Por Zé Carlos
Todos os meus 10 leitores sabem, este espaço é uma pretensa
coluna de humor. E por isso não há nada mais sério na mídia do que ela. Quando
dizem que o Brasil é o país da piada pronta, além de ser uma verdade, apenas
comprava nossa tese, de que nada é mais sério do que o humor. E neste mês de
agosto tudo leva a crer que conseguiremos atingir nossa meta, que é levar o
distinto público à morte hilariante, e, quem sabe até dobrá-la.
E agora lembramos que hoje é o dia 24 de agosto. Para quem
gosta de história é um prato cheio. Tantos acontecimentos macabros aconteceram
na história do Brasil político, neste dia, que os protagonistas da política se
esforçaram ao máximo na semana passada, cada um em sua área, para levar os
leitores ao desespero com tanto humor, que chamaria de negro, se não fosse
vermelho e estrelado.
Logo no início da semana veio a notícia de que o humorista
Danilo Gentili que é um concorrente desta coluna, havia comentado aquele
atentado ao Instituto Lula, que chamamos aqui de “atentado do traque de chumbo”, dizendo o seguinte: “Instituto Lula forja ataque para sair de
vítima e o máximo q conseguem com isso é todo mundo dizendo q pena que o Lula
não tava lá na hora”. Quando se esperava uma grande risada lá no Instituto,
veio uma ação judicial tentando incriminar o “pretenso” humorista por ele ter assim se expressado. Ora, senhores
e senhoras, é uma questão de interpretação. O que ele quis dizer é que o Lula
deveria estar lá porque soube que, em sua infância ele gostava de brincar com
traque de chumbo. Esta turma é muito carrancuda mesmo. Foi piada, eles são
contra. No entanto o juiz que julgou o caso, talvez, entre uma risada e outra
disse, entre outras coisas: “Não é
possível criminalizar-se, ou censurar-se, a piada.” Isto para essa coluna é
um bálsamo porque temos certeza que nunca seremos criminalizados por tentar
fazer o povo rir. Tal qual em Berlim, um dia, aqui no Brasil ainda tem juízes
de verdade, e sendo assim sabem que não existe nada mais sério do que o humor.
Bem se houver alguém vivo depois da meia noite desta segunda-feira,
corre o risco de morrer ao ler o que segue, e pasmem, aconteceu tudo na semana
passada. Vocês pensaram que o Instituto Lula terminou a piada denunciando o
piadista? Longe disto. Para provar que eles gostam mesmo é de reclamar, não
pouparam nem o boneco inflável que representou o Lula tão bem lá em Brasília.
Como não tem mais o que reclamarem do FHC, agora criticam o “pixulula”, que no fundo, no fundo é uma
prova inconteste de que o Lula, ficará colaborando com esta coluna de forma
vitalícia, pois ele não se elege mais nem para inspetor de quarteirão. E vejam
bem, quando se pensava que as jocosidades vinham apenas do seu Instituto, eis
que ele aparece na propagando do PT, nas inserções de 30 segundos, quase
matando todos de rir. Eu vi só um trecho do pronunciamento, porque corri para
pegar as panelas e, quando voltei o programa já havia terminado. Vejam o que
ele disse: “Com o esforço e a luta de
todos vamos controlar a inflação, gerar empregos e derrotar o pessimismo. Podem
ter certeza. O Brasil vai voltar a crescer.” Apenas esqueceu de dizer
porque o Brasil parou de crescer. Nem a piada de que a culpa é do FHC pode ser
usada, porque chamaram um prosélito do neoliberalismo para tentar salvar a
besteira que fizeram, o Levy, o convertido, e Ministro da Fazenda de Dilma.
E a melhor notícia da semana, envolve mais uma vez nossa
musa inspiradora a Dilma. Vocês não vão acreditar, mas, lembram daquela viagem
que ela fez aos Estados Unidos, onde tentou rivalizar como o Obama na tarefa de
fazer seus povos sorrirem? Pois é, o Marciano (que não se perca pelo nome) que
prestou serviços ao governo brasileiro na referida visita, forneceu à delegação
da presidente 25 motoristas, dois ônibus, um caminhão, três vans e 19 limusines. Cobrou US$ 100 mil, segundo a
mídia. E ainda não viu a cor do dinheiro. Vai recorrer à justiça americana,
penso eu, porque a justiça de lá está mais ociosa do que a daqui, que não
suporta mais nenhum processo, além dos milhares envolvendo a operação Lava
Jato. Noutros tempos isto não aconteceria, porque a Petrobrás já teria pago a
conta, ou quem sabe, a Odebrecht?
Aproveito o nome do dono da empresa que levou o calote da
Dilma, Marciano, para dizer que se um marciano chegasse aqui na semana que
passou, pensaria que no Brasil só existiria um político, o Eduardo Cunha, o
nosso conhecido Cunhão. Nunca vi um bafafá maior por uma coisa que já era
esperada desde que o Cunhão rompeu com o governo Dilma. O que ele esperava? Que
ficaria fazendo graça sozinho? O Janot, que é aquele Procurador do qual se
esperava que tivesse uma ordem de prioridade das denúncias, as está fazendo de
forma aleatória, isto é, jogando tudo na roleta. E, vejam, não sei quem ganhou,
mas, os sorteados para ganharem a mega sena
do Janot, foram o Cunhão e o Collor, sim, aquele mesmo que já enfrentou tantos
processos, que se estivesse guardando as cópias, já poderia viver de vender
papel para reciclagem.
E, quem viu a reação do Eduardo Cunha à denúncia, até agora
deve estar se contorcendo de riso, quando ele, em entrevista cantou a modinha,
muito conhecida pela Dilma:
“... daqui não saio,
daqui ninguém me tira...”
Aliás, esta modinha vem se constituindo o hit dos tempos recentes e tem tudo para
emplacar no carnaval do ano que vem, pelo menos em Brasília e no Rio de
Janeiro.
E, como vimos, nos estertores da semana passada, houve uma
manifestação da qual participaram mais de 100 milhões de habitantes, se considerarmos
os que ficaram em casa com vontade de ir, para pedir o impeachment da nossa
colaboradora maior, a Dilma, ou 100 milhões e 1 porque eu estava lá e não fui
computado nas estatísticas. Em represália os chamados Movimentos Sociais, o PT
e a UNE, foram às ruas no dia 20 para mostrar com quantos quilos de mortadela
se faz uma manifestação. Até hoje, ninguém sabe se esta marcha foi a favor ou
contra o impeachment, pois do blá, blá, blá que vimos pode-se concluir tudo.
No entanto, mesmo sem mostrar um grande número de
participantes, a marcha dos vermelhos em comparação com as dos verdes-amarelos,
mostrou a que veio: Defender o governo da Dilma, no que eles acham que ele tem
de bom. O problema é que eles não sabiam explicar porque andaram em ônibus de
luxo, mas, comeram mortadela de segunda. Disseram que era culpa do Cunha e do
Levy. Este último será culpado, certamente, pelo pagamento dos ônibus, e dará
neles outro calote. Afinal de contas estamos em pleno ajuste fiscal.
Será que alguém tirou alguma conclusão de quem venceu nas
ruas? Ou seja, o impeachment sai ou não sai? Diante do quadro esquisito em que
se encontra nossa política eu lembrei de outra música de nossos carnavais, e
não sei porque:
“O coelho sai, não sai?...
o coelho sai, não sai”
Não sai, não sai, não
sai não!
“O coelho sai, não sai?...
o coelho sai, não sai”
Não sai, não sai, não
sai não!
Segura o coelho! Segura o coelho,
Seguro o coelho, que esse coelho é ladrão!...
Seguro o coelho, que esse coelho é ladrão!...
E por aí chegamos ao nosso filme semanal, que além de tratar
das idas às ruas, mostrando a pujança democrática do povo brasileiro, também
aborda a visita ao Brasil da Ângela Merkel, sim, a mulher mais poderosa do
mundo, de quem Dilma, Cristina Kirchner e Michele Bachelet, morrem de inveja, e
ficam dizendo que ela veste muito mal. E o filme mostra outro show de humor de
nossa presidente tentando comparar o Brasil com a Alemanha, menos, é claro no
futebol. Vejam os gols na narração de Galvão Bueno e tirem suas conclusões.
Vejam logo abaixo o resumo do roteiro do filme dos
roteiristas do UOL e em seguida vejam o filme e não percam a contar do placar
em nosso desfavor. E, mesmo, ainda restando muito de agosto, tenham uma boa
semana.
“A presidente Dilma
Rousseff (PT) recebeu em Brasília, nesta semana, a visita da chanceler da
Alemanha, Angela Merkel. Dilma não resistiu e fez brincadeiras envolvendo a
derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo do ano passado. E
foi pelo mesmo placar que a presidente foi derrotada esta semana. Entre os gols
que ela levou, estão os protestos pró-impeachment, aumento do desemprego, queda
da arrecadação e do PIB e aprovação da redução da maioridade penal pela Câmara
Federal.”
PARABÉNS PELA MANCHETE, ZÉ CARLOS!!! ALÉM DA CRIATIVIDADE, UMA PRESENÇA DE ESPÍRITO ESPETACULAR!!!
ResponderExcluirObrigado, Altamir. São seus olhos e seu coração. Um abraço.
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