Por Zé Carlos
Agora não tenho mais nem o filme do UOL, que reproduzo aqui
todas as semanas para que meus leitores comecem mais uma sorrindo, sempre
supondo que o riso é uma amostra de felicidade e não de tristeza. Os produtores
do UOL entraram de férias natalinas, mas eu não. Eu preciso escrever, tentando
passar para vocês as minhas gargalhadas cada vez que vejo a TV ou leio um
jornal. E não poderia ser por outra coisa. A Dilma, nossa maior colaboradora
para assuntos cômicos, desta vez se esmerou mais ainda, por conta do anúncio do
seu ministério.
Para quem a acompanha, como eu, desde sua hilariante
performance como ministra da Casa Civil, e mesmo durante seu reinado
petrolífero, sabe que ela está melhor a cada dia. Cada palavra é um riso.
Imagine se ela falasse igual ao Lula, que quando começa a falar sempre quer
barrar o Fidel em termos de duração de discurso. Aliás, dizem que, quando o
Fidel era vivo, quando ele pegava o microfone para discursar, os cubanos já se
retiravam para fazer a feira e cuidar do pequeno almoço, na certeza de que,
quando terminassem e voltassem ele ainda estaria falando, para então aplaudi-lo
freneticamente ao seu término. Já a Dilma, graças a Deus, fala pouco, e se não
escrevessem seus discursos ela terminaria nos “meus queridos e minhas queridas”. Já pensou a falta que nos faria
em termos de humor?
E voltemos ao ministério da Dilma e o motivo para o riso.
Vejam o que a Dilma declarou no seu primeiro discurso de posse em 2011:
“Serei rígida na defesa
do interesse público. Não haverá compromisso com o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida
permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu
respaldo para atuarem com firmeza e autonomia.”
Esta é a prova cabal que a Dilma não sabia de nada do que se
passava no Brasil desde priscas eras. Até nisso o Lula foi um artista. Escolheu
uma sucessora que além de incompetente, leal e muda, também não sabia de nada.
Para ele restava esperar apenas 2018 para sua volta triunfal. No entanto,
esqueceram de avisar, e aqui é que está o motivo do humor, aos órgãos de
controle e investigação de que a presidente estava apenas de brincadeirinha.
Não era para ficar tão livres quanto ficaram. E aí, depois de encenar o papel
de “faxineira da república” demitindo
ministros “fichas sujas”, voltou a
sua realidade depois do Joaquim Barbosa ter feito o que ela queria, no discurso
de posse, no julgamento do mensalão, combatendo concretamente a corrupção que
crescia feito erva daninha ao redor da presidente. E ainda estava para chegar a
Operação Lava Jato, e o Petrolão. Então, haja riso.
Nem todo mundo entendeu que tudo o que foi feito pelo STF no
julgamento do mensalão havia sido apenas tentar cumprir as determinações da
presidente em seu discurso de posse. Para ser mais direto, leiam-na:
“O ser humano não é só
realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção
e ousadia. E esses são os elementos fundamentais para a afirmação coletiva da
nossa nação.”
Belas e sábias palavras escritas pelo seu “ghost writer”, a quem o Lula deve odiar
até hoje, porque alguns acreditaram e começaram a sonhar realmente com um
Brasil sem corrupção. E o pior de tudo, diante da gargalhada geral, o Lula teve
que reeleger Dilma, porque se não o fizesse o “playboyzinho”, como chamou o Aécio, poderia surpreender. E hoje,
com a ajuda do caeteense ilustre, Dilma continua a nos fazer rir, para honra e
glória desta humilde coluna semanal.
Então, se estiverem tristes e desanimados, basta ler o nome dos
ministros que até agora foram nomeados. Mesmo sendo ainda uma pequena parte, já
podemos ver o Brasil explodindo de tanto rir, pelo que foi visto até agora.
Para começar, ela teve que consultar o Procurador Geral da
República para ver se os nomes que ela queria nomear estavam envolvidos com o
Petrolão. O Procurador negou o pedido e ela foi em frente. E eu não vou aqui
matar você de rir, mas, preciso tocar apenas em dois nomes:
O novo ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação é o Aldo
Rebelo. Sabem o que ele defende? Sustentem-se em suas poltronas:
Um projeto de lei apresentado por ele em 1999 restringia o
uso de estrangeirismos na língua portuguesa, banindo as palavras estrangeiras
em anúncios publicitários, documentos oficiais, veículos de comunicação e
letreiros de lojas. Com o projeto, palavras como “computador” e “mouse”
poderiam ser substituídas por “ordenador”
e “rato”.
Ainda estão vivos? Vejam esta outra do ministro:
Em um de seus mandatos como deputado federal, Rebelo propôs
uma lei que proibiria a “adoção, por
qualquer órgão público de todos os níveis, de qualquer inovação tecnológica que
seja poupadora de mão-de-obra sem prévia comprovação de que os benefícios
sociais auferidos com a implantação suplantem o custo social do desemprego
gerado”. Somente 11 anos depois, o projeto foi descartado por ter
envelhecido e “perdido sua razão de ser”.
Ou seja, pela vontade do ministro ainda não estaríamos nem
na época do correio a cavalo, pois este animal foi um dos primeiro poupador de
mão-de-obra conhecido. E até hoje estaríamos esperando notícias sobre a
corrupção que grassa (sem trocadilho) nos órgãos públicos. Este é apenas um
exemplo de como a Dilma vai nos ajudar nos próximos quatro anos com o riso que
queremos impor aos nossos leitores.
E o novo ministro da Educação, o Cid Gomes, cuja ideia
principal é que “os professores deveriam
trabalhar por amor e não por dinheiro”? Juntando os dois exemplares
ministros da Dilma, e sem falar no George Hilton indicado para o Ministério dos
Esportes, cuja especialidade é carregar dinheiro vivo em malas (dizem que foi
flagrado com 1 milhão de reais em espécie na bagagem no Aeroporto da Pampulha
na terra da presidente), teremos um grande avanço da Educação e da Ciência em
nosso país no próximos 4 anos. Pelo jeito teremos muita gente trabalhando na
Educação, por amor, por que o dinheiro virar em malas ou nas cuecas e será
destinado à compra de diplomas pela Rosemary, do Lula.
Enfim, aguardemos os outros mais de 20 ministérios que ainda
serão preenchidos, dizem, durante as férias da presidente, no litoral da Bahia.
Nesta leva eu tenho mais confiança, porque, na qualidade de avô, sei que ela
será assessorada pelo seu neto, na escolha. Se ele for como os meus netos, na
relação, devem estar o Neymar Júnior e o Capitão América.
Diante de tudo isto que se passou já em 2014, aguardem 2015
se aguentarem até lá. Pelo menos Tia Quitéria, digo Graça Foster está
aguentando ainda. Quando será que ela descobrirá que a Dilma está brincando
mais uma vez, a pedido desta coluna? Seria um verdadeiro desastre para estas
linhas risonhas se ela se fosse antes de 2018.
Teríamos que contar com as histórias do Sarney, que se
aposentou para viver no seu condomínio de luxo, mas, dizem, já não suporta
ficar longe do poder e se candidatou a síndico para acabar com os maribondos de
fogo que por lá habitam.
E agora, nos estertores da semana, eu li que o Ministério
Público já está rejeitando pedidos de delação premiada, pois não aguenta mais a
cantilena repetitiva: “Ele sabia, ela
sabia, ele sabia...”. Agora, para não perderem tempo só estão aceitando
delação premiada do chefe.
E vocês sabem como se chamam as delações premiadas das
empresas? “Acordo de leniência”. Juro
que não sabia o que significava leniência no meu português ruim. Fui ao Houaiss
e lá está que “leniência” é sinônimo
de lenidade que quer dizer: qualidade do
que é lene, suave; doçura, leniência, mansidão. Digam mesmo, não é de
morrer de rir? As empresas que começaram a serem lavadas na operação Lava Jato
soltando fogo pelas chaminés, agora fazem fila para fazer Acordo de mansidão. Só posso usar um lugar comum: Seria cômico se
não fosse trágico.
Bem, espero que mesmo sem o filme do UOL, pelo menos alguns
dos meus 8 leitores riam do que escrevi. Para todos rirem só na próxima semana
quando a Dilma, lá da praia, soltar os nomes de mais alguns ministros. Se o
Lula vier na relação para o Ministério das Relações Exteriores, a solução do affaire Cuba x EEUU estará resolvido,
pois, tanto para Obama como para os Castros ele é “o cara”, afinal de contas tem 648 doutorados, e sabe das coisas.
Tenham um Feliz Ano Novo, de preferência, sorrindo.
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