Por Zé Carlos
O nível de humor do filme semanal do UOL não está dos
melhores, pelo menos no primeiro tópico. Talvez consigamos rir da presidenta
Dilma tentando dizer que o leilão do pré-sal é muito diferente de privatização.
Como já estamos em plena campanha eleitoral para a presidência, para evitar
contradições no tempo precisa-se levar em conta, hoje, os meios de informação e
de seu armazenamento no tempo para que os candidatos não se contradigam. Quando
vejo o Lula hoje falar que o Bolsa Família é o suprassumo para redução das
desigualdades sociais e econômicas, não há como não rir de alguns dos seus
depoimentos que estão no na internet.
Quando hoje não temos como privatizar nem nossas conversas
mais íntimas ao telefone, como evitar que se privatize a Petrobrás? Eu fiz um
ar de riso quando a dirigente alemã, Angela Merkel, foi filmada usando seu
celular cobrindo a boca para que os repórteres não interpretassem sua conversa.
Fiquei pensando que se ela estivesse falando mal do Obama. Ele deve deve ter
ficado com muita raiva. Aqui no Brasil se reclama da falta de privacidade e da
privatização, hoje dois artigos de primeira necessidade no mundo.
Eu sempre adorei animais e tive alguns quando era criança,
lá em Bom Conselho e outros na idade adulta. Não é motivo de riso, para mim,
mal tratos com os animais, e pessoalmente não gostaria de ter uma profissão que
lidasse com seus sofrimentos e suas dores, o que veterinários e cientistas o
fazem, com as melhores das intenções.
O caso do ataque ao laboratório que guardava os “beagles” não é engraçado, a não ser pela
passagem do filminho do Snoop, um beagle
que acompanhou muitos de minha geração. O grande problema é que o homem também
é um animal, e suas formas de sobrevivência, levam muitas vezes a fazer outros
animais sofrerem.
É óbvio que o sofrimento não precisa ser igual ao de um
porco que vi ser morto em Bom Conselho, e que me deixou traumatizado até hoje.
E, sem nenhum vergonha na cara, continuei a comer a saborosa carne de porco. E
ainda tem o problema da indústria de remédios que hoje não teria progredido
nada sem algum sacrifício dos animais.
O que se tem que fazer é o óbvio. Se não podemos prescindir
de usar os animais em pesquisas científicas, que, pelo menos sejam usados
métodos que minimizem o seu sofrimento. Isto deve se aplicar à indústria de
alimentos. Eu já estou muito velho para me tornar vegetariano, e espero
respeito com os animais.
Já estava esperando não rir mesmo com este filme, mas,
entrou uma entrevista com o Paulo Maluf. Só pensar que ele ainda é deputado
federal e que tem uma vida política ativa, dá vontade de rir da política neste
país.
E, como falei lá em cima, o arquivamento das conversas
anteriores é o grande inimigo dos políticos ao longo do tempo. A preferência
explícita pelo crime de estupro quando comparada com o crime de morte, foi a
grande piada atribuída ao Maluf, anos atrás. Ele tentou dar uma nova versão,
mas, igual ao filme da presidenta sobre privatização do pré-sal, o que ele
disse estava gravado e foi colocado no ar, no filme.
Onde ri mesmo foi quando ele disse que todo o político é
chamado pelo povo, pelos jornais ou pela mídia de “corno”, “viado” ou “ladrão”. Segundo ele, dos dois primeiros
termos ninguém o chamou, e diante da expectativa da repórter, ele emendou: “Ladrões,
todos são!” Eu ri com sua sinceridade.
Fiquem com o resumo do roteiro pelos produtores do UOL e
depois vejam o filme, e tentem rir.
“Depois de condenar as
propostas de privatização do pré-sal durante as eleições de 2010, a presidente
Dilma Rousseff celebrou o leilão do Campo de Libra e a parceria da Petrobras
com multinacionais do petróleo, firmados em meio a protestos no Rio de Janeiro.
A semana foi marcada também pela atrapalhada e mal explicada “revolta dos
beagles”, no interior de São Paulo. Para completar, o folclórico Paulo Maluf
deu o ar da graça em entrevista ao programa Super Pop, da RedeTV.”
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