Por Zezinho de Caetés
Hoje volto um pouco à Economia.
Matéria cruel para os incautos. Seu principal lema de que “não há almoço grátis” foi esquecido por mais de 13 anos de
administração petista, o que levou o Brasil, país potencialmente rico, à quase
miséria em que vivemos.
São já 14 milhões de
desempregados gerados pela incúria no trato econômico por Lula e Dilma, com o
objetivo de continuar no poder, no projeto socialista que ainda há na cabeça de
seus asseclas, ao ponto de quererem eleições diretas agora para trazer o
demiurgo do mal, meu conterrâneo, de volta.
Hoje somos um pobre país rico à
cata de alguém que o administre. Eu confiei, desde o início, na equipe
econômica do Michel Temer, e eles não fizeram feio. Conseguiram, em menos de um
ano nos tirar da recessão, e nos mostrar um luzinha no final do túnel.
No entanto, tínhamos Joesley no meio do caminho. Eu digo
o Joesley, sem desmerecer os outros envolvidos com ele, inclusive o Temer,
passando pelo Aécio, Lula, Dilma, Palocci, Mantega, et caterva.
Resultado? Vamos, com quase
certeza, entrar de novo em parafuso nas próximas estatísticas econômicas, pois
na realidade já estamos. O dólar subiu, a bolsa caiu e aqui estamos nós à
espera da inflação, que não é um mal em si, mas, quase sempre o resultado das
mazelas econômicas e muitas vezes o seu remédio.
Inflação, como as que tivemos,
mesmo nos tempos recentes, e que conseguimos domesticar com Plano Real, foi
apenas a reação de um organismo doente pela não aceitação da norma básica que
acima citamos. Ou seja, temos que pagar nossos almoços.
Abaixo transcrevo um texto do
economista Roberto Macedo que li ontem no Estadão, onde ele dar mais detalhes
sobre o nosso momento econômico, e que é resumido no título: “Estado enorme e mal gerido = PIB asfixiado”.
Nele podemos ver nosso principal problema, que é o Estado enorme, e dizer que
ele é mal gerido é apenas um eufemismo.
Quem, até hoje conseguiu
administrar bem um Estado enorme? Muitos tentaram no passado como União
Soviética, Cuba, China, Venezuela (que está nos seus estertores) e falharam
todos. Hoje, o único país que continua com a aventura socialista no mundo é a
Coréia do Norte, porque ainda não conseguiu se livrar da dinastia Jong-un, e
que tem um moleque no comando brincando de lançar foguetes nos outros.
E aqui continuo minha saga, no
mundo da Economia, dizendo que, enquanto não decidirmos trabalharmos para pagar
nosso almoço, viveremos de Lula em Lula, Dilma em Dilma, Temer em Temer, e
assim por diante.
Fiquem com ele que eu tenho que
sair para comprar meu almoço, com a verba de minha aposentadoria. Mas, ao
gastá-la não pense que a consegui de graça, ela é fruto do meu suor durante a
vida útil, e não de benesses estatais. Por isso, sou a favor de sua reforma
para que no futuro, aqueles que hoje trabalham e juntam uma parte do seu trabalha
para o futuro, possam ter o seu almoço.
“Além da forte recessão econômica
que veio desde 2015, o Brasil sofre uma estagnação de longo prazo. Estagnação
não é crescimento zero. Meu dicionário diz ser uma situação em que o produto
nacional não cresce à altura do potencial econômico de um país.
Com a década atual, o produto
interno bruto (PIB) brasileiro completará quatro em que, na média, cresceu até
aqui míseros 2,4% ao ano. Nas quatro anteriores, a média anual foi muito maior:
6,8%. Essa forte queda veio principalmente da má gestão do Estado por políticos
incompetentes. Exceções? Cada vez mais excepcionais.
A estagnação não é percebida pela
sociedade e a agenda política atual está mais focada em aliviar a herança
ultramaldita deixada por Dilma, que bagunçou tanto as contas federais que foi
demitida por essa justa causa.
Arrumar as contas é realmente
importante para retomar um crescimento econômico bem mais forte e sustentado.
Mas uma ampla agenda política de longo prazo deveria correr paralelamente à
atual, pois envolve problemas complexos que tomam tempo e trabalho prévios para
encontrar soluções. Entre eles, a fragilidade dos investimentos públicos e
privados na ampliação da capacidade produtiva, a escassez de poupança nacional
para financiá-los, a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, a falta de
competitividade internacional da indústria, as altas taxas de juros – que em
geral tornam o investimento produtivo menos atraente do que aplicações
financeiras –, o real valorizado, o desenvolvimento científico e tecnológico
frágil e pouco voltado para gerar valor, e por aí afora.
Na má gestão do Estado destaco aspecto
que a evidencia. Os economistas José Roberto Afonso e Vilma Pinto mostraram que
entre 1991 e 2015 governo federal ampliou sua carga tributária de cerca de 15%
para 20% do PIB. Esse aumento de cinco pontos porcentuais é muito dinheiro,
cerca de R$ 300 bilhões em valores atuais. E em 2015, além dessa carga, tomou
emprestados cerca de 9% do PIB para pagar os altíssimos juros de sua enorme
dívida e mais um pedaço de seus demais gastos.
Apesar dessa enorme tomada de
recursos da sociedade, num total perto de 30% do PIB em 2015, dados analisados
pelo economista Mansueto de Almeida, atual secretário de Acompanhamento
Econômico do Ministério da Fazenda, mostram que os investimentos públicos no
mesmo ano, como em infraestrutura, foram de minúsculos 0,7% do PIB, a mesma
porcentagem de 1991, e que só igualaram ou ultrapassaram o também mísero 1% em
apenas cinco anos desse período. Ou seja, o governo toma muito dinheiro de quem
investe muitíssimo mais que ele para investir apenas essa miudeza.
E o que fez com o aumento da
carga tributária? Num irresponsável e insustentável “tudo pelo social”, e tudo
também pela caça de votos, mais que dobrou os gastos sociais (INSS, Bolsa
Família e outros), passando-os de 3,8% para 9,4% (!) do PIB, e expandiu gastos
de custeio, exceto com pessoal, de 2,5% para 4,2% do PIB. Como é que o Brasil
pode crescer diante de barbaridades fiscais como essas? Hoje esse “tudo pelo
social” gerou mesmo foi um forte aumento do desemprego.
A recessão atual deve ter
recebido ontem mais uma injeção de “juroflex”, que deverá contribuir um pouco
para aliviá-la, na forma de nova queda, em torno de um ponto de porcentagem, da
taxa básica de juros. E hoje o IBGE deverá anunciar um crescimento próximo de
1% do PIB no último trimestre, depois de oito (!) quedas consecutivas nos
últimos dois anos.
Esse crescimento poderia ser o
prenúncio de uma recuperação contínua. Mas esta passou a correr riscos depois
do imbróglio causado pela conversa entre Michel Temer e Joesley Batista, da
JBS. Renúncia, cassação ou impeachment passaram a frequentar assiduamente o
noticiário, daí emanando dúvidas quanto à sustentação política de Temer e, em
particular, quanto às reformas em andamento no Congresso.
Elemento fundamental na interação
de política e economia é que empresários e consumidores, se desconfiam da ou se
amedrontam com a ação do nosso Estado paquidérmico, travam ou contêm suas
decisões de consumir e investir. Se a economia passar a sofrer de novo por essa
razão, as más notícias correspondentes se espalharão pelo noticiário, com o que
a desconfiança ou o temor se ampliarão.
Os índices de confiança de
empresários e consumidores também vinham mostrando recuperação, mas como
ficarão diante desse “balança, mas não cai” do presidente? Temo que os
políticos a quem cabe resolver esse impasse continuem, como até aqui, dando
cabeçadas e imobilizados diante da necessidade de uma solução rápida.
Habitualmente procrastinam soluções de uma forma que também marca a má gestão
do Estado.
Tome-se o caso da Previdência
Social. Há tempos especialistas no assunto vêm apontando o envelhecimento da
população e as regras frouxas de concessão de benefícios, em particular as
aposentadorias precoces, como ingredientes de um enorme e crescente déficit
previdenciário. Mexer nessas regras é, de fato, impopular e nossos políticos
abominam reformas mais contundentes na área, mas introduzi-las é de sua
responsabilidade. Optaram por procrastinar soluções eficazes. Resultado: o
problema agravou-se e passou a uma situação crítica, como a de um doente que
carece de internação rápida para uma cirurgia delicada. Tanto assim foi que até
o presidente Temer, notório personagem da inepta velha-guarda da política
nacional, optou por uma reforma mais profunda da Previdência. A bomba caiu-lhe
nas mãos.
Se não revolvido esse assunto,
ele poderá trazer-nos uma quinta década de estagnação, pois 2020 já está perto.
Sem uma solução adequada, a gravidade do problema se ampliará, a incerteza e o
medo diante da inação do Estado voltarão a conter mais fortemente as decisões
de empresários e consumidores e a economia seguirá a passos
de tartaruga, ou mesmo de caranguejo.”
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