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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Não pode comer, mas bota terra.




Por Carlos Sena (*)

Tem gente que quando não pode comer bota terra. E esse hábito nos parece estar nalgumas pessoas tão arraigado que já beira a inconsciência dos que assim agem. Ou não? Prefiro acreditar que sim, porque há pessoas que vivem diuturnamente apostando no mal, ou no bem do outro, desde que esse “bem do outro” sobre pra ela de alguma maneira. “Não comer e botar terra” representa muita pobreza de alma – alma sebosa! Porque quando é pobreza de espírito a gente até perdoa porque sabe que não há escola nem faculdade para formar pessoas em “riqueza de espírito”. Portanto, compraz-me o óbvio dessa questão, posto que é no óbvio que os pobres de alma mais se expõem diante de alguma ação coletiva que faça bem indistintamente. “Não comer e botar terra” é muito próximo ou até simbiótico aos que gostam de “puxar o tapete”, de “puxar o saco”, mesmo esse saco não sendo “escroto”, mas, de lixo mesmo. Lixo da cobiça, lixo da incompetência, lixo da falta de amor ao próximo, lixo de egoísmo e, acima de tudo, o lixo da inveja. Puxar tapete, nem mesmo se for persa! Mas, no rol do “não comer e botar terra” está todo um universo que compõe as pessoas mesquinhas que se iludem consigo mesmas e se buscam no fracasso real ou imaginário que elas constroem acerca dos outros, principalmente dos vitoriosos – daqueles que lutam e trabalham dignamente e não sabem bajular os poderosos e nem, em nome deles, tergiversar para ganhar algum tipo de vantagem – tal qual aqueles que vendem a própria mãe para se manter nos cargos ou nas tetas cheias de leite de algum poderoso de plantão...  Melhor preferir permanecer com fome a ficar sem comer e botar terra no “prato” dos outros.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 04/09/2013

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