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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A semana - Dilma oferece comida, Lula, o margarido, come a entrada e Renan e Cunha brigam pela sobremesa


Lula, o margarido


Por Zé Carlos

Esta semana, o ponto alto foram as manifestações a favor do impeachment da nossa principal colaboradora desta coluna, a Dilma. Pelo menos em Recife, onde também fui às ruas, vi a determinação do povo em atender o pedido desta coluna para colocar a Dilma para fora, com o propósito de, assim que ela saia transformá-la em colaboradora permanente, até com a carteira assinada, como já o é o Lula. E todos sabem que o intuito é louvável pelo que ela, mesmo em tempo parcial, tem feito em termos de humor pelo nosso Brasil. Mas, veremos que nem só de manifestação nossos leitores vão rir esta semana. Ainda não temos uma estimativa do público que compareceu para pedir o Fora Dilma e Cadeia para o Chefe (que até agora ninguém sabe quem é), porém, quem sabe, até o fechamento da coluna nós o trazemos lá embaixo. Agora voltemos no tempo.

A nossa musa, a Dilma, agora vive de reuniões sociais, churrascos, inaugurações do Minha Casa Minha vida. Diante de tal capacidade para fazer humor, não poderia ser diferente. Logo nos estertores da semana passada, ela reuniu, na noite do domingo, no Palácio da Alvorada, nada mais nada menos, do que 13 ministros, além do Temer, presidente em exercício, e dois líderes do governo no Congresso. É bom logo dizer que o número de ministros foi apenas para manter a esperança dela no número 13, ainda que ele não tenha sido bom para ela, nos últimos tempos. O objetivo do encontro, pelo menos no oficial, foi que ela iria anunciar medidas concretas para reverter as pesquisas de opinião pública, que a colocam lá na rabeira dos presidentes eleitos no Brasil. Na realidade, tratava-se de mais um “stand-up”, onde as piadas rolaram soltas, e depois foram transmitidas ao público externo pelo Ministro Edinho, sim, aquele que está sendo lavado a jato pelo Sérgio Moro.

Querem saber um resumo deste show de humor? Então segurem-se com a explicação do Ministro:  “A presidente foi eleita para cumprir quatro anos de mandato, e o Brasil é exemplo de democracia para o mundo. Não podemos brincar com a democracia, não podemos brincar com as instituições. A presidente vai cumprir seu mandato e está otimista com a capacidade de a economia responder a esse momento de dificuldade num curto espaço de tempo”. Os presentes devem ter morrido de rir, por dentro, com esta piada. Ou seja, esta frase é igual a frase da Dilma de que não tem meta, mas vai dobrá-la. Ou seja, a Dilma cada dia quer atingir a meta desta coluna que é trazê-la para fazer graça só aqui, para os nossos 9 leitores (agora são 10 segundo me informou um amigo) e deixar o resto da população, sorrindo por dentro.

Mas, para não dizer que não ouve nenhum anúncio de medidas importantes, segundo outro porta-voz da presidência, o nosso colaborador (free lancer), José Guimarães, líder do governo na Câmara, complementou o conjunto das piadas: “A presidente vai liderar um amplo diálogo com as bancadas, com os partidos, com os empresários, com os movimentos sociais. Vai percorrer o país e não há chance de renunciar”. Ou seja, uma das piadas no show da Dilma, foi que ela não tem chance de renunciar. Otimismo de mais é sempre uma fonte de piadas, e com esta, dizem, até o Mercadante, deu um ar de riso.

E o churrasco “stand up” foi tão proveitoso, humoristicamente, que a presidente repetiu o show, agora num jantar, no horário de sempre, mas, agora com outros convidados. Lá estavam, na última segunda-feira, início real desta semana, 21 ministros e 43 senadores. Sabem quem estava lá? O Fernando Collor, sim, aquele mesmo que chamou o Procurador Geral da República de “filho da puta”, na semana passada. Riram? Agora lá vai: Quem foi o senhor da festa foi o Renan Calheiros, sim, aquele mesmo que tem tudo também para aplicar o mesmo adjetivo ao Procurador, e, tenho certeza, o faz, embora não em público. E, pasmem, foi ele, que tomou uma parte do tempo dedicado as piadas de nossa musa, a Dilma, para contar 28 piadas envolvendo os campos da melhoria no ambiente de negócios/infraestrutura, equilíbrio fiscal e proteção social. Foi um verdadeiro desbunde hilariante quando todos caíram na real e descobriram que não existia uma só que não devesse passar pelo Cunhão, lá na Câmara. E aí é que a porca torce o rabo. Ou seja, foi apenas mais um show de nossa musa, neste país do riso. E a ansiedade para o riso, quando ouvidas e digeridas as piadas do Renan, houve uma reunião com o ministro da fazendo, Levy, o enrolado, e já transformaram estas piadas em 43, ou seja quase duplicaram a meta, como aconselha a Dilma, e deram um nome ao seu conjunto: “Agenda Brasil”. Tendo como autor original o Renan, quem espera que de lá saia coisas boas? Só os nossos 10 leitores que adoram rir na segunda-feira.

Estão vivos ainda? Mas, teriam morrido se no parágrafo anterior eu tivesse informado que, neste show, o Collor deu conselhos à nossa musa, para evitar o impeachment. Ele disse que o evitou, renunciando ao cargo. Espero que ela siga o conselho e poupe o trabalho do Eduardo Cunha. É o sujo dando conselho à esfarrapada. E haja riso. E, realmente, este é um país que esta coluna adora. A cada momento é uma piada. Um jornal de grande circulação, noticiou que, no dia seguinte a este jantar, três dos convidados deram entrada no serviço médico da Casa com queixas de indisposição alimentar. É um caso para a Operação Lava Jato investigar os nomes das três vítimas. Isto só pode ter sido tentativa de homicídio através da diarreia. É um crime hediondo porque quem morre se cagando, está com a  vida política acabada. Quem terá sido o, ou a, mandante. Na certa deve ter sido o mordomo.

Quando todos pensavam que a Dilma, nossa magra musa, iria voltar à dieta Ravena, acreditem senhores, ela ofereceu mais um rega-bofe, agora para homenagear o Dia do Advogado. Os convidados representam a “justiça” deste país, e os convidadas eram da Suprema Corte. Estava lá uma boa parte dos ministros, além daqueles que preparam a comida como Temer, Mercadante e outros que lidam na cozinha dela. Todos pensam que eles estavam lá para assistir a mais um show de humor de nossa principal colaboradora. Mas, não era só isto. O maior interesse era mesma a dieta dela. Ou seja, todos estavam de olho na dieta dela. E a comida toda foi preparada para mostrar a todos, do outro poder da República de que dieta como a da Dilma é impossível de existir neste Brasil em crise, e se eles pensarem em impeachment vamos ficar sem suas receitas maravilhosas.

Mas vocês estão pensando que eles desistiram do show de humor? Claro que não. A Dilma dissertou sobre a necessidade de harmonia entre os poderes, ainda lembrando das 28 piadas do Renan, em rega-bofe anterior, e que já se transformaram em 43. Óbvio que teria que ter alguém para pedir para ela “dar uma palhinha” e contar pelo menos uma delas. Então, ela se empertigou toda, com aquela classe de humorista e tascou: “Venda de ativos patrimoniais (terrenos de Marinha, edificações militares obsoletas e outros ativos imobiliários da União)”. A plateia veio abaixo de tanto riso, mas isto apenas quando ela explicou que concordava com a ideia, desde que o resultado da venda fosse devolvido aos índios, para fazer justiça social. Eu, até agora não me contive, com o humor do Renan. Já estou pensando em convidá-lo para colaborar com a coluna. Em tempo, dizem que o Dias Toffoli já se declarou descendente direto do Araribóia, e quer o seu quinhão, na venda.

E, depois de um longo e tenebroso inverno, mesmo sem chuvas em São Paulo, eis que aparece em Brasília, o Lula, travestido de “margarida”, para homenagear a Marcha das Margaridas, que é o braço florido do PT. Dizem que os órgãos públicos gastaram uma nota para alimentar tantas “flores” que lá estiveram para, ao contrário de quase toda nação, gritarem: “Fica Dilma!”, numa atitude de discordância frontal com esta coluna. E lá estava ele, o “Margarido”, digo, o Lula, fazendo a plateia florida ri de novo, embora com piadas antiguíssimas. Por exemplo, disse ele em relação a Dilma: “É lógico que ela pode errar, como eu errei e como qualquer um erra enquanto mãe. Nem sempre a gente faz as coisas que são aceitas 100% pelos filhos. Nós sabemos disso. Mas quando ela errar, ela é nossa. E temos de ajudá-la a consertar. Não julguem a Dilma por seis meses de mandato, porque ele é de quatro anos.”. Só faltou acrescentar: “Tirem ela do volume morto!”. E chorar lembrando de sua mãe, a Dona Lindu, que nasceu analfabeta, como todas as mães, fato que ele como bom filho, contra ele, resolveu protestar também ficando analfabeto pelo resto da vida. Dizem que o encontro foi apoteótico, no Estádio Mané Garrincha, quando a Dilma apareceu e foi entoada a canção que ouvi tanto em minha vida:

Apareceu a margarida, olê, olê, olé
Apareceu a margarida, olê meus cavaleiros...

E o Lula comandava a brincadeira com um chapéu de margarida, já que não tinha nenhum boné do MST.

E foi com o espírito florido que ele, se reuniu com a cúpula do PMDB, em encontro onde estavam os maiores correligionário do PT e do Lula (Temer, Jáder Barbalho, Romero Jucá, José Sarney, etc.), e foi logo reclamando: “Não dá para esperar toda segunda-feira e ver se mais alguém foi preso”, o que, como todos sabem, se tornou uma rotina desde quando o Sérgio Moro começou a levar a sério a ideia de repetir no Brasil a Operação Mãos Limpas, da Itália. Aqui se chamou Operação Lava Jato, talvez, devido a sujeira encontrada não caber num lavatório e nem mesmo na Fontana di Trevi, precisando de mangueiras mais possantes. Eu não sei porque não a chamaram a Operação Rabo Solto, porque só quem tem medo é quem tem o rabo preso.

E quando se pensava que o humor da Dilma fosse apenas par um público interno, coisa que esta coluna jamais permitirá, ela apareceu na TV, para dizer que “jamais pensou em renunciar”. Sei que todos ficarão tristes com a notícia, tanto os meus 10 leitores, que seriam contemplados com seu humor em tempo integral, quanto 70% da população brasileira que diz não apoiar o seu governo. Bem, mas a solução para isto, é o impeachment, assunto que ela disse não responder a respeito, e ficou para o povo responder e, como já vimos no primeiro parágrafo, o povo foi quase unânime em pedi-lo nas manifestações.

Agora, já sabemos que aqui em Recife tivemos mais de 50 mil pessoas, e eu, era uma delas. Meu cartaz dizia: “Dilma, vem para nossa coluna! Congressistas ajudem esta coluna acelerando o impeachment.” Tenho certeza de no dia seguinte os meus leitores aumentarão de 10 para pelo menos 1 milhão e dez leitores, se todos os que foram para Avenida Paulista começarem a lê-la.

Ia até esquecendo filme abaixo, do UOL, que é muito curto esta semana, por uma motivo claro. Seus produtores não tiveram muito tem por terem ido para as manifestações. Mesmo assim, vejam a Dilma dizer, como o Lenine, e para as margaridas e Margarido: “Eu envergo mas não quebro!”. E riam, se ainda aguentarem, pois a semana foi puxada. E até a próxima. Antes do filme, leiam o roteiro de seus produtores.

“Na charge política do UOL desta semana, a presidente Dilma ataca de cantora e diz que "enverga, mas não quebra" enquanto assiste, de camarote, Eduardo x Renan.”


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