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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A semana - Dilma contra a corrupção e a cafetinagem em Cuba muda de mãos.




Por Zé Carlos

O Natal está chegando e, como acontece com todas as atividades, escrever sobre os fatos da semana se torna cada dia mais difícil. É uma festa ali, outra acolá, presentes que chegam dos filhos e dos netos, que nos provocam mais risos e felicidade do que qualquer acontecimento semanal. Muito embora, na fase em que o Brasil se encontra, em termos políticos, para competir em termos de risos somente o Carnaval. Enquanto este não chega, tentemos rir com, quase, mais do mesmo.

No filme do UOL, que apresentamos abaixo, nossa maior colaboradora, a Dilma, foi citada apenas uma vez, e pasmem, se não me engano, pela Graça Foster, presidente da Petrobrás. No entanto, isto não significa que ela não tenha atuado para incrementar o riso dos nossos leitores, que eu soube, aumentou para 9, com a chegada de um blogueiro de Bom Conselho que declarou ser irresponsável quem publica notícias más sobre o governo. Ou seja, ele quer competir com a Dilma que vem aqui ler e sorrir de suas próprias opiniões. Eu fico pensando, megalomaniacamente, se a Dilma também não é uma leitora contumaz desta humilde coluna.

Iniciemos com a Dilma com o objetivo de tentar matá-los de rir logo no início. Se continuarem vivos, sigam lendo se quiser. Será uma prova que eu falhei. Ela foi diplomada durante a semana. Eu tinha uma tio que se ouvisse eu dizer isto, ele diria: Tenha vergonha, Zé Carlos, a Dilma é uma mulher séria!. É que, para ele, dizer isto de uma moça, em seu tempo, era uma maldade das piores. Eu pediria calma e diria que a diplomação é um ato previsto em lei, que antecede a posse e tenta mostrar que o indivíduo ou a indivídua está pronto ou pronta para assumir o cargo para que foi eleita. E como nossa colaboradora foi diplomada, mesmo com as intrigas da oposição, podemos quase ter certeza de que ela continuará protagonizando esta coluna por muito tempo.

No entanto o que nos fez rir com a cerimônia de diplomação foi o discurso da presidente reeleita. Pelo que entendi ela quer liderar uma “marcha contra a corrupção” em seu próximo governo. Já começaram a rir? Calma, esperem um pouco mais antes de bolar pelo chão. Ela disse também que a culpa da corrupção é da nossa cultura, é inerente às tradições brasileiras desde a chegada dos portugueses, ou mesmo, já com os índios, antes de Cabral aportar por aqui. Deve ter pensado no Pero Vaz de Caminha que quis empregar um parente no governo logo em nossos primeiros dias. Ou seja, seu governo não tem culpa de nada do que ocorre hoje no país, no qual, os cariocas estão fazendo do prédio da Petrobrás um ponto turístico, já prevendo que qualquer hora ele pode desaparecer do Largo da Carioca e aparecer numa conta na Suiça.

E o pior de tudo, e poderei ser acusado de homicídio culposo por algum de meus leitores vir a falecer, lendo a coluna, de riso, é que tem gente que acredita que ela está dizendo a verdade e não contando uma lorota. Dizer que a Dilma tem condições de liderar uma marcha contra a corrupção, eu só acreditaria se ela fosse de braços dados com o Maluf, pois ambos não sabem de nada, inocentes.

Aliás, o Maluf é motivo de riso no filme de hoje. Imaginem que a justiça considerou que ele não pode ser considerado um ficha suja, e vai assumir mais quatro anos de mandato como deputado federal. Ou seja, no Brasil, “corrupção não tem fim, felicidade sim!”, como dizia o samba. Mas, pelo menos se ele saísse na marcha contra a corrupção formando uma linha de frente, de braços dados, com a Dilma, o Lula, o Renan, o Sarney, o Collor, e tantos outros que habitam a Lava Jato, ela teria maior credibilidade. E como dizem que o Brasil é o país da piada pronta, alguém deveria levar um cartaz dizendo: “Não é pelos R$ 0,20 e sim pelos R$ 20.000.000.000,00 que recebemos da Petrobrás”.

Ainda tem alguém vivo? Não durará muito ao ver o filme, portanto, eu antecipo algumas coisas para preparar-lhes o coração e as tripas.

Vocês sabiam que vai ter embaixada dos Estados Unidos em Havana? Pois é, quem diria, depois de mais de 60 anos, o Fidel, que já deve estar empalhado, conseguiu. Fará de Cuba o mesmo bordel americano que era na época do Fulgêncio Batista. Para aqueles que não conhecem o gajo, foi aquele que perdeu o posto de cafetão cubano na década de 50 para o Fidel Castro. Ele disse que foi necessária uma grande revolução para tirar este posto do Fulgêncio. E para se manter no poder até hoje, o novo cafetão cubano, o Fidel, deixou de ter como principal cliente os Estados Unidos, e começou a receber dinheiro do Soviéticos. Aliás, durante este período foram muito os clientes Vips, como a Venezuela, e até mesmo o Brasil, que andou tentando frequentar o bordel nos últimos tempos. O motivo de riso, desculpem aqueles que já se encontram prostrados, é que depois deste tempo todo eles descobriram que em matéria de cafetinagem os americanos são os que pagam melhores.

Dizem que toda negociação para que a troca de cafetão acontecesse foi intermediada pelo Papa Francisco, que representa hoje a Igreja que, por defender que cafetinagem é pecado, foi banida pelo Fidel desde o início. Mas, dizem que o Papa, sendo argentino, agora é mais liberal nos costumes. Absolveu até o Maradona, dizem. Convenceram-no que o pó que ele cheirava era de arroz.

Bem, agora vamos falar de coisas sérias. Sabiam que ouve despedidas do Sarney e do Suplicy do Senado? Pois foi! Se segurem, mas o filme mostra a Marta Suplicy fazendo um discurso elogiando o ex-marido, enquanto ele chora feito bezerro desmamado pensando nos filhos. Inclusive no Supla, roqueiro conhecido e filho da dupla de maior sucesso da política, talvez com a possível exceção da Gleise e do Bernardo, é mostrado dizendo, nas entrelinhas que o “papito” fez um “bom negócio”.

E o Sarney, finalmente descobriu que foi um erro ter continuado na vida pública depois que foi presidente da república, e que devia, depois disto, ter ficado na privada. Talvez, tenha sido uma crítica ao Lula que, mesmo depois de ter sido presidente, não só continuou na vida pública e vive apenas fingindo que está na privada, quando todos sabem que, com a Dilma, quem governa mesmo é ele. É, é, realmente, muito difícil falar seriamente das coisas, neste país.

Agora fiquem com o resumo do roteiro do filme do UOL e vejam o filme logo em seguida, se estiverem vivos. Além disto, tenham um Feliz Natal, e, caso eu não sobreviva até lá, tenha também um Feliz Ano Novo. De preferência sorrindo.

P.S.: Para alguns poucos que chegaram vivos até aqui, depois de ler-me e antes de assistir ao filme, aqui vai o golpe fatal. Vejam o que o Lula disse ontem:

“Acho que a lição que ficou é: o povo quer mais democracia, mais participação, mais esperança, mais ética, quer ser mais ouvido. Quer continuar sonhando. Acho que essas são as mensagens que a presidenta Dilma (Rousseff) deve assimilar do resultado eleitoral e fazer do seu mandato um mandato histórico.” (Ênfase minha)


Enquanto isto, na sala de justiça, a Venina Veneno (no bom sentido, é claro) contava no Fantástico da TV Globo o que sofreu por mexer em casa de maribondos. Não tem jeito, o Brasil está se tornando um piada petrolífera. Quase não dormi de tanto rir. Agora sim, leiam o roteiro e vejam o filme, se ainda suportarem a dor nas tripas.

“O papa Francisco fez o “milagre” de costurar a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, políticos veteranos como José Sarney (PMDB) e Eduardo Suplicy (PT) estão deixando o Congresso depois de décadas, mas nem o pontífice é capaz de tirar Paulo Maluf (PP) da política. A Justiça Eleitoral decidiu que o ex-prefeito de São Paulo, mesmo já tendo sido condenado, é ficha-limpa. Ou seja, ele poderá tomar posse de um novo mandato de deputado federal em 2015.

Enquanto isso, a Justiça tornou réus os suspeitos de desvios na Petrobras. A presidente da estatal, Graça Foster, balança, mas não cai.”


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