caetés

Quarta-feira eu perdi uma tarde da minha vida, vendo a sabatina do Janot. Como todos sabem, para que um Procurador Geral seja empossado, o candidato tem que passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para que seja, aquilatada a sua capacidade em exercer o cargo. Ora! No caso do Janot, ele já estava lá há dois anos, então para que toda aquela pantomima, onde havia mais gente da imprensa do que parlamentares?

Todos estavam lá, talvez, pelo mesmo motivo que eu. Para ver o Collor sabatinar o cara de quem ele xingou a mãe, e o colocou mais baixo do que o segundo volume morto das barragens paulistas. E há um explicação plausível para nosso comportamento, que revela um certo voyeurismo mórbido. Em 1989 ele ganhou uma eleição, descobrindo que o Lula tinha um filha por fora, e não dizia nada a ninguém. Pensar que ele perdeu a eleição por isto, não é trivial. Se fosse num país civilizado ele não seria sido nem candidato.

E ontem, como um escorpião da estória, mostrou que não perdeu sua natureza. Chegou até a xingar um morto, que era o irmão do candidato Janot. Foi chocante, e por essas e outras ofensas, uniu todos os senadores, que aprovaram o candidato por quase unanimidade. Ou seja, foi mais uma do Collor, que ainda não foi para a cadeia porque no Brasil, quando acontece o que aconteceu com o Zé Dirceu, até parece um milagre. Mas, não percamos a esperança na Lava Jato.

No mais, a sabatina foi uma repetição de coisas e propaganda partidária. Até o Humberto Costa, aproveitou para fazer uma série de perguntas, embora não tenha feito a que mais lhe interessa: Quando ele será denunciado? Citações na Lava Jato não lhe faltam. Como também não faltam nem a Dilma nem a Lula.

E agora, que o Janot já foi aprovado, vamos ver se ele denuncia o Renan, ou se a Agenda Brasil, o livrou disto, no chamado “acordão”, que até agora o salvou. Não vi ninguém perguntar a respeito, mesmo quando lembravam do Procurador da época do FHC, chamando-o o “Engavetador Geral da República”. Uma senadora do Rio Grande do Norte, usou tanto este apelido, em sua participação na sabatina, que deixou lívido o Janot, pensando nas outras denúncias que tem que fazer, se não quiser ser lembrado como “Escondedor Geral da República”.

E por que digo que perdi tempo? Por um motivo muito simples. Ouvi que a Dilma não pode ser investigada pelas “pedaladas fiscais”, porque ela é uma ciclista antiga, e as pedaladas foram dadas na sua gestão passada, e não nessa agora. Ora, senhores! Todos sabem que o efeito das pedaladas só fizeram efeito agora no peso da Dilma e na economia brasileira, e então, tem-se que contar também o tempo dos efeitos os efeitos. A briga jurídica sobre este pronto é o mote do momento nos meios da turma de toga.

Estamos no aguardo das atitudes do Janot e na solução deste impasse do qual depende a solução de nossa crise. E ainda acreditando em sua principal frase na sabatina: "Pau que dá em Chico, dá em Francisco", esperamos que "pau que dá em Collor, dá em Dilma, dá em Lula, como deu em Zé Dirceu".

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