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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

PAPEL E TINTA PARA O AMOR.




Por Carlos Sena. (*)

O amor nunca será demais para que não se escreva mais sobre ele. Tinta, papel e lápis nunca serão demais para falar do amor, ou dele escrever. Não obstante a internet  que também não se cansa de falar do amor, nem tampouco os computadores que não se cansam de digitar acerca dele, o tão propalado AMOR. Porque no fundo todos querem ser felizes. E, ao que tudo indica, “não é possível ser feliz sozinho”... Mas, pode, embora seja melhor viver  acompanhado e feliz.

Certo que a felicidade não pode ser atrelada apenas ao amor de alguém. Mas o amor, pela sua singularidade nos deixa cheios de plurais interpretativos a seu respeito. Entender o amor! Eis o grande mistério dele, pois nessa condição não serve de “receita” que a gente passe a outrem que dela necessite para ser feliz. Os caminhos que conduzem ao amor são únicos e nunca os trajetos de uns servem para ser recomendados a outros. Por isso, o amor, no nosso entendimento se configura construção diária. Não sendo assim talvez seja PAIXÃO. Esta, por sua vez, tem sua importância. Mas, não é a paixão quem nos desperta a capacidade de amar. O amor pode conter a paixão, mas, dificilmente a paixão contém o amor. O amor, como nos disse uma canção “tem razões que a própria razão desconhece”... No rol desse desconhecimento, o ciúme se nos apresenta com sua face negra. O ciúme é sempre o propulsor das inseguranças que no amor se estabelecem fazendo o papel do diabo que fica sempre por ali, cutucando a gente com “vara curta”... Essa “vara curta” se traduz quando a gente fuça tudo do ser amado, por exemplo, preferindo encontrar subsídio para nossa insegurança. Ou quando a gente se cala no nosso mundo achando que tudo fica resolvido com o silencio, esquecendo, inclusive que perdoar, no amor, é muito mais divino... No rol do perdão não se consubstancia um amor de subordinação, mas de superioridades entre os seres. Porque o amor só é amor se for completo na sua incompletude, bem entendida: uma incompletude no nível da imperfeição nossa, enquanto humanos.

O amor segue firme na história da humanidade como se nunca fosse conhecido. Cada história de amor, para os amantes, é única. Igual a de Romeu e Julieta ou a de Abelardo e Heloisa. No mundo de cada uma das duas pessoas que se amam existe um universo cheio de sonhos que só se realizam dentro delas duas. Assim mesmo: no seio das duas pessoas que, pela sabedoria transformaram o amor em fonte de vida e de sublimação. Isto até que tudo um dia termine de forma atemporal ou temperamental ou apenas porque a vida termina para um dos dois. Mesmo terminando um amor por conta do tempo de vida que chegou ao fim, havendo amor, certamente o infinito se encarregará de prosseguir sob novas formas de amor. Certamente um amor eterno, posto que esse nosso amor que nos é concedido conhecer e viver aqui na terra acontece com data marcada para terminar. Por isso o amor até nisto é complexo: ele nos permite a compreensão de que numa vida passageira um amor não pode ser eterno. Ou até pode. Se houver uma transmutação para a eternidade. Porque é terna a idade do amor.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 18/08/2013

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