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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A semana - O ministério da Dilma: Riam com filme ou sem filme.




Por Zé Carlos

Agora não tenho mais nem o filme do UOL, que reproduzo aqui todas as semanas para que meus leitores comecem mais uma sorrindo, sempre supondo que o riso é uma amostra de felicidade e não de tristeza. Os produtores do UOL entraram de férias natalinas, mas eu não. Eu preciso escrever, tentando passar para vocês as minhas gargalhadas cada vez que vejo a TV ou leio um jornal. E não poderia ser por outra coisa. A Dilma, nossa maior colaboradora para assuntos cômicos, desta vez se esmerou mais ainda, por conta do anúncio do seu ministério.

Para quem a acompanha, como eu, desde sua hilariante performance como ministra da Casa Civil, e mesmo durante seu reinado petrolífero, sabe que ela está melhor a cada dia. Cada palavra é um riso. Imagine se ela falasse igual ao Lula, que quando começa a falar sempre quer barrar o Fidel em termos de duração de discurso. Aliás, dizem que, quando o Fidel era vivo, quando ele pegava o microfone para discursar, os cubanos já se retiravam para fazer a feira e cuidar do pequeno almoço, na certeza de que, quando terminassem e voltassem ele ainda estaria falando, para então aplaudi-lo freneticamente ao seu término. Já a Dilma, graças a Deus, fala pouco, e se não escrevessem seus discursos ela terminaria nos “meus queridos e minhas queridas”. Já pensou a falta que nos faria em termos de humor?

E voltemos ao ministério da Dilma e o motivo para o riso. Vejam o que a Dilma declarou no seu primeiro discurso de posse em 2011:

“Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para atuarem com firmeza e autonomia.”

Esta é a prova cabal que a Dilma não sabia de nada do que se passava no Brasil desde priscas eras. Até nisso o Lula foi um artista. Escolheu uma sucessora que além de incompetente, leal e muda, também não sabia de nada. Para ele restava esperar apenas 2018 para sua volta triunfal. No entanto, esqueceram de avisar, e aqui é que está o motivo do humor, aos órgãos de controle e investigação de que a presidente estava apenas de brincadeirinha. Não era para ficar tão livres quanto ficaram. E aí, depois de encenar o papel de “faxineira da república” demitindo ministros “fichas sujas”, voltou a sua realidade depois do Joaquim Barbosa ter feito o que ela queria, no discurso de posse, no julgamento do mensalão, combatendo concretamente a corrupção que crescia feito erva daninha ao redor da presidente. E ainda estava para chegar a Operação Lava Jato, e o Petrolão. Então, haja riso.

Nem todo mundo entendeu que tudo o que foi feito pelo STF no julgamento do mensalão havia sido apenas tentar cumprir as determinações da presidente em seu discurso de posse. Para ser mais direto, leiam-na:

“O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são os elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.”

Belas e sábias palavras escritas pelo seu “ghost writer”, a quem o Lula deve odiar até hoje, porque alguns acreditaram e começaram a sonhar realmente com um Brasil sem corrupção. E o pior de tudo, diante da gargalhada geral, o Lula teve que reeleger Dilma, porque se não o fizesse o “playboyzinho”, como chamou o Aécio, poderia surpreender. E hoje, com a ajuda do caeteense ilustre, Dilma continua a nos fazer rir, para honra e glória desta humilde coluna semanal.

Então, se estiverem tristes e desanimados, basta ler o nome dos ministros que até agora foram nomeados. Mesmo sendo ainda uma pequena parte, já podemos ver o Brasil explodindo de tanto rir, pelo que foi visto até agora.

Para começar, ela teve que consultar o Procurador Geral da República para ver se os nomes que ela queria nomear estavam envolvidos com o Petrolão. O Procurador negou o pedido e ela foi em frente. E eu não vou aqui matar você de rir, mas, preciso tocar apenas em dois nomes:

O novo ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação é o Aldo Rebelo. Sabem o que ele defende? Sustentem-se em suas poltronas:

Um projeto de lei apresentado por ele em 1999 restringia o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, banindo as palavras estrangeiras em anúncios publicitários, documentos oficiais, veículos de comunicação e letreiros de lojas. Com o projeto, palavras como “computador” e “mouse” poderiam ser substituídas por “ordenador” e “rato”.

Ainda estão vivos? Vejam esta outra do ministro:

Em um de seus mandatos como deputado federal, Rebelo propôs uma lei que proibiria a “adoção, por qualquer órgão público de todos os níveis, de qualquer inovação tecnológica que seja poupadora de mão-de-obra sem prévia comprovação de que os benefícios sociais auferidos com a implantação suplantem o custo social do desemprego gerado”. Somente 11 anos depois, o projeto foi descartado por ter envelhecido e “perdido sua razão de ser”.

Ou seja, pela vontade do ministro ainda não estaríamos nem na época do correio a cavalo, pois este animal foi um dos primeiro poupador de mão-de-obra conhecido. E até hoje estaríamos esperando notícias sobre a corrupção que grassa (sem trocadilho) nos órgãos públicos. Este é apenas um exemplo de como a Dilma vai nos ajudar nos próximos quatro anos com o riso que queremos impor aos nossos leitores.

E o novo ministro da Educação, o Cid Gomes, cuja ideia principal é que “os professores deveriam trabalhar por amor e não por dinheiro”? Juntando os dois exemplares ministros da Dilma, e sem falar no George Hilton indicado para o Ministério dos Esportes, cuja especialidade é carregar dinheiro vivo em malas (dizem que foi flagrado com 1 milhão de reais em espécie na bagagem no Aeroporto da Pampulha na terra da presidente), teremos um grande avanço da Educação e da Ciência em nosso país no próximos 4 anos. Pelo jeito teremos muita gente trabalhando na Educação, por amor, por que o dinheiro virar em malas ou nas cuecas e será destinado à compra de diplomas pela Rosemary, do Lula.

Enfim, aguardemos os outros mais de 20 ministérios que ainda serão preenchidos, dizem, durante as férias da presidente, no litoral da Bahia. Nesta leva eu tenho mais confiança, porque, na qualidade de avô, sei que ela será assessorada pelo seu neto, na escolha. Se ele for como os meus netos, na relação, devem estar o Neymar Júnior e o Capitão América.

Diante de tudo isto que se passou já em 2014, aguardem 2015 se aguentarem até lá. Pelo menos Tia Quitéria, digo Graça Foster está aguentando ainda. Quando será que ela descobrirá que a Dilma está brincando mais uma vez, a pedido desta coluna? Seria um verdadeiro desastre para estas linhas risonhas se ela se fosse antes de 2018.

Teríamos que contar com as histórias do Sarney, que se aposentou para viver no seu condomínio de luxo, mas, dizem, já não suporta ficar longe do poder e se candidatou a síndico para acabar com os maribondos de fogo que por lá habitam.

E agora, nos estertores da semana, eu li que o Ministério Público já está rejeitando pedidos de delação premiada, pois não aguenta mais a cantilena repetitiva: “Ele sabia, ela sabia, ele sabia...”. Agora, para não perderem tempo só estão aceitando delação premiada do chefe.

E vocês sabem como se chamam as delações premiadas das empresas? “Acordo de leniência”. Juro que não sabia o que significava leniência no meu português ruim. Fui ao Houaiss e lá está que “leniência” é sinônimo de lenidade que quer dizer: qualidade do que é lene, suave; doçura, leniência, mansidão. Digam mesmo, não é de morrer de rir? As empresas que começaram a serem lavadas na operação Lava Jato soltando fogo pelas chaminés, agora fazem fila para fazer Acordo de mansidão. Só posso usar um lugar comum: Seria cômico se não fosse trágico.

Bem, espero que mesmo sem o filme do UOL, pelo menos alguns dos meus 8 leitores riam do que escrevi. Para todos rirem só na próxima semana quando a Dilma, lá da praia, soltar os nomes de mais alguns ministros. Se o Lula vier na relação para o Ministério das Relações Exteriores, a solução do affaire Cuba x EEUU estará resolvido, pois, tanto para Obama como para os Castros ele é “o cara”, afinal de contas tem 648 doutorados, e sabe das coisas.


Tenham um Feliz Ano Novo, de preferência, sorrindo.

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