POR VIVIAN OSWALD / ELIANE
OLIVEIRA do O Globo
MOSCOU E BRASÍLIA - O presidente
Michel Temer embarca nesta segunda-feira para uma viagem à Rússia e à Noruega
na condição de um dos líderes mais enfraquecidos da história do Brasil em
termos de política externa. Temer conta com pouquíssimos convites de viagem
para encontros com chefes de Estado que, aparentemente, esperam que os
problemas internos se resolvam. Existe o receio de que o investimento em uma
relação política com o governo brasileiro seja de curtíssimo prazo.
Com a agenda esvaziada, a
expectativa é que os acordos a serem firmados com esses países sejam menos
numerosos do que se imaginava. O convite da viagem à Rússia foi feito em
fevereiro deste ano. Segundo fontes do governo, o número de acordos que estavam
sendo preparados para a assinatura dos dois mandatários durante a visita teria
caído pela metade. Temer terá reuniões na Rússia amanhã e na quarta-feira. Ele
parte na manhã do dia 22 para Oslo, capital da Noruega.
O presidente da Rússia, Vladimir
Putin, também não vive seu melhor momento. A Rússia tem enfrentado os piores
protestos deste 2012 e o governo responde com seguidas prisões de
manifestantes, em atos contra a corrupção. O líder da oposição Alexei Navalny
está preso novamente. Outro ponto negativo é que os russos estão sob sanções do
Ocidente desde 2014. Putin é pivô de um grande escândalo de tráfico de
influência que põe em perigo a durabilidade do governo do republicano Donald
Trump, nos Estados Unidos.
Também é sinal de desprestígio o
fato de diversos líderes, que têm vindo ao longo dos últimos meses à América
Latina, nem sequer passarem por Brasília. Um exemplo clássico de comparação com
o Brasil é a Argentina. Buenos Aires recebeu, desde o ano passado, os
ex-presidentes dos Estados Unidos e da França, Barack Obama e François
Hollande; o presidente da Itália, Sergio Mattarella; e a chanceler alemã Angela
Merkel.
Amanhã, o ministro das Relações
Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que está em Pequim para participar da
cúpula do Brics (sigla do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul), embarcará para Moscou. Também na China em reunião com ministros
da Agricultura do Brics, Blairo Maggi fará parte da comitiva presidencial.”
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AGD Comenta:
Até agora fica difícil saber
porque o Michel Temer não renunciou. Ou ele pensa que é um super-homem e vai
sair desta sem a kriptonita atingi-lo, ou está se borrando de medo de
ser preso.
Eu não tenho ainda uma ideia
formada sobre qual a hipótese mais correta, cravando a coluna do meio. Ele tem
medo da kriptonita e também de ser preso, não necessariamente
nesta mesma ordem.
O importante a ter em mente é que,
pelo que se noticia (como o leitor viu no texto acima) a permanência dele na
presidência se mostra prejudicial ao Brasil, pelo menos no curto prazo. No
longo prazo, se não estivermos mortos como o Keynes previu, tudo pode
acontecer, mas, é difícil esperar.
O Brasil depende das reformas
propostas pelo Temer para sair do buraco. E ele ia bem, mas havia o Joesley no
meio do caminho. E pedra era tão grande que a topada o jogou no abismo, para
onde, deve também ir a pedra.
Para nós, mortais e brasileiros,
só nos resta o caminho da missa.
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