Prédio do TSE - Brasília. |
Por Zezinho de Caetés
Como previsto, ontem foi um dia
de cão em Brasília. Eu diria que foi dia de cachorro doido. E desde manhã, o
que um interessado na política nacional pôde fazer? Nada mais do que ligar seus
meios de comunicações, os mais variados possíveis, e assistir o quiproquó em
que se meteu nossa República.
Seguindo o linguajar parlamentar,
ontem foi um dia “não terminativo”.
Até já aprendi este termo que é aplicado a um projeto de lei que está sendo
analisado mas não chegará aos “seus
finalmentes” naquela sessão. O desfecho ficará para outro dia.
De um lado, na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, era votado o relatório sobre a Reforma
Trabalhista. Todos sabem minha opinião sobre todas estas reformas que passam
pelo Congresso, que, mesmo discordando de alguns pontos delas, sou a favor de
todas genericamente falando.
O que o PT fez ao Brasil nos
últimos 13 anos tirou a capacidade de transformar o Brasil numa sociedade
realista, de vários pontos de vistas, pela influência do Foro de São Paulo, cujo objetivo
principal era fazer de toda América Latina, uma imensa Venezuela. Isto, abortou
as reformas que foram feitas no governo FHC, no sentido de nos transformar numa
grande nação neste mundo globalizado.
E a tentativa de imitarmos em
tudo o Socialismo do Século XXI, continua em ação, na luta contra qualquer
reforma que liberte o país desta influência maligna. Ontem, foi na Reforma
Trabalhista. Os mesmos estavam lá. Gleisi, Lindberg, Fátima Bezerra, Paulo
Paim, Vanessa Graidiotim, Lídia da Mata, Humberto Costa e os outros que são os
mesmos que foram contra o impeachment da Dilma.
Eu nunca vi tanta insensatez
junta. Numa das cenas cômicas da sessão, o presidente da sessão, o Senador
Tasso Jeressaiti , tentou, com toda gentileza fazer com que a senadora Fátima
Bezerra parasse de falar pois não era a vez dela. E ela parecia um mamulengo
doido que não conseguia parar de falar. Foi uma cena digna para ser incluída na
coluna do Zé Carlos.
Uma outra, a Vanessa Graidiotim,
apresentando um voto em separado, falou tanto que no meio eu já estava confuso,
pensando que era o relator do processo do TSE contra a chapa Dilma/Temer, a que
me reportarei daqui a pouco, e que dizem ter mais de mil páginas. Mas, continuei
por lá para ver até onde beira a insensatez.
A reforma trabalhista é
fundamental só num ponto. Tem-se que deixar o trabalhador negociar e não deixa-lo
enredado na CLT do Estado Novo. Se conseguir acabar com o Imposto Sindical,
será um glória independentemente de alguns ajustes que devem ser feitos em
qualquer legislação nova.
Pelo tamanho do desemprego que o
PT nos meteu, se os trabalhadores fossem mesmos informados e não só enganados
por líderes sindicais sedentos para manter seu lugares, qualquer trabalhador estaria
disposto a trabalhar por menos que o salário mínimo, para sobreviver. E já o
faz, na informalidade. Ou seja, a CLT é lei para o trabalhador empregado,
enquanto o trabalhador que não encontra emprego é o deserdado social.
Bem, mas, não é minha ideia fazer
um análise de todas as reformas e sim, mostrar porque o Brasil tira nosso
fôlego quando nos informamos sobre ele.
Numa linguagem do box, diria que
no outro corner estava o julgamento da dupla Dilma/Temer, louvada em prosa e
verso pelos petistas, pois lhe deram 54 milhões de votos, votos estes
contestados pela chapa Aécio/Nunes, que só teve 51 milhões. Esta diz que
roubaram muitos votos de uma forma indireta, usando propinas para financiar a
campanha e outros crimes mais feios ainda.
Hoje todos sabemos que tanto os
acusados como os acusadores não são inocentes, e que nenhuma das duas chapas
deveria ser eleita. Depois dos irmãos Batista, aquela dupla dinâmica do
empresariado brasileiro, o que se sabe é que o processo no TSE deveria ser
extinto, porque tanto a Dilma quanto o Temer já deveriam estar atrás das
grades, junto com eles.
E, ontem, naquele luxuoso palácio
da Justiça Eleitoral, que se transformou num verdadeiro templo de “esconde corrupção”, ainda se perdia
tempo e dinheiro para ver se a chapa Dilma/Temer deveria ser cassada ou não. Eu
já disse que tudo é muito “surreal”
no Brasil. No entanto, estou procurando outro termo para o tamanho de
surrealismo neste julgamento.
Tudo parece um samba de crioulo
doido, pelo menos quando ouvi os advogados de defesa e acusação falarem. Ou
seja, se for dar ouvido a todos, todos tem razão. Ou seja Dilma e Temer, uma
hora são santos, e daqui a 15 minutos são demônios, e, nós, leigos no “juridiquês”, só sofrendo com a balbúrdia.
E, o pior é que, o julgamento
durará 3 dias, enquanto o Brasil se corrói de curiosidade e trabalha
menos, abortando mais um voo de galinha
de sua economia.
Todavia, pensando bem, não somos piores do que nenhum
país quando vemos o que se passa com os Estados Unidos, com o Trump, por
exemplo. Democracia não é um sistema perfeito, no entanto, no Brasil, ele é uma
novidade, num país oligarca de nascença,
que está tentando aprendê-lo. Por isso o frio na barriga, de vez em quando.
Agora vou esperar pela
continuação do julgamento de nossas mazelas políticas. Espero que chegue a
época do voto, dentro da lei e da ordem. Vale a pena renovar o máximo que
pudermos os políticos de plantão.
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