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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Democracia brasileira. Mais um dia...


Prédio do TSE - Brasília.


Por Zezinho de Caetés

Como previsto, ontem foi um dia de cão em Brasília. Eu diria que foi dia de cachorro doido. E desde manhã, o que um interessado na política nacional pôde fazer? Nada mais do que ligar seus meios de comunicações, os mais variados possíveis, e assistir o quiproquó em que se meteu nossa República.

Seguindo o linguajar parlamentar, ontem foi um dia “não terminativo”. Até já aprendi este termo que é aplicado a um projeto de lei que está sendo analisado mas não chegará aos “seus finalmentes” naquela sessão. O desfecho ficará para outro dia.

De um lado, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, era votado o relatório sobre a Reforma Trabalhista. Todos sabem minha opinião sobre todas estas reformas que passam pelo Congresso, que, mesmo discordando de alguns pontos delas, sou a favor de todas genericamente falando.

O que o PT fez ao Brasil nos últimos 13 anos tirou a capacidade de transformar o Brasil numa sociedade realista, de vários pontos de vistas, pela  influência do Foro de São Paulo, cujo objetivo principal era fazer de toda América Latina, uma imensa Venezuela. Isto, abortou as reformas que foram feitas no governo FHC, no sentido de nos transformar numa grande nação neste mundo globalizado.

E a tentativa de imitarmos em tudo o Socialismo do Século XXI, continua em ação, na luta contra qualquer reforma que liberte o país desta influência maligna. Ontem, foi na Reforma Trabalhista. Os mesmos estavam lá. Gleisi, Lindberg, Fátima Bezerra, Paulo Paim, Vanessa Graidiotim, Lídia da Mata, Humberto Costa e os outros que são os mesmos que foram contra o impeachment da Dilma.

Eu nunca vi tanta insensatez junta. Numa das cenas cômicas da sessão, o presidente da sessão, o Senador Tasso Jeressaiti , tentou, com toda gentileza fazer com que a senadora Fátima Bezerra parasse de falar pois não era a vez dela. E ela parecia um mamulengo doido que não conseguia parar de falar. Foi uma cena digna para ser incluída na coluna do Zé Carlos.

Uma outra, a Vanessa Graidiotim, apresentando um voto em separado, falou tanto que no meio eu já estava confuso, pensando que era o relator do processo do TSE contra a chapa Dilma/Temer, a que me reportarei daqui a pouco, e que dizem ter mais de mil páginas. Mas, continuei por lá para ver até onde beira a insensatez.

A reforma trabalhista é fundamental só num ponto. Tem-se que deixar o trabalhador negociar e não deixa-lo enredado na CLT do Estado Novo. Se conseguir acabar com o Imposto Sindical, será um glória independentemente de alguns ajustes que devem ser feitos em qualquer legislação nova.

Pelo tamanho do desemprego que o PT nos meteu, se os trabalhadores fossem mesmos informados e não só enganados por líderes sindicais sedentos para manter seu lugares, qualquer trabalhador estaria disposto a trabalhar por menos que o salário mínimo, para sobreviver. E já o faz, na informalidade. Ou seja, a CLT é lei para o trabalhador empregado, enquanto o trabalhador que não encontra emprego é o deserdado social.

Bem, mas, não é minha ideia fazer um análise de todas as reformas e sim, mostrar porque o Brasil tira nosso fôlego quando nos informamos sobre ele.

Numa linguagem do box, diria que no outro corner estava o julgamento da dupla Dilma/Temer, louvada em prosa e verso pelos petistas, pois lhe deram 54 milhões de votos, votos estes contestados pela chapa Aécio/Nunes, que só teve 51 milhões. Esta diz que roubaram muitos votos de uma forma indireta, usando propinas para financiar a campanha e outros crimes mais feios ainda.

Hoje todos sabemos que tanto os acusados como os acusadores não são inocentes, e que nenhuma das duas chapas deveria ser eleita. Depois dos irmãos Batista, aquela dupla dinâmica do empresariado brasileiro, o que se sabe é que o processo no TSE deveria ser extinto, porque tanto a Dilma quanto o Temer já deveriam estar atrás das grades, junto com eles.

E, ontem, naquele luxuoso palácio da Justiça Eleitoral, que se transformou num verdadeiro templo de “esconde corrupção”, ainda se perdia tempo e dinheiro para ver se a chapa Dilma/Temer deveria ser cassada ou não. Eu já disse que tudo é muito “surreal” no Brasil. No entanto, estou procurando outro termo para o tamanho de surrealismo neste julgamento.

Tudo parece um samba de crioulo doido, pelo menos quando ouvi os advogados de defesa e acusação falarem. Ou seja, se for dar ouvido a todos, todos tem razão. Ou seja Dilma e Temer, uma hora são santos, e daqui a 15 minutos são demônios, e, nós, leigos no “juridiquês”, só sofrendo com a balbúrdia.

E, o pior é que, o julgamento durará 3 dias, enquanto o Brasil se corrói de curiosidade e trabalha menos,  abortando mais um voo de galinha de sua economia.

Todavia,  pensando bem, não somos piores do que nenhum país quando vemos o que se passa com os Estados Unidos, com o Trump, por exemplo. Democracia não é um sistema perfeito, no entanto, no Brasil, ele é uma novidade,  num país oligarca de nascença, que está tentando aprendê-lo. Por isso o frio na barriga, de vez em quando.


Agora vou esperar pela continuação do julgamento de nossas mazelas políticas. Espero que chegue a época do voto, dentro da lei e da ordem. Vale a pena renovar o máximo que pudermos os políticos de plantão.

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