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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A semana - As biografias não autorizadas e os ringues autorizados




Por Zé Carlos

A meu ver, o filme desta semana, do UOL, não teve graça nenhuma. Ou melhor, teve. O Senador Suplicy cantando Vinícius da tribuna do Senado. “Olha que coisa mais feia, e mais sem graça, desafinando tudo que ver e que passa...”. Talvez Vinícius, com sua genialidade merecesse coisa melhor. Mas, vamos fazer de conta que o filme é de humor.

O que não leva ao riso mesmo, e sim ao choro, é o caso das biografias não autorizadas. Artistas, como se diz, de fino trato, embarcarem nesta canoa furada de elevar a censura prévia aos píncaros da glória. O que mais impressionou foi que o Chico Buarque estivesse entre eles. Em minha adolescência, cantar suas músicas era quase uma forma de protesto. Será que dizer isto me fará ir parar nas barras de um tribunal, ou, para evitar, tenho que o contatar formalmente para uma autorização? Através de e-mail ou pelo cartório?

Meu Deus, se a moda pega, ninguém conhecerá mais ninguém neste país, a não ser que se entre num processo burocrático infernal, que gerará empregos para despachantes mil, para dizer que alguém nasceu em Quebrangulo. Eu não entendi nada. E eu que já estava pensando em incentivar a Lucinha Peixoto a escrever a história de Dominguinhos. Só não sei a quem ela deveria pedir autorização. Eu, pessoalmente, gostaria de escrever a  biografia do Zé Bebinho, a quem conheci em Bom Conselho, e foi um dos homens importantes da minha época. Mas, a quem pediria autorização para fazê-lo?

Para mim, este é o ponto alto do filme cuja vontade de rir vem apenas quando eles dizem que estão usando músicas do Chico (lindas, por sinal) sem autorização. Penso que os artistas perderam muito com isto. E confesso, não ri nenhum pouco.

Outro ponto é que a presidenta Dilma repetiu o que meu avô dizia a mim quando me mandava fazer uma coisa e eu rebatia dizendo que ele não fazia aquilo: “Faz o que digo mas não faço o que eu faço.” A Dilma falou que para ser presidenta é necessário que se estude e se aprenda sobre o Brasil. Se alguém reclamou que ela não fez isto, ela apenas deve ter repetido o meu avô. E continua governando, de salto alto, e como aluna do mundo. Não explicou de qual mundo.

Diante do ringue formado para a luta entre o PT e o PSB, o Eduardo diz que não é um ringue. Talvez, penso eu, seja uma rinha de galos. Ou me expressando melhor, uma inovação moderna no Brasil, um ringue de “galinhas” (entre aspas para não ficarem pensando besteira com as várias interpretações do termo). Marina bate no fígado da Dilma de que seu governo foi um retrocesso e Dilma retruca citando o velho do restelo, que de tão velho, parece que não surtiu efeito, e os dólares de reserva que estão se exaurindo não tão lentamente. E a luta continua, companheiros. É pena para todos os lados.

O fato definitivamente mais triste, sem humor, ou se tiver, da mais clara negritude, é o caso de vandalismo mostrado junto com as manifestações dos professores. Não é possível que se possa continuar no Brasil com estes tristes eventos. Depois das manifestações de junho, das quais pensamos ter sido um despertar democrático para um país reivindicador, para torná-lo mais justo, agora temos uma população medrosa diante do inescrupuloso uso de suas sérias demandas por individuas que usam a violência como objetivo final. Não é para rir, se sim para chorar.

Fiquem com o resumo dos roteiristas do UOL e riam ou chorem conforme o sentimento de cada um.

Na semana dominada pela discussão sobre as biografias não autorizadas, o Escuta Essa! traz trilha sonora especial inspirada no personagem central dessa polêmica: o compositor Chico Buarque –contrário a essas publicações, ao lado de nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Chico embala também a pesquisa Datafolha que mostra a presidente Dilma Rousseff (PT) em vantagem nas intenções de voto para 2014, além das manifestações que culminaram em uma aula de vandalismo em cidades como Rio e São Paulo.


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