Em manutenção!!!

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Mais uma vez: "Não há almoço grátis!"




Por Zezinho de Caetés

Hoje volto um pouco à Economia. Matéria cruel para os incautos. Seu principal lema de que “não há almoço grátis” foi esquecido por mais de 13 anos de administração petista, o que levou o Brasil, país potencialmente rico, à quase miséria em que vivemos.

São já 14 milhões de desempregados gerados pela incúria no trato econômico por Lula e Dilma, com o objetivo de continuar no poder, no projeto socialista que ainda há na cabeça de seus asseclas, ao ponto de quererem eleições diretas agora para trazer o demiurgo do mal, meu conterrâneo, de volta.

Hoje somos um pobre país rico à cata de alguém que o administre. Eu confiei, desde o início, na equipe econômica do Michel Temer, e eles não fizeram feio. Conseguiram, em menos de um ano nos tirar da recessão, e nos mostrar um luzinha no final do túnel.

No entanto,  tínhamos Joesley no meio do caminho. Eu digo o Joesley, sem desmerecer os outros envolvidos com ele, inclusive o Temer, passando pelo Aécio, Lula, Dilma, Palocci, Mantega, et caterva.

Resultado? Vamos, com quase certeza, entrar de novo em parafuso nas próximas estatísticas econômicas, pois na realidade já estamos. O dólar subiu, a bolsa caiu e aqui estamos nós à espera da inflação, que não é um mal em si, mas, quase sempre o resultado das mazelas econômicas e muitas vezes o seu remédio.

Inflação, como as que tivemos, mesmo nos tempos recentes, e que conseguimos domesticar com Plano Real, foi apenas a reação de um organismo doente pela não aceitação da norma básica que acima citamos. Ou seja, temos que pagar nossos almoços.

Abaixo transcrevo um texto do economista Roberto Macedo que li ontem no Estadão, onde ele dar mais detalhes sobre o nosso momento econômico, e que é resumido no título: “Estado enorme e mal gerido = PIB asfixiado”. Nele podemos ver nosso principal problema, que é o Estado enorme, e dizer que ele é mal gerido é apenas um eufemismo.

Quem, até hoje conseguiu administrar bem um Estado enorme? Muitos tentaram no passado como União Soviética, Cuba, China, Venezuela (que está nos seus estertores) e falharam todos. Hoje, o único país que continua com a aventura socialista no mundo é a Coréia do Norte, porque ainda não conseguiu se livrar da dinastia Jong-un, e que tem um moleque no comando brincando de lançar foguetes nos outros.

E aqui continuo minha saga, no mundo da Economia, dizendo que, enquanto não decidirmos trabalharmos para pagar nosso almoço, viveremos de Lula em Lula, Dilma em Dilma, Temer em Temer, e assim por diante.

Fiquem com ele que eu tenho que sair para comprar meu almoço, com a verba de minha aposentadoria. Mas, ao gastá-la não pense que a consegui de graça, ela é fruto do meu suor durante a vida útil, e não de benesses estatais. Por isso, sou a favor de sua reforma para que no futuro, aqueles que hoje trabalham e juntam uma parte do seu trabalha para o futuro, possam ter o seu almoço.

“Além da forte recessão econômica que veio desde 2015, o Brasil sofre uma estagnação de longo prazo. Estagnação não é crescimento zero. Meu dicionário diz ser uma situação em que o produto nacional não cresce à altura do potencial econômico de um país.

Com a década atual, o produto interno bruto (PIB) brasileiro completará quatro em que, na média, cresceu até aqui míseros 2,4% ao ano. Nas quatro anteriores, a média anual foi muito maior: 6,8%. Essa forte queda veio principalmente da má gestão do Estado por políticos incompetentes. Exceções? Cada vez mais excepcionais.

A estagnação não é percebida pela sociedade e a agenda política atual está mais focada em aliviar a herança ultramaldita deixada por Dilma, que bagunçou tanto as contas federais que foi demitida por essa justa causa.

Arrumar as contas é realmente importante para retomar um crescimento econômico bem mais forte e sustentado. Mas uma ampla agenda política de longo prazo deveria correr paralelamente à atual, pois envolve problemas complexos que tomam tempo e trabalho prévios para encontrar soluções. Entre eles, a fragilidade dos investimentos públicos e privados na ampliação da capacidade produtiva, a escassez de poupança nacional para financiá-los, a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, a falta de competitividade internacional da indústria, as altas taxas de juros – que em geral tornam o investimento produtivo menos atraente do que aplicações financeiras –, o real valorizado, o desenvolvimento científico e tecnológico frágil e pouco voltado para gerar valor, e por aí afora.

Na má gestão do Estado destaco aspecto que a evidencia. Os economistas José Roberto Afonso e Vilma Pinto mostraram que entre 1991 e 2015 governo federal ampliou sua carga tributária de cerca de 15% para 20% do PIB. Esse aumento de cinco pontos porcentuais é muito dinheiro, cerca de R$ 300 bilhões em valores atuais. E em 2015, além dessa carga, tomou emprestados cerca de 9% do PIB para pagar os altíssimos juros de sua enorme dívida e mais um pedaço de seus demais gastos.

Apesar dessa enorme tomada de recursos da sociedade, num total perto de 30% do PIB em 2015, dados analisados pelo economista Mansueto de Almeida, atual secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, mostram que os investimentos públicos no mesmo ano, como em infraestrutura, foram de minúsculos 0,7% do PIB, a mesma porcentagem de 1991, e que só igualaram ou ultrapassaram o também mísero 1% em apenas cinco anos desse período. Ou seja, o governo toma muito dinheiro de quem investe muitíssimo mais que ele para investir apenas essa miudeza.

E o que fez com o aumento da carga tributária? Num irresponsável e insustentável “tudo pelo social”, e tudo também pela caça de votos, mais que dobrou os gastos sociais (INSS, Bolsa Família e outros), passando-os de 3,8% para 9,4% (!) do PIB, e expandiu gastos de custeio, exceto com pessoal, de 2,5% para 4,2% do PIB. Como é que o Brasil pode crescer diante de barbaridades fiscais como essas? Hoje esse “tudo pelo social” gerou mesmo foi um forte aumento do desemprego.

A recessão atual deve ter recebido ontem mais uma injeção de “juroflex”, que deverá contribuir um pouco para aliviá-la, na forma de nova queda, em torno de um ponto de porcentagem, da taxa básica de juros. E hoje o IBGE deverá anunciar um crescimento próximo de 1% do PIB no último trimestre, depois de oito (!) quedas consecutivas nos últimos dois anos.

Esse crescimento poderia ser o prenúncio de uma recuperação contínua. Mas esta passou a correr riscos depois do imbróglio causado pela conversa entre Michel Temer e Joesley Batista, da JBS. Renúncia, cassação ou impeachment passaram a frequentar assiduamente o noticiário, daí emanando dúvidas quanto à sustentação política de Temer e, em particular, quanto às reformas em andamento no Congresso.

Elemento fundamental na interação de política e economia é que empresários e consumidores, se desconfiam da ou se amedrontam com a ação do nosso Estado paquidérmico, travam ou contêm suas decisões de consumir e investir. Se a economia passar a sofrer de novo por essa razão, as más notícias correspondentes se espalharão pelo noticiário, com o que a desconfiança ou o temor se ampliarão.

Os índices de confiança de empresários e consumidores também vinham mostrando recuperação, mas como ficarão diante desse “balança, mas não cai” do presidente? Temo que os políticos a quem cabe resolver esse impasse continuem, como até aqui, dando cabeçadas e imobilizados diante da necessidade de uma solução rápida. Habitualmente procrastinam soluções de uma forma que também marca a má gestão do Estado.

Tome-se o caso da Previdência Social. Há tempos especialistas no assunto vêm apontando o envelhecimento da população e as regras frouxas de concessão de benefícios, em particular as aposentadorias precoces, como ingredientes de um enorme e crescente déficit previdenciário. Mexer nessas regras é, de fato, impopular e nossos políticos abominam reformas mais contundentes na área, mas introduzi-las é de sua responsabilidade. Optaram por procrastinar soluções eficazes. Resultado: o problema agravou-se e passou a uma situação crítica, como a de um doente que carece de internação rápida para uma cirurgia delicada. Tanto assim foi que até o presidente Temer, notório personagem da inepta velha-guarda da política nacional, optou por uma reforma mais profunda da Previdência. A bomba caiu-lhe nas mãos.


Se não revolvido esse assunto, ele poderá trazer-nos uma quinta década de estagnação, pois 2020 já está perto. Sem uma solução adequada, a gravidade do problema se ampliará, a incerteza e o medo diante da inação do Estado voltarão a conter mais fortemente as decisões de empresários e consumidores e a economia seguirá a passos de tartaruga, ou mesmo de caranguejo.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário