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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A semana - Privatização, "beagles" e ladrões




Por Zé Carlos

O nível de humor do filme semanal do UOL não está dos melhores, pelo menos no primeiro tópico. Talvez consigamos rir da presidenta Dilma tentando dizer que o leilão do pré-sal é muito diferente de privatização. Como já estamos em plena campanha eleitoral para a presidência, para evitar contradições no tempo precisa-se levar em conta, hoje, os meios de informação e de seu armazenamento no tempo para que os candidatos não se contradigam. Quando vejo o Lula hoje falar que o Bolsa Família é o suprassumo para redução das desigualdades sociais e econômicas, não há como não rir de alguns dos seus depoimentos que estão no na internet.

Quando hoje não temos como privatizar nem nossas conversas mais íntimas ao telefone, como evitar que se privatize a Petrobrás? Eu fiz um ar de riso quando a dirigente alemã, Angela Merkel, foi filmada usando seu celular cobrindo a boca para que os repórteres não interpretassem sua conversa. Fiquei pensando que se ela estivesse falando mal do Obama. Ele deve deve ter ficado com muita raiva. Aqui no Brasil se reclama da falta de privacidade e da privatização, hoje dois artigos de primeira necessidade no mundo.

Eu sempre adorei animais e tive alguns quando era criança, lá em Bom Conselho e outros na idade adulta. Não é motivo de riso, para mim, mal tratos com os animais, e pessoalmente não gostaria de ter uma profissão que lidasse com seus sofrimentos e suas dores, o que veterinários e cientistas o fazem, com as melhores das intenções.

O caso do ataque ao laboratório que guardava os “beagles” não é engraçado, a não ser pela passagem do filminho do Snoop, um beagle que acompanhou muitos de minha geração. O grande problema é que o homem também é um animal, e suas formas de sobrevivência, levam muitas vezes a fazer outros animais sofrerem.

É óbvio que o sofrimento não precisa ser igual ao de um porco que vi ser morto em Bom Conselho, e que me deixou traumatizado até hoje. E, sem nenhum vergonha na cara, continuei a comer a saborosa carne de porco. E ainda tem o problema da indústria de remédios que hoje não teria progredido nada sem algum sacrifício dos animais.

O que se tem que fazer é o óbvio. Se não podemos prescindir de usar os animais em pesquisas científicas, que, pelo menos sejam usados métodos que minimizem o seu sofrimento. Isto deve se aplicar à indústria de alimentos. Eu já estou muito velho para me tornar vegetariano, e espero respeito com os animais.

Já estava esperando não rir mesmo com este filme, mas, entrou uma entrevista com o Paulo Maluf. Só pensar que ele ainda é deputado federal e que tem uma vida política ativa, dá vontade de rir da política neste país.

E, como falei lá em cima, o arquivamento das conversas anteriores é o grande inimigo dos políticos ao longo do tempo. A preferência explícita pelo crime de estupro quando comparada com o crime de morte, foi a grande piada atribuída ao Maluf, anos atrás. Ele tentou dar uma nova versão, mas, igual ao filme da presidenta sobre privatização do pré-sal, o que ele disse estava gravado e foi colocado no ar,  no filme.

Onde ri mesmo foi quando ele disse que todo o político é chamado pelo povo, pelos jornais ou pela mídia de “corno”, “viado” ou “ladrão”. Segundo ele, dos dois primeiros termos ninguém o chamou, e diante da expectativa da repórter, ele emendou: “Ladrões, todos são!” Eu ri com sua sinceridade.

Fiquem com o resumo do roteiro pelos produtores do UOL e depois vejam o filme, e tentem rir.

“Depois de condenar as propostas de privatização do pré-sal durante as eleições de 2010, a presidente Dilma Rousseff celebrou o leilão do Campo de Libra e a parceria da Petrobras com multinacionais do petróleo, firmados em meio a protestos no Rio de Janeiro. A semana foi marcada também pela atrapalhada e mal explicada “revolta dos beagles”, no interior de São Paulo. Para completar, o folclórico Paulo Maluf deu o ar da graça em entrevista ao programa Super Pop, da RedeTV.”



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